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Gerenciamento de resíduos sólidos industriais da indústria farmacêutica, estudo de caso : União Química Farmacêutica Nacional SA, Brasília - DF

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1 Brasília, 2012.

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA Nanci Gharib Shehata

NANCI GHARIB SHEHATA

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS DA INDÚSTRIA

FARMACÊUTICA, ESTUDO DE CASO: UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA

NACIONAL SA, BRASÍLIA - DF.

Dissertação apresentada como requisito para a obtenção de grau de Mestre, pelo Programa de Pós – Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental, na Universidade Católica de Brasília . Brasília, 2012.Brasília

Orientador: Prof. Dr. Douglas José da Silva

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu

Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS

DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, ESTUDO DE CASO:

UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL SA.

Brasília

DF, 2012

Autora: Nanci Gharib Shehata

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3 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS DA INDÚSTRIA

FARMACÊUTICA, ESTUDO DE CASO: UNIÃO QUÍMICA FARMACÊUTICA NACIONAL SA, BRASÍLIA - DF.

Dissertação aprovada em 09 de abril de 2012 para obtenção do título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Área de concentração: Planejamento e Gestão Ambiental

_________________________________________________ Prof. Dr. Douglas José da Silva

Orientador

___________________________________________________ Profa. Dra. Luciana Miyoko Massukado

Examinador Externo

___________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Ricardo da Rocha Araújo

Examinador Interno

___________________________________________________ Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos

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4

Dedico a minha família, Ahmed, Hoda e Gharib

que sempre estiveram ao meu lado, com palavras de apoio,

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5 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar pela realização de mais um sonho.

Aos meus pais, Hoda e Gharib pela dedicação, carinho, amor e ternura dispensados em toda minha vida.

Ao meu irmão Ahmed que sempre teve uma palavra carinhosa nos momentos difíceis. Ao meu esposo Mohab que me ensinou o significado da vida, o respeito, a felicidade nas pequenas coisas, a compreender a paciência e sabedoria que caminham juntas...com fé e amor.

Ao meu orientador Prof. Douglas Jose da Silva que me acolheu e orientou pacientemente este trabalho.

Aos professores do curso de Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental pela sabedoria compartilhada.

Aos meus amigos da grande família MPGA que me apoiaram e acolheram nos momentos ímpares da vida.

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6

RESUMO

A pesquisa apresenta o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais da indústria farmacêutica: União Química Farmacêutica Nacional SA, localizada no município de Santa Maria, Polo de Desenvolvimento Juscelino Kubitscheck, Brasília – DF. O trabalho de gerenciamento de resíduos sólidos industriais foi desenvolvido em escala plena exigindo rapidez na tomada de ação e desenvolvimento rápido de estratégias a partir dos dados administrados. O objetivo do trabalho foi a elaboração e implantação do gerenciamento de resíduos sólidos da planta fabril, propondo mudanças e analisando a viabilidade técnica dos procedimentos adotados. O estudo foi embasado na legislação vigente das áreas de meio ambiente e saúde, em normas técnicas e em procedimentos internos da empresa. O trabalho foi desenvolvido em 6 etapas: Diagnóstico situacional ano base 2010; Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais; Implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais; Revisão de procedimentos operacionais padrões - POP (documentos internos de trabalho); Fluxo de Resíduos Industriais; e Levantamento das empresas receptoras dos resíduos com respectivas licenças ambientais. Foram avaliadas as relações custo/benefício, a logística de transporte dos resíduos, as diferentes técnicas empregadas no tratamento final e a adequação às exigências ambientais preconizadas na legislação nacional e distrital. Os resultados apresentados no trabalho correspondem a 5 trimestres. O primeiro trimestre foram gerados 45 toneladas de resíduos, sendo gastos com destinação final R$ 12.444,50 e arrecadados em forma de receita: 8.823,87; no segundo trimestre a geração de resíduos foi de 35 toneladas, sendo gastos com destinação final R$ 8.676,50 e arrecadados em forma de receita R$ 9.849,11, ficando positivo o saldo entre destinação e arrecadação; no terceiro trimestre de gerenciamento dos resíduos a geração foi de 64 toneladas, sendo gastos com destinação final R$ 32.000,00 e arrecadados R$ 24.822,60; no quarto trimestre a geração de resíduos foi maior de todos os trimestre apresentados, sendo de 89 toneladas, das quais foram gastos com destinação final R$ 67.733,68 e no último trimestre gerou-se 79 toneladas e foram gastos com destinação final R$ 61.885,32. Após a implantação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos industriais pode-se arrecadar em torno de 39% dos gastos com destinação final, somente gerando receita com o gerenciamento dos resíduos recicláveis. Com a implantação do plano de gerenciamento o número de empresas prestadoras de serviços de coleta, transporte e tratamento de resíduos passou de 01 para 15, todas com atendimento integral à legislação vigente. O responsável técnico deve acompanhar as mudanças nos processos, as variações qualitativas e quantitativas, as alterações nas normas e legislação vigente, para adequação constante em toda a cadeia relacionada ao tema.

(7)

7 ABSTRACT

The research presents the Industrial Solid Waste Management in the pharmaceutical industry União Química Farmacêutica Nacional SA, located at Juscelino Kubitscheck Development Pole, in Brasília – DF. The industrial solid waste management was made in full-scale and required immediate decisions and fast development of new practical strategies. Intending to elaborate and introduce the solid waste management of the manufacturing plant, we analyzed the technical feasibility of the adopted procedures and proposed changes. For this, we rely on health and environmental existing laws, technical standards and internal company procedures. The operation was executed in six steps: 1- situational diagnosis of the base year 2010; 2 - elaboration of Industrial Solid Waste Management Plan; 3 implementation of Industrial Solid Waste Management Plan; 4 - revision of standard operating procedures (internal working documents); 5- industrial Waste Flow; and 6 - survey of the companies receiving the industrial solid waste with their environmental permits. Furthermore, we evaluated the cost / benefit ratios, the logistics of the waste transporting, the different techniques employed in the final waste treatment and finally the adequacy to environmental requirements recommended by national and district levels. We presented results from five quarters. At the first quarter were generated 45 tons of waste, spending R$ 12.444,50 with final destination and collecting R$ 8.823,87; at the second quarter were generated 35 tons, spending R$ 8.676,50 final destination and collecting R$ 9.849,11, getting a positive balance between destination and collection; the third quarter of waste management, the waste generation was 64 tons, with the final generation spent of R$ 32.000,00 and collection of R$ 24.822,00; the fourth quarter was the higher waste generation period, 89 tons, which spent R$ 67.733,68; and at the last period were generated 79 tons and were spent R$ 61.885,32 with final destination. As a result of Industrial Solid Waste Management, were saved 39% of final destination spending through the recyclable waste management. With the implantation of Industrial Solid Waste Management Plan, the number of companies providing services for collection, transportation and waste treatment rose from 01 to 15, all with full compliance with current legislation. The responsible technical must accompany changes in the processes, the qualitative and quantitative variations, changes in standards and legislation for constant adequacy throughout the chain related to the theme.

(8)

8 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 18

1.1 Objetivo Geral 19

1.2 Objetivos Específicos 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO 20

2.1 Os Principais Marcos da Indústria Farmacêutica no Brasil 20

2.2 Resíduos Sólidos 22

2.3 Resíduos Sólidos Industriais 23

2.4 Resíduos da Indústria Farmacêutica 24

2.5 Classificação dos Resíduos da Indústria Farmacêutica 25 2.6 Disposição Final dos Resíduos Sólidos 29

2.6.1 Logística Reversa 30

2.6.2 Co – processamento de Resíduos Sólidos 34 2.6.3 Tratamento Térmico por Incineração 37

2.6.4 Aterro Industrial 38

2.6.5 Aterro Sanitário 38

2.6.6 Reciclagem de Resíduos Sólidos 39

2.7 Visão do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos conforme ANVISA, PNRS, SGA e

PRODUÇÃO MAIS LIMPA 42

2.7.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 42 2.7.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos Conforme a PNRS 43 2.7.3 Gerenciamento de Resíduos Sólidos do SGA 44 2.7.4 Gerenciamento de Resíduos Produção Mais Limpa 45 2.8 Legislações Correlacionadas ao Objeto de Estudo 46 2.9 Histórico do Polo de Desenvolvimento JK 50

2.10 A Empresa UQFN 52

3 METODOLOGIA 56

3.1 ETAPA 1: Diagnóstico Situacional Ano Base 2010 56

3.2 ETAPA 2: Elaboração do PGRSI 63

(9)

9 3.4 ETAPA 4: Procedimentos Operacionais Padrão – POP 68 3.5 ETAPA 5: Levantamento do Fluxo de Resíduos da Planta Fabril 69 3.6 ETAPA 6: Levantamento das Empresas Receptoras dos Resíduos com Respectivas

Licenças Ambientais 72

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 74

4.1 ETAPA 1: Diagnóstico Situacional 74

4.2 ETAPA 2: Elaboração do PGRSI 78

4.3 ETAPA 3: Implantação do PGRSI 80

4.3.1 Blisteres 91

4.3.2 Embalagens Secundárias – Cartuchos 93

4.3.3 Bulas 94

4.3.4 Plásticos 94

4.3.5 Papel / Papelão 96

4.3.6 Lâmpadas 97

4.3.7 Pilhas E Baterias 99

4.3.8 Metais: Sucata de Metal / Cobre / Alumínio 100

4.3.9 Lodo de ETEI 103

4.3.10 Pneus 106

(10)

10 4.5 ETAPA 5: Levantamento de Fluxo de Resíduos Industriais 110 4.6 ETAPA 6: Levantamento das Empresas Receptoras dos Resíduos com Respectivas

Licenças Ambientais 117

5 CONCLUSÃO 119

(11)

11 LISTA DE QUADROS

(12)

12 LISTA DE FOTOGRAFIAS

FOTOGRAFIA 01: Planta Fabril de Co – Processamento da Unidade Cimenteira CIMPOR

35

FOTOGRAFIA 02: Baias de recebimento do “Blending” 36

FOTOGRAFIA 03: Baia com serragens para transformação do resíduo líquido em sólido 37

FOTOGRAFIA 04: Vista aérea da empresa UQFN SA 54

FOTOGRAFIA 05: Vista aérea da Rodovia BR 040 e empresa UQFN SA 54

FOTOGRAFIA 06: Vista Frontal da CGR Sólidos da Indústria 55

FOTOGRAFIA 07: Caçambas de Separação de Resíduos 58

FOTOGRAFIA 08: Sistema de Trituração de Papéis 59

FOTOGRAFIA 09: Fardos de Papéis Recicláveis 60

FOTOGRAFIA 10: Depósito de Resíduos Plásticos sem Separação 60

FOTOGRAFIA 11: Resíduos Plásticos Triturados 61

FOTOGRAFIA 12: Lentilhas de Material Plástico Reciclado 62

FOTOGRAFIA 13: Blisteres 91

FOTOGRAFIA 14: Blisteres Descaracterizados 92

FOTOGRAFIA 15: Reciclagem de Blisteres – Projeto Telha 92

FOTOGRAFIA 16: Embalagens Secundárias – Cartuchos 93

FOTOGRAFIA 17: Bulas de Medicamentos 94

FOTOGRAFIA 18: Plásticos Pátio Fabril da Empresa Receptora Capital Recicláveis 95 FOTOGRAFIA 19: Tambores Plásticos com capacidade de 200 litros 95

FOTOGRAFIA 20: Papel / Papelão 96

FOTOGRAFIA 21: Tambores de papelão com capacidade variada 96

FOTOGRAFIA 22: Tambores de papelão sem as partes de metal 97

FOTOGRAFIA 23: Caixas de Armazenamento de Lâmpadas Queimadas 98

FOTOGRAFIA 24: Lâmpadas Ultravioletas, Lâmpadas de até 1,20 m, Lâmpadas Incandescentes e Fluorescentes 98

FOTOGRAFIA 25: Lâmpadas Fluorescentes 99

FOTOGRAFIA 26: Depósito Temporário de Baterias de Celular e Pilhas 100

FOTOGRAFIA 27: Baterias 100

FOTOGRAFIA 28: Partes de Metal e Alumínio dos Tambores de Papelão 101

FOTOGRAFIA 29: Tambores de Metal com capacidade de 200 litros 101

FOTOGRAFIA 30: Sucatas de Rolos de Fios de Cobre 102

FOTOGRAFIA 31: Sucata de Fios de Cobre 102

FOTOGRAFIA 32: Filtro Prensa Usado no Processamento de Lodo da ETEI 103

FOTOGRAFIA 33: Lodo da ETEI, após a Prensagem 104

FOTOGRAFIA 34: Pneus Inservíveis e Câmaras de Ar 106

FOTOGRAFIA 35: Sacos Plásticos contendo Etiqueta de Identificação e Peso dos Resíduos Não – Controlados 107

FOTOGRAFIA 36: Modelo de Etiqueta de Identificação de Resíduos Não – Controlados 107

FOTOGRAFIA 37: Resíduos Não – Controlados 108

(13)
(14)

14 LISTA DE ILUSTRAÇÃO

ILUSTRAÇÃO 01: União Química Farmacêutica Nacional e Polo de Desenvolvimento JK

51

ILUSTRAÇÃO 02: Modelo de Formulário de Destruição de Materiais e Produtos 65

ILUSTRAÇÃO 03: Formulário de Relatório Mensal de Notas Fiscais dos Resíduos Sólidos 67

ILUSTRAÇÃO 04: Modelo de Palete de Madeira 70

ILUSTRAÇÃO 05: Modelo de Palete de Plástico 70

ILUSTRAÇÃO 06: Modelo de Paleteiras que transportam paletes 71

ILUSTRAÇÃO 07: Fluxo de Resíduos da Área Fabril Atual e Proposto 72

ILUSTRAÇÃO 08: Etiqueta de Resíduo do Grupo B 80

ILUSTRAÇÃO 09: Etiqueta de Resíduo do Grupo D 81

ILUSTRAÇÃO 10: Etiqueta de Resíduo do Grupo E 81

ILUSTRAÇÃO 11: Resultado de Caracterização do Lodo de ETEI 105

ILUSTRAÇÃO 12: Resíduos da Área Administrativa 112

ILUSTRAÇÃO 13: Fluxo de Resíduos da Área Fabril Atual 113

ILUSTRAÇÃO 14: Fluxo de Resíduos da Área Fabril – Proposta em Processo de Estudo 114

(15)

15 TABELAS

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16 LISTA DE SIGLAS

ABIFARMA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

AIA – AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

ALANAC – ASSOCIAÇÃO DOS LABORATÓRIOS FARMACÊUTICOS NACIONAIS ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES

ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA BPF – BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

CE – COMISSÃO EUROPÉIA

CEME – CENTRAL DE MEDICAMENTOS

CETESB – COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CGR – CENTRAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

CNPJ – CADASTRO NACIONAL DE PESSOA JURÍDICA CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE CSSL – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO

DGQ – DEPARTAMENTO DE GARANTIA DE QUALIDADE DMP – DESTRUIÇÃO DE MATERIAIS E PRODUTOS

EPA – ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY ETEI – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

FEMIG – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE MINAS GERAIS

IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

IBRAM – INSTITUTO BRASÍLIA AMBIENTAL IRPF – IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FISICA

ISO – INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION NBR – NORMA TÉCNICA BRASILEIRA

OHSAS- SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

PDJK – POLO DE DESENVOLVIMENTO JUSCELINO KUBITSCHECK PGRS – PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PGRSI – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS

PGRSS – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

PL – PRODUÇÃO MAIS LIMPA

PNRS – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SOLIDOS POP – PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PVC – POLICLORETO DE VINILA

PVDC – POLICLORETO DE VINILIDENO

RDC – RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA RMP – RESÍDUOS DE MEDICAMENTO PERIGOSO RSI – RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS

(17)

17 SINDUSFARMA – SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS

FARMACÊUTICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

(18)

18

1 INTRODUÇÃO

A Indústria Farmacêutica possui uma abrangência de produtos em seu processo produtivo, resultando também em geração de diversos resíduos para tratamento e disposição final. Os resíduos provenientes da indústria são gerenciados por normas e procedimentos específicos conforme as legislações aplicáveis.

A indústria objeto de estudo desta dissertação é a indústria União Química Farmacêutica Nacional S. A. (UQFN) estabelecida no Polo de Desenvolvimento Juscelino Kubitscheck (PDJK), em Santa Maria, Distrito Federal.

Na UQFN são produzidos medicamentos provenientes de três linhas: Linha Farma; Linha Andromed e Linha Dermocosmética. A planta fabril objeto de estudo deste trabalho é especializada na Linha Farma, resultado dos produtos dos segmentos de: analgésico, analgésico anti – infeccioso urinário, antiácido, antibiótico, anticonvulsivante, antidepressivo, antidiarreico, antigripal, anti-hipertensivo, anti – histamínico, anti –

infeccioso, anti – inflamatório, antimicótico, antitussígeno, antiviral, broncodilatador, descongistionante nasal, escarbicida, hepato protetor, hipoglicemiante, laxante, expectorante / mocolítico, polivitamínico, regulador de cálcio, reidratante oral, vitamina e vasodilatador. Assim, compreendem mais de 150 produtos acabados, ou seja, prontos para o consumo final.

As principais linhas produtivas de fármacos da UQFN são: produção de medicamentos sólidos, semi – sólidos e líquidos.

Cada etapa destes processos produtivos gerou um tipo de resíduo diferente, que foram mapeados, separados, armazenados e destinados conforme suas classificações descritas na legislação específica.

(19)

19 Sem dúvida a figura do gestor ambiental foi norteadora e significativa para a visão sistêmica de todo processo desenvolvido na indústria, pois possibilitou o desenvolvimento deste gerenciamento de resíduos sólidos provenientes da indústria farmacêutica.

1.1 Objetivo Geral

O objetivo proposto por este trabalho é elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais e propor melhorias para os Procedimentos Operacionais Padrões - POP da empresa União Química Farmacêutica Nacional S.A.

1.2Objetivos Específicos

Os objetivos específicos de pesquisa são:

Elaborar o Diagnóstico Situacional ano base de 2010 do Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais da empresa;

Analisar a viabilidade técnica e mudanças propostas no gerenciamento de resíduos sólidos da planta fabril;

Revisar Procedimento Operacionais Padrões – POP;

Identificar empresas prestadoras de serviços ambientais para coleta de resíduos sólidos industriais;

(20)

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Os Principais Marcos da Indústria Farmacêutica no Brasil

A indústria farmacêutica no país até o final da década de 20 era inexpressiva, pois a maioria dos medicamentos chegava pronta do exterior (MORETTO, 2006).

No início dos anos 30, o Brasil teve um crescimento industrial significativo e em paralelo acompanhou as mobilizações populares, reivindicações trabalhistas e organização dos sindicatos (MORETTO, 2006).

Em 1936, o Laboratório Prata, futura empresa: União Química Farmacêutica Nacional SA foi fundado, por João Marques de Paulo (MORETTO, 2006).

No ano de 1930 a 1937 deu-se início ao Estado Novo, sob comando de Getúlio Vargas e o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública passa a se chamar Ministério da Educação e Saúde. Ainda em 1937, o Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia foi criado, no intuito de organizar tal setor (MORETTO, 2009).

O ano de 1931, um marco para a indústria farmacêutica foi propulsor, pois a trajetória deste setor foi reconhecida legalmente para o início da produção de medicamentos em escala industrial e no mesmo ano o Decreto 23.793 transforma em lei o anteprojeto do Código Florestal (MORETTO, 2009).

Na Segunda Guerra Mundial, dois anos após o início do Estado Novo, os países envolvidos no conflito suspendem suas exportações dedicando-se à indústria bélica. O Brasil tem dificuldades em atender a demanda interna por medicamentos e algumas empresas pioneiras decidem fabricá-los. Em paralelo o governo incentiva as produtoras internacionais, trazendo suas tecnologias e capital financeiro, a se estabelecerem no país, proibindo as importações de medicamentos (MORETTO, 2006).

O Brasil, entre 1941 a 1945, declarou guerra aos países do eixo e se uniu as forças aliadas, onde predominou os laboratórios norte – americanos no Brasil; surgimento dos primeiros antibióticos e o início de novas associações entre empresas nacionais e estrangeiras, produção interna destes medicamentos (MORETTO, 2006).

(21)

21 decreto estabeleceu normas para controle de produtos farmacêuticos, artesanais e biológicos; regras de funcionamento para laboratórios fabricantes, como licença prévia e a responsabilidade técnica (MORETTO, 2009).

No ano seguinte foi criada a Fundação da Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (ABIFARMA) e um ano mais tarde em 10 de dezembro de 1948, foi aprovada a Declaração dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde o Brasil foi signatário (MORETTO, 2006).

Na década de 50 entra o governo de Getúlio Vargas a Presidência da República e o Ministério da Saúde foi desmembrado do Ministério da Educação e Saúde, um marco positivo no sentido de trabalhar de forma mais dedicada cada temática: saúde e educação (MORETTO, 2006).

No governo de Juscelino Kubitschek abriram-se as portas do país ao capital externo, o governo promove a chegada de mais tecnologia e capital. Novas indústrias farmacêuticas são criadas e iniciou-se a fase de competição no mercado (MORETTO, 2009).

Na década de 60, no ano de 1967, foi criada a lei nº. 5.197 que estabeleceu a proteção da Fauna Brasileira, e uma década mais tarde, foi fundada a Central de Medicamentos (CEME), extinta em 1997 (DIAS, 2004) (MORETTO, 2006).

A evolução dos fatos continuou, em 1972, foi declarada pela ONU vinte e três princípios para a preservação e melhoria do ambiente humano. No mesmo ano, foi publicado o relatório intitulado: “Os Limites do Crescimento” pelo Clube de Roma, denunciando que o consumismo desenfreado da humanidade poderia levar a mesma ao colapso (DIAS, 2004).

O Decreto – Lei nº. 1.413 de 1975 (BRASIL) marcou a indústria com o estabelecimento da diretriz de controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais diversas. Um ano mais tarde, em 1976, foi criado o Decreto nº. 79.094 sobre as indústrias farmacêuticas e seus critérios de registro de medicamentos (DIAS, 2004) (MORETTO, 2006).

(22)

22 instrumentos o zoneamento ambiental, a avaliação de impacto ambiental - AIA, o licenciamento, entre outras.

Em 1984, o setor das indústrias farmacêuticas se organizou e nasceu a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (ALANAC) para nortear as normas gerais no que tangem ao transporte de produtos perigosos. (MORETTO, 2009).

No ano de 1988 foi promulgada a nova Constituição Federal e também no mesmo ano foi implantado o Sistema Único de Saúde – SUS (MORETTO, 2006).

2.2 Resíduos Sólidos

A produção de mercadorias e o consumo de produtos vêm aumentando à medida que o mercado se desenvolve. Com isso a geração de resíduos sólidos cresce e o gerenciamento destes resíduos se torna uma necessidade (ZANETI, 2009).

A classificação de resíduos sólidos é regida pela Norma Brasileira (NBR) 10.004/2004. Segundo sua descrição, os resíduos sólidos podem ser divididos em:

Resíduos Classe I – perigosos: aqueles que apresentam periculosidades quanto à inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade;

- Resíduos Classe II – não – perigosos, conforme código de identificação apresentado no

Quadro 01:

- Resíduos Classe II A – não inertes: podem ter propriedades tais como – biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água;

(23)

23

QUADRO 01: Classificação dos Resíduos não perigosos conforme NBR 10.004/2004.

2.3 Resíduos Sólidos Industriais

Os resíduos sólidos industriais (RSI) possuem características específicas conforme o ramo de atividade fabril de origem. Os cuidados da indústria na tomada de decisão para cada um irá depender das estratégias adotadas pela empresa no que se refere aos fatores sócio - econômicos do mercado, de localização geográfica e características regionais diversas . A gestão dos RSI dentro de uma organização tornou-se requisito obrigatório uma vez que, está embasada por leis ambientais específicas, para proteção do meio natural (CETESB, 2011).

A tomada de ação no gerenciamento dos resíduos industriais se torna cada vez mais urgente, uma vez que, os inúmeros episódios de poluição relacionados a gestão dos mesmos, vem causando efeitos nocivos tanto a população quanto ao meio ambiente (CETESB, 2011).

(24)

24 informar aos órgãos competentes o manuseio, a quantidade, o armazenamento e destinação final de cada resíduo gerado (CONAMA, 2008).

Além da obrigatoriedade instituída por leis ambientais sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos industriais, existe a questão do ônus financeiro que as indústrias poderão obter caso tenham vontade de realizá-lo (CAMPOS, 2002).

2.4 Resíduos da Indústria Farmacêutica

No Brasil, a Indústria Farmacêutica expandiu de forma gradativa, logo após a II Guerra Mundial, com investimento de empresas que foram se estabelecendo no país (CRUZ, 1988).

Com o estabelecimento da indústria farmacêutica no Brasil, os aspectos ambientais no gerenciamento dos resíduos sólidos foram se agravando, surgindo a necessidade de trabalhar formas particulares de manuseio (BRAGA et al, 2002).

Na indústria farmacêutica os resíduos gerados podem ser caracterizados como: sólidos, semi – sólidos e líquidos. Cada resíduo possui sua característica diferenciada e requer cautela em alguns aspectos técnicos e legais para seu gerenciamento, a fim de aperfeiçoar, minimizar ou solucionar problemas relacionados às questões ambientais (GIL

et al, 2007).

Os medicamentos sejam de sólidos, semi-sólidos ou líquidos devem passar por tratamentos eficientes e adequados conforme suas características e princípios ativos, pois a classe dos resíduos líquidos vem gerando polêmica quanto sua disposição.

(25)

25 2.5 Classificação dos Resíduos da Indústria Farmacêutica

As características físico – químicas são de suma importância na classificação dos resíduos de uma indústria, além de estabelecer e/ou avaliar procedimentos que venham a nortear a elaboração de programas de gerenciamento dos resíduos sólidos, nas etapas de armazenamento, coleta e transporte até escolha das técnicas de disposição final (BIDONE E POVINELLI, 1999).

Segundo Nogueira Junior (2006), o maior desafio e impacto potencial do gerenciamento dos resíduos da indústria é a fase de destinação final.

Assim, os resíduos oriundos das indústrias farmacêuticas são regidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que determina em suas Resoluções estabelecer regras e classificações dos diferentes resíduos gerados do segmento de fármacos.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução de nº. 358 de 2005 e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº. 306 de 2004, ambas são específicas, orientam para a manipulação, fabricação e também o gerenciamento dos resíduos da indústria farmacêutica, conforme suas classificações.

(26)

26

QUADRO 02: Classificação de resíduos segundo a Resolução do CONAMA nº. 358/2005.

GRUPO DETERMINAÇÃO DESCRIÇÃO E EXEMPLOS

A Potencialmente

Infectantes

Engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.

A1 Potencialmente

Infectantes

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.

- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais.

- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos.

A2 Potencialmente

Infectantes

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos.

GRUPO DETERMINAÇÃO DESCRIÇÃO E EXEMPLOS

A3 Potencialmente

Infectantes

- Peças anatômicas do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiar.

A4 Potencialmente

Infectantes

- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções.

- Peças anatômicas (órgãos e tecidos). Cont.

(27)

27

A5 Potencialmente

Infectantes

- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro cortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

B Químico - Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à

saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros. - Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; imunossupressores; imunomoduladores; anti - retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

- Efluentes e demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO DETERMINAÇÃO DESCRIÇÃO E EXEMPLOS

D Resíduos Comuns Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à

saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.

- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e outros similares não classificados como A1;

(28)

28 - resto alimentar de refeitório;

- resíduos provenientes das áreas administrativas; - resíduos de varrição, flores, podas e jardins

- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

E Perfuro – cortantes - materiais perfuro - cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.

Os resíduos do grupo A são aqueles que possuem contaminação biológica e apresentam risco de contaminação e infecção, enquanto que os do grupo E são perfuro cortantes (GONZÁLEZ, 2007).

O grupo dos resíduos classificados como B, são todos os resíduos que tem ou tiveram contato com medicamento, já o grupo D são aqueles que podem ser recicláveis ou não, pois não tiveram contato com medicamento.

Os resíduos do grupo E, são os perfuro – cortantes oriundos de área médica e odontológica.

Além dos resíduos classificados nesses cinco grupos, existem aqueles da Classificação dos Resíduos de Medicamentos Perigosos (RMP) segundo a Norma Técnica sobre Gerenciamento de Resíduos Perigosos em Serviço de Saúde (resolução nº 306 / 2004 ANVISA), que constituem um subgrupo dos RSS do Grupo B (químicos), conforme a classificação adotada nas Resoluções da ANVISA RDC nº. 306/2004 e CONAMA nº. 358/2005.

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29 O segundo grupo são aqueles provenientes de recipientes vazios ou semi - vazios, conforme NOTA 01, incluindo embalagens primárias, quando estas estiverem inteira ou parcialmente vazias e utensílios, equipamentos ou kits descartáveis, como seringas vazias ou quando o conteúdo de solução de medicamento perigoso retido no interior do kit ou conjunto não ultrapassa 15 ml; os equipamentos de proteção individual ou coletivos advindos de manipulação e formulação de fármacos perigosos e outras atividades de rotina da linha de produção e ou laboratórios, que não tenham sinais visíveis do resíduo, tais como luvas, toucas, máscaras, aventais todos descartáveis; proteções de bancadas de superfícies de pano ou papel, capelas e/ou cabines de segurança que não tiveram contato direto com medicamento perigoso.

NOTA 01: as normas da ANVISA nº. 306/2004 e CONAMA nº. 358/2005 orientam que, podem ser considerados vazios os recipientes usados para medicamentos perigosos que atenderem aos seguintes limites toleráveis ou aceitáveis:

a) As embalagens primárias dos medicamentos perigosos que não contenham resíduo do conteúdo original ou que apresentem quantidades residuais de medicamentos perigosos inferiores a 3% de seu conteúdo de embalagem;

b) Os equipamentos, ferramentas ou kits descartáveis utilizados para, preparar, conter, transportar ou ministrar medicamentos perigosos que não contenham resíduos ou quantidades residuais de medicamentos perigosos inferiores a 3% de seu conteúdo; c) Os equipamentos, ferramentas ou kits descartáveis utilizados para conter,

transportar ou ministrar medicamentos perigosos que não contenham solução ou que apresentem quantidades residuais significativas de soluções inferiores a 15 ml (PINTO et al, 2009).

2.6 Disposição Final dos Resíduos Sólidos

(30)

30 O tratamento dos resíduos gerados em uma planta fabril difere conforme o plano de gerenciamento estabelecido, a viabilidade econômica e a característica / classificação dos mesmos, assim cada disposição final e processo de tratamento será diferenciado (GOSSEN, 2005).

O tratamento e a disposição final dos resíduos devem ser respeitados com planos estabelecidos pela instituição envolvida, pois sua disposição inadequada, pode gerar uma série de impactos negativos ao meio ambiente, como contaminação de rios, lagos, solo e vinculação de doenças por meio de pragas, insetos e vetores (SCHNEIDER, 2004).

Existem no mercado técnicas de tratamento, instrumentos de gerenciamento de resíduos e disposição final conforme estabelece a nova Lei de nº. 12.305 de 2010 sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A logística reversa é um instrumento que vem sendo utilizado para o retorno de alguns resíduos sólidos industriais contemplados na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

2.6.1 Logística Reversa

A logística reversa tem por objetivo promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados seja direcionado para a sua cadeia produtiva ou para cadeias produtivas de outros geradores, além de reduzir a poluição e o desperdício de materiais associados à geração de resíduos sólidos.

(31)

31

QUADRO 03: Esquematização do fluxo de logística reversa.

Fonte: Sistema FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS – FEMIG, 2011.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL), (PNRS) de 2010, estabeleceu a obrigatoriedade de estruturar sistemas de coleta para implantação da logística reversa, mediante retorno dos produtos utilizados pelo consumidor final, independente da coleta publica urbana de resíduos para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista e produtos eletrônicos e seus componentes, será obrigatório o retorno das embalagens ao fabricante.

Na versão preliminar de consulta pública do Plano Nacional de Resíduos Sólidos,

(32)

32 representantes do pólo farmacêutico, representado pela ALANAC e SINDUSFARMA (BRASIL, 2011).

Segundo informações da versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, essa iniciativa de obrigar a logística reversa subsidiará o planejamento de ações que poderão promover o desenvolvimento socioeconômico e preservar a qualidade ambiental (BRASIL, 2011).

A Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo reuniram vários representantes deste pólo industrial para discutirem sobre a obrigatoriedade da logística reversa dos medicamentos e embalagens, pois temem alguns vieses neste acordo setorial referentes: - ao ambiente regulatório;

- à questão tributária e os incentivos fiscais; - à obrigatoriedade da logística;

- ao cumprimento do PNRS;

- à responsabilidade pela assinatura do acordo setorial; - aos pontos de coleta dos medicamentos;

- ao incentivo a farmácia popular;

- à inexistência nos municípios de locais para tratamento adequado dos rejeitos; - à destinação final ambientalmente adequada;

- ao financiamento da Logística Reversa;

- às informações ao consumidor quanto ao correto descarte de medicamentos; - à simplicidade para o consumidor;

- à lista dos principais ativos perigosos de medicamentos;

- ao reuso de medicamentos x doações dos mesmos x intoxicações de população; - ao risco a saúde x risco ambiental (população e ambiente domiciliar);

- ao licenciamento para tratamento dos resíduos de medicamentos; - aos resíduos de serviço de saúde (ALANAC – GT, 2011).

(33)

33 A logística reversa conforme sua definição elaborada pelo texto da PNRS é controversa a implantação de recolhimento de resíduos oriundos do ramo farmacêutico uma vez que, são resíduos contaminados e dependendo de seus princípios ativos são perigosos, assim a definição apresentada pela PNRS, segue:

- além de ser um instrumento de desenvolvimento econômico e social é caracterizada por uma série de tomadas de ações, procedimentos e meios, que facilitam a coleta dos resíduos e sua restituição aos geradores, ou seja, retornarem ao mercado como novos produtos e matéria - prima, de acordo com o ciclo produtivo que foi estabelecido, auxiliando na não geração destes rejeitos (BRASIL, 2010).

Assim, o resíduo farmacêutico, deverá ser tratado como um refugo de produção ou rejeito e destinado de forma ambientalmente adequada conforme acorda o instrumento de logística reversa da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lembrando que os acordos setoriais deverão ser muito bem estudados para não gerar um mercado paralelo como já foi apresentado na discussão orientada pela ALANAC.

Segundo estudo elaborado por Eickhoff, 2009, o Brasil tem copiado modelos de logística reversa de medicamentos vencidos ou em desuso de outros países como Canadá, Estados Unidos, Itália, Austrália e França que possuem uma tratativa mais avançada e organizada nesta questão de descarte que o Brasil.

(34)

34

2.6.2 Co-Processamento de Resíduos Sólidos

O co - processamento é uma atividade regulamentada pelas Resoluções CONAMA 264/99 e 316/02.

A Resolução Conama nº. 264 de 26 de agosto de 1999 estabelece sobre o licenciamento de fornos rotativos na produção de clínquer para atividade de co-processamento de resíduos: domiciliares brutos, de serviço de saúde, os radioativos, explosivos, organoclorados, agrotóxicos e afins.

A Resolução Conama nº. 316, de 29 de outubro de 2002, dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos buscando redução de emissão de resíduos tóxicos ao meio ambiente.

O co – processamento possui aplicabilidade em: 1. Resíduos substitutos de matérias – primas; 2. Resíduos substitutos de combustível; 3. Resíduos inorgânicos para inertização;

4. Resíduos orgânicos para destruição térmica (CAUE, 2010).

O processo de co – processamento que é uma tecnologia de valorização de resíduos, os quais são utilizados como substitutos de combustível e/ou matéria-prima não renováveis em determinadas fases do processo de fabricação de cimento, preservando recursos naturais (CAUE, 2010).

Geralmente as unidades produtoras de cimento possuem uma empresa captadora de resíduos sólidos de diferentes segmentos para prepará-los e transformá-los em matéria - prima, ou seja, energia para queima em fornos.

A empresa Ecoblending Ambiental LTDA, é especializada em gerir e preparar os resíduos que serão aproveitados no co – processamento, e esta localizada próxima à indústria cimenteira da Cimpor, localizada na cidade de Cezarina – GO, conforme

(35)

35

FOTOGRAFIA: 01 Planta fabril de co - processamento da unidade cimenteira CIMPOR.

Fonte: arquivo pessoal autor

(36)

36

FOTOGRAFIA: 02Baias de recebimento do “blending”.

Fonte: arquivo pessoal autor

Essa técnica de destruição térmica de resíduos integra a alta temperatura, o tempo de residência dos gases, a turbulência no interior do forno e vários outros padrões exigidos para o tratamento de resíduos perigosos, eliminando o passivo ambiental. Podem ser co-processados:

• Substâncias químicas e farmoquímica;

• Substâncias oleosas e graxas, derivados de hidrocarbonetos, embalagens plásticas de aditivo;

• Pneus, borrachas e emborrachados;

• Catalisadores usados, filtros de óleo e ar;

• Resinas, colas e látex, têxteis;

• Madeiras contaminadas;

• Tintas e solventes;

• Lodos de Estação de Tratamento de Efluentes, caixas separadoras;

• Solo, água contaminadas, papel e outros.

(37)

37 contendo terra e serragens, para que sejam absorvidos e transformem em material sólido, como mostra a Fotografia 03.

FOTOGRAFIA 03: Baia com serragens para transformação do resíduo líquido em sólido.

Fonte: arquivo pessoal autor

O destinação final dos resíduos industriais no Brasil tem utilizado o co –

processamento como tecnologia conforme é apresentado na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

2.6.3 Tratamento Térmico por Incineração

Segundo a Resolução Conama nº. 316 de 2002 o tratamento térmico é qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de 800 ºC.

(38)

38 A Comissão Européia inclui ainda a incineração de resíduos por oxidação e outros processos de tratamento térmico, sendo a pirólise, a gaseificação ou processos de plasma. Nesta definição abrange desde o local e toda a instalação de incineração, bem como, suas linhas de incineração, áreas de recepção, armazenamento, sistemas de abastecimento de resíduos, combustível, caldeiras e chaminés, os dispositivos e sistemas de controle das operações de incineração e de registro e monitoração das condições de incineração.

2.6.4 Aterro Industrial

A NBR nº. 8.418 de 1983 é específica sobre a apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais perigosos e suas condições mínimas exigíveis para critérios de projeto, construção e operação.

O aterro industrial é aquele que possui uma grande heterogeneidade de materiais aterrados, por receber resíduos de diferentes naturezas. O controle permanente de poluentes como os metais tóxicos devem ser monitorados, pois a capacidade de carga e assimilação, do aterro industrial pode ser superior a planejada (NASCIMENTO, 2006).

2.6.5 Aterro Sanitário

A NBR 8.419 de 1992 é específica na apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos, conforme procedimentos de aterros de resíduos não perigosos, seus critérios para projeto, implantação e operação.

No aterro sanitário os resíduos sólidos são dispostos em locais onde o terreno é impermeabilizado, compactado e coberto por camadas de terra, sendo providos de mecanismos para drenagem, captação e tratamento de gases e chorume, líquido proveniente da decomposição do lixo (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2000).

(39)

39 pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos, procurando objetivar uma distribuição ordenada de rejeitos em aterros (BRASIL, 2010).

No Distrito Federal a disposição de resíduos é realizada por meio do aterro controlado que a mais de 40 anos recebe os resíduos sólidos urbanos, causando uma série de impactos ambientais negativos. Conforme a Lei nº. 12.305 este aterro controlado deverá ser recuperado e monitorado para minimizar os danos causados ao meio natural (MONTEIRO, 2010).

2.6.6 Reciclagem de Resíduos Sólidos

A reciclagem de resíduos sólidos é o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico – químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos (FIEMG, 2011).

Na PNRS o instrumento de desenvolvimento econômico e social utilizado para auxiliar em ações na forma de viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial é a logística reversa, esta promoverá o reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos à destinação final ambientalmente adequada (FIEMG, 2011).

A reintrodução de resíduos como parte do processo produtivo tem evitado custos ambientais relativos à poluição, ao esgotamento de recursos naturais e a sua destinação final (MOTTA, 2006).

Cada vez mais os materiais recicláveis advindos de diferentes atividades industriais são substituídos por novos produtos minimizando a exploração dos recursos naturais (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 2011).

A cadeia do ciclo de aproveitamento destes materiais se inicia no princípio dos três 3 “R’s”: reduzir, reutilizar e reciclar (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 2011).

(40)

40 Segundo Mello (2002), o potencial de recuperação de sub - produtos - resíduos com valor agregado podem oferecer retorno financeiro à empresa ou minimizar os gastos com a geração, o tratamento e a disposição final, principalmente quando os resíduos possuem um grande potencial de reaproveitamento.

Conforme o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, (2011), o conceito de Produção Mais Limpa é amplo e também pode ser definido como uma estratégia ambiental aplicada ao longo do ciclo de vida dos produtos desde a extração da matéria prima até a disposição final, trabalhando melhoria na eficiência, na lucratividade e na competitividade dos processos da empresa incluindo a redução dos resíduos, como forma de ganho na cadeia produtiva (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 2011).

A viabilidade econômica dos resíduos recicláveis devolvidos ao processo de produção industrial poderá ser avaliada, conforme o percentual de material reutilizável abatido da totalidade de material virgem utilizado para produzir um produto acabado (MOTTA, 2006).

Na medida de geração destes resíduos pelas indústrias a forma de reciclagem vem

se aprimorando, pois a existência de “bolsas de resíduos” em 12 capitais do país tem surgido sob a gestão de associações industriais e órgãos de meio ambiente (MOTTA, 2006).

Segundo DIAS (2011) os benefícios financeiros atrelados a redução de resíduos depositados no meio ambiente e aos mecanismos de controle de poluição podem ser interpretados da seguinte forma:

a) Diminuição de custos com matéria – prima, disposição de resíduos e energia, menor dependência de instalações de tratamento e de destinação final de resíduos;

b) Diminuição ou eliminação de gastos futuros provenientes de processos de descontaminação e poluição de resíduos enterrados;

c) Minimização de complicações na área jurídica; d) Menores custos operacionais e de manutenção;

e) Minimização de riscos atuais, futuros, aos funcionários, ao público, ao meio ambiente, consequentemente menores despesas.

(41)

41 ambiente, logística entre outras. O estudo elaborado em conjunto com diversos departamentos dentro da planta fabril, otimiza o processo e viabiliza a destruição de produtos vencidos, obsoletos e fora do padrão de qualidade com uma margem de aproveitamento de perdas e despesas, com deduções base de calcula sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL). (COLERATO, 2010).

A Lei de Benefício Fiscal e Financeiro nº. 4.506, de 30 de novembro de 1964 (BRASIL, 1964), beneficia sobre a destinação das embalagens primárias (aquelas que não entraram no processo de produção), onde primeiramente há um gasto com a destinação final e posteriormente o abatimento dos custos na declaração de impostos, respaldados por lei. A receita federal avalia o lote apresentado pela empresa e emite um laudo conclusivo sobre o valor da nota fiscal apresentada, informando que houve realmente a perda ou avaria deste lote emitido um possível crédito financeiro no abatimento de impostos a empresa beneficiada.

A Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar nº. 101 / 2000 (BRASIL, 2000) incentiva no âmbito das competências da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, instituir normas com objetivos de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios.

Na Lei nº. 11.107 / 2005 (BRASIL, 2005) terão prioridade na obtenção dos incentivos fiscais os consórcios públicos, com objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos.

(42)

42

2.7 Visão do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos conforme ANVISA, PNRS,

SGA e Produção Mais Limpa.

Os planos de gerenciamento de resíduos, segundo VIRGEN et al, (2010) devem estar fundamentados na caracterização dos resíduos, na oferta dos mercados de recicláveis, e identificar os aspectos da localidade onde são gerados os mesmos, pois basear-se somente em outros programas e experiências de outras localidades poderá tender a um fracasso.

2.7.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

Como modelo de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) pode-se citar o exemplo do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde estabelecido e apresentado em cartilha pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que une de forma sistematizada algumas etapas importantes das resoluções da RDC ANVISA nº. 306/04 e CONAMA nº. 358/05.

As etapas sugeridas pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (PGRSS) da ANVISA são:

1) Identificação do problema: consiste em levantar e conhecer o problema; elaborar um plano de trabalho e obter aval da diretoria do estabelecimento;

2) Definição da Equipe de Trabalho: consiste em eleger um responsável pelo programa a ser estabelecido e definição da equipe de trabalho treinada e orientada;

3) Mobilização da Organização: conhecimento dos funcionários e colaboradores da importância dos resíduos sólidos de serviços de saúde e envolvimento dos mesmos em sua elaboração, implantação e manutenção;

(43)

43 5) Definição de metas, objetivos, período de implantação e ações básicas: consiste nos investimentos econômicos – financeiros; cronograma de implantação e execução do PGRSS;

6) Elaboração do PGRSS: consiste em levantar dados do estabelecimento; caracterizar os aspectos ambientais: abastecimento de água, efluentes líquidos, emissões gasosas, tipos e quantidades de resíduos gerados; segregação; tipo de acondicionamento; armazenamento; coleta e transporte interno e externo; roteiros de coleta; tratamento e disposição final. 7) Implementação do PGRSS: implantação do programa conforme etapas anteriores; 8) Avaliação do PGRSS: consiste em levantar dados a partir de um histórico, onde propostas de melhoria poderão surgir, alem de mudanças nas etapas anteriores. (BRASIL, 2006).

2.7.2 Gerenciamento de Resíduos Sólidos conforme a PNRS

Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos, (Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010), estabelece que devem ser observados a seguinte ordem de prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos:

I. Não geração; II. Redução;

III. Reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico – química;

IV. Reciclagem;

V. Tratamento de resíduos sólidos;

VI. Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

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44 gerenciados desde o nível nacional ao municipal, conforme estipulado em política adotada pela União, Estado, Município ou Distrito Federal (FIEMIG, 2011).

QUADRO 04: Esquematização dos Planos de Resíduos Sólidos em diversos níveis.

Fonte: Sistema FIEMIG, 2011.

2.7.3 Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Sistema de Gestão Ambiental

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45 O sistema ISO 14.001 é utilizado por grande parte das indústrias, pois possui suas etapas bem definidas e é reconhecido internacionalmente, onde o exemplo da empresa Siemens Metering Ltda utilizou:

Etapa 01: coleta de informações gerais; Etapa 02: disposição inicial dos resíduos; Etapa 03: disposição proposta dos resíduos;

Etapa 04: implementação do Gerenciamento de Resíduos;

Etapa 05: levantamento de informações dos prestadores de serviços ambientais; Etapa 06: fluxo de entrada e saída dos resíduos;

Etapa 07: apresentação do trabalho realizado;

Etapa 08: revisão do gerenciamento de resíduos proposto/adotado (ANDRADE, 2002). O modelo de gestão ambiental da norma ISO 14.001 sugere interface com as normas ISO 9.001 (QUALIDADE) e OHSAS 18.001 (SEGURANÇA E SAÚDE) que correspondem respectivamente a área de qualidade e segurança / saúde ocupacional. A interface permite interagir os pontos iguais das normas e criar uma sinergia no levantamento e implementação da gestão destes sistemas interligados, aproveitando oportunidades e tomando cuidados em sua gestão como um todo (PRADEZ, 2001).

2.7.4 Gerenciamento de Resíduos Produção Mais Limpa

O modelo de sistema de produção mais limpa (P+L) voltado para indústria, busca a sustentabilidade de matérias – primas, recursos renováveis; redução de consumo de água e energia; prevenção dos resíduos tóxicos e perigosos na fonte de produção; reaproveitamento e reutilização de materiais por reciclagem; geração de produtos de longa vida útil, seguros e atóxicos ao homem e meio ambiente (SENAI, 2011).

O modelo P+L incorpora assuntos jurídicos, socioculturais e políticos, representados da seguinte forma: abrangência do sistema global de produção; inserção e aplicação dos princípios de precaução, de preservação e controle democrático da temática abordada (SENAI, 2011).

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46 mesmos; preservação dos recursos naturais, sem gastos desnecessários na linha produtiva, ou seja, de acordo com a demanda e procurando garantir mecanismos de economia destes (SENAI, 2011).

2.8 Legislações Correlacionadas ao Objeto de Estudo

Em uma seqüência cronológica foram organizadas as principais legislações correlacionadas ao tema de trabalho, assim são elas:

Em 1934, foi criada a Constituição Nacional, que citava no Capítulo I, Disposição Preliminar, em seus artigos 20 e 21, as primeiras descrições de domínio da área natural de rios, lagos e ilhas especificando a posse de domínio público da União e Estados.

A Portaria do Ministério do Interior - MINTER / Portaria Ministerial n°. 53, de 1° de março de 1979 - Determina que os projetos específicos de tratamento e disposição de resíduos sólidos, ficam sujeitos à aprovação do órgão estadual competente.

No ano de 1981, a Lei Federal nº. 6.938, de 31 de agosto, sancionou que poluidor pode ser tanto pessoa jurídica ou física, de direito privado ou público, responsável direta ou indiretamente, por atividades causadoras de danos ambientais.

CONAMA nº. 001/86 – define responsabilidades e critérios para avaliação de impacto ambiental e também as atividades que necessitam de Estudo de Impacto Ambiental - AIA e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA;

CONAMA nº. 11/86 – altera o artigo 2º. Da resolução CONAMA nº. 001 de 23 de janeiro de 1986, que estabelece critérios para o uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental – EIA como um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente;

(47)

47 CONAMA nº. 006/91 - estabelece sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, desobrigando a incineração como única forma de tratamento;

CONAMA nº. 008/91 - veda a entrada no Brasil de materiais residuais destinados à disposição final e incineração;

CONAMA nº. 237/97 – dispõe sobre o sistema de licenciamento ambiental, a regulamentação de seus aspectos na forma do estabelecido na Política Nacional de Meio Ambiente, estabelece critério para o exercício da competência para o licenciamento a que o artigo 10 da Lei nº. 6.938/81 e dá outras providências;

CONAMA nº. 257/99 – orienta no descarte de pilhas e baterias usadas e dá outras providências no que se refere à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final, revogada pela CONAMA nº. 401/08;

CONAMA nº. 264 de 26 de agosto de 1999 estabelece sobre o licenciamento de fornos rotativos na produção de clínquer para atividade de co-processamento de resíduos: domiciliares brutos, de serviço de saúde, os radioativos, explosivos, organoclorados, agrotóxicos e afins.

CONAMA nº. 316, de 29 de outubro de 2002, dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos.

CONAMA nº. 313/02 – Dispõe sobre o inventário de resíduos gerados e / ou existentes que deverão ser objeto de controle específico das indústrias.

Segundo SCHNEIDER et al, 2001, os resíduos farmacêuticos são aqueles

classificados como medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados, conforme a NBR 12808 da ABNT – 1993, e frisa que estes resíduos devem ser tratados com cuidado e utilização de equipamento de proteção individual.

(48)

48 da Lei n.º 41, de 13 de setembro de 1989, que dispõe sobre a Política Ambiental do Distrito Federal e de outras providências.

Em 1998 a Lei de Crimes Ambientais de nº. 9.605, de 12 de fevereiro dispõe sobre as sanções penais e administrativas, derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providencias.

Também em 1998 foi criada a Portaria nº. 344 da ANVISA, que é mais específica para os resíduos farmacêuticos Controlados, isto é, aqueles que são provenientes de produto farmacêutico.

Os resíduos controlados são medicamentos - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. São oriundos de medicamentos que foram rejeitados, refugados na produção, testados em controle de qualidade, enfim descartados de alguma forma no processo produtivo. Para que estes resíduos sejam gerados são necessárias algumas autorizações conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária descreve na Portaria 344/1998.

Para a manipulação, fabricação, distribuição, ou até mesmo embalar ou dar qualquer fim, às substâncias desta portaria é obrigatória a obtenção de Autorização Especial concedida pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Esta Autorização Especial deverá ser protocolizada pelos responsáveis dos estabelecimentos da empresa, onde procederá a inspeção da empresa em questão e logo após será emitido o parecer para autorizar ou não, para a manipulação do produto controlado, conforme o Certificado de Autorização Especial logo após a publicação no Diário Oficial da União.

Os resíduos Não – Controlados: são aqueles que não seguem alguma exigência da Agência de Vigilância Sanitária, mas são classificados como resíduos provenientes de indústria, assim deverão ser quantificados e destinados adequadamente conforme legislação vigente.

No que se refere aos procedimentos e critérios para funcionamento de sistemas de tratamento térmico dos resíduos a Resolução CONAMA nº. 316 de 29 de outubro de 2002 e suas alterações determina alguns cuidados em seu manuseio.

(49)

49 órgãos ambientais podem controlar um pouco mais tais resíduos (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2008).

A fim de trabalhar formas mais específicas de tratamento dos resíduos industriais e aqueles ligados a indústria farmacêutica a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, regulamentou as disposições técnicas das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos, nº. 210/2003 descrevendo sobre a necessidade dos procedimentos operacionais padrões sobre auto - inspeção, a fim de que

haja uma “padronização mínima no tratamento interno”, do estabelecimento em questão, para controle e descarte dos resíduos de produção, e que seja no mínimo anual.

Em complemento a RDC 210/2003 surgiu um trabalho também específico para os resíduos farmacêuticos na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA, regulamentando assim, para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, nº. 306/2004, propondo em seu texto sobre os cuidados devidos para as diferentes etapas de: manejo, segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externos e disposição final, mapeando assim, desde o processo de sua origem até sua disposição final.

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº. 210, de 4 de agosto de 2003 –

determina a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos, o cumprimento das diretrizes de Boas Práticas de Fabricação, considerando as recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS.

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº. 306, de 7 de dezembro de 2004 –

aprova o regulamento técnico para gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, a ser observado em todo território nacional, na área pública e privada.

Na Resolução CONAMA nº. 358 de 29 de abril de 2005 tratam dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, norteando as etapas dos processos de manuseio, segregação, armazenamento e destinação final e dá outras providências.

(50)

50 Em 2010, após 20 anos, o Projeto de Lei do Senado Federal 354 / 1989 (projeto de Lei 203 / 1991) foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal e sancionado pelo Presidente da República, dando origem à Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei obriga os geradores de resíduos de forma geral, a serem mais responsáveis por sua destinação final, sendo que, algumas formas de tratamento como soluções mais viáveis, vêm sendo abordadas na logística reversa, incentivos fiscais, co – processamentos e outras tecnologias de destinação, segregação e tratamento final que auxiliarão as grandes empresas.

2.9 Histórico do Polo de Desenvolvimento Juscelino Kubitschek

O Polo de Desenvolvimento JK na região administrativa de Santa Maria – DF limita-se com municípios goianos de Valparaíso e Céu Azul. Neste Pólo, vive uma população de mais de 365.000 habitantes, que depende do emprego centralizado no Plano Piloto, onde a principal ligação do pólo ao plano é a Rodovia BR 040, que recebe o maior fluxo diário de veículos do DF, estando assim, em uma posição estratégica no território do DF e Entorno. O PDJK fica situado na Região Administrativa de Santa Maria, a 39 km do Plano Piloto, no qual a grande maioria das empresas estão voltadas para atividades industriais e de centro de distribuição, logística.

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ILUSTRAÇÃO 01: União Química Farmacêutica Nacional e Polo de

Desenvolvimento J. K.

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ILUSTRAÇÃO  01:  União  Química  Farmacêutica  Nacional  e  Polo  de  Desenvolvimento J
ILUSTRAÇÃO 02: Modelo do Formulário de Destruição de Materiais e Produtos.
ILUSTRAÇÃO 03: Formulário de relatório mensal de Notas Fiscais dos resíduos gerados.
ILUSTRAÇÃO 04: modelo de palete de madeira
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Referências

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