• Nenhum resultado encontrado

ESTRATÉGIA CONJUNTA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

No documento ÍNDICE CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO... (páginas 57-60)

Taux de chômage total, des femmes et des jeunes dans le SUDOE par région

CAPÍTULO 3 ESTRATÉGIA CONJUNTA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

3.1. PRINCÍPIOS PARA A ELABORAÇÃO DUMA ESTRATÉGIA CONJUNTA

Uma das características do EDEC que os programas INTERREG III devem ter em consideração é a de afirmar e "politizar" a dimensão territorial da Europa. Até agora, a questão dos territórios nunca tinha sido encarada de maneira directa pelas políticas comunitárias. Estas punham em evidência as desigualdades territoriais e, para as corrigir, propunham ferramentas ao serviço da coesão social e económica do espaço europeu, associada por exemplo ao grande mercado interno. As políticas e os fundos estruturais implementadas para este fim desde 1987 iam neste sentido.

Para 2000-2006, entramos numa terceira geração de fundos estruturais. A dimensão total deste continente europeu, a sua singularidade no conjunto do mundo, o facto de estarmos num espaço que apresenta uma originalidade em relação aos Estados Unidos, ao Japão, ao Sudoeste Asiático, a diversidade das formações geográficas, humanas e sociais são sem comparação com o resto do mundo. É a ideia que a Europa é formada por 15 estados aos quais se irão agregar os países da Europa central e oriental (PECO), um conjunto territorial que deve ser considerado como tal na sua dimensão geográfica.

Este espaço está sujeito a contradições que o EDEC e as políticas de ordenamento que dele decorrem deverão esforçar-se por ultrapassar. É um dos desafios políticos estruturais até 2006. Esquematicamente, estas oposições confrontam, dum lado, o desenvolvimento económico, a criação de empregos, a expansão urbana, a influência crescente das infra-estruturas, e doutro lado, a vontade cada vez mais afirmada, de preservar e apoiar o ambiente. Estas ambições podem ser contraditórias se não forem antecipadas e previstas antecipadamente, se queremos valorizar os espaços naturais e os recursos ambientais e ao mesmo tempo darmo-nos os meios para um desenvolvimento baseado em diferentes categorias de infra-estruturas, num tecido urbano complementar e coerente, em relações positivas e construtivas entre cidades e espaços rurais.

No espírito do EDEC, o programa de iniciativa comunitária INTERREG III-B procura promover uma maior harmonização do desenvolvimento espacial a fim de :

- Conduzir a abordagens renovadas e inovadoras em matéria de política pública de impacto territorial e a acções transnacionais concretas e de envergadura ;

- Facilitar a obtenção dum quadro comum de ordenamento e de desenvolvimento do território para cada uma das zonas transnacionais identificadas na Europa.

Numa abordagem mais operacional, o programa INTERREG III-B visa contribuir para o reforço da integração territorial favorecendo a reflexão, a experimentação e o investimento numa lógica que transcende as fronteiras de vários estados membros. Noutros termos, o INTERREG III-B deve servir de catalisador para atingir um grau mais elevado de integração territorial e federar as iniciativas e as

Programa Operacional INTERREG III-B SUDOE

acções portadoras de desenvolvimento nos vários territórios da zona, a fim de alargar os seus efeitos benéficos ao conjunto de vastas zonas transnacionais.

O reforço da integração territorial deveria gerar uma intensificação dos laços económicos, sociais e culturais no seio da zona transnacional e favorecer a emergência duma zona de integração económica, social e cultural com dimensão crítica à escala europeia e participando no reequilibro territorial à escala da Grande Europa.

Depois do EDEC, a definição duma verdadeira visão espacial aplicável à área de cooperação comum tendo por horizonte 2006, constitui um dos melhores meios para fecundar esta ambição. Este exercício deve alimentar-se do conteúdo dos objectivos estratégicos e das prioridades do desenvolvimento territorial identificadas e desenvolvidas pelos estados membros para cada uma das zonas transnacionais.

Ferramenta de referência, o EDEC é o fruto do trabalho conjunto da Comissão Europeia e dos Estados Membros de vários anos e adoptado em Maio de 1999 em Potsdam, tendo em vista a elaboração das linhas directivas para o ordenamento do território europeu, com o objectivo do desenvolvimento duradouro do território através da implementação de políticas integradas.

Seguindo as indicações dos Estados Membros e da Comissão Europeia, o EDEC deve aplicar-se no decurso deste novo período de programação dos Fundos Estruturais 2000-2006. A nova iniciativa INTERREG III constitui um campo indicado para isso.

No espírito do novo modelo policêntrico visando promover e reforçar a competitividade europeia na economia global, a Comissão Europeia insistiu na necessidade de apoiar os novos "centros de gravidade" económicos, insistindo na viabilidade das entidades locais para trazer uma certa competitividade económica às cidades e ao seu ambiente.

O quadro de referência trazido pelo EDEC para as cidades e territórios europeus propõe quatro campos de acção prioritários para o ordenamento do território que conhecem uma forte evolução e que têm uma grande importância para o conjunto do território europeu – com base na análise de impacto das políticas comunitárias sobre o ordenamento do território realizado no âmbito do EDEC.

Foram assim definidos os eixos de intervenção seguintes :

- Aplicação dum modelo policêntrico de desenvolvimento da política urbana ;

- As relações de cooperação cidade – campo e o desenvolvimento do papel das zonas rurais ;

- A igualdade em termos de acesso às tecnologias e ao conhecimento (acções em matéria de transportes, de comunicação e tecnologia) ;

- A conservação e a gestão duradoura dos recursos naturais e do património cultural através de acções de cooperação.

Programa Operacional INTERREG III-B SUDOE

Este quadro geral deve ser aplicado a cada zona transnacional, procurando territorializar as opções políticas do EDEC, em função das características específicas de cada espaço. Em resposta, a implementação de cada programa INTERREG III-B fornecerá uma contribuição para apreciar em que medida as opções políticas podem aplicar-se de forma pertinente ao território europeu.

Para o SUDOE, a reflexão sobre a estratégia conjunta foi conduzida tendo em conta o ambiente global. Assim, os actores neste espaço devem aceitar o desafio colocado pela combinação das duas constatações seguintes :

- Dum lado, este espaço conhece um crescimento económico sustentado desde há vários anos e está dotado dum forte potencial interno e para o exterior ;

- Por outro lado, o SUDOE continua a ser um espaço em emergência cujo nível de integração económica e social permanece relativamente fraco e cuja identidade deve ser afirmada.

Além disso, o espaço SUDOE ainda não foi objecto duma abordagem global em matéria de desenvolvimento territorial para os próximos anos. Foram lançados unicamente alguns estudos sectoriais no âmbito do programa INTERREG II-C. Comparativamente a outros espaços de cooperação, nomeadamente no Norte da Europa, um esforço de recuperação e um aprofundamento da reflexão devem ser rapidamente iniciados. No entanto, convém sublinhar que, ao contrário dos espaços de fachada marítima, nomeadamente mediterrânica e atlântica, o espaço SUDOE apresenta uma relativa unidade e coerência territorial que poderá facilitar a aplicação a uma escala supra nacional de consensos associados ao desenvolvimento territorial.

Afim de facilitar o estabelecimento duma visão espacial do SUDOE num horizonte até 2006, os actores públicos nacionais e regionais iniciarão um exercício de prospecção territorial em intervalos regulares, a fim de alimentar uma reflexão « em contínuo » sobre a evolução e a consolidação do SUDOE. Para isso, os Estados Membros desejam implementar, de acordo com modalidades a decidir pelo Comité de Acompanhamento, um grupo de prospecção composto por representantes das diversas administrações (ordenamento do território, transporte, ambiente, etc.) e de peritos representativos de meios científicos e da sociedade civil. Esta reflexão poderá interagir com os trabalhos do ORATE e apoiar-se em todos os conceitos e ferramentas territoriais comuns que podem ser desenvolvidos no âmbito da prioridade 4.

O programa INTERREG III-B SUDOE deverá contribuir para a implementação desta visão através do financiamento de projectos concretos, em particular em campos onde a necessidade duma intervenção do ordenamento do território à escala transnacional se faz sentir. Este programa constitui o instrumento mais importante com base no qual os parceiros a nível nacional e regional trabalharão a fim de fazer emergir progressivamente uma visão espacial para o SUDOE.

Esta visão espacial, cujos contornos se desenharão ao longo do tempo, visa favorecer a emergência duma zona de integração económica, social e cultural do SUDOE que participa no reequilíbrio territorial da Europa, tendo em conta o alargamento a leste da U.E. e das oportunidades de desenvolvimento com os países da Bacia Mediterrânica e da América Latina. Trata-se do objectivo estratégico prioritário estabelecido pelos quatro estados membros, que se decomporá em vários

Programa Operacional INTERREG III-B SUDOE

objectivos estratégicos e objectivos operacionais ligados entre si na árvore dos objectivos (cf. Pag. 33).

A combinação dos diversos níveis de objectivos (só os laços mais directos foram identificados entre os objectivos estratégicos e os objectivos operacionais) e as suas interacções estão na base da estratégia de desenvolvimento territorial conjunta para o programa. Toma em consideração o contexto institucional, espacial, social e natural específico da zona SUDOE, privilegiando os temas e os territórios onde a cooperação gera um valor acrescentado a esta escala. Deverá inscrever-se em articulação estreita com os objectivos e as medidas que podem ser empreendidas, em cooperação, a um nível inferior, nomeadamente com os programas de cooperação transfronteira cobertos pelo campo do SUDOE.

O objectivo não é o de aumentar a competitividade do território do SUDOE em detrimento dos outros espaços de cooperação, mas de favorecer, nomeadamente, a melhor complementaridade possível com os espaços Atlântico e Mediterrâneo ocidental.

Se bem que inscrito numa perspectiva de médio-longo prazo, este enquadramento estratégico não é menos ambicioso e os únicos meios FEDER afectos a este programa para o período 2000-2006 não irão chegar. Todavia, a apropriação pelos actores nacionais e regionais deste programa constituirá a melhor garantia para que as acções transnacionais financiadas tenham um verdadeiro efeito de alavanca na perspectiva do futuro da política regional além de 2006.

No documento ÍNDICE CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO... (páginas 57-60)