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CAPÍTULO 6 – REGIME FISCAL

6.1 Rendimentos na troca de Valores por Ações

6.1.1 Pessoas singulares residentes para efeitos fiscais em Portugal ou com estabelecimento estável em Portugal ao qual os rendimentos sejam imputáveis

As mais-valias obtidas por pessoas singulares residentes em Portugal resultantes da troca de Valores por Ações são consideradas rendimentos da Categoria G do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (“IRS”) (incrementos patrimoniais).

A mais-valia na troca é dada pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição. O valor de realização corresponde ao valor atribuído às Ações recebidas, ou o valor de mercado, quando aquele não exista ou este seja superior.

O valor de aquisição, tratando-se de valores mobiliários cotados em bolsa, é o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o da menor cotação verificada nos dois anos anteriores à data da alienação, se outro menos elevado não for declarado.

Ao valor de aquisição acrescem, para efeitos de determinação do valor sujeito a imposto, as despesas necessárias e efetivamente incorridas na aquisição e na troca.

O valor de aquisição de ações é corrigido pela aplicação de coeficientes para o efeito aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças sempre que tiverem decorrido mais de 24 meses desde a data da aquisição.

O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a alienação de valores mobiliários e ativos financeiros é tributado à taxa especial de IRS de 28%, sem prejuízo do seu englobamento por opção dos respetivos titulares e tributação a taxas progressivas que podem atingir 48%, acrescidas de uma taxa adicional de solidariedade de 2,5% e 5%, que incidirá sobre o rendimento coletável que exceda os € 80.000 e € 250.000, respetivamente, e de uma sobretaxa de 3,5%.

No caso de apuramento de um saldo negativo entre as mais e menos-valias resultantes de operações realizadas no mesmo ano, o reporte do saldo negativo poderá ser efetuado, aos rendimentos da mesma natureza, nos cinco anos seguintes, desde que haja opção pelo englobamento.

O juro corrido de títulos de dívida qualifica como rendimento de capitais e, no caso de títulos abrangidos pelo Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, é tributado em IRS por retenção na fonte à taxa de 28%, liberatória salvo opção pelo englobamento e tributação a taxas progressivas que podem atingir 48%, acrescidas de uma taxa adicional de solidariedade de 2,5% e 5%, que incide sobre o rendimento coletável que exceda os € 80.000 e € 250.000, respetivamente, e de uma sobretaxa de 3,5%.

6.1.2 Pessoas singulares não residentes para efeitos fiscais em Portugal e sem estabelecimento estável em Portugal ao qual os rendimentos sejam imputáveis

Não incide IRS sobre as mais-valias obtidas com a troca de Ações Preferenciais - séries C e D, por tais rendimentos não se considerarem obtidos em território português.

As mais-valias obtidas por pessoas singulares não residentes com a troca de Valores cujos códigos ISIN se iniciem por “PT” e estejam integrados na Central de Valores Mobiliários estão sujeitas a IRS, sendo o saldo anual positivo entre as mais-valias não isentas ou excluídas de tributação nos termos dos parágrafos seguintes e as menos-valias nas mesmas condições realizadas com a transmissão onerosa de ações (e outros ativos previstos na lei) tributado à taxa de 28%.

Ao valor de aquisição acrescem, para efeitos de determinação do valor sujeito a imposto, as despesas necessárias e efetivamente incorridas na aquisição e na troca.

O juro corrido de títulos de dívida qualifica como rendimento de capitais e, no caso de títulos abrangidos pelo Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, é tributado em IRS por retenção na fonte à taxa liberatória de 28%. No entanto, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, estão isentos de IRS as mais-valias e os rendimentos de capitais (incluindo o juro corrido) de valores mobiliários representativos de dívida emitidos por entidades residentes em Portugal e integrados em sistema centralizado gerido por entidade residente em território português (como a Central de Valores Mobiliários, gerida pela Interbolsa), por entidade gestora de sistema de liquidação internacional estabelecida noutro Estado membro da União Europeia ou de Estado membro do Espaço Económico Europeu desde que, neste último caso, este esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, ou, a requerimento do emitente, mediante autorização do membro do Governo responsável pela área das finanças, integrados noutros sistemas centralizados, caso os seus beneficiários efetivos não tenham em território português residência ou estabelecimento estável ao qual os rendimentos possam ser imputáveis, e sejam residentes em país ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para evitar a dupla tributação internacional, ou acordo que preveja a troca de informações em matéria fiscal ou não sejam residentes em país, território ou região com um regime de tributação claramente mais favorável, constante de lista aprovada pela Portaria n.º 150/2004, de 13 de fevereiro.

Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar as mais-valias em análise, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente.

6.1.3 Pessoas coletivas residentes para efeitos fiscais em Portugal ou com estabelecimento estável em Portugal ao qual os rendimentos sejam imputáveis

As mais-valias obtidas por pessoas colectivas residentes em Portugal ou não residentes com estabelecimento estável situado em território português ao qual os rendimentos sejam imputáveis com a troca de Valores por Ações são incluídas no lucro tributável em sede Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (“IRC”), aplicável à taxa de 21% ou à taxa de 17% aos primeiros € 15.000 de matéria coletável no caso de pequenas ou médias empresas. Poderá acrescer derrama municipal, a uma taxa variável de acordo com a decisão dos órgãos municipais em cada ano, até 1,5% do lucro tributável. É ainda aplicável uma derrama estadual à taxa de 3% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 1.500.000 e até € 7.500.000, à taxa de 5% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 7.500.000 e até € 35.000.000 e à taxa de 7% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 35.000.000.

As mais-valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correcções de

valor previstas no Código do IRC. O valor de aquisição de ações é corrigido pela aplicação de coeficientes para o efeito aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças sempre que tiverem decorrido pelo menos 2 anos desde a data da aquisição.

Considera-se valor de realização o valor de mercado das Ações.

No caso de títulos abrangidos pelo Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, o juro corrido é sujeito a retenção na fonte de IRC à taxa de 25% a título de pagamento por conta do imposto devido a final.

6.1.4 Pessoas coletivas não residentes para efeitos fiscais em Portugal e sem estabelecimento estável em Portugal ao qual os rendimentos sejam imputáveis

Não incide IRC sobre as mais-valias obtidas com a troca de Ações Preferenciais - séries C e D, por tais rendimentos não se considerarem obtidos em território português.

As mais-valias obtidas por pessoas scoletivass não residentes com a troca de Valores cujos códigos ISIN se iniciem por “PT” e estejam integrados na Central de Valores Mobiliários estão sujeitas a IRC, sendo o saldo anual positivo entre as mais-valias não isentas ou excluídas de tributação nos termos dos parágrafos seguintes e as menos-valias e as menos-valias nas mesmas condições realizadas com a transmissão onerosa de ações (e outros ativos previstos na lei) tributado à taxa de 25%.

Ao valor de aquisição acrescem, para efeitos de determinação do valor sujeito a imposto, as despesas necessárias e efetivamente incorridas na aquisição e na troca.

No caso de títulos abrangidos pelo Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, o juro corrido é tributado em IRC por retenção na fonte à taxa liberatória de 25%.

No entanto, nos termos do Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, estão isentos de IRC as mais-valias e os rendimentos de capitais (incluindo o juro corrido) de valores mobiliários representativos de dívida emitidos por entidades residentes em Portugal e integrados em sistema centralizado gerido por entidade residente em território português (como a Central de Valores Mobiliários, gerida pela Interbolsa), por entidade gestora de sistema de liquidação internacional estabelecida noutro Estado membro da União Europeia ou de Estado membro do Espaço Económico Europeu desde que, neste último caso, este esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da União Europeia, ou, a requerimento do emitente, mediante autorização do membro do Governo responsável pela área das finanças, integrados noutros sistemas centralizados, caso os seus beneficiários efetivos não tenham em território português residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável ao qual os rendimentos possam ser imputáveis, e sejam:

(i) Bancos centrais e agências de natureza governamental;

(ii) Organizações internacionais reconhecidas pelo Estado português;

(iii) Entidades residentes em país ou jurisdição com o qual esteja em vigor convenção para evitar a dupla tributação internacional, ou acordo que preveja a troca de informações em matéria fiscal;

(iv) Outras entidades que, em território português, não tenham residência, sede, direção efetiva nem estabelecimento estável ao qual os rendimentos possam ser imputáveis, e que não sejam residentes em país, território ou região com um regime de tributação claramente mais favorável, constante de lista aprovada pela Portaria n.º 150/2004, de 13 de fevereiro.

Nos termos gerais, é aplicável uma isenção de IRC relativamente a mais-valias, salvo no caso de: (i) entidades detidas, directa ou indirectamente, em mais de 25%, por entidades residentes; ou

(ii) entidades domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de fevereiro.

Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar essas mais-valias, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente.