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Foto 05 – Local das Atividades (corredor de um salão paroquial

4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O IDOSO

4.2 POLÍTICAS NACIONAIS PARA O IDOSO

4.2.5 Política Municipal do Idoso – 2007

No contexto das políticas internacionais e nacionais para o idoso o que se observa é a tentativa de organização de ações de inclusão social do idoso, garantindo a esse público, direitos básicos como saúde, educação, segurança e habitação. Dessa forma, em conformidade com a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso, foi sancionada, em 22 de setembro de 2004 a Lei 17030/04 que versa sobre a Política Municipal do Idoso. O poder público da cidade do Recife compreendendo que a transição demográfica é um fenômeno mundial que já afeta diversos países, incluindo e Brasil, pretende garantir através dessa lei, a concretização dos direitos sociais e individuais aos idosos, criando condições para promover a inclusão, a autonomia e a participação efetiva desses idosos, nos diversos contextos (educacionais, saúde, lazer, habitação etc.).

32 “Longevidade refere-se ao número de anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão, definindo-se como geração ou coorte o conjunto de recém-nascidos em um mesmo momento ou mesmo intervalo de tempo.” (CARVALHO, 2003, p. 726).

Segundo legislação própria, a Política Municipal do Idoso reger-se-á pelos seguintes princípios:

1- A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; 2- O idoso não deve sofrer descriminação de qualquer natureza;

3- O idoso deve ser o principal agente e destinatário da efetivação desta política (grifos nossos).

A Política Municipal do Idoso institui, também, o direito à prioridade nos atendimentos, a viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio dos idosos com as demais gerações, assim como a capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia para melhor prestar serviço a esse público. Por meio do Artigo 3º, inciso II, da já referida Lei, “o idoso, através das suas representações, tem participação garantida na formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos.” (grifos nossos).

Nesse sentido, como forma de garantir a efetivação desses direitos, em março de 2007, foi criado o Conselho Municipal de Direito das Pessoas idosas do Recife (COMDIR), órgão paritário, superior, de natureza deliberativa, colegiada e permanente, instituído pela Lei nº 17 310/ 2007. Esse conselho, além de acompanhar a implantação e implementação das políticas de inclusão social e promoção e defesa dos direitos da pessoa idosa, formula diretrizes e supervisiona a execução dessas políticas.

São incumbências do COMDIR (2007)

1- Acompanhar o planejamento e realizar o controle social da execução das políticas públicas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, trânsito, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, urbanismo, direitos humanos, desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia, habitação e meio ambiente, dentre outras que objetivam a inclusão da pessoa idosa;

2- Propor a elaboração de estudos e pesquisas que conduzam à melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa (grifos nossos).

Sendo um dos destaques da Política Municipal do Idoso acompanhar o planejamento e realizar o controle social de atividades de saúde e desporto para esse grupo etário, rememoramos aqui que o nosso campo de pesquisa o “Programa Academia da Cidade”, mais adiante apresentado, trata-se de uma Política de Saúde, portanto, relacionada com ações que estimulam a prática regular de hábitos saudáveis de vida das pessoas, incluindo os idosos.

Nesse sentido, mesmo não tendo sua criação direcionada para o atendimento exclusivo de pessoas idosas, mas uma vez incluindo-as, é importante que as estratégias elencadas pelo Programa Academia da Cidade do Recife, para o trabalho com os idosos, sobretudo na perspectiva do desporto e do lazer, sejam compatíveiscom as proposições da Lei nº 17030/04, Lei Municipal do Idoso supervisionada pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa em Recife (COMDIR).

Vale destacar que o Programa Academia da Cidade é uma política de promoção da saúde, e não uma política para o idoso. Entretanto, é uma política social e educativa na qual o idoso está inserido. Embora não seja um programa de atenção ao idoso, dirigido ao idoso, os recebe e propõe ações diversas para os mesmos. Para tanto, as práticas realizadas, no concernente a esse público, incitam a busca por um saber, por uma prática pedagógica, por uma aprendizagem sobre o que é o processo de envelhecimento, a velhice e o idoso, de preferência considerando os princípios da interdisciplinaridade, no sentido de garantir a mobilização de conhecimentos que possibilitem um trato pertinente às nuances que permeiam o processo de envelhecimento e o idoso.

Com isso, entendemos como necessário à elaboração de qualquer ação para o idoso, que haja uma interrelação entre os que planejam, fiscalizam e executam as ações para inclusão e benefícios diversos para esses, como expressa a figura a seguir.

Figura 04 - Interrelação das Políticas para o Idoso

Fonte: Elaborado pela autora.

O que vimos no fluxograma acima representa a interrelação entre políticas internacionais, nacionais e municipal para o Idoso. O que deveria servir de diretrizes para a construção de qualquer programa ou ação voltada para esse Público. Todas essas políticas, como estudadas ao longo do capítulo, nos dão subsídios para entender em que lugar deveria estar o idoso na sociedade, quais os seus direitos e deveres, bem como os do Estado e do Município. Para tanto, deveriam servir de diretrizes tanto para a construção como também para a materialização de toda e qualquer ação em que o idoso seja o sujeito dela.

PPI Políticas Internacional sobre o Idoso Políticas Nacionais sobre o Idoso Plano de Ação Internacional de Viena sobre o Envelhecimento- 1982 Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais 1992 Plano de Ação Internacional de Madrid sobre o Envelhecimento 2002

Política Nacional do Idoso - 1994 PNSI 1999 Portaria Ministerial nº 702/2002 e nº 249/20022002 Política Municipal sobre o Idoso 2007 Estatuto do Idoso 2003

5 CONSTRUÇÃO DO PERCURSO METODOLÓGICO: TRILHAS E PARTILHAS