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GRUPO DETERMINAÇÃO DESCRIÇÃO E EXEMPLOS

3.1 Etapa 1: Diagnóstico situacional ano base

O diagnóstico situacional do ano base de 2010 foi elaborado para apresentar a situação em que se encontrava o gerenciamento de resíduos industriais da planta fabril da UQFN.

Esta etapa foi realizada por meio de observação nos locais de geração de resíduos, levantando o fluxo, a separação, a organização, a identificação, o armazenamento temporário, enfim dados da gestão dos mesmos.

57 O gerenciamento de resíduos industriais da UQFN era realizado pelo Departamento de Garantia da Qualidade (DGQ), sem atuação de um gestor ambiental, com base em normas técnicas e procedimentos específicos.

O DGQ não classificou na época os resíduos da indústria conforme a NBR 10.004/2004 e assim muitos eram misturados com resíduos que poderiam ser reciclados aumentando a receita e valoração dos materiais recicláveis.

Na etapa de diagnóstico situacional foi observado que os resíduos industriais eram classificados como resíduos controlados pela portaria nº. 344 / 98 da ANVISA e não – controlados, conforme a RDC nº. 306 de 2004 da ANVISA desconsiderado a NBR 10.004/2004.

No ano de 2010 a RDC nº. 306 foi substituída pela RDC nº. 17, Boas Práticas de Fabricação, assim esta resolução foi utilizada na atualização e classificação dos resíduos gerados na UQFN. Estes resíduos eram separados fisicamente, onde os não controlados, aqueles refugos de produção: EPI, refugos de produção, embalagens sujas e outros, eram destinados para co – processamento e os controlados para incineração.

Os resíduos recicláveis como o plástico e o papel / papelão eram armazenados na Central de Gerenciamento de Resíduos, por meio de caçambas separadas, identificadas conforme o resíduo e destinados a empresa especializada em efetuar a triagem, separação e reciclagem, como seguem nas Fotografias 07, 08, 09, 10, 11 e 12, caçambas disponibilizadas pela empresa prestadora de serviços ambientais, coleta de material reciclável.

58 FOTOGRAFIA 07: Caçambas de separação de resíduos.

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

As caçambas eram coletadas por caminhões de empresa específica, que recolhia o material e levava para uma usina de triagem / trituração, segundo a Fotografia 08, e preparo destes materiais para inserção de novos mercados de reciclagem e reaproveitamento.

Segundo o Quadro 05 o plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais foi elaborado a partir da coleta de dados apresentados no modelo deste quadro.

59 QUADRO 05: Diagnóstico inicial de geração de RSI.

FOTOGRAFIA 08: Sistema de Trituração de Papéis.

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

A Fotografia 08 apresenta o sistema de trituração de papéis, na esteira utilizada pela empresa terceirizada, podendo-se visualizar os resíduos de diferentes parceiros sendo descaracterizados, ou seja, sem indícios de procedência, pois a origem dos papéis não pode ser identificada devido a mistura realizada e o processo utilizado.

60 FOTOGRAFIA 09: Fardos de Papéis Recicláveis.

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

A Fotografia 09 apresenta os fardos de papéis preparados pelo sistema de trituração da empresa terceirizada. Estes fardos ficam prontos para serem expedidos a empresas que utilizam em seus processos de fabricação percentual de materiais recicláveis para produção de papéis cartonados, recicláveis e outros.

FOTOGRAFIA 10: Depósito de Resíduos Plásticos sem separação.

61 A Fotografia 10 possibilita a visualização do depósito de plásticos da empresa terceirizada que recebe os materiais recicláveis da UQFN e outras empresas. Nesta etapa os plásticos não foram separados por cor, ou seja, quando cada material recebido é separado pela sua coloração.

FOTOGRAFIA 11: Resíduos Plásticos Triturados.

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

A Fotografia 11 apresentou uma das etapas realizadas pelo processo de preparo dos resíduos plásticos da empresa parceira. Esta fase consiste em triturar o plástico depois que foi separado pela cor correspondente e lavado, o mesmo é triturado, antes de virar lentilha de material plástico reciclado, segundo apresenta a Fotografia 12.

62 FOTOGRAFIA 12: Lentilhas de Material Plástico Reciclado.

Fonte: Arquivo pessoal do autor.

A Fotografia 12 apresentou o produto final de preparo do resíduo plástico elaborado pela empresa específica em reciclagem. As lentilhas de resíduos plásticos são produto final do processo de reciclagem, servindo como matéria – prima para fabricação de novos produtos a partir de materiais recicláveis.

Após apresentados os resíduos recicláveis pelas Fotografias de 07 a 12, foi importante definir a método de pesagem adotado para os mesmos. Os resíduos recicláveis armazenados em caçambas foram pesados por meio de cubagem, ou seja, sua pesagem era realizada com o peso inicial do caminhão – caçamba, vazio e posteriormente com o peso final do caminhão carregado com resíduos gerados pela UQFN. O período realizado para estipular-se a quantificação aproximada do peso de cada caminhão compreendeu - se no período mensal, a média encontrada do mês foi adotada para a quantificação posterior destes resíduos.

A determinação da cubagem para os resíduos recicláveis como papel / papelão e plástico foi estabelecida para otimizar o tempo de carregamento e evitar demora na retirada dos resíduos, mantendo organização do local.

Com a finalização do diagnóstico situacional em meados de junho de 2010, a etapa de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais teve início.

63 3.2 Etapa 2: Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais

A elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais foi desenvolvida a partir do diagnóstico situacional, conforme determinação da Resolução CONAMA nº. 313 de 2002, onde estabelece o levantamento dos resíduos sólidos gerados na planta fabril.

No início da implantação do PGRSI foram adotadas neste processo, o cumprimento das condicionantes da licença ambiental da planta fabril emitida pelo IBAMA e posteriormente retificada pelo Instituto Brasília Ambiental do Distrito Federal – IBRAM. Todas as condicionantes foram apresentadas via Ofício ao IBRAM, com atendimento de 100% das obrigações.

A Norma Técnica Brasileira (NBR) dos Resíduos Sólidos: Classificação de nº. 10.004/2004 serviu como base para identificação dos resíduos industriais. Após a classificação dos resíduos o trabalho de manuseio, separação e coleta tornou-se mais claro para os colaboradores, funcionários e terceiros, pois foram identificados com nomenclaturas dentro dos padrões da norma, ANVISA e CONAMA, onde todos os envolvidos passaram por curso de capacitação para melhor entendimento do processo de implantação do PGRSI.

As Resoluções Colegiadas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA nº. 210/2003; nº. 306/2004 e nº. 17/2010 nortearam a análise dos resíduos no que se refere às Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos (BPF) e identificação dos mesmos oriundos da indústria farmacêutica em complemento com a Resolução nº. 358/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA.

Os Departamentos de Garantia da Qualidade e Meio Ambiente da empresa definiram após o levantamento das legislações a classificação dos resíduos, por meio de grupos técnicos de ambas as áreas.

O levantamento das legislações pertinentes se fez necessário para estabelecer uma linguagem única entre os colaboradores, para garantir um entendimento na utilização de nomenclaturas definidas para a temática dos resíduos sólidos industriais.

64 Conforme as áreas de geração de resíduos eram identificadas pelas nomenclaturas adequadas a cada tipo de resíduo gerado, foram também inventariados os refugos de produção segundo, a resolução CONAMA nº. 313 de 2002, atendendo uma das condicionantes da licença ambiental.

O inventário dos resíduos sólidos industriais realizado na UQFN seguiu o modelo da Resolução nº. 313 de 2002, onde foram inventariados todos os resíduos gerados na planta fabril, sendo os mesmos quantificados e informados suas principais características.

Os resíduos eram identificados por observação no local com anotações de campo. Foram listados em uma planilha de excell versão Windows 7, todos os resíduos gerados. Por meio desta planilha, conforme Quadro 06, foram mapeados os resíduos pelo local de geração na fábrica. Na planta fabril foram identificadas três linhas produtivas de medicamentos: líquidos, sólidos e semi – sólidos, e em cada uma delas identificado o resíduo gerado.

QUADRO 06: Planilha de geração de resíduo Ponto de Geração Linha de Geração Localização Interna ou

Externa da Fábrica

Quantidade em KG Observação

Além da planilha de geração de resíduos de cada linha, foram observados in loco o transporte interno e externo, armazenamento temporário, transbordos, separação interna, separação externa, nomenclaturas estabelecidas, etiquetagem / identificação e disposição final.

Nestas linhas de geração de resíduos observaram - se também dados de quantificação de resíduo gerado, tipo de resíduo e fluxo de transporte interno.

Além do levantamento da área de produção de medicamentos, foram levantados os resíduos oriundos das áreas administrativas, refeitório, ambulatório / odontologia e laboratórios.

65 Os resíduos provenientes da área ambulatorial / médica e odontológica foram destinados de forma separada para empresas especializadas na coleta, transporte e destinação final dos mesmos, com atendimento aos âmbitos legais estipulados nas normas de segurança, saúde pública e ambiental.

Os resíduos advindos dos laboratórios classificados como perigosos por sua composição foram identificados e classificados pelas Resoluções da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nº. 420/2004 e a de nº. 1644/2006 ambas regulamentam as Instruções para Transporte de Produtos Perigosos. Para estes resíduos foi desenvolvida uma apostila de orientação para o transporte, classificação, rotulagem, etiquetagem, grau de risco, ficha de emergência, normas e os procedimentos.

A quantificação dos resíduos oriundos da área fabril foi elaborada conforme sua geração, com preenchimento de formulário específico de Destruição de Materiais e Produtos (DMP) da Ilustração 02, visualizado no campo quantidade e peso.

ILUSTRAÇÃO 02: Modelo do Formulário de Destruição de Materiais e Produtos.

66 Além do controle pelo formulário DMP, os resíduos ao chegarem à Central de Gerenciamento de Resíduos eram separados e pesados novamente e registrados seus pesos em livro ATA numerada de 0 a 100 folhas.

3.3 Etapa 3: Implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos