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Foto 05 – Local das Atividades (corredor de um salão paroquial

2 PRÁTICA PEDAGÓGICA NAS INTERVENÇÕES COM IDOSOS

2.2 ESTUDOS SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE

A fim de nos aproximarmos de reflexões e estudos sobre a temática em pauta, nos debruçamos sobre a realização da pesquisa do tipo “Estado da Arte”, que segundo Romanowski e Ens, (2006, p. 39),

pode significar uma contribuição importante na constituição do campo teórico de uma área de conhecimento, pois procura identificar os aportes significativos da construção da teoria e prática pedagógica, apontar restrições sobre o campo em que se move a pesquisa, as suas lacunas de disseminação, identificar experiências inovadoras investigadas que apontem alternativas de solução para problemas da prática e reconhecer as contribuições da pesquisa na constituição de propostas na área focalizada. Uma investigação cuidadosa acerca de determinada temática envolve o conhecimento e a compreensão de pesquisas já existentes, considerando seus elementos estruturantes, como objeto de estudo, referencial teórico, caminhos metodológicos e resultados alcançados. Tudo isso nos possibilitará identificar tanto possíveis lacunas, quanto ênfases no concernente aos objetos das pesquisas.

Para tanto, optamos por pesquisar produções referentes à temática “prática pedagógica do professor de Educação Física em intervenções com idosos”, entre os anos de 2003 e 2014, elegendo o ano de 2003 como data inicial, por ter sido instituído, nesse ano, o Estatuto do Idoso e o ano de 2014 como marco final, dada a necessidade de fazermos um recorte temporal e de dar entrada no campo, não descartando, com isso, a inclusão de produções relevantes que tenham sido publicadas em período posterior. No Brasil, o Estatuto do Idoso, surge por iniciativa do Projeto de Lei nº 3.561, de autoria do deputado federal Paulo Paim (PT-RS). Segundo o Estatudo do Idoso (Lei nº 10.471/2003), toda pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, possui direito à liberdade, à dignidade, à integridade, à educação, à saúde, a um meio ambiente de qualidade, entre outros direitos fundamentais (individuais,

sociais, difusos e coletivos), cabendo ao Estado, à sociedade e à família a responsabilidade pela proteção e garantia desses direitos.

Dessa forma, considerando os aspectos políticos, educacionais, sociais e de saúde, elencamos como campo para a pesquisa do estado do conhecimento, duas revistas relevantes na área da Educação Física (Revista Brasileira de Ciências do Esporte e Movimento), cinco revistas na área da Educação (Revista Brasileira de Educação, Educação e Pesquisa, Educação e Realidade, Educação e Sociedade e a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos), teses e dissertações do Programa de Pós Graduação em Educação da UFPE e do banco de dados da CAPES (teses e dissertações), bem como as produções dos Grupos de Trabalho de “Formação de Professores”, “Currículo”, “Estado e Política Educacional” e “Didática” apresentadas em reuniões da ANPEd, entendendo essas fontes como uma possibilidade de mapeamento dos conhecimentos relacionados ao objeto da pesquisa, a prática pedagógica de professores de Educação Física em intervenções com idosos no Programa Academia da Cidade do Recife.

A escolha da Revista Brasileira de Ciências do Esporte se fez por ser um periódico que há mais de três décadas vem contribuindo com a tarefa de divulgar a produção do conhecimento em Educação Física e Ciências do Esporte. Em suas publicações, registra a história da Educação Física brasileira a partir de diferentes olhares e concepções, bem como difunde a produção de pesquisas sobre objetos por meio de distintas abordagens teóricas. Quanto à revista Movimento, a nossa opção considera, principalmente, a interface que faz entre os temas da Educação Física com as Ciências Humanas e Sociais, mais especificamente com seus aspectos pedagógicos, históricos, políticos e culturais. No que se refere às revistas da área de Educação, essas se mostram relevantes, por serem planejadas enquanto instrumento de incentivo à pesquisa acadêmica e ao amplo debate sobre as questões educacionais, nos seus diversos prismas. Destacamos que a escolha das revistas tanto da área da Educação Física quanto da Educação, considerou também o conceito “Qualis” das mesmas. Já a escolha do Grupos de Trabalho da ANPEd (Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação) se faz pela aproximação com a temática prática pedagógica e por serem grupos que discutem e articulam saberes, práticas e políticas relacionadas à prática docente na sua relação com as questões educacionais mais gerais mas também de questões específicas referentes a concepções e práticas relativas a etapas, modalidades, setores e segmentos sociais da educação.

Com o levantamento das produções acerca da prática pedagógica dos professores de Educação Física em intervenções com idosos, pudemos melhor situar o nosso objeto, de

forma que essa pesquisa seja de fato singular e colaborativa para o avanço dos debates, que tem como contexto mais geral o processo de envelhecimento na sociedade, sobretudo, e como o campo educacional tem respondido às demandas desse segmento etário da população.Os nossos primeiros achados apontam para uma escassez na produção intelectual sobre a temática em pauta.

A escassez apontada nos impulsiona para um investimento ainda mais profundo sobre o objeto de estudo proposto, a prática pedagógica dos professores de Educação Física em intervenções com idosos no Programa Academia da Cidade do Recife, fazendo-nos imergir e dialogar com outras áreas de conhecimento, como a psicologia, a antropologia, a gerontologia14 e a área de saúde como um todo. O diálogo com diversas áreas do conhecimento já nos aponta para a necessidade desse pensar o idoso e de se desenvolver trabalhos com eles na perspectiva da interdisciplinaridade, tendo em vista que a mesma tem como objetivo “[...] superar a visão restrita de mundo e compreender a complexidade da realidade, resgatando a centralidade humana na realidade e na produção do conhecimento como ser determinante e determinado.” (MOTTA, 2010, p. 23).

Para uma melhor visibilidade e compreensão do caminho trilhado durante a pesquisa do estado do conhecimento, informamos que o levantamento nos bancos de dados mencionados se fez a partir da leitura dos resumos dos trabalhos, com a finalidade inicial de identificar o objeto de estudo, os objetivos da pesquisa, a metodologia adotada e os resultados alcançados. Os trabalhos foram localizados com o uso de busca feita com o uso de palavras chave “prática pedagógica do professor de Educação Física com o idoso”. Os resultados do levantamento foram dispostos em forma de tabelas, como as que se seguem.

14 “Gerontologia é um campo interdisciplinar que visa ao estudo das modificações típicas do processo de envelhecimento e de seus determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais. É um campo multiprofissional e multidisciplinar.” (CALDAS, 2010, p. 19).

Tabela 01 - Produções de teses e dissertações do PPGE- UFPE e BDTD da CAPES das áreas de Educação e Educação Física (2003-2014)

PRODUÇÃO QUANTIDADE TOTAL TOTAL RELACIONADO

À TEMÁTICA

Dissertações do PPGE- UFPE 343 01

Dissertações Educação CAPES

723 02

Dissertações Educação Física CAPES

20 00

Teses do PPGE-UFPE 86 00

Teses Educação CAPES 633 00

Teses Educação Física CAPES 28 00

TOTAL 1833 03

Fonte: Elaborado pela autora

O resultado das buscas feitas no banco de teses e dissertações da CAPES e do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPE, totaliza 1.833 (hum mil, oitocentas e trinta e três) produções. Contudo, apenas três deles abordam questões referentes à velhice e ao idoso, mas, nenhuma trata sobre a prática pedagógica dos professores de Educação Física nas intervenções com esse público.

O primeiro trabalho que destacamos é uma dissertação de mestrado, advinda do programa de mestrado em Educação, da linha de Formação em Psicologia, da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A autora Denise Araújo da Silva, expressa, em seu trabalho, a preocupação em se construir uma nova imagem da velhice. Para ela, a escola é um espaço privilegiado e, para tanto, torna-se importante para a construção de uma imagem da velhice distante dos estereótipos de invalidez, doença e fardo para a família e para a sociedade. Defende, que por meio de ações pedagógicas, os aspectos referentes à velhice podem ser valorizados.

O caminho proposto para a coleta dos dados buscou colocar em foco os livros didáticos utilizados nas aulas de língua portuguesa e, a partir de sua análise, responder as questões norteadoras da sua pesquisa: esses livros contemplam a temática velhice? Se sim, em que direção? Valorizando ou desvalorizando? A análise quantitativa explorou os dados de incidência de vocábulos referentes à velhice, nos textos e ilustrações, enquanto que a análise qualitativa deu ênfase a diferentes abordagens da temática velhice.

Por fim, a autora conclui que, as coleções não contemplam a temática velhice como objeto de ensino e, de modo geral, não favorecem a construção de uma imagem positiva, mostrando a necessidade de ampliação, aprofundamento e reflexão sobre a construção do conhecimento velhice no âmbito escolar.

O segundo trabalho que destacamos é uma tese de doutorado em Educação Especial da Universidade de São Carlos defendida por Keika Inouye. Para a autora, a educação na velhice tem como finalidade promover a aquisição de conhecimentos que possibilita redimensionamentos quanto ao fomento à qualidade de vida (QV), a partir de pressupostos de interdisciplinaridade, participação social e promoção de saúde. A autora apoia-se em conceito da Organização Mundial de Saúde (1995), segundo o qual “qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e, em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”.

A pesquisa tinha o objetivo de avaliar os efeitos da Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) da Fundação Educacional São Carlos para a qualidade de vida dos participantes, antes, imediatamente após a intervenção e, um ano após o afastamento do idosos das atividades do programa (UATI). Utilizou para a coleta de dados os seguintes instrumentos: ficha de caracterização dos idosos, critério de classificação econômica Brasil, escala de qualidade de vida, escala para medida de satisfação com a vida e escala de ânimo positivo e negativo. A análise foi feita pela técnica de análise de conteúdo e pela aplicação do instrumento de avaliação da qualidade de vida da OMS (WHOQUOL-100)15.

Os resultados indicam que há diferença entre os níveis de satisfação com a vida e ânimos (positivo e negativo) entre idosos usuários e ex-usuários do programa, apontando que a participação torna favoráveis as percepções sobre qualidade de vida. Assim, a autora afirma que é preciso que os programas educacionais incluam os idosos, pois a educação pode ser uma importante fonte de apoio para o enfrentamento de mais uma etapa do ciclo de vida.

Para concluir a busca nos bancos de teses e dissertações, apontamos a dissertação de Tavares (2011), com o seguinte título: Os discursos sobre o idoso no processo de formação do bacharel em Educação Física da Escola Superior de Educação Física da Universidade Estadual de Pernambuco. Teve como principal objetivo analisar os discursos sobre o idoso formulados por professores do curso e presentes em documentos curriculares, no processo de formação do bacharel em Educação Física, da referida instituição. Como modelo analítico foi utilizada a Análise de Discurso Textualmente Orientada de Norman Fairclough (2008), com base no qual foram analisados os discursos presentes nos documentos curriculares (ementas e programas de disciplinas) e advindos das falas dos professores entrevistados. Como conclusão, aponta a interdiscursividade entre documentos e falas, na qual foram percebidas

15 Instrumento de avaliação de qualidade de vida, que avalia o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos dentro de uma perspectiva transcultural (OMS,1995).

aproximações, distanciamentos e silenciamento da temática idoso, bem como quando da presença da preocupação da formação desse profissional com o idoso, uma predominância da abordagem técnica e da visão biologicista de ser humano.

Nessas produções, pudemos visualizar uma concepção de velhice e idoso que foge ao estereótipo de fase da vida em que o indivíduo passa a ser um peso para a família e para a sociedade, deixando de ser válido e produtivo. O destaque nesses estudos, que certamente irão contribuir para o direcionamento da nossa pesquisa, é de uma concepção de velhice como mais uma etapa do ciclo de vida, podendo ser, o idoso, educado para um estilo de vida mais ativo e saudável, permitindo-lhe maior tempo de vida com independência e autonomia e, com isso, maior permanência como sujeito ativo nos grupos familiares e sociais.

Destacamos também que os três trabalhos apontam para a importância da educação enquanto ferramenta de disseminação de uma nova forma de olhar e compreender a velhice e a população idosa. No entanto, em nenhum deles encontramos uma relação direta com o objeto pesquisado, a prática pedagógica dos professores de Educação Física em intervenções com idosos, havendo, assim, um déficit de conhecimento no que pertine ao objeto recortado nesta pesquisa, o que nos dá indícios da necessidade de continuar uma busca por produções que discutam sobre a prática pedagógica de modo geral e as intervenções com idosos.

Nesse segundo momento, apresentamos as produções publicadas em revistas de Educação e Educação Física. Num universo de sete revistas, 2.719 (dois mil setecentos e dezenove trabalhos) artigos, apenas 07 (sete) produções foram encontradas que tratam da temática do idoso.

Tabela 02 - Produções em Periódicos de Educação e Educação Física (2003-2014)

PERIÓDICO QUANTIDADE DE

ARTIGOS

TOTAL RELACIONADO À TEMÁTICA

Revista Brasileira de Ciências do Esporte

468 04

Movimento 352 03

Revista Brasileira de Educação 381 00

Educação e Pesquisa 413 00

Educação e Realidade 393 00

Educação e Sociedade 402 00

Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos TOTAL 310 2719 00 07 Fonte: Elaborado pela autora

Iniciamos nossa busca pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Nessa, foram encontrado 468 (quatrocentos e sessenta e oito) artigos, dentre os quais, três apontam aproximações com a temática velhice e idoso e uma, com as discussões acerca da prática pedagógica dos profissionais (bacharéis) de Educação Física em intervenções com idosos.

O artigo referente à prática pedagógica dos profissionais (bacharéis) de Educação Física em intervenções com idosos teve como objetivo relatar as reflexões suscitadas entre os educadores do Projeto Sênior na implantação de um programa de educação física para idosos, como essas reflexões se materializam e os primeiros resultados produzidos.

Para Marília Velardi (2007) e colaboradores, o projeto foi implementado visando à construção de conhecimentos necessários à aquisição de autonomia, por meio da prática de atividades físicas, e sobre o processo de envelhecimento. O projeto foi desenvolvido sob as bases teóricas do ideário da promoção da saúde, a teoria da velhice bem sucedida e a pedagogia da autonomia (Paulo Freire).

Nos resultados advindos da análise de conteúdo, a autora aponta que houve um significativo incremento dos saberes relacionados às atividades físicas para a maioria dos participantes e, principalmente, a ampliação da autonomia ante ela, além do engajamento em outros programas. Todavia, revelou-se também entre os idosos, a dificuldade no engajamento político, necessário para transpor as barreiras impostas por uma realidade opressora.

O segundo artigo referente à temática “envelhecimento e idoso” investigou a influência do exercício aeróbio com o uso de música sobre os estados subjetivos de idosos. Para a autora Maria Luíza de Jesus Miranda e colaboradoras (2009), estados subjetivos são todos os aspectos que envolvem autonomia, autoestima e independência dos idosos.

Para a análise, foram utilizadas três situações experimentais de exercício aeróbio: com música agradável (boleros, mambos), com música desagradável (ritmo confuso, nível de sonoridade muito grave ou agudo) e sem música. Durante o exercício avaliaram-se as percepções subjetivas de esforço e foram utilizadas tabelas de autoeficácia, afeto positivo, afeto negativo, fadiga entre outras. Os resultados apontam que houve diferença significativa entre as situações com música agradável e música desagradável, o que corrobora, segundo a autora, o suposto de que o uso da música, enquanto estímulo, pode dimunuir percepções desagradáveis inerentes ao exercício, por desviar o foco de atenção.

O terceiro artigo, “Associação entre sintomas depressivos, motivação e autoestima de idosos praticantes de exercícios físicos”, analisou as associações entre sintomas depressivos, fatores de motivação e autoestima de 83 idosos praticantes de exercícios físicos. Para análise dessas variáveis, foram utilizados as escalas geriátrica de depressão, de avaliação

da autoestima de Rosenberg e o inventário de motivação para a prática regular de exercícios físicos. Como resultado, as autoras, Giovana Zarpellon Mazo e colaboradoras, apontam que a prática regular de exercícios físicos parece colaborar para as pontuações positivas encontradas nas variáveis pesquisadas.

O quarto e último artigo sobre a temática idoso, encontrado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte, diz respeito ao estudo de associação entre força muscular e massa magra em mulheres idosas. Teve como objetivo, verificar a associação entre força muscular isocinética da musculatura extensora do joelho do membro dominante com a massa muscular de diferentes segmentos corporais, em mulheres idosas. As idosas foram submetidas à avaliação isocinética do pico de torque e da massa magra, apontando como resultados uma correlação significativa entre a massa magra, o que faz os autores, Ricardo Jacó de Oliveira e colaboradores (2012) concluírem que a massa magra é um dos importantes determinantes do pico de torque em idosas.

O segundo periódico pesquisado foi a revista Movimento, também da área da Educação Física. Nela, de um total de 352 (trezentos e cinquenta e dois) artigos, 03 (três) apresentam alguma relação com a temática velhice e idoso e, nenhum, com a temática prática pedagógica dos professores de Educação Física em intervenções com idosos.

O primeiro artigo referente à temática idoso discutiu os resultados de uma pesquisa empírica realizada junto a grupos de idosos que praticavam ginástica nas cidades do Rio de Janeiro (Brasil) e Rennes (França). Teve como objetivo discutir o lazer e o envelhecimento dentro de uma sociedade que privilegia o jovem, o poderoso e o belo. Embora o autor, Edmund de Drumond Alves Júnior, não tenha deixado claro os resultados e métodos de análise da sua pesquisa, nos aponta que as atividades de lazer para as pessoas idosas, podem se desenvolver segundo uma lógica educativa voltada à animação tanto para a saúde, como cultural e social. Afirma que os seus estudos são empreendidos na reflexão de como deve ser a preparação daqueles que vão intervir com idosos e aposentados. Embora não apresente nenhum dado diretamente ligado à questão da prática pedagógica, a reflexão feita pelo autor está permeada de preocupação acerca da mesma.

O artigo “Envelhecimento saudável: uma revisão das pesquisas em língua inglesa” foi escrito por Paula Gardner (2006). Para ela o “envelhecimento saudável” é visto como uma perspectiva particular para extrapolar o relacionamento entre saúde e envelhecimento, é um paradigma teórico poderoso na cultura e na prática gerontológica. O artigo foi escrito a partir de uma perspectiva norte-americana e faz uma compilação da extensa documentação em língua inglesa sobre o “envelhecimento saudável”.

Em suas conclusões, aponta que a literatura internacional sobre “envelhecimento saudável” traz uma significativa contribuição para a saúde e bem estar dos idosos, ao revelar tendências teóricas e descrever práticas atuais que se centram nos aspectos positivos da velhice. Aponta, também, que muitas pesquisas, nessa área, são limitadas em seu escopo teórico e metodológico, tendo em vista a negligência de importantes fatores sociais e ambientais, diretamente relacionados com a saúde e o bem estar na velhice.

Por fim, destacamos o trabalho de Alessandra de Souza Cerri e Reginna Simões (2007), com título “Hidroginástica e idosos: por que eles praticam?”. A pesquisa teve como objetivo analisar por que os idosos buscaram essa atividade. Esse objetivo parte da inquietação em saber quais e que tipo de políticas estão sendo elaboradas para inserção e divulgação dos programas de atividade física para idosos. Foram investigados 43(quarenta e três) idosos em Piracicaba (Brasil) e 29 (vinte e nove) em Fort Collins (Estados Unidos). Os resultados obtidos vieram a partir das respostas à pergunta geradora: por que você começou a fazer hidroginástica? A análise do material empírico foi feita a partir da técnica de análise de conteúdo.

Os resultados obtidos mostraram que 58% (cinquenta e oito) no Brasil, seguiram ordens médicas, enquanto nos Estado Unidos, 76% (setenta e seis) buscou a hidroginástica para manter-se saudável. Segundo as autoras, os resultados contrastantes, estão ligados às condições e divulgação dos programas públicos oferecidos a esse grupo.

Destacamos que os 07 (sete) artigos citados foram lidos na íntegra. Alguns por não contemplarem em seus resumos elementos necessários ao nosso entendimento, como