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OPTIMIZAR AS REDES E OS SISTEMAS DE TRANSPORTE DO SUDOE E DESENVOLVER A INTERMODALIDADE

No documento ÍNDICE CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO... (páginas 91-94)

A ÁRVORE DOS OBJECTIVOS PARA O SUDOESTE EUROPEU

MEDIDA 3.1 OPTIMIZAR AS REDES E OS SISTEMAS DE TRANSPORTE DO SUDOE E DESENVOLVER A INTERMODALIDADE

Problemática

Fruto de um desenvolvimento económico mais forte e duma relação espacial mais intensa no corredor Londres – Milão, o território da U.E. tem uma estuturação orientada essencialmente numa lógica norte-sul. Em contrapartida, as redes do território do SUDOE têm uma orientação prioritária este – oeste muito marcada. Esta situação reforça a necessidade de melhor articular os eixos estruturantes do SUDOE com os eixos principais do espaço europeu.

Por outro lado, o processo histórico reforçou uma polarização das redes de transportes de cada Estado Membro, tornando as ligações entre zonas periféricas dos diversos países difíceis, e colocando dificuldades para a implementação dos corredores transnacionais. Além disso, a quebra do isolamento das regiões interiores implica a melhoria da articulação entre as redes secundárias favorecendo a irrigação profunda destas regiões.

Os problemas ligados à travessia das zonas críticas constituem questões sensíveis quer do ponto de vista físico quer na perspectiva ambiental. Esta dificuldade é particularmente frequente junto às fronteiras do espaço SUDOE, dado que se trata de territórios com um grande número de espaços naturais protegidos ou com uma morfologia difícil, nomeadamente zonas montanhosas.

A existência de normas e procedimentos diferentes em cada país também coloca problemas complicados que impedem a inter-operacionalidade entre as redes de transporte dos diferentes países. A situação é particularmente crítica para a rede ferroviária. As infraestruturas ibéricas e francesas sendo diferentes, os passageiros e cargas são necessariamente transferidos cada vez que passam a fronteira entre a França e a Espanha, produzindo assim um custo adicional de transporte muito importante.

Os conflitos ambientais e as dificuldades de mobilidade originadas pelo elevado consumo de energia e de espaço e pelo peso excessivo do transporte individual, sobretudo em meio urbano, devem ser reduzidos por meio de iniciativas de cooperação e de projectos piloto visando uma mobilidade de tipo duradouro e o desenvolvimento de transportes alternativos.

No plano das relações com os grandes espaços exteriores, dois aspectos diferentes poderiam ser abordados :

- Por um lado, as relações com os territórios mais afastados, que deverão crescer a médio prazo devido ao processo de globalização da economia. Assim, as relações com o norte e o leste duma Europa alargada são disso o principal exemplo, um outro exemplo sendo as relações com a zona do Atlântico Sul, dado que se trata de ligações onde os territórios do SUDOE podem apresentar vantagens comparativas na condição de desenvolverem ligações mais importantes ;

- Por outro lado, as relações com a Bacia Mediterrânica apresentam igualmente um forte potencial. A situação de saturação de algumas ligações terrestres deveria favorecer as ligações marítimas e aéreas, onde os territórios do SUDOE poderiam ter uma posição mais competitiva.

Estas situações demonstram que existem margens de progresso muito importantes em termos de melhoria e de articulação das redes físicas existentes e a criar. A situação presente dos sistemas de

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transporte para o território do SUDOE no ângulo modal mostra uma preponderância excessiva do transporte rodoviário, em particular para o transporte de mercadorias.

A diversificação entre os modos de transporte é necessária para promover a utilização de transportes menos “agressivos” para o ambiente e para desenvolver a eficiência global do sistema de transportes. A este respeito, a promoção da intermodalidade revela-se fundamental.

No entanto, a necessidade de reduzir o crescimento do transporte rodoviário apresenta dificuldades específicas. Com efeito, existe uma tendência global de acentuação do transporte de pessoas e de mercadorias por via rodoviária para as próximas décadas. Existem igualmente dificuldades profundas associadas à estrutura das redes actuais, situação particularmente complicada ao nível dos sistemas logísticos onde é muito difícil fazer modificações a curto prazo.

No plano da mobilidade dos cidadãos, a existência de zonas de fraca densidade com redes de transporte público fracas constitui igualmente um handicap ao desenvolvimento das alternativas ao transporte individual.

Objectivos específicos

Facilitar o acesso do SUDOE ao resto da Europa e a ligação com outros continentes, nomeadamente com a África e o Atlântico Sul ;

Promover a diversificação dos modos de transporte, favorecendo o desenvolvimento de transportes mais respeitadores do ambiente, em particular o transporte marítimo, ferroviário e fluvial ;

Promover uma melhor articulação entre os diferentes modos de transporte melhorando a ligação entre os portos marítimos e os territórios interiores, nomeadamente através da rede ferroviária, para uma melhor estruturação do território do SUDOE ;

Favorecer a irrigação das regiões menos acessíveis, nomeadamente os laços entre regiões litorais e regiões interiores e a re-utilização de infraestruturas locais de transportes que perderam as suas funcionalidades originais ;

Favorecer uma abordagem integrada das redes de transporte do SUDOE (redes ferroviárias, rodoviárias, ligações aéreas e marítimas) ;

Promover os transportes colectivos e o desenvolvimento de sistemas alternativos, incluindo os sistemas de gestão de transportes ;

Antecipar o crescimento provisional do transporte de mercadorias em trânsito de longa distância, em particular para zonas críticas, e desenvolver alternativas ao transporte rodoviário (problemática da transposição dos Pirineus numa lógica de redes transnacionais) ; Reforçar os pontos nucleares dos sistemas de transporte, nomedadamente por meio de plataformas logísticas e multimodais e estações de troca, visando melhorar as conexões entre as redes estruturantes e secundárias.

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- Reflexão sobre a interligação das regiões do SUDOE, incluindo as regiões menos acessíveis e sobre a optimização das redes de infraestruturas, numa abordagem multimodal ;

- Acções visando a adaptação de infraestruturas de transporte ;

- Acções visando a adaptação de infraestruturas de transporte locais a novas utilizações ;

- Acções de cooperação, de troca e de projectos piloto visando melhorar e reforçar a articulação entre modos de transporte ;

- Acções de cooperação, de trocas e projectos piloto visando o crescimento do transporte público e o desenvolvimento de sistemas de gestão e de planificação dos transportes, incluindo de sistemas mais respeitadores do ambiente ;

- Estudos técnicos, nomeadamente análises de viabilidade, para o apoio à emergência de novas ligações marítimas, em particular no que respeita o transporte marítimo de curta distância (short sea shipping) ;

- Acções tendentes a facilitar a articulação dos territórios interiores aos portos marítimos ;

- Estudos e acções tendendo a apoiar a realização de plataformas logísticas e intermodais e de centros de transferências de carga.

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