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4.2 CRIANDO O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE DW

4.2.1 Estrutura da Proposta Metodológica

A forma como a metodologia se apresenta é uma característica importante e pode contribuir com a sua aceitação pelos desenvolvedores. Pensando nisso, foi pensado em ter como ponto de partida a atual metodologia existente na empresa e realizar as devidas correções e incrementos para que represente um conjunto de regras de DSI adequado à realidade da empresa. Essas alterações na MDS-DW, posteriormente, podem promover o uso dessas técnicas por todos os desenvolvedores da organização envolvidos com esses tipos de sistemas.

Quando se discute desenvolvimento de SI, vários modelos são baseados em tarefas básicas a serem executadas que remetem a lembrança do método tradicional de desenvolvimento. Baseada nos modelos estudados, a metodologia proposta por esta pesquisa mantém as sete grandes fases da metodologia anterior, como apresenta a Ilustração 13. Esta fase da pesquisa consiste no primeiro resultado da fase de ação da pesquisa-ação.

MDS-DW

1. Iniciação Atividades: .1 Atividade 1 da fase 1, .2 Atividade 2 da fase 1, .3 Atividade 3 da fase 1, .4 Atividade n da fase 1; 2. Análise Atividades: .1 Atividade 1 da fase 2, .2 Atividade 2 da fase 2, .3 Atividade 3 da fase 2, .4 Atividade n da fase 2;

3. Projeto 4. Construção do Data Warehouse

Atividades: .1 Atividade 1 da fase 3, .2 Atividade 2 da fase 3, .3 Atividade 3 da fase 3, .4 Atividade n da fase 3. Atividades: .1 Atividade 1 da fase 4, .2 Atividade 2 da fase 4, .3 Atividade 3 da fase 4, .4 Atividade n da fase 4;

5. Teste do Data Warehouse Atividades:

.1 Atividade 1 da fase 5, .2 Atividade 2 da fase 5, .3 Atividade 3 da fase 5, .4 Atividade n da fase 5;

6. Implantação do Data Warehouse Atividades: .1 Atividade 1 da fase 6, .2 Atividade 2 da fase 6, .3 Atividade 3 da fase 6, .4 Atividade n da fase 6; 7. Acompanhamento do Data Warehouse Atividades: .1 Atividade 1 da fase 7, .2 Atividade 2 da fase 7, .3 Atividade 3 da fase 7, .4 Atividade n da fase 7;

Cada fase é responsável pela descrição de um conjunto de atividades para atingir marcos intermediários durante o desenvolvimento. A execução completa ou parcial de uma fase deve proporcionar o mínimo de informação necessária para o início da fase seguinte. Considerando as modernas técnicas de DSI, é relevante destacar a dinamicidade das fases, as quais não devem ser realizadas em um sequenciamento rígido de atividades cascateadas, pois todo modelo deve ser composto por interação, podendo o sistema estar em diferentes fases ao mesmo tempo. Isto configura uma premissa a ser buscada na definição de uma metodologia de DSI.

Para melhor compreender a estrutura metodológica proposta, a seguir, será explicado o objetivo de cada fase da MDS-DW, sendo descritos resumidamente os acontecimentos que devem acontecer em cada uma.

A fase 1 é a fase de Iniciação, como apresentou a Ilustração 13. O objetivo é compreender a necessidade do cliente e o contexto onde o DW está inserido. Devem ser relacionados os objetivos que se pretendem atingir e analisada a viabilidade do desenvolvimento do sistema. As informações obtidas nesta fase são aprofundadas nas posteriores.

A fase 2 é a fase de Análise, onde são detalhados os requisitos de informação do DW de acordo com as necessidades identificadas na fase anterior. Esse é o momento de realização de várias atividades a fim de:

a) detalhar as necessidades de informações, consolidando os requisitos levantados;

b) verificar as estruturas de dados transacionais para confirmar a possibilidade de obtenção das informações necessárias;

d) elaborar o primeiro desenho do sistema, chamado de modelo conceitual, fazendo uso dos conceitos de fatos, métricas e dimensões;

e) validar o modelo gerando o modelo Multidimensional;

f) mapear a origem dos dados e descrever as regras de negócio envolvidas; g) analisar a qualidade das informações existentes nas fontes de dados,

dependendo da complexidade do projeto.

A fase 3 é a fase de Projeto. Elabora-se o projeto físico dos dados e planeja- se o processo de ETL, bem como se dimensiona a estrutura de hardware. Uma atividade central é a criação do modelo de cubos, gerado a partir do modelo multidimensional onde estão registradas as informações que serão disponibilizadas aos usuários.

Nesta fase devem ser definidas as interfaces de consultas e relatórios que os usuários finais terão acesso. Outra atividade fundamental é a realização do processo de extração, transformação e carga dos dados transacionais para o DW, devendo especial atenção para o volume dos dados a serem extraídos e a periodicidade de execução dos processos de ETL implementados.

A fase de Construção do DW é a fase 4, onde o DW efetivamente é implementado de acordo com todo planejamento realizado nas fases anteriores. As atividades relacionadas nesta fase possuem características extremamente técnicas, pois os modelos passam a existir em bancos de dados e a codificação é realizada seguindo as especificações do cliente.

A fase 5 é a fase de Teste. Este tema vem sendo discutido atualmente e ganhando cada vez mais espaço nos processos de DSI. Nas fases anteriores, o DW foi construído, mas é necessário averiguar se o produto desenvolvido está de acordo com as especificações levantadas e se atenderá aos requisitos do cliente. Nesta

fase é simulado o ambiente do usuário, com as funcionalidades definidas, testando acessos e segurança, além de realizar a validação das métricas, transformações e sumarizações solicitadas.

A fase de Implantação do DW consiste na fase 6, onde o sistema deve ser colocado em produção, após os testes e possíveis ajustes originados na fase anterior. Para isso, devem ser realizadas algumas atividades, como:

a) instalar o sistema no ambiente para acesso do usuário; b) capacitar equipe de suporte ao uso do DW;

c) validar testes finais com o cliente para avaliação do ambiente real de operação;

d) treinar usuários no uso do sistema;

e) disponibilizar documentação para consulta dos usuários.

Após a entrega oficial do DW é necessário realizar o acompanhamento para a verificação do bom desempenho do sistema, tanto em aspectos técnicos, como também funcionais para a avaliação de satisfação do usuário. Esta é a fase de

Acompanhamento do DW. O sistema deve ser acompanhado até que nenhum erro

seja registrado. Também deve ser registrado como tarefa, organizar a forma de manutenção para possíveis solicitações de mudança pelo usuário na medida em que o modelo de negócio do cliente sofra alteração.

Os membros da equipe do Projeto Base de Gestão do MTE, em parceria com a equipe do DEIE, estabeleceram esse conjunto de sete fases como revisão da MDS-DW. Porém, a descrição de cada fase é merecedora de críticas. Assim, este processo para DW também se enquadraria nas críticas de Vassiliadis (2000) sobre alguns procedimentos metodológicos de desenvolvimento de SI, onde ele aponta a ausência de elementos concretos a serem seguidos pelos desenvolvedores. De fato,

a metodologia proposta até o momento descreve somente macro atividades e faz referência apenas ao que deve ser feito, sem fornecer indícios de como fazer.

Na busca de não repetir os mesmos erros apontados por Vassiliadis (2000) e com a finalidade de se construir uma metodologia concreta, a equipe do Projeto Base de Gestão do MTE concentrou-se em descrever detalhadamente uma proposta para a fase de iniciação. O objetivo principal desta fase é obter o consenso em relação ao escopo do sistema, bem como a determinação do ciclo de vida do sistema. A investigação do ambiente deve considerar a estrutura organizacional, a cultura e o papel da TI na organização.

Embora para a fase inicial seja apresentada pouca literatura acadêmica e relativo desprezo pelas práticas comerciais, esta fase foi considerada pelo grupo de trabalho como o principal foco de atuação. O maior esforço do grupo foi depositado neste estudo, visto que a característica de conhecer a organização e o seu contexto deve ser priorizada em relação a aspectos puramente técnicos, especialmente no início do desenvolvimento.

Pela peculiaridade da construção de Data Warehouse, que disponibiliza aos seus usuários a capacidade de se basear em informação para realizar sua tomada de decisão, foi intenção da proposta metodológica realizar a aproximação dos usuários com o desenvolvimento. Neste sentido, foi buscado definir as atividades em que o usuário tenha participação ativa em um maior número de etapas do processo.

A primeira ação para possibilitar essa aproximação é criar espaços para a atuação do usuário (KYNG, 1991). Isto pode ser viabilizado pela exigência da presença dos envolvidos a cada atividade realizada. Esse grau de participação dos usuários é tratado pela teoria do desenho participativo.

O DSI requer a reunião de diferentes assuntos, tais como: técnicos, culturais, políticos e organizacionais. A abordagem tradicional de DSI não alcança uma satisfatória compreensão para esses assuntos de teor social (PEKKOLA, KAARILAHTI, POHJOLA, 2006), por este motivo foi objetivada a aplicação de abordagens alternativas, como é o caso do desenho participativo.

Uma metodologia baseada nesses métodos alternativos deve estabelecer uma aprendizagem mútua entre os desenvolvedores e os usuários, assim como afirma Simonsen e Hertzum (2008). Nesse sentido, Waller et al. (2006) comentam que a influência do usuário no desenho do sistema promove a aceitação do SI, pois desta forma ele sente-se mais responsável pelo produto e pela decisões tomadas durante o projeto.