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PRODUÇÃO REAL DE RECICLÁVEIS (COOPERATIVAS E ASSOCIAÇÕES ORGANIZADAS)

4.3.4 Estimativas das emissões conforme cenários

As alternativas de mitigação foram estudas a partir de cenários definidos, tomando como base o período de 2005 a 2030, tendo como objetivo avaliar a contribuição da RMR para o atingir da NDC brasileira, no período de 2006 a 2030. Na Tabela 33 encontram-se as metas de emissões e os limites admissíveis da NDC Brasileira.

Tabela 33 - Metas de emissões e limites para NDC Brasileira (tCO2e)

Inventário Brasileiro/RMR -

Emissões tCO2e

Redução NDC Limites admissíveis NDC

2025 37% 2030 43% 2025 2030 2005 1.559.264,00 576.927,68 670.483,52 982.336,32 888.780,48 Fonte: Autora (2020) 4.3.4.1 Cenário Base

O Cenário base foi projetado em função da taxa de crescimento populacional IBGE (2000 a 2010 e 2010 a 2019) e da geração per capita de resíduos (SNIS, 2006 a 2017), levando-se em consideração a situação da gestão dos resíduos sólidos na RMR, em 2018.

Importante destacar que em 2018 os municípios das RMR, à exceção de 01, já faziam a disposição dos resíduos adequadamente. Entretanto, com relação ao atendimento da PNRS, no quesito de que só deveriam ser encaminhados aos aterros os rejeitos, que são os resíduos inservíveis e sem valor econômico, fica distante de atendimento, uma vez que apenas aproximadamente 2,5 a 3% dos materiais recicláveis foram coletados.

Na Figura 47 está representada a evolução das emissões, considerando-se os locais de disposição na RMR, na qual verifica-se o decaimento das emissões nos

lixões e aterros controlados, e a tendência de crescimento do dióxido de carbono, ao longo do período estudado, em função da disposição nos aterros sanitários, confirmando a maior geração de biogás, por proporcionar melhores condições anaeróbias.

Verifica-se ainda que, com relação à tipologia de disposição dos resíduos urbanos, no período de 2006 a 2009, os aterros controlados foram os que mais contribuíram com a emissão de CO2e (Figura 47).

Ressaltes-se que entre 2007 e 2008 foi o período de inicio de operação dos aterros sanitários, ocorrendo uma oscilação na disposição dos residuos pelos municípios.

Figura 47 - Estimativa de CO2e – Cenário Base

Fonte: Autora (2020)

A partir de 2009 houve incremento na disposição dos resíduos nos aterros sanitários, resultando uma geração maior dos gases entre 2011 e 2015, quando a maioria dos municípios passaram a dispor os seus resíduos nas Centrais de Tratamento da RMR.

Outro aspecto a ser ressaltado é que o período de transição da disposição inadequada ocorreu entre 2008 a 2011, tendo iniciado anteriormente à PNRS (BRASIL, 2010), colocaram a RMR na vanguarda da gestão dos resíduos em relação a outras regiões do Estado ou mesmo do país.

4.3.4.2 Estimativas das Emissões - Cenário 1

No Cenário 1, o temporal é de 2019 a 2025. Considera que a RMR, apresenta um status diferenciado em termo da gestão de resíduos, por ter aterros sanitários ambientalmente adequados, que apesar de não serem públicos, o que onera os municípios, atendem satisfatoriamente a demanda da região, admitiu-se a desativação dos lixões e que o aterro controlado de Ipojuca se transformaria em aterro sanitário.

Outro aspecto considerado são os investimentos em infraestrutura por parte das Centrais de Tratamento, a exemplo da planta tratamento mecanizado e de produção de CDR existente que implica na redução dos materiais recicláveis nos aterros, e também a instalação de planta de recuperação dos gases dos aterros para a geração de energia.

Neste contexto, considerando-se o estudo GRS/UFPE para o Plansab, admitiu-se redução das emissões em de 75% em 02 aterros (com geração de energia) e 50% (captura dos gases) em 01, 15% nos recicláveis e 5% matéria orgânica.

A Figura 48 representa a estimativa de CO2e de 2006 a 2030, incluindo-se na projeção os lixões, aterros controlados e sanitários.

Verifica -se que a contribuição das emissões dos lixões e aterros controlados decresce ao longo dos anos, em função das ações propostas, no entanto, é significativa na primeira década, porém no período projetado, as emissões nesses locais praticamente zeram, sendo constituída de uma baixa emissão de geração de biogás, remanescente do lixão de Camaragibe, portanto, a quase totalidade das emissões decorrem dos aterros sanitários.

Figura 48 - Estimativa da emissão de CO2e lixões, aterros controlados e sanitários- Cenário C1

Fonte: Autora (2020)

A Figura 49 representa a estimativa de CO2e de 2006 a 2030, admitindo-se que as emissões para o período projetado sejam decorrentes praticamente dos aterros sanitários, na qual observa-se que ocorre uma redução acentuada em relação ao cenário base (2006 a 2018).

O decréscimo obtido foi de 68.115.963,84 para 35.560.075,36 tCO2e, o que representaria, aproximadamente, 33 milhões de toneladas de CO2e evitadas no período. Salienta-se o fato de que, nesse Cenário 1, admitiu-se a redução de emissões pela recuperação energética do gás metano a partir de 2019.

Figura 49 - Estimativa da emissão de CO2e aterros sanitários - Cenário C1

4.3.4.3 Estimativas das Emissões - Cenário 2

O Cenário 2 difere do cenário 1, por admitir que todos os 03 aterros, fazem a captura de gás e que haveria um incremento na coleta seletiva, com desvio de recicláveis e orgânicos dos aterros sanitários.

Neste Cenário 2 ocorre uma redução moderada das emissões em relação ao Cenário 1, com um decréscimo de 35.560.075,36 para 34.990.719,10 tCO2e.

Na Figura 50 representa-se a geração de CO2e de 2006 a 2030, do cenário 2, considerando-se lixões, aterros controlados e sanitários.

Figura 50 - Estimativa de CO2e Lixões, aterros controlados e sanitários - Cenário 2

Fonte: Autora (2020)

A Figura 51 demostra o comportamento similar dos cenários 2 e 1, considendo os aterros sanitários.

Figura 51 - Estimativa de CO2e aterros sanitários - Cenário 2

4.3.4.4 Estimativas das Emissões - Cenário 3

No Cenário 3, além das políticas adotadas nos cenários anteriores, este cenário admite que haverá redução de 50% da matéria orgânica nos aterros sanitários, como previsto na PNRS, podendo ser utilizada na biodigestão.

As Figuras 52 e 53, a seguir, representam as emissões de CO2e de 2006 a 2030, do Cenário 3, considerando-se a geração de biogás pelos lixões, aterros controlados e sanitários (Figura 52) e apenas dos Aterros sanitários (Figura 53) ao longo do período. Em ambos gráficos fica evidenciado um comportamento de redução de emissões similar aos cenários anteriores.

Figura 52 - Estimativa de CO2e. Lixões, Aterro controlado e sanitários - C3

Fonte: Autora (2020)

Figura 53 - Estimativa de CO2e Aterros sanitários - Cenário 3

Fonte: Autora (2020)

Quantitativamente, houve um decréscimo de 34.990.719,10 para 32.236.031,57 tCO2e, entre os cenários 2 e 3.