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Estrutura administrativa, espaço físico e logística para o desenvolvimento das atividades paradiplomáticas.

Sumário

Eixo 6: Estrutura administrativa, espaço físico e logística para o desenvolvimento das atividades paradiplomáticas.

Na cidade de São Paulo, as atividades de relação e cooperação internacionais têm seu início na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989/1992), em que é criada a Assessoria de Relações Internacionais, vinculada à Secretaria de Negócios Extraordinários. Nesse mesmo período, estavam em curso os trabalhos de elaboração da Lei Orgânica Municipal (LOM) de São Paulo, as discussões sobre a instalação da Assessoria de Relações Internacionais serviram de inspiração para os vereadores daquela legislatura inserirem no artigo quarto da LOM que estabelece que “O Município, respeitados os princípios fixados no art. 4º da Constituição da República, manterá relações internacionais, através de convênios e outras formas de cooperação” (DOWBOR e JAKOBSEN. 2006) (grifo meu).

Nos dois governos que sucederam a gestão Luiza Erundina (Paulo Maluf e Celso Pitta), as atividades de relação e cooperação internacionais foram desarticuladas.

Esta temática é retomada no governo Marta Suplicy (2001/2004) por meio da criação da Secretaria de Relações Internacionais (SMRI) que previa uma estrutura pequena para realização dos trabalhos. A equipe era composta pelo Secretário Municipal, uma assistente do Secretário e três assessores (um de cooperação multilateral, um de cooperação bilateral e o chefe de gabinete).

A lei municipal que criou a SMRI não criou cargos na estrutura permanente que recém se instalava. Todos os técnicos contratados para desempenharem as atividades da SMRI ocupavam “cargos em comissão”, ou seja, eram profissionais nomeados por portaria expedida pelo chefe do executivo municipal. Se por um lado, havia a facilidade e rapidez da nomeação, por outro, revelava uma fragilidade da política em construção, pois pelo mesmo expediente, estes poderiam ser dispensados. Ao longo da gestão, os dirigentes da pasta convenceram-se da importância de viabilizar na estrutura gerencial os cargos permanentes, algo como bacharéis em relações internacionais. Segundo informações colhidas na entrevista com Giorgio Romano, Chefe de Gabinete, chegaram a ocorrer entendimentos com a Prefeita, Secretaria de Governo e Procuradoria Jurídica para criar os cargos. Entretanto, a proposta foi vetada pela Secretaria de Gestão que defendia a criação de um cargo com perfil mais amplo, algo como gestor de políticas públicas, e não com foco em relações internacionais. Criou-se um impasse que não levou à criação de nenhum cargo efetivo.

Na transição do governo de Marta Suplicy para o de José Serra/Gilberto Kassab, indicou que a criação dos cargos permanentes teria sido importante para assegurar uma passagem “mais tranquila” das ações paradiplomáticas em curso, entre as gestões cujas matrizes políticas se

apresentavam como distintas. A maioria dos quadros técnicos contratada no governo Marta, por ter uma identidade político-partidária com seu governo, não correspondia ao critério básico de “confiança” para permanecer trabalhando no governo sucessor. Se o profissional é contratado por concurso público este problema não ocorre com a mesma intensidade.

Desde 2003, a SMRI possui uma estrutura para o seu funcionamento em que estão previstos espaços adequados para abrigar todos os profissionais técnicos e especialistas, bem como administrativos, contábeis e de apoio (motoristas, copeiras, faxineiros). Há salas separadas para o Secretário, para o Secretário Adjunto e para o Chefe de Gabinete.

Além do espaço físico adequado para o desenvolvimento das atividades, a SMRI dispõe de orçamento próprio, cota de viagens para atividades internacionais, além de boa infraestrutura de comunicação telefone, fax e internet banda larga.

Em Montevidéu, apesar de as atividades de relação e cooperação internacionais ter sido iniciadas no primeiro governo da Frente Ampla (intendente Tabaré Vázquez (1990/1994), a primeira estrutura para coordenação de tal atividade somente foi criada no segundo governo da Frente e primeiro do intendente Mariano Arana (1995/2000).

Ante ao agravamento da crise econômica que assolava o país, a intendência entendeu ser necessária a criação do Departamento de Desenvolvimento Econômico. Como unidade deste Departamento foi criada a unidade “Cooperação e Relações Internacionais”. Chama a atenção para o nome da unidade, onde a expressão cooperação precede as relações internacionais. Como poderá ser visto no Eixo 13: Definição do conceito de “Relação internacional” e “Cooperação internacional”, que há uma inversão da lógica e prática da realização da política, onde primeiro se realizam atividades de relações internacionais, para depois realizar a cooperação internacional.

No segundo mandato do intendente Mariano Arana (2000/2005), a unidade foi promovida à condição de “Divisão de Relações Internacionais e Cooperação” e ainda continua vinculada ao Departamento de Desenvolvimento Econômico.

A Divisão está instalada em espaço com quatro salas, sendo uma para o Diretor, uma para a Unidade de Projetos, uma para a Unidade de Integração (onde funciona também a Secretaria Técnica Permanente da Rede Mercocidades), e a quarta à Unidade de Relações Institucionais e Apoio Técnico e Administrativo.

Quanto aos recursos humanos há uma diferença em relação à cidade de São Paulo. Quando da criação da unidade Cooperação e Relações Internacionais, houve uma consulta interna aos quadros permanentes da IMM de modo a identificar quem tinha interesse em trabalhar com o tema na unidade que recém instalava. Entre os que manifestaram interesse, dois foram selecionados para iniciarem as atividades (e ambos continuavam até o momento da realização da entrevista). Quanto à gestão orçamentária, diferentemente da cidade de São Paulo, a Divisão de Relações Internacionais e Cooperação, por estar vinculada ao Departamento de Desenvolvimento Econômico, não possui autonomia orçamentária.

Além do espaço físico adequado para o desenvolvimento das atividades, há ainda a infraestrutura de comunicação telefone, fax e internet banda larga.

Eixo 7: Quanto aos recursos humanos disponíveis para a realização das atividades de relação