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Etapas de desenvolvimento da pesquisa

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (páginas 68-73)

De posse da identificação do problema e dos objetivos propostos, desenvolve-se a presente pesquisa, que está estruturada em etapas, como pode ser observado na Figura 1. A primeira etapa trata da fase de compreensão e entendimento do tema: de forma a abranger os níveis teórico e prático da pesquisa serão adotados métodos de revisão bibliográficas e pesquisas de campo – estudos de caso.

A segunda etapa compreende uma proposta de solução, baseada nos dados coletados na etapa um e trata-se da criação e proposição de modelos (workflow e procedimentos de gestão do processo de projeto) visando a garantia do desempenho. Essa etapa ainda propõe a realização de testes práticos de aplicação dos modelos propostos, nas empresas estudadas.

Finalmente, na etapa três, as contribuições teóricas e práticas serão organizadas e apresentadas como resultados dessa dissertação.

Figura 1 – Etapas de desenvolvimento da pesquisa, pela abordagem DSR

Fonte: Caixeta (2015)

3.2.1 Etapa um: Compreensão

A etapa de compreensão se dá a partir da identificação do problema: o problema real está relacionado aos desafios de como fazer gestão do processo de projeto para atender a norma de desempenho em empresas construtoras de pequeno e médio porte, considerando como hipótese que essas empresas não têm estruturação clara, nem procedimentos sistêmicos para atender a norma de desempenho ABNT NBR 15575:2013. Diante da identificação do problema, passa- se à etapa de entendimento do tema. Para atingir o objetivo específico A que se trata de identificar como tem evoluído o processo de gestão de projeto nas empresas, quais as fases de projeto são contempladas, quais são os profissionais envolvidos, quais os modelos, ferramentas e procedimentos vem sendo adotados para garantia do desempenho. Essa análise possui cunho teórico e prático e será obtida através de revisão bibliográfica e estudos de caso em quatro empresas construtoras de pequeno e médio porte.

A fundamentação teórica foi realizada através da revisão bibliográfica desde o início da pesquisa, para embasamento do tema em questão e apresentação do seu estado da arte. Além disso, a busca do referencial foi feita desde a preparação da pesquisa de campo (estudos de caso) e ao longo do decorrer de todo o trabalho, para sanar possíveis dúvidas e falhas encontradas ao longo do processo.

Os estudos de caso foram adotados como meio de busca de dados através de pesquisa exploratória considerando: diagnóstico e entrevistas realizados com as empresas construtoras, análise dos documentos e procedimentos já adotados por essas empresas para a gestão do processo de projeto.

Segundo Yin (2010), o estudo de caso é uma estratégia relevante de pesquisa quando perguntas como “como” e “por que” algum fenômeno social funciona, são o foco da pesquisa, somadas a elas as fontes de evidências da observação do pesquisador e a adoção de entrevistas. O autor define o estudo de caso como “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes”. (YIN, 2010, p. 22). O estudo de caso se divide em etapas:

a) definição dos critérios para escolha das empresas:  empresas construtoras de pequeno e médio porte;

 empresas voltadas para o mercado imobiliário residencial, significativamente;

 empresas com processo de projeto minimamente estruturado, ainda que não necessariamente documentado;

 existência de ações, em menor ou maior intensidade, voltadas para o desempenho;

 disponibilidade para compartilhamento de informações;

b) seleção das empresas: foram escolhidas, quatro empresas, dentro dos critérios definidos, para as quais será apresentado quadro de caracterização, contendo:

 porte;

 nicho de mercado;

c) definição do protocolo do estudo de caso - a intervenção nas empresas foi planejada da seguinte forma:

 roteiro para entrevista;

 identificação e definição de fontes de evidência: manual da qualidade, análise de documentos e projetos, visitas à obra, entrevista com o diretor;

d) estudo de caso piloto – Empresa A: foi feito estudo de caso piloto na Empresa A, com o objetivo de validar o protocolo proposto;

e) conclusão dos demais estudos de caso: após validação do protocolo na empresa piloto, os demais estudos de caso foram concluídos.

3.2.2 Etapa dois: Desenvolvimento

Os dados e conhecimentos obtidos na primeira etapa são o ponto de partida para a etapa de desenvolvimento, que está dividida em duas fases. Na fase um da etapa dois, foi feita a proposição de uma solução, de forma a atender o objetivo específico B: criação de constructos (modelos, checklists, workflows), apresentação e proposição de sua implementação nas empresas construtoras estudadas, como material de auxílio para o desenvolvimento do processo de projeto visando a garantia o desempenho.

Na fase dois, ainda na etapa de desenvolvimento, e para atender o objetivo específico B, de validar as ferramentas e procedimentos propostos, propõe-se a aplicação dos modelos propostos nas empresas estudadas, sugerindo alterações necessárias para melhor implementação, sempre baseadas e fundamentadas pela etapa um até o fechamento da sua versão final. Na impossibilidade de aplicação nas empresas estudadas, mas ainda com objetivo de aprimoramento dos modelos

propostos, o material foi enviado para análise de profissionais e especialistas da área.

Os modelos apresentados são fruto de desenvolvimento coletivo realizado por um grupo de estudo e pesquisa no âmbito do Departamento de Engenharia de Materiais e Construção (DEMC) – UFMG, do qual a autora fez parte. As ferramentas foram desenvolvidas, com base no referencial teórico, e apresentadas ao grupo de estudo em reuniões periódicas, num trabalho colaborativo em que foram amplamente discutidas e cada membro do grupo apresentou suas considerações.

O desenvolvimento dessas ferramentas, como será detalhado adiante, partiu de um referencial teórico: a título de exemplo, o mapa de riscos baseia-se em um ckecklist apresentado pela CBIC (2013), a planilha de atividades da coordenação partiu de um guia para arquitetos da AsBEA (2015), o checklist de recebimento de projetos nasceu de outra publicação da CBIC com perguntas e respostas sobre a norma de desempenho (CBIC, 2015), o fluxograma é uma adaptação do fluxo proposto por Barbosa (2013).

A partir do referencial teórico, a autora se envolveu mais profundamente no desenvolvimento das seguintes ferramentas, em que pode ser observada sua forte presença, podendo ser consideradas de sua autoria: Diretrizes para especificações de acabamentos, Procedimentos de contratação de projetos, Checklist de recebimento de projetos, Acompanhamento das atividades pela coordenação, Ensaios necessários.

Para aprimoramento das ferramentas, além das discussões no grupo de estudo, as ferramentas contaram com a intervenção de pesquisadores que apresentaram críticas e sugestões de melhorias em seu conteúdo.

3.2.3 Etapa três: Análise e Reflexão

A última etapa da DSR é a análise e reflexão dos dados e contribuições obtidos e sua organização. Com essa análise será possível identificar as contribuições teóricas e práticas dessa pesquisa e indicar pesquisas futuras. Essa fase se encerra com a redação da dissertação.

A Figura 2, apresenta, em mais detalhes, o delineamento da pesquisa e suas etapas.

Figura 2 – Delineamento da pesquisa, pela abordagem DSR

Fonte: Caixeta (2015) e Shigaki e Formoso (2015) – adaptado pela autora

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (páginas 68-73)