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Etapa de EXECUÇÃO DO PLANO

5 O FLUXOGRAMA DA PESQUISA CIENTÍFICA

3. Etapa de EXECUÇÃO DO PLANO

Estudo piloto

Treinamento dos entrevistadores Coleta de dados

Tabulação Análise Estatística Avaliação das hipóteses

4 . Etapa de CONSTRUÇÃO e APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO

– Construção do esquema do relatório: problema, referencial teórico, resultado da avali- ação do teste das hipóteses e conclusões.

– Redação: sumário, introdução (problema, justificativa, objetivos, citação do marco teórico, hipóteses), corpo do trabalho (problema, apresentação e discussão das teorias que compõem o referencial teórico e dos resultados alcançados em função do teste e avaliação das hipóteses), conclusão (problema, resultados e limitações), referências bibliográficas, bi- -bliografia, tabelas, gráficos, anexos.

5.2.1 Primeira etapa: a preparatória

A primeira etapa, a preparatória, é dedicada à escolha do tema, à delimitação do problema, à revisão da literatura, construção do marco teórico e construção das hipóteses. O objetivo fundamental dessa etapa é o investigador definir o problema que irá investigar. Como a identificação e delimitação do problema não ocorre de uma forma mecânica e instantânea, ela requer que, concomitantemente, seja execu- tada em conjunto com a revisão da literatura, construção do referencial teórico e das hipóteses. É nessa etapa, em geral, que se apresentam as principais dificuldades para o investigador.

A escolha do tema para uma pesquisa deve estar condicionada à existência, prin- cipalmente, de três fatores:

O primeiro é que o tema deve responder aos interesses de quem investiga. De nada adianta, por exemplo, para um estudante, escolher um tema de questões metafí- sicas se estas não despertarem seu interesse.

O segundo fator é a qualificação intelectual de quem investiga. O pesquisador deve se propor temas que estejam ao alcance da sua capacidade e do seu nível de co- nhecimento. É aconselhável escolher temas dentro do contexto teórico que mais se domina. É necessário compatibilizar a capacidade do investigador com as fontes dis- poníveis.

O terceiro é a existência de fontes de consulta que estejam ao alcance do pesqui- sador. O primeiro passo para constatar a sua existência é fazer um levantamento das publicações que existem sobre o tema nas bibliotecas, consultando catálogos e revis- tas especializadas que publicam abstracts, resenhas e comentários. Uma boa técnica para localizar as fontes é consultar a bibliografia utilizada por autores que versem so- bre o tema. Outra é consultar especialistas ou estudiosos sobre o assunto. A consulta às principais bibliotecas e institutos de pesquisa nacionais e internacionais se torna facilitado hoje pela existência das redes mundiais de informatização. O uso da inter- net, do correio eletrônico e de outras formas eletrônicas de acesso à informação colo- ca rapidamente o pesquisador junto às fontes que deseja.

Escolher o tema é indicar a área e a questão que se quer investigar. Por exemplo: as causas do baixo nível de conhecimentos em física dos alunos que concluem o 2º grau; as conseqüências do êxodo rural na estruturação dos grupos urbanos; as conse- qüências da verminose em crianças da periferia urbana; novas formas de eliminar os parasitas e insetos que devastam as plantações sem afetar o equilíbrio ecológico; fon- tes e formas alternativas de produção de energia limpa; causas do retardamento men- tal; a imunoterapia para a cura do câncer.

No entanto, apenas a escolha do tema não diz ainda o que o pesquisador quer in- vestigar. A sua meta, nesta etapa, é a de delimitar a dúvida que irá responder com a pesquisa. A delimitação do problema esclarece os limites precisos da dúvida que tem o investigador dentro do tema escolhido. Não se pode propor uma pesquisa onde não há a dúvida. Inicialmente, à luz dos próprios conhecimentos, o investigador ela- bora uma delimitação provisória do seu problema de investigação. Progressivamente, à medida que os seus conhecimentos vão se ampliando em função das leituras efetua- das na revisão da literatura pertinente, o investigador começará a perceber o comple- xo de variáveis que estão presentes no tema de pesquisa que escolheu e, então, come- çará a decidir com quais irá trabalhar.

Assim, por exemplo, dentro do tema baixo nível de conhecimentos dos alunos que concluem o 2º grau, pode-se levantar as seguintes dúvidas:

– Os métodos e técnicas de ensino utilizados influenciam no nível dos conheci-

mentos dos alunos?

– Há diferenças relevantes no nível dos conhecimentos dos alunos das escolas públicas e privadas?

– Há diferenças significativas no nível de conhecimentos entre os alunos de cur- sos noturnos e diurnos?

– Os alunos que têm aulas práticas em laboratórios bem equipados possuem maior nível de conhecimentos dos que não as têm?

– A multiplicidade de disciplinas no currículo escolar, com a conseqüente pulve- rização dos conteúdos programáticos, é responsável pela superficialidade dos co- nhecimentos que os alunos possuem no término do 2º grau?

– A necessidade de trabalhar para auxiliar no orçamento familiar, com a conse- qüente diminuição do horário de estudo, influencia o baixo rendimento escolar?

– Há relação significativa entre o nível de titulação dos professores com o nível de conhecimento dos alunos que concluem o 2º grau?

A relação do baixo ou elevado nível de conhecimentos dos alunos que concluem o 2º grau poderia ser estabelecida ainda com as variáveis renda familiar, nível de es- colarização dos pais, ausência de motivação familiar, inadequação do material didá- tico e dos programas de ensino, nível de exigência nas avaliações, planejamento de ensino, condições materiais da escola, relação com a realidade, e tantas outras de ca- ráter psicológico, sócio-econômico, epistemológico e metodológico.

Pode-se perceber que a simples escolha de um tema deixa o campo da investiga- ção muito amplo e muito vago. Há a necessidade de se estabelecer os limites de

abrangência do estudo a ser efetuado. Isso só é possível quando se delimita com pre- cisão o problema50

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Um problema está bem delimitado quando, através de perguntas pertinentes, es- pecifica com clareza as diversas dúvidas. O problema é a dificuldade sem solução que deve ser respondida, expresso em forma de enunciado interrogativo que contém no mínimo a relação entre duas variáveis. Se não manifestar essa relação é sinal que ele ainda não está suficientemente claro para a investigação.

Para se chegar ao enunciado do problema deve-se antes defini-lo, especificando: a) a área ou o campo de observação.

Exemplos: O uso de drogas e o aumento da criminalidade. O uso de laboratórios para aulas práticas e o nível de conhecimentos dos alunos.

b) as unidades de observação. Deve estar claro quem ou o quê deverá ser objeto de observação, que características deverão ter, o local e o período em que será feita a observação.

Exemplos:

– para a delinqüência juvenil: jovens de 13 a 18 anos, de Caxias do Sul, que já te- nham sido condenados judicialmente e recolhidos em reformatórios, nos anos de 1980 a 1983;

– para o uso de laboratórios: alunos que freqüentam as disciplinas de química e física nas segundas séries do 2º grau, habilitação auxiliar de laboratório, de ambos os sexos, das escolas públicas de Caxias do Sul, no ano de 1980.

c) as variáveis principais. Devem ser apresentadas as variáveis que serão estuda- das, mostrando que aspectos ou que fatores mensuráveis serão analisados, com a res- pectiva definição empírica51

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