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CAPÍTULO 2 – FATORES DE RISCO

2.1 Fatores de risco relativos à economia Portuguesa

2.1.1 O Banco é extremamente sensível à evolução da economia portuguesa, cujos sinais de recuperação da recessão são ainda insuficientes para confirmar uma inversão da trajetória.

A evolução da economia portuguesa tem um impacto considerável na atividade do Grupo, na sua condição financeira e nos seus resultados líquidos. Uma porção substancial dos ativos e dos resultados operacionais do Banco provêm de Portugal, que foi responsável por 59% da receita do Banco durante 2014. Adicionalmente, com referência a 31 de dezembro de 2014, a titularidade de 4,7 mil milhões de obrigações do Estado Português por parte do Banco representava 6,1% do total dos seus ativos. Como tal, desenvolvimentos na economia portuguesa terão um impacto substancial sobre a qualidade do ativo do Banco, a sua condição financeira, os resultados das operações e as perspetivas.

As dificuldades económicas e financeiras que têm condicionado a economia mundial desde meados de 2007 afetaram o modelo de crescimento em que se baseou a economia portuguesa desde a adoção da moeda única. Em 2010, a economia portuguesa apresentava desequilíbrios profundos, com défices orçamentais e da balança de transações correntes persistentes. Depois de um longo período de excessos financeiros, em 2010 a dívida externa total líquida, medida pela posição internacional de investimento líquida, atingiu 104,3% do PIB e a dívida pública subiu para 96,2% do PIB (Fonte: Banco de Portugal). Estes desequilíbrios, a par com um quadro de baixos níveis de crescimento económico e com a forte turbulência nos mercados de dívida soberana da área do euro que se seguiu às crises de dívida da Grécia e da Irlanda em 2010, tornaram a condição financeira de Portugal insustentável. Mediante tal instabilidade económica e financeira, Portugal negociou um Programa de Assistência Financeira (“PAEF”) com o FMI, a CE e o BCE, num montante de 78 mil milhões de euros, o qual foi formalmente aprovado a 17 de maio de 2011, com o objetivo de estabilizar as finanças públicas, de encetar um conjunto de reformas estruturais promotoras da competitividade e de estabilizar o sistema bancário. No entanto, apesar das melhorias das contas públicas e externas observadas nos anos recentes, da conclusão do PAEF em junho de 2014 e do retorno bem-sucedido do estado português ao financiamento nos mercados de capitais internacionais, o contexto económico e financeiro em Portugal carece ainda de sustentabilidade, o

que poderá condicionar a capacidade de financiamento dos emitentes portugueses, públicos e privados, nos mercados internacionais.

Entre 2011 e 2013, a atividade económica, medida pela taxa de crescimento do PIB real, contraiu-se 6,4%, em termos acumulados (Fonte: Instituto Nacional de Estatística), refletindo a forte retração do consumo, do investimento e dos gastos públicos, em resultado da redução da despesa pública e privada, das condições mais restritivas de financiamento e do aumento do desemprego. Desde o último trimestre de 2013, as taxas de crescimento homólogo do PIB tornaram-se positivas, dando início a um período de recuperação moderada da atividade económica, que tem vindo a ser impulsionado pelo crescimento das exportações, a par com níveis menos deprimidos da procura doméstica.

A taxa de desemprego, que subiu de 7,8% em 2008, para um máximo de 17,5% em março de 2013, tem vindo a diminuir desde então, em linha com a recuperação da economia, tendo-se situado em 13,1% no final do terceiro trimestre de 2014 (Fonte: Instituto Nacional de Estatística). O défice orçamental, que no ano anterior ao pedido de assistência financeira (2010) ascendeu a 11,2% do PIB, diminuiu para 4,9% em 2013, em linha com objetivos inscritos no PAEF (tal como subsequentemente revisto). Este resultado foi largamente determinado pelo aumento da receita, num quadro de melhoria da atividade económica, pelos esforços de combate à fraude e evasão fiscal e pelas medidas de controlo da despesa. O valor consolidado para a dívida bruta das administrações públicas aumentou para 131,4% do PIB em setembro de 2014 (segundo o Banco de Portugal), o que compara com 128,0% em 2013. A reestruturação dos balanços no setor público e privado e o forte crescimento das exportações fomentaram a redução dos desequilíbrios externos, com melhorias significativas nas balanças corrente e de capital, as quais registaram saldos positivos em 2012 e em 2013, bem como no período de janeiro a novembro de 2014.

Pese embora as melhorias recentes, o contexto económico em Portugal mantém-se desafiante, persistindo um importante grau de incerteza no que respeita à evolução dos mercados de dívida soberana e à capacidade dos emitentes portugueses para obter financiamento externo. Em particular, (i) a incerteza em torno da resolução da crise de dívida soberana dos países da Zona Euro e da integridade da área do euro, não obstante as medidas que têm vindo a ser implementadas pelas autoridades europeias, mas considerando igualmente o contexto político-económico na Grécia; (ii) a realização de eleições legislativas em Portugal, previstas para outubro de 2015; (iii) os riscos de abrandamento das principais economias mundiais, num quadro de agravamento das pressões deflacionistas (iv) e o aumento dos níveis de volatilidade nos mercados financeiros internacionais poderão desencadear um ambiente de maior instabilidade, o qual pode afetar a atividade do Banco.

Estes aspetos, combinados com o processo de redução de dívida nos setores público e privado, a implementação de reformas estruturais nos mercados de trabalho e de produtos e serviços, a pressão do agravamento da carga fiscal sobre o rendimento disponível das famílias e das empresas e os riscos de um quadro de deflação em Portugal (em 2014, a taxa de inflação, medida pela variação anual do índice de preços no consumidor foi -0,3%) formam um contexto incerto para a atividade económica. Apesar da previsão de que a contração de 1,4% do PIB em 2013 será seguida por uma taxa de crescimento do PIB de 0,9% em 2014 e 1,3% em 2015 (Fonte: Comissão Europeia, Relatório de vigilância pós-programa, dezembro de 2014), provavelmente este crescimento será insuficiente para aumentar de forma material os níveis do rendimento disponível e estimular a procura doméstica ou reduzir drasticamente os ainda elevados níveis de desemprego. A possibilidade de um desempenho económico mais fraco não pode ser excluída tendo em conta o risco de um abrandamento significativo da procura externa e a incerteza em torno do sucesso e da subsequente implementação do ajustamento estrutural que ainda tem de ser realizado após o fim do PAEF. Se estes riscos para o crescimento económico se materializarem, a procura por crédito irá previsivelmente reduzir-se, o custo de financiamento poderá aumentar e a qualidade da carteira de crédito e de outros segmentos do ativo do Banco poderá deteriorar-se.

As condições macroeconómicas ainda incertas em Portugal estão a afetar, e continuarão a afetar, o comportamento e a posição financeira dos clientes do Banco e, por conseguinte, a procura e oferta de produtos e serviços providenciados pelo Banco. Em particular, o crescimento dos empréstimos é esperado manter-se fraco nos anos vindouros, prejudicando a geração de receitas que suportam a margem financeira líquida. O desemprego, os baixos níveis da rendibilidade empresarial e o aumento da insolvência de empresas e/ou famílias têm vindo e poderão continuar a influenciar negativamente a capacidade dos clientes em amortizar os empréstimos. Consequentemente, o crédito vencido poderá aumentar, o que teria um impacto negativo na qualidade dos ativos do Banco.

2.1.2 A economia Portuguesa está a atravessar um processo complexo de alteração estrutural com impacto incerto sobre o potencial de crescimento e sobre a atividade bancária.

A evolução da economia portuguesa desde a criação da moeda única em 1999 pautou-se por fracos níveis de crescimento, num entorno de forte acumulação de dívida, pública e privada, interna e externa, e de perda consistente de competitividade, o que a colocou numa posição de grande vulnerabilidade face, primeiro, à turbulência financeira internacional que ocorreu em 2007-2008, e depois, à eclosão da crise de dívida soberana na “periferia” da área do euro em 2010. Perante a insustentabilidade do modelo prosseguido na década anterior, a economia foi forçada a ajustar-se de forma profunda e estrutural. Algumas das alterações resultantes surgiram espontaneamente como consequência da necessidade imperiosa de melhoria da competitividade das empresas que tinham na procura externa a única alternativa a uma procura doméstica em quebra acentuada; outras foram expressamente acordadas no âmbito do PAEF, as quais incidiram sobre a sustentabilidade das contas públicas, a flexibilização dos mercados de trabalho e dos produtos, a agilização do sistema de justiça e o robustecimento do sistema bancário.

No seu conjunto, as reformas produziram efeitos positivos discerníveis, em particular, ao nível do aumento das exportações líquidas, mas não deixaram de gerar consequências adversas, nomeadamente por via de um agravamento imediato e substancial do desemprego e do rendimento disponível. Por outro lado, não existe qualquer garantia que as alterações estruturais já efetuadas sejam suficientes para municiar a economia portuguesa dos fatores competitivos que lhe possibilitem um crescimento suficientemente forte para absorver, a prazo, os elevados níveis de endividamento público e privado ou que a sua implementação não possa vir a ser afetada ou colocada em causa pela realização de eleições legislativas prevista para outubro de 2015. A eventual materialização destes riscos constitui uma ameaça importante à rendibilidade da atividade do Banco, quer seja pelas restrições ao crescimento do volume de negócios, quer seja pela manutenção da sinistralidade do crédito em patamares penalizadores, quer ainda, pelo fraco desempenho dos ativos financeiros que fazem parte da carteira do Banco, em particular os títulos de dívida pública portuguesa.

2.1.3 A economia Portuguesa está sujeita ao desempenho e a uma eventual deterioração de economias estrangeiras.

À luz dos constrangimentos à procura interna, a atividade económica nos principais países destinatários das exportações portuguesas é extremamente importante para a evolução da economia portuguesa. O desempenho destas economias poderá também afetar o cumprimento dos objetivos orçamentais e estruturais impostos pelas autoridades europeias no âmbito das recentemente reforçadas regras de estabilidade macroeconómica, incluindo o Pacto Orçamental, o “Two-Pack” e o “Six-Pack”. A possível deterioração da atividade económica nos principais parceiros comerciais de Portugal poderia exacerbar as dificuldades económicas e financeiras que Portugal atravessa. Não obstante a forte resiliência, diversificação geográfica de mercados e maior sofisticação tecnológica das exportações portuguesas, com particular expressão desde 2010, a recuperação das exportações líquidas tem denotado alguma perda de vigor devido ao abrandamento do ritmo de crescimento das exportações de bens ao longo de 2014 e ao incremento das importações, tendência que se poderá prolongar ao longo de 2015, acompanhando a recuperação do consumo e do investimento. Neste

contexto, é possível que uma redução da procura externa tenha um impacto negativo sobre o crescimento da economia portuguesa. Tal redução pode ser derivada, entre outros fatores, dos níveis excessivos de dívida, que também estão presentes na maioria das economias europeias, da menor eficácia da transmissão da política monetária, num contexto de taxas de juro próximas de zero e de riscos deflacionistas, e da persistência de um clima de incerteza e de especulação, que inibem a criação de valor que teria resultado de um processo pleno de integração económica. Os ganhos resultantes da diversificação das exportações para mercados fora da UE, nomeadamente para países africanos e latino-americanos, poderão tornar-se menos proveitosos se, entre outros fatores adversos, a concorrência se intensificar, surgirem políticas protecionistas, ou se os preços das matérias-primas, das quais estas economias são muito dependentes, caírem significativamente, em particular nos casos dos países exportadores de petróleo, cuja atividade económica poderá ser significativamente penalizada pela forte queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, que se tem vindo observar desde setembro de 2014.

Qualquer outra deterioração significativa das condições económicas globais, incluindo o perfil de risco de outros países da UE, ou da solvência de bancos portugueses ou internacionais, ou alterações na área do euro, poderá desencadear receios quanto à capacidade da República Portuguesa em suprir as suas necessidades de financiamento. Esta possível deterioração poderá ter um impacto direto sobre o valor da carteira de obrigações de dívida pública do Banco. Para além disso, qualquer deterioração das condições económicas poderá afetar seriamente a capacidade do Banco em aumentar e/ou gerar capital por forma a observar os requisitos mínimos de capital e limitar a capacidade do banco em obter liquidez. Qualquer um dos riscos acima mencionados poderá ter um efeito material adverso sobre a atividade do Banco, a sua condição financeira e os seus resultados operacionais.

2.1.4 A conclusão do PAEF e o retorno bem-sucedido da República Portuguesa aos mercados de dívida não elimina o risco de deterioração significativa da condição económica e financeira de Portugal.

A conclusão bem-sucedida do PAEF, com a satisfação dos requisitos estipulados pelo Memorando de Entendimento celebrado em 2011, bem como aqueles que foram adicionados durante a implementação do PAEF, não exclui a necessidade de medidas de austeridade adicionais e de ajustamento estrutural, de modo a assegurar o cumprimento dos tratados e diretivas europeias, as quais poderão causar um movimento repentino e inesperado de instabilidade política ou social, que poderá induzir efeitos recessivos no curto prazo. Em tais circunstâncias, a atividade bancária poderá ser sujeita a um contexto económico e financeiro adverso, na medida em que os efeitos macroeconómicos negativos, decorrentes da evolução das finanças públicas portuguesas ou europeias, e a volatilidade dos mercados financeiros internacionais, poderão continuar a prejudicar a posição de liquidez e a rendibilidade do sistema financeiro português, o que poderá resultar, entre outros aspetos, numa desvalorização da carteira de títulos de dívida soberana portuguesa do Banco; em restrições de liquidez no sistema bancário português e na concomitante dependência de financiamento institucional externo; num aumento da concorrência por depósitos de clientes e o agravamento do respetivo custo; numa queda da procura por produtos bancários; em limitações de crédito; e numa deterioração da qualidade da carteira de crédito do Banco. Qualquer um dos riscos acima mencionados poderá ter um efeito material adverso para a atividade, condição financeira ou resultados das operações do Banco.

2.1.5 A crise financeira internacional e a crise Europeia da dívida soberana limitaram o acesso do Banco aos mercados de capitais, conduzindo à dependência do financiamento obtido junto do BCE.

O BCE tem sido uma das fontes de financiamento usadas pela maioria dos bancos portugueses durante a crise financeira e a crise da dívida soberana europeia. Em 18 de julho de 2013, o Conselho de Governadores do BCE anunciou a adoção, no quarto trimestre de 2013, de novas tabelas de haircuts, designadamente para os marketable assets, o que teve um impacto adverso na pool de ativos elegíveis do Banco. Em 31 de março de 2015, o Banco havia contraído empréstimos ainda

não reembolsados junto do BCE no valor (líquido) de 6,2 mil milhões de euros (6,6 mil milhões de euros em 31 de dezembro de 2014), equivalente a 8,5% (9,2% em 31 de dezembro de 2014) do passivo do Banco e 22% (21,2% em 31 de dezembro de 2014) do total utilizado pelo sistema bancário português, nesse mês, valor que se situa claramente abaixo do valor máximo de 17,4 mil milhões de euros, registado em abril de 2011, e sublinha a tendência de redução progressiva da dependência do Banco face à liquidez disponibilizada pelo BCE.

A pool de ativos elegíveis do Banco pode sofrer uma erosão em resultado da desvalorização de preços, aumento de haircuts, designadamente após a descida de notações de crédito, ou mesmo da perda da elegibilidade de certos ativos, designadamente os que beneficiam de medidas implementadas pelo BCE para suportar a liquidez, incluindo a aceitação de instrumentos de dívida emitidos ou garantidos pelo Estado Português e a aceitação de reclamações de créditos adicionais. Uma redução da pool de ativos elegíveis e a dificuldade crescente em gerir ativos elegíveis que compensem a perda de elegibilidade terão um impacto negativo em termos de liquidez, obrigando o Banco a procurar fontes de financiamento alternativas, o que poderá ter um impacto negativo na atividade, situação financeira e resultados operacionais do Banco.

O Banco tem por objetivo continuar a reduzir a dependência de financiamento no curto/médio prazo por duas vias: redução do gap comercial e emissão de dívida nos mercados de financiamento wholesale internacionais. Nesse contexto, o Banco está a implementar diversas medidas para diversificar as suas fontes de financiamento além do BCE, tendo igualmente acelerado o processo de desalavancagem, fazendo um esforço para aumentar os recursos dos clientes, processo que poderá representar um risco de aumento do custo dos depósitos (em 31 de dezembro de 2014, os depósitos de clientes representavam 75% da estrutura de financiamento) e para reduzir a concessão de crédito.

A incerteza associada ao acesso aos mercados de capitais enquanto fonte de financiamento para o Banco pode também prejudicar o processo de desalavancagem em curso, conduzindo à manutenção de uma excessiva dependência do financiamento obtido junto do BCE. O aumento da perceção do risco associado ao acesso aos mercados e/ou a manutenção desta incerteza exercerão pressão para que o Banco procure fontes alternativas de financiamento, por forma a acelerar o seu plano de financiamento e liquidez e para aumentar a sua pool de garantias elegíveis para refinanciamento junto do BCE, apesar de não haver garantia de que será bem-sucedido nesses esforços.

Caso o processo de desalavancagem não seja acompanhado pela alteração do pricing dos empréstimos, a margem financeira e, globalmente, os resultados do Banco poderão ser afetados negativamente. Se as autoridades obrigarem a uma redução mais rápida da exposição ao BCE ou se houver restrições ao acesso a financiamento junto do BCE, o Banco poderá ser forçado a antecipar o prazo para cumprimento do seu plano de capital e liquidez, o que provavelmente reduzirá a rendibilidade e prejudicará o processo de desalavancagem. Adicionalmente, no ambiente económico atual, a revisão das condições de liquidez pelo BCE poderá levar o Banco a ser forçado a dispor dos seus ativos, com desconto potencialmente significativo face ao respetivo valor contabilístico, com um correspondente impacto negativo no capital e nos resultados.

2.1.6 O Banco encontra-se exposto ao risco de agravamento do prémio de risco soberano. Pese embora a expressiva melhoria da apetência dos investidores internacionais pela dívida soberana portuguesa, consubstanciada no forte estreitamento dos diferenciais entre as respetivas yields e as relativas aos títulos dívida pública alemã de maturidades equivalentes, nada garante que esta tendência não se venha a reverter. Com efeito, o elevado nível de endividamento da República Portuguesa, aliado à incerteza quanto ao potencial de crescimento de longo prazo da economia nacional, sugerem a existência de um risco relevante de deterioração das condições de transação dos títulos de dívida pública portuguesa em mercado secundário e de acesso do tesouro ao mercado primário de dívida. Tal risco poderia ser potenciado por uma eventual degradação do sentimento

face ao risco nos mercados financeiros internacionais ou espoletado por um desempenho fraco da economia doméstica, ou ainda, por perturbações na conjuntura política nacional.

A ocorrer, um agravamento substancial do risco da dívida soberana poderia penalizar a posição de liquidez do Banco, quer por via das dificuldades de financiamento, quer por via da redução da pool de ativos elegíveis para desconto junto do BCE, bem como dos custos de financiamento da sua atividade e da sua capacidade para aumentar a carteira de crédito e ativos, com um impacto negativo na situação financeira, na qualidade do crédito e nos resultados líquidos operacionais do Grupo. Esta conjuntura poderá ser agravada pela persistente volatilidade no setor financeiro e nos mercados de capitais, por dificuldades de uma ou mais instituições financeiras, ou ainda pelo incumprimento por parte destas, o que poderá conduzir a problemas de liquidez significativos no mercado em geral e a perdas e incumprimento por outras instituições. Adicionalmente, e face às atuais condições de mercado, não é possível prever que alterações estruturais e/ou regulatórias poderão resultar da conjuntura de mercado atual ou se tais alterações poderão ter um impacto negativo no Banco. Caso a conjuntura de mercado atual se continue a deteriorar, designadamente por um prolongado período de tempo, tal poderá conduzir à redução da disponibilidade de crédito, da qualidade do crédito e ao aumento de incumprimento da dívida, o que poderá ter um impacto negativo no rating, atividade, situação financeira, resultados operacionais e perspetivas de futuro do Banco.

2.1.7 Alterações de política económica, nomeadamente ligadas aos ciclos eleitorais, poderão afetar adversamente a atividade do Banco.