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Estrutura do Sistema Penitenciário do Estado/ano de inauguração e regime jurídico.

No documento ALEXANDRE SAMARONE SILVA DE SOUZA (páginas 110-115)

CAPITULO V 5 OS CÁRCERES NO ESTADO DO PARÁ.

5.2. Estrutura do Sistema Penitenciário do Estado/ano de inauguração e regime jurídico.

CASA PENAL ANO DE

INAGURAÇÃO REGIME PENAL

Centro de Recuperação de Americano 1977 Fechado Centro de Recuperação de Americano I 1979 Fechado

Casa do Albergado 1985 Aberto

Colônia Agrícola Heleno Fragoso 1986 Semi-aberto

Centro de Recuperação do Coqueiro 1992 Fechado

Centro de Recuperação Silvio Hall de Moura

1996 Fechado/ semi-aberto

Centro de Recuperação Mariano Antunes

1996 Fechado

111 Itaituba

Centro de Recuperação Americano II

1998 Fechado

Centro de Recuperação de

Ananindeua

1998 Fechado- semi aberto

Centro de Reeducação Feminino 1998 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Bragança

1999 Fechado

Cadeia de Recuperação Regional de Mocajuba

2005 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Paragominas

1999 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Altamira

1999 Fechado

Presídio Estadual Metropolitano I 2000 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Castanhal

2000 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Tucuruí

2002 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Tomé-Açu

2002 Fechado

Cadeia Pública de Mosqueiro 2002 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Abaetetuba

2002 Fechado

Centro de Recuperação Especial Cel. Neves

2003 Fechado

Centro de Recuperação Regional de Redenção

2003 Fechado

Cadeia Pública de Capanema 2003 Fechado

Centro de Detenção Provisória de Icoaraci.

2004 Fechado

Presídio Estadual Metropolitano II 2004 Fechado

Presídio Estadual Metropolitano III 2005 Fechado

Cadeia pública de Salinópolis 2005 Fechado

Cadeia Pública de Cametá 2005 Fechado

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

X Custódia

Centro de Recuperação Regi. Baixo Tocantins

2006 Fechado/Provisório

CRDP - São Brás 2006 Fechado/Provisório

CRDP- Cidade Nova 2006 Fechado/Provisório

CRDP-Nova Marambaia

112

Fonte:Susipe/Gabinete do Superintendente, 2006.

O Sistema Penitenciário do Estado do Pará é seletivo e funciona em torno de três regimes

jurídicos: o fechado, o semi-aberto e o aberto. A medida de segurança, apesar de ter um caráter mais progressivo, não deixa de ser um regime de vigilância institucional, porém, precisa da existência de um hospital psiquiátrico para tutelar os internos com distúrbios psíquicos. A

rotatividade é outro aspecto que se pode observar dentro do sistema penal. Dados disponíveis da SUSIPE revelam que a reincidência penal ainda é alta no Estado, no entanto, é menor que o nível nacional, levando-se em conta o total geral da população carcerária.

Em entrevista ao Jornal Diário do Pará do dia 30/10/05, o Secretário Especial de Defesa Social, Paulo Sette Câmara22, que, prestes a encerrar uma longa carreira sempre ligada ao setor, vê-se hoje numa situação curiosa. Como secretário, ele considera que “muita coisa foi feita, mas tem consciência de que não lhe foi possível fazer tudo o que pretendia”. Ao mesmo tempo, como

cidadão, sente-se preocupado e acha que, em matéria de resultados, “o sistema de segurança poderia ter caminhado muito mais”. (CAMARA, 2002, p.66).

Deixando transparecer cansaço e desencanto, em diversos momentos, Sette Câmara está convencido de que um grande erro, do próprio aparelho policial, foi talvez não ter sido suficientemente claro para mostrar à população o funcionamento do sistema como um todo. É por

isso, na sua opinião, que as pessoas tendem a desacreditar do trabalho da polícia, passando a considerá-la como único responsável por todas as deficiências e por todos os pecados.

Segundo Paulo Sette Câmara a polícia, seja ela civil ou militar ou mesmo federal, é

apenas peça de uma engrenagem muito maior, que forma no conjunto o sistema de segurança. Dessa mesma engrenagem fazem parte o DETRAN, os bombeiros, o Ministério Público, a

113 Justiça, o sistema penal e, no âmbito municipal, as prefeituras, que detêm o controle sobre atividades e serviços potencialmente geradores de conflitos, como o comércio e a fiscalização do

trânsito, entre outros.

Na mesma entrevista, evitando fazer críticas a outras instituições, o Secretário de Defesa Social observa que “é preciso, da parte da sociedade, um pouco de atenção para verificar em que

lugar e em que momento estanca-se o processo iniciado numa dependência policial e cujo desfecho deveria ocorrer no sistema penitenciário, com a reclusão do delinqüente, depois de julgado pela Justiça, para o cumprimento da pena”. (Jornal Diário do Pará, 30/10/05)

Sette Câmara considera que as polícias civil e militar têm falhas e deficiências que precisam ser corrigidas. O desconhecimento da sociedade, porém, do que seja o sistema de

segurança, avalia que “leva a opinião pública a ver apenas os erros da polícia, ignorando ou minimizando as imperfeições que emperram ou até mesmo paralisam a engrenagem que movimenta o aparato de segurança nas outras esferas de ação”.

O secretário de Defesa Social exemplifica com as comparações que freqüentemente se fazem no Brasil com a operação “tolerância zero”, que reduziu drasticamente os índices de violência e criminalidade em Nova Iorque. A operação lá só deu certo, afirma ele, porque o prefeito tinha sob seu controle a polícia e a Justiça. A primeira providência foi excluir 60% dos

agentes da polícia, um expurgo sem precedentes. Depois, contou com apoio integral dos juízes para todas as decisões.

Aqui no Brasil - e não apenas no Pará -, algo desse tipo seria impensável, segundo Sette Câmara, até por uma razão bem simples: mesmo quando um “policial bandido” é excluído da força policial, ele acaba voltando pouco depois, reintegrado por decisão da Justiça. Ademais,

114 conforme frisou, como seria possível algo desse tipo, se as nossas unidades prisionais estão lotadas de prisioneiros temporários, à espera de julgamento?

No caso do Pará, o secretário diz sentir-se reconfortado com o reconhecimento que hoje vem de todo o país ao trabalho aqui desenvolvido. “O Pará é referência nacional, é um modelo para todo o Brasil”, afirmou Sette Câmara em 2004, apontando as mudanças de método e de

meios operacionais que abrangem, entre outras inovações, a integração das polícias e o uso da inteligência, da informação e da comunicação como instrumento, bem como a transformação do antigo Instituto de Polícia Renato Chaves no mais moderno centro de perícia técnica na área

criminal de todo o Brasil.

Levantamentos realizados pela Secretaria de Defesa Social mostram que, enquanto os

crimes contra a vida se mantêm relativamente estáveis ou com índices moderados de crescimento no Pará, apresentando de ano para ano pequenas variações em números absolutos e em taxas percentuais, os crimes contra o patrimônio aumentaram nos últimos oito anos. O número de roubos, segundo informações da Secretaria Defesa Social na grande Belém, que em 1994 foi de

5.351, fechou o ano passado (2005) com 16.209, sendo estas as notificadas, fora as ocorrências criminais que não são notificadas nas delegacias.

Na área de segurança, a leitura que se faz desses números é a seguinte: como já não há

mais vagas no sistema penal e nem mesmo nas delegacias, os autores dos chamados “pequenos delitos” - furtos e roubos sem vítima fatal - têm uma espécie de salvo-conduto informal. Quando são apanhados, logo estão novamente nas ruas, para praticar novos crimes. Essa alta rotatividade

nas unidades prisionais é confirmada também pelas estatísticas da SUSIPE. Entre janeiro e agosto 2006, as entradas de detentos no sistema penitenciário atingiram 1.421 e as saídas, 1.214, enquanto os reincidentes somavam 310. Segundo o superintendente da SUSIPE, Alírio Sabbá, há

115 casos de reincidentes que já retornaram mais de uma vez às unidades prisionais, em todas por processos diferentes.

No documento ALEXANDRE SAMARONE SILVA DE SOUZA (páginas 110-115)