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CAPÍTULO 10 – DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DO EMITENTE

10.1 Principais Atividades

10.1.2 Estratégia e pontos fortes

Em setembro de 2012, o BCP apresentou um novo Plano Estratégico, consistindo em três fases, a implementar até 2017 ("Plano Estratégico"). O Plano Estratégico foi ainda atualizado em setembro de 2013, após a aprovação do Plano de Reestruturação do BCP pela CE e em junho de 2014, na sequência da operação de aumento de capital.

As três fases do Plano Estratégico são as seguintes:

i) Fase 1 (2012 a 2013): Definir as bases para o desenvolvimento futuro sustentável

Durante a primeira fase do Plano Estratégico, a prioridade chave consistiu no reforço do balanço através da redução da dependência do financiamento no mercado wholesale e do aumento dos rácios de capital regulamentar.

ii) Fase 2 (2014-2015): Criação de condições para o crescimento e rendibilidade

Durante a segunda fase do Plano Estratégico, o enfoque consiste na recuperação da rendibilidade das operações domésticas do Banco, em conjunto com o desenvolvimento continuado das subsidiárias internacionais na Polónia, em Moçambique e em Angola. Espera-se que a melhoria da rendibilidade doméstica seja impulsionada principalmente: i) pelo aumento da margem financeira através da redução do custo dos depósitos e da alteração do mix do crédito, privilegiando produtos de melhor margem; ii) pela continuação do enfoque na otimização de custos operacionais através da redução do número de colaboradores e a eliminação de sobreposições administrativas; e iii) pela adopção de rigorosos limites de risco de crédito, reduzindo-se dessa forma as necessidades de provisionamento.

iii)Fase 3 (2016-2017): Crescimento sustentado

Durante a terceira fase, a gestão estará enfocada em alcançar um crescimento sustentável do resultado líquido, beneficiando da implementação bem sucedida das duas primeiras fases do Plano Estratégico, de um melhor equilíbrio entre as contribuições das operações domésticas e internacionais para rendibilidade e da conclusão do processo de liquidação/ desinvestimento da carteira não core do Banco.

Para 2015, a Comissão Executiva definiu um novo conjunto de prioridades estratégicas que têm como objetivo a construção de um Banco sustentável e adaptado às novas necessidades do mercado e dos Clientes. Para tal, definiu 5 pilares onde se incluem diversas iniciativas que serão desenvolvidas por forma a atingir esse objetivo, nomeadamente:

− Redefinir o modelo de distribuição do Retalho, explorando o potencial das novas tecnologias, nomeadamente na área digital (Internet Banking, Mobile Banking, entre outras);

− Relançar o negócio de particulares do segmento afluente, ajustando o modelo de serviço; − Ajustar o modelo de negócio do segmento empresarial orientado ao crescimento, por

forma a que o Millennium bcp seja o Banco de referência no apoio às Empresas em Portugal;

− Transformar o negócio de Recuperação de Crédito, através de uma estratégia integrada de

redução do portfolio não core, que poderá incluir a alienação de ativos e de otimização do modelo operativo de Recuperação;

− Evoluir o modelo operativo do Banco, simplificando e automatizando processos, tendo em

vista a otimização do nível de serviço prestado ao Cliente.

Pontos fortes

Os principais pontos fortes do BCP são:

Posição de liderança em Portugal no setor privado. O Banco é dos maiores grupos bancários privados em Portugal e ocupa uma posição de destaque no mercado financeiro Português e encontra-se posicionado para beneficiar da esperada retoma da economia Portuguesa. De acordo com a informação mensal publicada pelo Banco de Portugal, em dezembro de 2014 o Banco tinha uma quota de mercado de 18,9% no crédito e uma quota de mercado de 18,6% em depósitos. Em Portugal, o BCP desenvolve um modelo de banco universal, com um forte enfoque nos segmentos de retalho e Empresas, complementado por operações de private banking, banca de investimento e seguros. Em 31 de dezembro de 2014, o Banco detinha a segunda maior rede de distribuição do país de acordo com os comunicados de resultados divulgados pelos maiores bancos portugueses, com 695 sucursais, servindo aproximadamente 2,3 milhões de clientes.

• Forte reconhecimento da marca: A marca Millennium, com que o Banco conduz as suas operações, reflete uma proposta de valor que diferencia o Banco dos seus concorrentes. De acordo com estudos independentes realizados pela Marktest ("BASEF") e o grupo de consultores ("BrandScore") o Banco goza de elevado reconhecimento da marca, o que contribui para a retenção de clientes e geração de novo negócio. Em 2014, o BCP foi nomeado uma das "Marcas de Excelência em Portugal" pela Superbrands, recebeu a distinção de melhor site de banca online, pelo Leitor PC Guia, foi eleito como “Best Private Bank” em Portugal pela Wealth & Finance International, e foi galardoado como “Best Internet Bank” em Portugal, na categoria “Corporate/Institutional”, atribuído pela Global Finance no âmbito dos “World’s Best Internet Banks in Europe 2014”, prémio que contemplou ainda a operação na Polónia. As operações internacionais foram igualmente premiadas: na Polónia, oBank Millennium foi reconhecido como “2014 European Structured Products Awards”, na categoria de “Melhor Distribuidora de Produtos Estruturados na Polónia em 2014”; em Moçambique, o Banco foi reconhecido pelos consumidores como “Melhor Marca de Moçambique” no setor bancário e foi premiado, pela quinta vez consecutiva, com o prémio "Melhor Banco de Moçambique 2014",

pela revista Global Finance e, em Angola, o Banco foi nomeado como “Banco do Ano – Angola 2014” pela revista The Banker.

Operação rendível e estável na Polónia. A operação do Banco na Polónia (em que o Banco detém presentemente uma participação de 50,1%) contribuiu com 101,7 milhões de euros para o resultado líquido do Banco no exercício findo em 31 de dezembro de 2014, comparando com 83,7 milhões de euros no ano findo em 31 de dezembro de 2013. O Bank Millennium na Polónia tem uma rede de sucursais de 423 balcões a nível nacional (a quinta maior em número de sucursais próprias), 1,2 milhões de clientes ativos e uma quota de mercado em dezembro de 2014 de aproximadamente 5,1% em depósitos e 4,7% em crédito a clientes. O Bank Millennium na Polónia detinha um rácio de Core Tier 1 de 14,5% e um rácio de LTD de 92% em 31 de dezembro de 2014. De acordo com o FMI, o PIB nominal da Polónia deverá crescer a uma taxa média de 5% entre 2014 e 2016, o que deverá continuará a suportar o crescimento do Bank Millennium.

Operações de rápido crescimento na África lusófona. Em Moçambique, o Millennium bim, subsidiária do Banco, é o maior banco do país, com uma quota de mercado de 29,6% em crédito a clientes e de 30,8% em depósitos em dezembro 2014, com base em dados divulgados pelo Banco Central de Moçambique. O Millennium bim registou um ROE de 23% para em 2014. Em Angola, mercado em que o Banco entrou em 2006, o BMA detém uma quota de mercado de 3,3% no crédito a clientes e 3,3% em depósitos em dezembro de 2014, com base em dados divulgados pelo Banco Central de Angola, e atingiu um ROE de 18% em 2014. O crescimento das operações africanas do Banco é evidenciado pelo BMA, que recentemente inaugurou a sua88.ª sucursal, e pelo Millennium bim, um líder forte no setor bancário moçambicano, que atingiu mais de 1,3 milhões de clientes em 31 de dezembro de 2014. As operações moçambicanas e angolanas têm um contributo de 84,7 milhões de euros para o resultado líquido do Banco no exercício findo em 31 de dezembro de 2014, comparando com 75,1 milhões de euros no ano encerrado em 31 de dezembro de 2013. O Banco deverá continuar a crescer nesses mercados, dado o potencial de crescimento esperado para Moçambique e Angola. A penetração do setor bancário deverá continuar a aumentar nesses mercados, dado o forte crescimento esperado do PIB. A taxa de crescimento do PIB nominal prevista entre 2014 e 2016 será em média de 14% em Moçambique e de 13% em Angola, segundo o FMI. As operações do Banco nestes mercados são auto-financiadas, com um rácio de LTD de 74 % em Moçambique e de 66% em Angola, em 31 de dezembro de 2014. O Banco tem beneficiado das oportunidades de desenvolvimento significativas nestes mercados, propiciadas pela expansão dos respectivos PIB, esperando-se um aumento da penetração do sector bancário e da quota de mercado em Angola, onde o Banco está a expandir a sua rede de sucursais.

Cumprimento dos objetivos do Plano de Reestruturação. O Banco fez progressos significativos na implementação do seu Plano de Reestruturação, designadamente:

(i) redução do gap comercial de 29 mil milhões de euros, em 31 de dezembro de 2009, para 3,7 mil milhões de euros, em 31 de março de 2015, enquanto o rácio LTD diminuiu de 162% em 31 de dezembro de 2009 para 108% em 31 de março de 2015. A evolução do gap comercial e do rácio LTD entre 30 de junho de 2013 e 31 de março de 2015 foi, respetivamente, de -6,7 mil milhões de euros e -15 p.p.;

(ii) os ativos ponderados pelo risco diminuíram em 26 mil milhões de euros, de 66 mil milhões de euros em 31 de dezembro de 2009 para 40 mil milhões de euros em 31 de dezembro de 2014, de acordo com a definição do Banco de Portugal. A evolução dos ativos ponderados pelo risco entre 30 de junho de 2013 e 31 de dezembro de 2014 foi de -9 mil milhões de euros;

(iii) o custo do risco diminuiu de um máximo de 186 pontos base (excluindo a operação grega) para o ano findo em 31 de dezembro de 2011 para 142 pontos base em 31 de março de 2015. A evolução do custo do risco entre 30 de junho de 2013 e 31 de março de 2015 foi de -13 pontos base;

(iv) os custos operacionais (excluindo itens específicos não recorrentes: custos de reestruturação reduziram-se de 1.041 milhões de euros para o ano encerrado em 31 de

dezembro de 2008 para 630 milhões de euros em 31 de março de 2015, em termos anualizados, nas operações em Portugal, como resultado da redução da rede de sucursais em 223 e do número de colaboradores em 2.907 no período considerado;

(v) redução do spread dos depósitos a prazo de -310 pontos base em 31 de dezembro de 2012

para -149 pontos base em 31 de março de 2015 nas operações do BCP em Portugal, consubstanciando uma redução de 161 pontos base, no período em referência. A redução do spread dos depósitos a prazo entre 30 de junho de 2013 e 31 de março de 2015 foi de 112 pontos base;

(vi) conclusão do processo de desinvestimento no mercado grego, após a venda da totalidade do capital social do Millennium bank na Grécia ao Piraeus Bank de acordo com as condições anunciadas ao mercado em abril de 2013, com a venda da totalidade da participação no Piraeus Bank. A participação foi vendida por 494 milhões de euros, gerando uma mais-valia de 168 milhões de euros. A operação reduziu de forma significativa o risco do balanço, com um efeito muito positivo no Core Tier I do Banco;

(vii)conclusão do processo de venda da totalidade do capital social da Banca Millennium ao OTP Bank, de acordo com as condições gerais enunciadas em 30 de julho de 2014, tendo o BCP recebido do OTP Bank 39 milhões de euros relativos ao preço total acordado para a venda do capital social da Banca Millennium. O OTP Bank assegurou também o reembolso integral ao BCP do financiamento prestado por este à Banca Millennium, no montante aproximado de 150 milhões de euros. A operação teve um impacto negligenciável no rácio Common Equity Tier 1 consolidado do BCP.

(viii)acordo com o Grupo CIMD respeitante à venda da totalidade do capital social da Millennium bcp Gestão de Activos, sendo o preço acordado para a venda do capital social de 15,75 milhões de euros.

Modelo de governo corporativo adequado e equipa de gestão qualificada. Em 28 de fevereiro de 2012, a Assembleia Geral de Acionistas aprovou alterações aos estatutos do Banco, adotando a reestruturação do modelo de governo através da introdução de um modelo de gestão e fiscalização monista, composto por um Conselho de Administração, uma Comissão Executiva, uma Comissão de Auditoria e um Revisor Oficial de Contas, e a formação de um Conselho Estratégico Internacional. Na próxima Assembleia Geral será eleito um novo Conselho de Administração, incluindo a Comissão de Auditoria. O Banco acredita que os membros de sua equipa de gestão são profissionais bastante qualificados e experientes no setor bancário Português e têm o forte apoio dos acionistas do Banco.

Inovação e capacidade de execução. Desde a sua fundação, o Banco desenvolveu uma reputação associada à inovação. O Banco foi o primeiro banco em Portugal a introduzir certos conceitos e produtos inovadores, incluindo: métodos de marketing direto; layouts de sucursais com base no perfil do cliente; contas-ordenado; Sucursais mais simples (“NovaRede”); serviços bancários por telefone, através do Banco 7, que posteriormente se tornou na primeira plataforma de serviços bancários online em Portugal; seguro de saúde e seguro direto; e um site dedicado a particulares e corporate banking. O Banco também foi pioneiro no lançamento de um novo conceito de Internet banking, baseado na plataforma do ActivoBank, que fornece um serviço simplificado ao cliente, incluindo a abertura de uma conta corrente através de tablet, sem a necessidade de uma visita à sucursal. Outros exemplos de soluções inovadoras incluem: (i) "GPS comercial", um novo programa de eficácia comercial nos setores de PME e rede Corporate do Millennium bcp, que permite detetar oportunidades de venda para as PME e clientes Corporate através de um software de Customer Relationship Management instalado num tablet, permitindo que os gestores de relacionamento possam estar em contacto com os seus clientes de forma mais eficiente; (ii) "Service to Sales", com enfoque no ajustamento do modelo de serviço nas sucursais mass market (nível de pessoal por sucursal, modelo de operação dos colaboradores, leitores de cartão de cliente) para maximizar o contato pessoal com os clientes, aproveitar as oportunidades de cross-selling e oferecer soluções à medida aos clientes; e (iii) Mobile Banking para empresas, que permite a validação de operações no telemóvel sem necessidade de registo no site do Millennium bcp como era requerido anteriormente.