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Estrutura e arranjo institucional do SIFLOR-BR

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.6. AS IMPLICAÇÕES DESTE ESTUDO NA CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DO

4.6.3. Estrutura e arranjo institucional do SIFLOR-BR

A experiência internacional em sistemas de informação florestal, descrita no capítulo 2, mostra que existem diferentes organizações institucionais envolvidas com essa questão. No caso da Finlândia, o Instituto Finlandês de Pesquisa Florestal (METLA) é a principal instituição encarregada de gerar e disponibilizar as estatísticas florestais, mas trabalha de forma integrada com os Centros Florestais Regionais (RFC), as Associações de Manejo Florestal (FMA), as empresas florestais e com o Inventário Florestal Nacional (NFI). Todo esse trabalho é capitaneado pelo Ministério de Agricultura e Florestas da Finlândia (MAF), que coordena o programa de produção e utilização de dados do recurso florestal.

No Canadá, o Conselho Canadense de Ministros Florestais (CCFM) criou o Programa Nacional de Banco de Dados Florestais (NFDP) que foi desenvolvido e implementado pelo Serviço Florestal Canadense (CSF). Em 2000, o CCFM através do seu Comitê dirigente, coordenou o desenvolvimento do novo Sistema Nacional de Informação Florestal (NFIS) para disponibilizar dados e informações coletadas pelos órgãos florestais provinciais, agências locais, organismos não-governamentais, todos de forma autônoma e independente.

Nos EUA, o Serviço Florestal, vinculado ao Departamento de Agricultura (USDA Forest Service), mantém o Sistema de Informações dos Recursos Naturais (NRIS) e também o programa de Inventário Florestal e Análise (FIA). Ambos trabalham em cooperação com os governos estaduais, o setor industrial e as agências federais. Anteriormente, os diferentes sistemas de coleta de dados com padrões independentes e muitas vezes não compatíveis ou comparáveis dificultavam a sua integração e compartilhamento dos dados. Atualmente, com as inovações em TI e mudanças na gestão, essas dificuldades tem sido superadas.

No Chile, o Instituto Florestal (INFOR) é o responsável pelo sistema de informação de inventário e de boa parte das plantações florestais. Trabalha também de forma integrada com a Corporação Florestal Nacional (CONAF) e com o Centro de Informações de Recursos Naturais (CIREN).

No Brasil, o Programa Nacional de Florestas (PNF), criado pelo Decreto nº. 3420, de 02/04/2000, tem o objetivo de articular as políticas públicas setoriais para promover o desenvolvimento sustentável, conciliando o uso com a conservação das florestas brasileiras. É também um programa de articulação interministerial das ações de governo com relação aos recursos florestais. O PNF é coordenado pelo MMA e conta também com um órgão consultivo desse ministério, que é a Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR).

A Lei nº. 11.284, de 02/03/2006, sobre gestão de florestas públicas para a produção sustentável, criou o Serviço Florestal Brasileiro (SFB). O artigo 53, da lei, estabelece competência para o SFB criar e manter o Sistema Nacional de Informações Florestais integrado ao Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA). No âmbito do MMA, o Portal da Gestão Florestal vinculado ao SINIMA objetiva integrar e unificar informações de sistemas existentes ou a serem criados, nas esferas federal e estadual, visando garantir transparência e publicidade sobre a gestão florestal no país, conforme determinam o Decreto nº. 5.975, de 31/11/2006, e a Resolução CONAMA nº. 379, de 19/12/2006. Esse Portal deve servir também de subsídio ao planejamento, monitoramento, controle e gerenciamento florestal junto aos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA).

Existe também um número significativo de instituições e organizações brasileiras, com atuação regional e nacional, que geram e disponibilizam informações relevantes para a área florestal e ambiental, tais como: CEPEA/ESALQ; NIEM/IPT; SIF; IPEF; FLORESTAR;

FFT; IMAZON; INPA; EMBRAPA FLORESTAS; INPE; IBGE; SIPAM/SIVAM; SECEX/MDIC; SBS; BRACELPA; IMAFLORA; FSC Brasil; ABRAF; AMS; ABIMCI; AIMEX e ABIMÓVEL. Estas instituições devem ser consideradas parceiras em potencial (fontes externas de dados e informações) para o SIFLOR-BR.

4.6.3.1. Instituição coordenadora

A coordenação administrativa e institucional do SIFLOR-BR é de responsabilidade do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que deverá estabelecer na sua estrutura uma coordenação geral para o SIFLOR-BR responsável por alocar recursos humanos, técnicos e financeiros necessários para implementar e operacionalizar o sistema. Faz parte também dessa coordenação formalizar e intermediar os arranjos institucionais internos (fontes internas de informação) e externos (fontes e sistemas de informações das instituições parceiras) necessários para a execução dos trabalhos pelas instituições envolvidas com o SIFLOR-BR. A Coordenação Geral do SIFLOR-BR deve ter uma estrutura mínima de técnicos capacitados e de recursos orçamentários para iniciar a implementação do sistema proposto.

4.6.3.2. Níveis consultivos do SIFLOR-BR

Completando a parte da coordenação geral, o SIFLOR-BR deverá contar também com três níveis consultivos para que os temas e as questões debatidas nessas diferentes instâncias possam ser avaliadas pela coordenação geral do sistema. Essas instâncias têm como principal atribuição apoiar o Serviço Florestal no estabelecimento de diretrizes para implementar o SIFLOR-BR. As três instâncias propostas são:

a) Comitê Técnico Nacional (CTN) – Constituído por um grupo de 3 a 5 especialistas nas áreas e temas abordados pelo SIFLOR-BR. O comitê deve ser convocado pelo Serviço Florestal sempre que necessário, com a finalidade principal de realizar análises críticas sobre procedimentos metodológicos, estatísticos e de interpretação de dados e resultados para ajudar no processo de qualidade e melhoria contínua dos dados recebidos e disponibilizados pelo SIFLOR-BR, podendo estabelecer, sempre que necessário, sub- comitês temáticos e temporários para tratar de temas específicos;

b) Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR) – Constituída por representantes distribuídos de forma paritária entre governo e sociedade civil, incluindo órgãos e entidades do governo federal, órgãos estaduais de meio ambiente, sociedade civil organizada, setores da área florestal, Ongs e instituições de ensino e pesquisa. A

CONAFLOR fornece diretrizes para a implementação das ações do Programa Nacional de Florestas (PNF) e permite articular a participação dos diversos grupos de interesse no desenvolvimento das políticas públicas do setor florestal brasileiro. Essa comissão deverá ser consultada pelo SIFLOR-BR, em reuniões ordinárias anuais; e

c) Assembléia Geral das Instituições Parceiras (AGIP) – Trata-se de reuniões gerais com todos os parceiros (provedores de informações para o SIFLOR-BR). As reuniões são realizadas a cada dois anos, para discussão de rumos, diretrizes, desenvolvimento e inovações referentes às informações florestais no país.

4.6.3.3. Instituições parceiras do SIFLOR-BR

Os provedores de informações para o SIFLOR-BR podem ser classificados em provedores internos (fontes de dados dos sistemas do MMA, IBAMA, SFB e dos governos estaduais) e provedores externos (fontes de dados dos sistemas de instituições parceiras). Essas instituições podem ser caracterizadas pelos seus aspectos institucionais, tipo e nível de detalhamento das informações disponibilizadas.

Considerando apenas os aspectos institucionais, podem ser caracterizadas em governamentais (órgãos e instituições federais e estaduais); instituições privadas (empresas, associações setoriais, federações e correlatas); acadêmicas (universidades, fundações, institutos e empresas de pesquisa) e não- governamentais (ongs, sociedades profissionais e outros).