• Nenhum resultado encontrado

O Ciclo no Trabalho com Alunos

P ESQUISAS DE ALUNOS DE PÓS GRADUAÇÃO USANDO O CICLO DE AÇÕES

Capítulo 7 – O Ciclo do Trabalho com Alunos

José Armando Valente 127

para diversas pesquisas realizadas por alunos de pós-graduação. Em alguns casos, as noções servem para subsidiar as propostas de uso das TIC na educação, em outros são beneficiadas pelos resultados alcançados.

Nesse tópico, escolhi para a discussão alguns trabalhos mais diretamente relacionados com o tema do ciclo. Portanto, não se trata da discussão das pesquisas empreendidas pelos meus alunos, de modo geral, nem de um levantamento amplo de todas as dissertações e teses que usam a idéia do ciclo de ações – mas esta talvez seja uma proposta de trabalho bastante interessante a ser desenvolvida como extensão da Livre Docência.

Assim, os trabalhos foram divididos de acordo com as categorias: contribuições para o ciclo, subsídio ao desenvolvimento de sistemas computacionais, formação de educadores, educação especial, e uso de outros softwares.

Contribuições para o ciclo

Trabalhos que foram desenvolvidos com o intuído de criar facilidades para a realização de alguma das ações do ciclo. No caso específico, foram contempladas as ações de depuração e de descrição de idéias por intermédio de outras linguagens de programação. • Representações computacionais auxiliares ao entendimento de conceitos de

programação, Heloísa Vieira da Rocha Correa Silva, tese de doutoramento apresentada ao Departamento de Computação e Automação da Faculdade de Engenharia Elétrica da Unicamp, 1991. Consistiu no desenvolvimento de um sistema para explicitar a execução de programas processando símbolos, como listas ou palavras no Logo, de modo que a execução pudesse ser seguida comando a comando, como é feito no caso da Tartaruga. O sistema foi agregado ao Logo e foi demonstrado como essa facilidade contribui para o processo de depuração dos programas usando o processamento simbólico.

• Criação de ferramentas para o ambiente Prolog e o acesso de novatos ao paradigma da programação em lógica, Maria Cecília Calani Baranauskas, tese de doutoramento apresentada ao Departamento de Computação e Automação da Faculdade de Engenharia Elétrica da Unicamp, 1993. Ampliou o escopo das linguagens de

programação usadas em educação, até então restrita ao Logo, criando um ambiente baseado na linguagem Prolog, de modo que usuários não familiarizados com essa programação pudessem expressar suas idéias usando declarações lógicas (ao invés de descrição procedimental). Nesse sentido, a ação mais beneficiada foi o aspecto da descrição.

Esses trabalhos antecederam a concepção do ciclo, embora nessa época já fosse conhecida a capacidade de representação e da depuração do ciclo.

Desenvolvimento de sistemas

Para que o ciclo de ações possa estar presente na interação aprendiz-computador é necessário que algumas facilidades estejam presentes nas ações de descrição, execução e depuração. Assim, diversos softwares usados em contextos educacionais foram implementados, prevendo essas facilidades, como foi descrito no tópico “Formação de operários de uma empresa de manufatura”, no capítulo anterior. Dois alunos contribuíram para esse estudo, originando os seguintes trabalhos:

• SICRE - Sistema Computacional para Resolução de Equações do 1º Grau, Klaus Schlünzen Junior, dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Ciência da Computação da Unicamp, 1992. Esse é um sistema que usa concepções de sistema especialista de modo que o usuário pode definir as regras como as equações do 1º grau são resolvidas e, com base nos resultados oferecidos pelo sistema, pode checar a validade das regras fornecidas. Com esse software, foi possível avançar tanto no aspecto da descrição, realizada em termos de regras matemáticas, quanto em como fazer a depuração das regras e do processo de resolução das equações do 1º grau. • Desenvolvimento de software para atividades educacionais, Leo Burd, dissertação de

mestrado apresentada ao Departamento de Computação e Automação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, 1999. Discutiu as teorias do construcionismo e da atividade (proposta por psicólogos soviéticos) e com base nessas teorias propôs um software a ser utilizado na educação, que incorpora as características do ciclo e as facilidades previstas na teoria da atividade. O aspecto mais contemplado em termos das ações foi o processo de descrição, que se beneficia das contribuições da teoria da atividade.

Capítulo 7 – O Ciclo do Trabalho com Alunos

José Armando Valente 129

O fato de ter de explicitar no software as características das ações do ciclo implica em uma oportunidade para esclarecer e aprofundar as especificidades dessas ações, contribuindo para uma melhor compreensão do que cada uma delas significa no processo de construção de conhecimento.

Criação de ambientes educacionais

O ciclo de ações foi utilizado para justificar a criação de diversos tipos de ambientes de aprendizagem, como, por exemplo, o uso do computador com outras populações, diferentes das que tinham sido trabalhadas até então; ou a exploração do uso do computador por intermédio de outros softwares, além da linguagem Logo ou do processador de texto. Essas situações significaram expansões do escopo de uso do ciclo de ações e mostraram o que tinha de ser complementado em termos de atividades para que o ciclo pudesse ser mantido em funcionamento.

• A criação de um ambiente de aprendizagem contextualizado, baseado no computador, para a formação de recursos humanos em empresas enxutas, Klaus Schlunzen Junior, tese de doutoramento apresentada ao Departamento de Engenharia de Sistemas da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, 2000. Esse trabalho redefiniu o Jogo do Alvo e utilizou-o na formação de trabalhadores de uma empresa de manufatura, mostrando os benefícios alcançados com o uso do mesmo, na melhoria da performance de cada operário e da produtividade da empresa como um todo. O jogo proporcionou um meio diferente de descrição de ações (tiro ao alvo), apresentação dos resultados da execução em termos de gráficos estatísticos, e recursos para depuração do local dos tiros, refazendo em tempo real os ajustes dos gráficos.

• Construção de páginas WEB: depuração e especificação de um ambiente de aprendizagem, Marcos Maltempi, tese de doutoramento apresentada ao Departamento de Computação e Automação da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, 2000. Utilizou a idéia do ciclo em ambientes de aprendizagem que exploraram a construção de páginas na Web. Como essas páginas não podiam ser executadas pela máquina em termos dos conceitos que elas veiculam, a tese mostrou que ações complementares deveriam ser realizadas, como, por exemplo, a discussão das páginas pelos colegas ou por especialistas externos, para que o processo de

depuração pudesse ser realizado e o ciclo mantido em ação. Os ganhos obtidos através desse trabalho alcançaram praticamente todas as ações do ciclo, já que foram abordados novos sistemas de descrição, de execução, de reflexão e de depuração do ciclo.

• Criando um ambiente construcionista de aprendizagem em Cálculo Diferencial e Integral, Maria Raquel Miotto Morelatti, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2001. Criou um ambiente de aprendizagem baseado no ciclo, usando o Logo em uma disciplina introdutória de Cálculo no ensino superior. Esse trabalho mostrou que conceitos matemáticos abstratos puderam ser concretizados por intermédio das ações da Tartaruga, facilitando a compreensão dos mesmos. Avançou no sentido de mostrar como o ciclo pode ser utilizado em situações educacionais que envolvem conceitos matemáticos sofisticados, com uma população de alunos do ensino superior.

• A terceira idade e o computador: interação e produção no ambiente educacional interdisciplinar, Vitória Kachar Hernandes, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2001. Combinou a idéia de ciclo com aspectos da interdisciplinaridade de modo a criar um ambiente de aprendizagem para a população de pessoas da terceira idade. Mostrou que nesse ambiente essas pessoas conseguiram retomar seus potencias intelectuais e afetivos para desenvolver uma série de trabalhos usando o computador e, com isso, recuperar a auto-estima, apresentar mudança de atitude e de postura, e construir conhecimento. Esse trabalho ampliou o escopo de aplicação do ciclo para um contexto diferente, contribuindo especificamente para a depuração das idéias sobre aprendizagem continuada ao longo da vida.

• Criança e mídia: diversa-mente em ação em contextos educacionais, Maria Cecília Martins, tese de doutoramento apresentada ao Departamento de Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp, 2003. Ampliou a aplicação do ciclo de ações para as tecnologias de informação e comunicação como a fotografia, o vídeo, combinados com os computadores, para criar um novo ambiente de aprendizagem. Esse ambiente foi utilizado com alunos excluídos digitalmente, mostrando as atividades que realizaram e os conceitos disciplinares envolvidos nessas atividades. O aspecto mais relevante em

Capítulo 7 – O Ciclo do Trabalho com Alunos

José Armando Valente 131

termos do ciclo foi ampliar o escopo das facilidades de expressão, de descrição de idéias por intermédio de outras tecnologias além do computador.

• Mediação pedagógica, nos ambientes telemáticos, como recurso de expressão das interações interpessoais e da construção do conhecimento, Tania Tavares, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2003. Analisou as ações de educação a distância realizadas na Fundap, usando a abordagem do estar junto virtual, mostrando a importância da mediação pedagógica para explorar os aspectos mais afetivos, interpessoais e, com isso, criar novas oportunidades de expressão e de construção do conhecimento. A ação da mediação foi a mais explorada nesse caso, ampliando a compreensão do papel do agente de aprendizagem nas atividades de educação a distância, principalmente na abordagem do estar junto virtual.

• Projeto CER – comunidade escolar de estudo, trabalho e reflexão, Celso Vallin, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2004. Usou a idéia de ciclo para criar situações de interação entre escolas, de modo que os gestores e os professores dessas escolas, trocando idéias e experiências, pudessem refletir e depurar suas respectivas atividades, contribuindo para a introdução de algumas mudanças na escola pública. O ciclo foi utilizado no âmbito da organização das atividades, trabalhando a escola como um todo. Enfatizou o processo de trocas e registros de idéias entre os educadores e as ações de reflexão e depuração realizadas.

Essas contribuições foram fundamentais para a depuração das idéias do ciclo, bem como para a ampliação do leque de opções de sua utilização em novos contextos. Desse modo, novos avanços puderam ser feitos em termos de cada uma das ações, e do ciclo como um todo.

Formação de educadores

A aplicação mais difundida do ciclo de ações tem sido na área de formação de educadores no uso da informática na educação. Os benefícios conquistados com essas experiências voltaram-se para demonstrar como novos ambientes de aprendizagem, baseados nas tecnologias, podem ser criados para diferentes populações de professores

de diferentes níveis de educação, de diferentes áreas do conhecimento e usando a modalidade presencial ou a distância.

• O computador na escola: o facilitador no ambiente Logo, Anair Altoé, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Supervisão e Currículo da PUC-SP, 1993. Contribuiu para explicitar o papel do agente de aprendizagem ou do facilitador na interação aluno-computador, usando a linguagem Logo nas atividades disciplinares no ensino fundamental. O aspecto mais beneficiado foi o papel e as atividades que o agente de aprendizagem deve realizar para poder empreender uma intervenção mais efetiva.

• Informática e Educação - diretrizes para uma formação reflexiva de professores, Maria Elizabeth B.T.M.P. de Almeida, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Supervisão e Currículo da PUC-SP, 1996.

Utilizou o ciclo para analisar as atividades realizadas em um Curso de Especialização sobre formação de professores para o uso da informática na educação e, com base nessa analise, propôs um conjunto de diretrizes que deveriam balizar um curso de formação segundo a perspectiva construcionista. Mostrou de que modo a idéia do ciclo pode ser usada como parâmetro de análise de projetos, e não apenas como subsídio, como havia sido feito.

• O uso do computador no curso de formação de professores: um enfoque reflexivo da prática pedagógica, Maria Elisabette Brizola Brito Prado, dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp, 1996. Utilizou o ciclo para a criação de um conjunto de atividades com o Logo, para alunas do Curso de Magistério de uma escola pública e mostrou como o uso do computador ultrapassa os aspectos técnicos e passa a enfatizar a aprendizagem por intermédio do “ciclo reflexivo, descrição-reflexão-depuração”. Os avanços dessa pesquisa relacionam-se ao aspecto de aplicação do ciclo em atividades desenvolvidas com o magistério e como o “ciclo reflexivo” pode auxiliar na aprendizagem.

• O computador na escola: contextualizando a formação de professores. Praticar a teoria e refletir a Prática, Maria Elizabeth B.T.M.P. de Almeida, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-

Capítulo 7 – O Ciclo do Trabalho com Alunos

José Armando Valente 133

SP, 2000. Utilizou o ciclo como um dos pressupostos de um curso de formação de professores de escolas públicas para o uso da informática e avaliou quanto desses pressupostos pode ser assimilado pelos professores. Observou que foram assimiladas idéias como o uso do ciclo nas atividades que desenvolveram, o registro dos produtos, a recontextualização do erro. Não foram observados os aspectos mais especificamente metacognitivos como aprender a aprender, aprender a pensar. Essa experiência explicitou a dificuldade que os professores e o sistema educacional têm como um todo na disseminação e na assimilação das idéias do ciclo de ações.

• A gênese da informática na educação e o curso de pedagogia: ação e mudança da prática pedagógica, Anair Altoé, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2001. Usou o ciclo na criação de atividades de uso das TIC integradas a algumas disciplinas do curso de Pedagogia, mostrando que é possível introduzir o tema “informática na educação” na formação inicial de professores, realizado de modo semelhante ao que os professores devem fazer em sua prática, ou seja, o uso das TIC como parte das disciplinas curriculares, ao invés de uma disciplina isolada para ensinar sobre informática na educação. Com isso, mostrou que as idéias do ciclo podem ser incluídas na formação inicial dos professores e integradas às disciplinas curriculares do curso de Pedagogia. • Geografia & construcionismo: subsídios para a formação continuada de professores de

geografia em serviço, Ednilson Aparecido Guioti, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo, da PUC-SP, 2001. Criou um ambiente de aprendizagem baseado no construcionismo em uma escola pública e trabalhou com os professores de Geografia, em um processo de formação que aconteceu presencialmente na escola e foi baseado no trabalho que os professores realizavam com os alunos em sala de aula. O avanço está relacionado com o uso do ciclo em disciplinas que tradicionalmente não se utilizavam da informática, como no caso da Geografia e da História.

• O computador na educação infantil: uma epistemologia construída pelo professor, Beatriz de Moraes Rocha, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2003. Usou a idéia de ciclo para criar um ambiente de formação em uma escola de educação infantil, onde os

professores construíram as situações de sua própria formação com base nas atividades desenvolvidas com as crianças. O interesse das crianças e o trabalho que estava sendo desenvolvido em sala determinavam o assunto ou atividade que os professores realizavam para a sua formação. Essa pesquisa mostrou que as TIC podem ser usadas na educação infantil e que a epistemologia dessa formação e de como eles usam as TIC com suas crianças podem ser construídas.

• Educação à distância e formação do professor: redimensionando concepções de aprendizagem, Maria Elisabette Brisola Brito Prado, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo da PUC-SP, 2003. Usou as discussões que aconteceram no Fórum do ambiente de educação a distância TelEduc durante a realização do curso sobre desenvolvimento de projetos pedagógicos com uso das TIC, descrito no capítulo anterior, para estudar o processo de reflexão que os professores-multiplicadores realizaram. Mostrou que a recorrência da espiral de aprendizagem foi possível graças aos diferentes níveis de profundidade e tipos de reflexões que os professores-multiplicadores realizaram. Nesse trabalho foi possível identificar uma outra modalidade de reflexão, denominada “reflexão sobre momentos da ação”, diferente das reflexões na ação e sobre a ação, discutidas por outros autores. O avanço, nesse caso, foi quanto à ação de reflexão, principalmente as que se realizam nos ambientes virtuais de aprendizagem.

• Características do ambiente virtual construcionista de ensino e aprendizagem na formação de professores universitários, Flávia Amaral Rezende, dissertação de mestrado apresentada ao Pós-Graduação em Multimeios, Instituto de Artes da Unicamp, 2004. Usou o estar junto virtual para criar um curso de formação de professores das disciplinas de uma universidade, de modo que eles pudessem conhecer as diferentes abordagens de educação a distância, e vivenciar uma experiência nessa modalidade de educação. A intenção era que esses professores tivessem mais condições para escolher a abordagem mais adequada para as suas necessidades pedagógicas e implantar ações via internet como parte das atividades presencias de sala de aula. O avanço nesse caso foi no sentido de poder usar essa formação para discutir aspectos pedagógicos que são abordados no ciclo e que não fazem parte do repertório desses professores.

Capítulo 7 – O Ciclo do Trabalho com Alunos

José Armando Valente 135

• Formação de profissionais – docentes na preparação de jovens para o trabalho com TIC, Odete Sidericoudes, tese de doutoramento apresentada ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Currículo, da PUC-SP, 2004. Usou a idéia de ciclo para criar um ambiente de aprendizagem baseado nas TIC e em projetos para a formação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que capacitaram jovens excluídos socialmente no uso das TIC, preparando-os para um emprego no mercado de trabalho. Os benefícios, nesse caso, relacionaram-se a poder colocar em prática as idéias de projeto pedagógico, discutido no capítulo anterior, e mostrar como acontece a “dança” desses professores com os alunos e a “dança” entre os professores para o trabalho com projetos interdisciplinares e para prover uma educação mais bem balanceada a esses jovens.

Os projetos de formação ampliam o escopo e os resultados obtidos com os projetos de pesquisa, como os descritos no capítulo anterior. Os alunos de pós-graduação criam, com esses trabalhos, novas possibilidades de uso do ciclo e de oportunidades de reflexão e depuração do mesmo.

Educação especial

A área de educação especial tem propiciado oportunidades de grande relevância para a elaboração e a depuração do ciclo. As dificuldades e diferentes necessidades encontradas em cada tipo de deficiência criam desafios no que diz respeito ao uso da tecnologia e ao processo de aprendizagem de cada indivíduo. Os projetos realizados pelos alunos nessa área possibilitaram expandir o uso do ciclo com outras populações e em diferentes contextos, como a sala de aula ou a clínica.

• O uso do computador na aprendizagem escolar de alunos com deficiência mental, Glória Maria Bueno Ferraz, dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Neurologia/Neurociências da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, 1998. Usou as idéias do ciclo na criação de ambientes de aprendizagem para a população de deficientes mentais e no contexto escolar. Essa população e a escola para os deficientes mentais até então não tinham sido contempladas nos estudos e, portanto, esse trabalho ampliou a aplicação das idéias do ciclo.