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2 TEORIAS, DESENVOLVIMENTO REGIONAL E FATOS ESTILIZADOS

3.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MODELO B;NORIM

3.2.1 Estrutura dos dados do modelo B;NORIM

O Quadro 2 apresenta a descrição e a dimensão dos principais conjuntos utilizados no modelo B;NORIM, os quais vão indicar a partir dos índices ( etc) a dimensão das matrizes apresentadas no fluxograma da base de dados (Figura 7). Vale salientar que os conjuntos que representam as regiies de destino (DST), origem (ORG) e margem de produção (PRD) são os mesmos, sendo nomeados de acordo com o contexto em que são utilizados. Os retângulos que aparecem na Figura 7 representam matrizes de fluxos, sendo que as principais matrizes estão destacadas em negrito e as demais são obtidas a partir delas.

Índice

Nome do Conjunto

Descrição Tamanho

s SRC Fonte doméstica ou importada (dom,imp) 2

c COM , 30

m MAR , de margem (comércio e transporte) 2

i IND Indústrias 30

d DST Regiies de destino 29

r ORG Regiies de origem 29

p PRD Regiies de margem de produção 29

f FINDEM Demanda final (HOU ; famílias, INV ; investimento, GOV ; governo,

EXP ; exportaçies 4

u USER Usuários = IND + FINDEM 33

Quadro 2: Principais conjuntos do modelo B;NORIM

A valoração dos fluxos das matrizes trazidas na Figura 7 pode ser mensurada a partir de três formas:

i) Preço básico = preços de produção para bens produzidos no país ou preços CIF para importados;

ii) Preço de "entrega" = preço básico + margens; e

iii) Preço de "compra" = preço básico + margens + impostos = preço de "entrega" + impostos.

As matrizes apresentadas no lado esquerdo da Figura 8 se assemelham (para cada região) com uma base de dados convencional de insumo;produto. A matriz USE, por exemplo, mostra o preço de entrega da demanda por cada produto ( em COM) se doméstico ou importado ( em SRC) em cada região de destino (DST) para cada usuário (USER, formado por indústrias; IND; e quatro demandantes finais: famílias, investimento, governo e exportaçies). Alguns elementos típicos do USE podem indicar:

− USE ('Petróleo e Gás', 'dom', 'Refino', 'Salvador'): petróleo e gás produzido domesticamente utilizado pela indústria de Refino na microrregião de Salvador.

− USE ('Petróleo e Gás', 'imp', 'HOU', 'Suape'): petróleo e gás importado demandado pelas famílias em Suape.

− USE ('Cimento', 'dom', 'EXP', 'Sergipe'): cimento produzido domesticamente exportado de um porto de Sergipe. Vale destacar que uma parcela desse produto pode ter sido produzido em outra região.

− USE ('Cimento', 'imp', 'EXP', 'Sergipe'): cimento importado re;exportado de um porto de Sergipe.

Figura 7: Fluxograma da base de dados do B;NORIM

Fonte: Elaboração própria com base em Horridge (2012)

Como pode ser visto no último exemplo, a estrutura de dados permite que os bens possam ser re;exportados. Todos os valores de uso são mensurados a preços de "entrega", os quais

HOUPUR(c,d) Valor de compra do produto c usado

pela família representativa em d Preço: phou(c,d) Quantidade: xhou_s(c,d)

INVEST(c,i,d) Valor de compra do produto c usado para investimento na indústria i em d

Preço: pinvest(c,d) Quantidade: xinvi(c,d)

IND

USE

(c,s,u,d) Valor de entrega das demandas:

básico + margens quantidade: xint(c,s,i,d) preço: puse(c,s,d) FIDEM (HOU, INV, GOV, EXP) Quantidades: xhou(c,s,d) xinv(c,s,d) xgov(c,s,d) xexp(c,s,d) demanda final por 4 usauários no preço de entrega puse(c,s,d) COM X SRC + USE_U (c,s,d) = DELIVRD_R (c,s,d) Preço: pdelivrd_r (c,s,d) Quantidade: xrad_r (c,s,d) = CES DELIVRD (c,s,r,d) = TRADE(c,s,r,d) + sum{m, MAR,TRADMAR(c,s,m,r,d)} Preço: pdelivrd(c,s,r,d) Quantidade: xrad(c,s,r,d) + TAX (c,s,u,d) Impostos por commodity COM

X SRC

FACTORS

LAB(i,d) salários CAP(i,d) aluguel do capital LND(i,d) remuneração da terra

PRODTAX(i,d) produção de impostos + = Produto da Indústria: VTOT(i,d) = Estoques = STOCKS(i,d) + MAKE (c,i,d) Produção do bem c pela

indústria i em d Atualização: xmake(c,i,d)*pdom(c,d) COM IND x DST = (Leontief) TRADE (c,s,r,d) Produto c,s de r para d a preços

básicos Quantidade: xtrad(c,s,r,d) Preço: pbasic(c,s,r) IMPORT (c,r) + TRADMAR (c,s,m,r,d) Margem m sobre o produto c,s

de r para d Quantidade: xtradmar(c,s,m, r,d)

Preço: psuppmar_p(m,r,d)

Soma sobre COM e SRC TRADMAR_CS(m,r,d)

= SUPPMAR_P(m,r,d) CES soma sobre p em REGPRD

SUPPMAR

(m,r,d,p) Margens ofertadas por p sobre

produtos de r para d Atualização: xsuppmar(n,r,d,p)*pdom(m,p) MAKE_I(m,p)= SUPPMAR_RD(m,p) + TRADE_D(m,"dom",p) ORG x DST MAKE_I (c,d) Ofertas de commodities domésticas DST MAKE_I(c,r) = TRADE_D (c,"dom",r)

incluem valores de quaisquer margens de comércio ou transporte usadas no processo de entrega dos bens aos usuários. Observa;se também que a matriz USE não apresenta nenhuma informação sobre a origem regional dos bens, a qual será informada pela matriz TRADE.

A matriz TAX refere;se r receita de impostos por produto e contém um elemento correspondente a cada elemento da matriz USE. A TAX somada rs matrizes de custos dos fatores primários e impostos sobre a produção, constituem juntas os custos de produção (ou valor do produto) de cada indústria regional. A matriz MAKE, por sua vez, representa o valor da produção de cada produto por cada indústria em cada região. Um subtotal da MAKE, MAKE_I, indica a produção total de cada produto ( em COM) em cada região

As mudanças nos estoques é reconhecida pelo modelo B;NORIM de forma limitada: i) as mudanças nos estoques de bens importados são desconsideradas; ii) para a produção doméstica, mudanças nos estoques são encaradas como um destino para a indústria doméstica, ou seja, apresentam dimensão IND; e iii) o resto da produção vai para a matriz MAKE.

O lado direito da Figura 8 revela o mecanismo de oferta regional. A principal matriz é a TRADE, a qual apresenta os fluxos de comércio interregional de acordo com as origens ( em ORG) e os destinos ( em DST) para cada bem ( em COM) se doméstico ou importado ( em SRC). A diagonal dessa matriz ( N ) mostra o valor do uso local que é de origem local. Para bens importados ( = 'imp'), o subscrito de origem regional (em ORG) denota o porto de entrada. A matriz IMPORT, que mostra as importaçies totais por cada porto, é simplesmente uma adição (sobre em DST) da parte importada de TRADE.

A matriz SUPPMAR mostra onde as margens são produzidas ( em PRD). Percebe;se que esta matriz não apresenta os subscritos (COM) nem (SRC), indicando que, para o uso total de margens usadas para o transporte de quaisquer bens da região para a região , a mesma proporção de é produzida na região O resultado da soma de SUPPMAR sobre o subscrito (em PRD) é a matriz SUPPMAR_P, a qual deve ser igual ao subtotal de TRADMAR (sobre em COM e em SRC), isto é, TRADMAR_CS. No modelo, TRADMAR é uma agregação CES de SUPPMAR: as margens (para um determinado bem e rota) são indicadas de acordo com preço dessa margem nas diversas regiies ( em PRD).

O B;NORIM assume que todos os usuários de um determinado bem ( ) em uma dada região ( ) têm o mesmo ' de origem ( ). Com efeito, para cada produto ( ) e região de destino ( ), há um intermediário que decide para todos os usuários em de onde a oferta será obtida.

Assume;se assim substituição de Armington, em que a matriz DELIVRD_R é um composto CES (sobre em ORG) da matriz DELIVRD.

A condição de equilíbrio da base de dados do B;NORIM exige que a soma de USE, isto é, USE_U (de dimensão em COM, em SRC e em DST) seja igual r soma da matriz DELIVRD, DELIVRD_R. A conexão entre oferta e demanda deve ser realizada por bens produzidos domesticamente. Esta conexão, na Figura 7, pode ser vista a partir das setas que ligam a matriz MAKE_I com as matrizes TRADE e SUPPMAR. Para as margens deve;se considerar ambos os requerimentos de margem SUPPMAR_RD e a demanda direta TRADE_D. Por outro lado, para aqueles bens que não são margens, a parcela doméstica da matriz TRADE deve somar (sobre DST) ao elemento correspondente na matriz MAKE_I de

oferta de .

Para diversos propósitos, é útil dividir os investimentos de acordo com a indústria de destino. A matriz INVEST (de dimensão em COM, em IND e em DST) permite diferenciar a composição do produto de investimento de acordo com a indústria. É de se esperar, por exemplo, que o investimento na agropecuária vai utilizar mais máquinas e menos construção do que o investimento realizado em habitaçies.

Por fim, o B;NORIM reconhece quatro demandantes finais em cada região:

i) HOU: família representativa;

ii) INV: formação de capital;

iii) GOV: demanda do governo;

iv) EXP: demanda por exportaçies.