• Nenhum resultado encontrado

5.1 APLICAÇÃO DO ARTEFATO

5.1.4 Etapa 4 Avaliação do atendimento aos requisitos

Os requisitos foram verificados também durante discussões sobre o modelo FRAM. O Apêndice D contempla, na tabela que lista todos os requisitos, uma coluna com o atendimento a cada um deles, em ambos os contextos (UTI atual e nova). O número 1 com fundo verde significa que o requisito foi atendido, o número 2 com fundo amarelo parcialmente atendido, e o número 3 com fundo vermelho o requisito não é atendido.

Nesta etapa foram coletados 7 requisitos novos, que não haviam sido identificados durante a segunda etapa do MIRFE, 1 retirado e 2 refinados. Do total de 100 requisitos, 33 requisitos são considerados atendidos pelos usuários, 34 parcialmente atendidos, e 33 não atendidos, nos ambientes da UTI em atual funcionamento (Tabela 14). Já para a situação da UTI nova, 62 são considerados atendidos, 30 parcialmente atendidos, e 8 não atendidos na UTI nova. Mais da metade dos requisitos não atendidos na unidade atual passarão a ser atendidos, de forma parcial ou completa nos ambientes da unidade nova, passando de 33 para 8.

Tabela 5 - Atendimento aos requisitos UTI atual x UTI nova

__________________________________________________________________________________________

A figura 21 apresenta um exemplo da tabela que foi criada para a sessão de discussão exclusivamente para verificação de requisitos, preenchida pelos usuários do sistema.

Figura 21 - Foto de parte da tabela preenchida pelos usuários na sessão de discussão e verificação de requisitos

Fonte: fotografia do acervo da autora.

A planta-baixa da UTI nova, com os espaços que foram vinculados às funções do modelo FRAM, seguindo a lógica da planta-baixa da UTI atual, está representada na figura 22.

Figura 22 - Planta-baixa UTI nova com espaços relevantes para a pesquisa destacados

__________________________________________________________________________________________

A configuração da planta-baixa da UTI Nova é formada por 5 ilhas com 10 leitos cada, onde no centro estará localizado o posto de enfermagem, a sala de prescrição médica e a sala de utilidades, e ao redor, adjacente às janelas, estarão os leitos dos pacientes. Cada ilha terá uma equipe assistencial responsável pelos 10 pacientes, e pensa-se em implementar especializações médicas correspondentes a cada ilha. A evidência é clara de que unidades fechadas com um consultor médico dedicado é a configuração desejada para prestar cuidados intensivos (VALENTIN; FERDINANDE, 2011). Isso está consistentemente associado à redução da mortalidade e do tempo de internação na UTI e no hospital (DANBURY et al., 2015). Áreas comuns para todos os leitos ficarão próximas ao centro da planta, a partir dos elevadores sociais, como por exemplo, recepção, sala de entrevista, farmácia satélite, vestiário e sala de estar para funcionários, sala de guarda de equipamentos, entre outros. A UTI nova contará com um espaço externo para acolher os pacientes, acompanhantes e demais usuários da unidade, proporcionando conforto e bem-estar a partir do contato com o exterior e com vegetação.

A modelagem estrutural, realizada na etapa anterior, possibilitou a extração de algumas imagens ilustrativas comparando o atendimento a alguns requisitos citados, nos espaços da unidade atual e da nova, apresentadas nas figuras seguintes. As figuras 23 e 24 apresentam a comparação entre o espaço existente do leito da UTI atual e como será na nova unidade. Percebe-se que as dimensões serão maiores, o box do paciente passará de aproximadamente 9m², na UTI 1, área mínima exigido pela norma RDC-50, para 20m² em todos os leitos da UTI nova. A maior metragem do espaço do leito permite a melhor mobilização do paciente, durante sessões de fisioterapia, e acomodará de forma adequada e segura os equipamentos para realização de terapias avançadas. Também será oportuno para os rounds, momentos em que as equipes discutem o caso clínico do paciente ao redor do leito, junto a ele e a seus acompanhantes. Na UTI atual o leito não comporta de maneira ideal a reunião de todos os profissionais importantes para esta ocasião. Além disso, todos os leitos contarão com divisórias, de forma a garantir privacidade visual, acústica e conforto ao paciente, que poderá receber, de maneira mais satisfatória, os familiares e acompanhantes. Quartos individuais são altamente recomendados para minimizar a contaminação cruzada entre leitos, minimizar o estresse do paciente causado por doenças, ruídos e atividades não relacionadas a ele, melhorando os resultados clínicos a longo prazo (VALENTIN; FERDINANDE, 2011). Atualmente somente os leitos da UTI 2 possuem divisórias fixas, os leitos da UTI 1 são de cortinas, conforme a figura 23. A UTI nova também contará com persianas com acionamento automático, entre as lâminas de vidro, garantindo facilidade para limpeza e menos risco de contaminação entre pacientes. Todos os

leitos devem ser capazes de fornecer privacidade visual e sonora razoáveis, quando necessária. Devem ter luz natural com vistas externas, sempre que possível. (DEPARTMENT OF HEALTH, 2013). A iluminação natural é outro aspecto relevante que será benéfico para o bem- estar dos pacientes e equipes assistenciais, estando presente em todos os leitos da UTI nova, atualmente possível somente em alguns leitos da UTI, naqueles posicionados próximos às janelas. A configuração futura dos leitos vai auxiliar na provisão de humanização no cuidado, aspecto relevante presente na Política Nacional de Humanização (PNH) e a fim de agregar mais valor à assistência prestada ao paciente.

Figura 23 - Leito UTI atual

__________________________________________________________________________________________ Figura 24 - Leito UTI nova

Fonte: modelagem realizada pelos auxiliares de pesquisa.

Em relação ao posto de enfermagem (Figuras 25 e 26), atualmente nas UTI 1 e 2 não são localizados de forma a possibilitar a visibilidade de todos os leitos e equipamentos utilizados pelos pacientes. Na UTI nova, a configuração em formato de ilha, onde o posto de enfermagem será no centro, com vista para todos os leitos, possibilitará a monitorização da condição clínica de todos os pacientes sob responsabilidade dos profissionais daquela ilha. Nesse quesito, as persianas com acionamento automático, que podem ser obscurecidas para privacidade quando apropriado, ajudam na observação dos pacientes (DEPARTMENT OF HEALTH, 2013). A bancada para preparo da medicação a ser administrada nos pacientes será posicionada em um local mais adequado na UTI nova, de maneira a evitar acidentes no cruzamento dos fluxos dos profissionais que ali circulam, no momento da preparação dos medicamentos.

Figura 25 - Posto de enfermagem UTI atual

Fonte: modelagem realizada pelos auxiliares de pesquisa. Figura 26 - Posto de enfermagem UTI nova

__________________________________________________________________________________________

Em relação ao ambiente de recepção dos familiares, visitantes e acompanhantes dos pacientes (Figuras 27 e 28), a UTI nova estará mais adequada para recebê-los, em função das dimensões do ambiente serem maiores e contar somente com essa finalidade. Atualmente a UTI divide o espaço da recepção com outros fluxos do hospital, não oferecendo um acolhimento adequado a essas pessoas. Salas de espera devem ser redesenhadas para que se tornem "salas de estar" e ofereçam maior conforto e funcionalidade às famílias (LA CALLE et al., 2017). Apesar de não contar com elementos do ambiente construído que aumentariam a percepção de conforto para as pessoas, ainda sim a recepção da UTI nova atenderá melhor ao requisito de ambiência acolhedora, também contribuindo para a provisão de humanização no cuidado da PNH.

Figura 27 - Recepção UTI atual

Figura 28 - Recepção UTI nova

Fonte: modelagem realizada pelos auxiliares de pesquisa.