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Nesta introdução, procuramos discorrer sobre: i) as motivações que nos trouxeram até aqui; ii) o contexto das diásporas22 atuais; iii) questões norteadoras da pesquisa e consequentes objetivos; iv) o lugar teórico de fala; focalizando como lócus de investigação a cidade polo de Criciúma, situada na AMREC. Em suma, são apresentadas as problemáticas que conduziram esta pesquisa.

No segundo capítulo, expusemos o cenário geopolítico da migração23 e sua relação com a(s) língua(s) e o lugar do português neste amplo cenário. Apresentamos o contexto social em que esta pesquisa está inserida e o atual cenário de imigração na região da Criciúma, a partir de autores como Hall (2006), Mamed (2018), Oliveira (2013), Silva, Lima e Fernandes (2018) e do levantamento de informações com órgão competentes (Conare, ACNUR, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Prefeitura Municipal de Criciúma). Demonstramos a necessidade de atenção a uma política das línguas e da e emergência em se discutir planejamento, promoção do e ensino de PLA.

No terceiro capítulo desta dissertação, apresentamos brevemente algumas noções de Política Linguística e sobre as quais nos guiamos para o desenvolvimento deste trabalho. Com base na leitura de Calvet (2002, 2007), Schiffman (1996) Spolsky (2016), Oliveira (2013, 2016); Ruíz (1984), buscando reforçar o referencial teórico, localizamos e analisamos trabalhos de outros pesquisadores que circundam e se dedicam ao estudo do tema. Encontramos quantidade significativa de trabalhos na área de políticas linguísticas direcionadas ao PLE (teses, dissertações24·,

22 De modo bem geral, trata-se de um conceito ligado à noção de povos, que, obrigados (por motivos religiosos, políticos, entre outros), a saírem de seus lugares de origem, migram e formam novas comunidades, replicando identidades no local de acolhimento.

23 Compreendemos como migração o deslocamento de pessoas de forma geral, ou seja, tanto imigrando como emigrando.

24 Utilizamo-nos da busca no Catálogo de Teses e Dissertações do Portal Capes, realizando uma busca por “assunto” e com o uso dos

artigos, trabalhos de conclusão de curso25), porém, em sua maioria, dedicados à condição de Português Língua Estrangeira, como tal. Direcionado às políticas linguísticas e português (como) língua de acolhimento, encontramos 26 trabalhos no Portal CAPES de Periódicos26, já no Catálogo de Teses e Dissertações do Portal Capes27 nenhum trabalho registrado.

Ainda no terceiro capítulo, estabelecemos o status linguístico da língua portuguesa que elegemos para nosso contexto, Português como Língua de Acolhimento - PLA e o que significa termos: “política linguística”, “português língua estrangeira” e o operador booleano AND, optando pela intersecção dos termos, obtivemos 3 (três) resultados. Em uma segunda busca: “política linguística”, “português como língua estrangeira”, obtivemos 7 (sete) resultados, totalizando: 10 (dez) trabalhos. O catálogo reúne registros desde 1987. Observação: desconsideramos todas as outras variações de status do português. Acesso em 12 de fevereiro de 2018.

25 Verificamos por meio de uma busca integrada avançada no Portal Capes de Periódicos, realizando uma busca por “assunto” e que continham os termos: “política linguística” e “português língua estrangeira’ utilizando-nos do operador booleano AND, optando pela intersecção dos termos, obtivemos 172 resultados. Uma segunda busca: “política linguística”, “português como língua estrangeira”, obtivemos: 133 resultados, totalizando: 305 trabalhos, desde 1998 a 2018. Observação: desconsideramos todas as outras variações de status do português e não verificamos equivalência. Acesso em 12 de fevereiro de 2018.

26 Verificamos por meio de uma busca integrada avançada no Portal Capes de Periódicos, realizando uma busca por “assunto” e que continham os termos: “política linguística”, “português língua de acolhimento” ou “português como língua de acolhimento” utilizando- nos do operador booleano AND, optando pela intersecção dos termos, obtivemos 26 resultados. Observação: desconsideramos outras variações de status do português. Acesso em 12 de fevereiro de 2018. 27Verificamos por meio de uma busca integrada avançada no Catálogo de Teses e Dissertações do Portal Capes realizando uma busca por “assunto” e que continham os termos: “política linguística”, “português língua de acolhimento” ou “português como língua de acolhimento” utilizando-nos do operador booleano AND, optando pela intersecção dos termos, obtivemos zero resultados. Observação: desconsideramos outras variações de status do português. Acesso em 12 de fevereiro de 2018.

interpretá-lo desse modo, em detrimento de vários outros termos cunhados na área de ensino de PLE. Especificamente na questão do Português como Língua de Acolhimento, destacam-se os trabalhos das pesquisadoras Grosso (2003, 2007, 2010); Ança (2003), localizados em Portugal e no Brasil, Amado (2013), Silveira (2017) os quais destacamos ao longo da pesquisa, demonstrando a relevância e consequente expansão que o tema tem ganhado no meio acadêmico.

No quarto capítulo nos ocupamos em descrever os procedimentos metodológicos como um todo e os instrumentos de coleta de dados elaborados a partir da definição do objeto, partindo do nosso arcabouço teórico e a justificativa sobre a escolha da metodologia. Dispusemos nesta pesquisa na primeira etapa, de um levantamento bibliográfico e documental, acompanhado de uma análise quantitativa a respeito das migrações. Em um segundo momento, debruçamo-nos sobre a elaboração e a realização das entrevistas semiestruturadas, sendo um dos instrumentos escolhidos, apresentando nossos agentes participantes, para então, seguirmos com uma análise qualitativa dos dados.

No quinto capítulo, discutimos a análise dos dados, de forma narrativa e qualitativa, bem como a realização das entrevistas semiestruturadas e as análises da pesquisadora de todo o processo pesquisado. Os participantes desta pesquisa foram imigrantes haitianos, residentes na região de Criciúma, alunos do curso de português para estrangeiros, oferecido pela Secretaria de Assistência Social em parceria com a Secretaria de Educação, do município de Criciúma. Em um segundo momento, entrevistamos o atual presidente da Associação dos Haitianos de Criciúma (AHC); outros agentes listados para esta pesquisa foram: as entidades governamentais responsáveis por Educação, Direitos Humanos e Jurisprudência no tema (Secretaria de Educação, Secretaria de Assistência Social, Defensoria Pública da União [DPU] e Unesc), na figura de suas autoridades representantes.

Junto ao capítulo sexto, por fim, após a análise dos dados e diante de nosso contexto, em convergência com as práticas da política linguística na qual nos apoiamos, encontra-se a conclusão. O remate deste trabalho traz um breve resumo desta pesquisa; as dificuldades encontradas durante o percurso; sugestões para trabalhos futuros; discussão de possíveis lacunas e possíveis aplicações dos resultados desta pesquisa, mesmo que pensadas para outros contextos possíveis. Descrevemos também os

desdobramentos desta pesquisa que foram de impacto na Universidade em que está inserida bem como na comunidade que a circunda, sendo eles: a aprovação do projeto de extensão: “Programa de Ensino-aprendizagem de Português como Língua de Acolhimento”, direcionado a imigrantes em situação de vulnerabilidade; o oferecimento do curso de Português como Língua Estrangeira pelo Instituto de Idiomas da Unesc, aos alunos estrangeiros de graduação, pós-graduação, residentes ou em mobilidade internacional e aberto à comunidade; e a disciplina que passou a ser ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, no qual esta pesquisa se insere, sob o título “Educação em língua não materna: migrantes e interculturalidade”.

2.0 CONTEXTO: GLOBALIZAÇÃO, MIGRAÇÕES E