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Quais os benefícios que foram alcançados até o momento com as atividades de

Sumário

Pergunta 9: Quais os benefícios que foram alcançados até o momento com as atividades de

relação e cooperação internacionais?

Segundo os atores de Montevidéu os principais benefícios alcançados foram:

• a maioria dos atores entrevistados fizeram o uso da expressão “muitos benefícios” ao iniciarem a resposta a esta pergunta e a partir daí relacionaram as vantagens abaixo relacionadas;

• construção de uma política municipal de inserção internacional por meio de cooperação que propiciou que a cidade ficasse conhecida internacionalmente; • realização de intercâmbio de boas práticas para a solução de problemas comuns e concretos com a descoberta de que estes são os mesmos em todos os lugares do mundo;

• captação de recursos estimados na ordem de 25 milhões de dólares ao longo dos últimos 5 anos de atuação;

processo de aprendizagem na realização dos projetos, em particular pelas ações de “ida e volta” entre elaboração, negociação, confirmação da cooperação, execução do objeto e correção de rotas ante a avaliação dos resultados. A materialização do ato de relacionar e cooperar internacionalmente é uma tecnologia estruturante da política municipal de relação e cooperação internacionais que está sob domínio do corpo técnico da Divisão de Relações Internacionais e Cooperação;

• ntercâmbios das mais variadas naturezas entre Montevidéu e cidades latino- americanas e europeias.

A seguir, os principais benefícios alcançados, segundo os atores de São Paulo. • Da mesma forma que os atores montevideanos, os paulistas também abrem suas explanações com a expressão “muitos” benefícios foram alcançados com as atividades

• Protagonismo, no âmbito nacional e internacional, acerca do papel dos governos locais como atores internacionais na solução de problemas que os governos nacionais têm demonstrado incapacidade para solucioná-los

• Consolidação de inúmeras cooperações técnicas, científicas e políticas entre a cidade de São Paulo com várias cidades de outros países. Em particular pelo reconhecimento de que muitas das soluções dos problemas paulistanos servem como indicativo de soluções aos problemas de várias cidades em outros cantos do mundo.

• Captação de recursos para investimento na solução de problemas locais, algo como sessenta milhões de reais captados na Gestão Marta Suplicy. Nesta soma foram envolvidos 24 milhões de euros do projeto de cooperação entre a cidade de São Paulo e Comissão Europeia (recuperação do centro da cidade), projeto de recuperação da Fonte Parque do Ibirapuera no marco do irmanamento de São Paulo com a cidade italiana de Milão, a construção do “Centro da Mulher Helena de Gramon”, o Ambulatório para a Saúde da Mulher na Zona Leste, o Restaurante Escola construído no terreno da Câmara Municipal de SP, projetos de urbanização de favelas, gestão de resíduos sólidos, Cooperação com Ile-de- France, entre outros.

• Há, entretanto, outros resultados que não são fáceis de serem mensurados e que são importantes de ser relacionados. Por exemplo, o impacto produzido nas vidas dos alunos que frequentam o curso do Restaurante Escola São Paulo que, ao terminarem o período de aprendizagem, conseguem empregos nos restaurantes da cidade, ou podem iniciar o seu próprio negócio. O resultado proporcionado às mulheres no atendimento realizado pela ação da Casa da Mulher. Os benefícios proporcionados aos moradores das favelas urbanizadas. Enfim, estes benefícios não são possíveis de mensurar ou quantificar sem a realização de pesquisas quali-quantitativas com os envolvidos/beneficiários, mas não deixam dúvida alguma de que os resultados proporcionados pela ação da cooperação internacional melhoram a vida de muitas pessoas.

• Os relacionamentos institucionais construídos com cidades, governos nacionais, com a União Europeia, com as agências da ONU — enfim trata-se de uma grande “teia de relacionamentos” que possibilitou a identificação de inúmeras oportunidades para São Paulo nas redes de cidades e nas conferências internacionais.

• No âmbito acadêmico, a realização de vários estudos e comparações sobre o tema e as perspectivas sociais, políticas e econômicas que a relação e cooperação internacionais propiciam aos governos locais.

Pergunta 10: Quais as principais dificuldades identificadas no desenvolvimento das atividades

de relações e cooperação internacionais?

Segundo os atores de São Paulo as principais dificuldades foram:

• a falta de compreensão da estrutura da Prefeitura de São Paulo na identificação do papel e importância das atividades paradiplomáticas para a cidade, uma vez que muitos perguntavam com frequência: o que é isso? Para que serve isso? Por que criar uma nova Secretaria, se o dinheiro gasto com este custeio poderia ser “melhor aplicado” na saúde ou educação?;

• a falta de conhecimento do quadro técnico da SMRI que eram especialistas em cooperação internacional, mas não conheciam políticas públicas, base para a realização das atividades de cooperação. Outro fato relevante é que esta equipe de especialistas em relação e cooperação internacionais conhecia pouco das regras da gestão pública em geral;

• o processo de transição de governos quando ocorre ruptura em função do resultado eleitoral adverso ao condutor da política de relação e cooperação internacionais;

• as dificuldades quanto a tornar conhecidas as políticas de combate a pobreza e de promoção da inclusão social realizadas pela cidade junto a outros governos locais com o objetivo de estabelecer parcerias;

• a inexistência de uma agenda de interesses domésticos claros e definidos de acordo com os interesses da cidade de São Paulo e prioridades do governo. Alia-se a esta questão a ausência da identificação de quais são as vocações e atividades internacionais que estão sediadas no território da cidade;

• identificação e conhecimento do que está acontecendo na agenda internacional de cooperação, ou seja, saber para onde os “ventos estão soprando”;

• a ausência de um planejamento estratégico que aponte os caminhos possíveis para a atuação;

• o domínio da língua e os significados de cada realidade que geram dificuldade de postura e cria barreiras quanto à compreensão ou geram percepções enganosas quanto a realidade objeto da cooperação;

• a oferta do montante aportado pelo donante é menor que a demanda necessária para a cobertura das despesas da cooperação.

Segundo os atores de Montevidéu as principais dificuldades foram:

• os procedimentos burocráticos (fazer a burocracia local falar a “mesma língua” que a burocracia do donante): administração dos recursos da cooperação em contas separadas, prestação de contas, realização de informes intermediários, avaliação e justificativas do resultado final.

• as dificuldades de apresentação pelo recebedor da realidade que se deseja trabalhar, junto ao donante. Compreensão da realidade local por parte das entidades cooperantes, em particular com o tema da “coesão social”;

donante diz imutavelmente o que deseja que o recebedor faça com os recursos; • o “descasamento” do cronograma de execução e as regras de fiscalização, em particular os projetos de cooperação financiados pela Comissão Europeia; • a conciliação das agendas (tempos: cooperação, execução as atividades e mandatos dos dirigentes) com a maturação e geração de bases de sustentabilidade para o projeto;

• a dificuldade de comunicação desde a mais simples, que é como se explicar que esta área é necessária nos tempos que vivemos, tanto para o governo quanto para a sociedade;

• as resistências internas na maquina administrativa e setores que não compreendem a importância do trabalho de relações internacionais, que veem as ações como despesas e não como captação de investimento.