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5. OS MUSEUS DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO Inspirados no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA), segundo

5.1 MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO (MAM/RJ)

5.1.1 S ETORES DE D OCUMENTAÇÃO

Analisando os documentos existentes no arquivo do museu para esta pesquisa, foram encontrados projetos e relatórios com propostas de sistematização da informação existente na instituição, especificamente a partir de 1979. Contudo, não é possível afirmar se existiram setores específicos voltados para a documentação. De qualquer modo, conforme estatutos da década de 1950 e clippings de jornais publicados na década de 1970 e 1980, é sabido que a biblioteca do museu iniciou as suas atividades juntamente com a criação do MAM e que, em 1978, existiam coleções de documento e publicações sobre artes visuais, cerca de 13 mil volumes, voltados à estudos internos sobre arte, sendo destruídos pelo incêndio (MAM, 1990)245.

A divisão de informação foi criada em março de 1987, com o objetivo de centralizar a informação bibliográfica do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Teve sua origem nos documentos coletados e organizados para constituir a memória histórica do museu, além do acervo da Biblioteca. Assim, a Divisão de Informação é o local para onde deve convergir todo e qualquer material bibliográfico, audiovisual, etc. o material é analisado, catalogado, classificado e preparado para que as informações sejam divulgadas e transferidas aos pesquisadores. A estrutura organizacional da Divisão de Informação compõe-se de quatro setores: Biblioteca, Setor de Documentação, Setor Iconográfico e Setor de História Oral. Todos os setores operam com relativa independência, mas entrosadas entre si por instrumentos como catálogos, linguagens, etc., assim evita-se duplicação de recurso e serviços, além de cruzar informações com o próprio acervo [museológico] do museu 246.

Sobre o ano de 1987, existe um documento que trata sobre o Setor de Documentação, assinado por Dirce Campos de Moraes, Chefe da Divisão de Informação, e que, em 8 de julho de 1987, apresenta a seguinte estrutura: Arquivo de Documentos impressos (Histórico Administrativa do MAM: 23 pastas abertas, arquivadas, com 500 documentos restaurados com técnica especial); Exposições no MAM (297 pastas restauradas, sendo que este trabalho encontra-se na exposição n. 3666, ano de 1968); Pastas de artistas (212 pastas, sendo 156 de artistas); total

245

MUSEU DE ARTE DO RIO DE JANEIRO. Biblioteca. 2f. 1990

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arquivado: 619 pastas (MAM, 1987)247.

Na documentação existente datada em 1992, encontramos um projeto de criação do Setor de Pesquisa. O objetivo deste seria “apresentar e justificar a implantação do Núcleo de Pesquisa do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através da reformulação de dois setores já existentes na instituição: a Biblioteca e o Centro de Documentação”. Para a estruturação deste Setor de Pesquisa, seria necessário desenvolver o seguinte “Plano” ou estrutura: Biblioteca; Centro de Documentação (Arquivo Lygia Clark, Arquivo Joaquim Tenreiro, Memória do MAM); Laboratório de Conservação e restauração (Arte brasileira contemporânea, Procedimento de conservação e restauração, Materiais artísticos no Brasil – pesquisa de quantidade e confiabilidade); Acervo MAM; Acervo Gilberto Chateaubriand; Fonte para a arte brasileira moderna e contemporânea – a produção historiográfica, crítica e teórica); Arquivo Iconográfico; Cursos e programa Editorial (MAM, 1992)248. Contudo, constam também outros documentos, produzidos na década de 1990, que propõem a criação de um Núcleo de Pesquisa. Deste modo, podemos perceber que vários foram os projetos apresentados, para que o museu estabelecesse o Setor de Pesquisa e Documentação existente.

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MUSEU DE ARTE DO RIO DE JANEIRO. Setor de Documentação. Rio de Janeiro, 1f, 8 jul.1987.

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Figura 61 – Clipping anuncia a implantação do programa de informatização do MAM com o uso do Sistema Microisis, desenvolvido pela UNESCO

Fonte: MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO. JORNAL O GLOBO. 1992

Assim, com base nos documentos existentes, e em informações obtidas junto aos técnicos do setor de arquivo e biblioteca do museu, foram levantadas informações sobre o existente Setor de Pesquisa e Documentação, o qual compreende documentos sobre artes visuais. No arquivo, podemos encontrar documentos textuais, iconográficos e cartográficos, enquanto na biblioteca encontramos publicações. O referido setor abarca o arquivo histórico institucional e a biblioteca do museu, atualmente em processo de informatização e digitalização. A biblioteca atualmente encontra-se fechada para pesquisa devido à reformulação dos sistemas de recuperação da informação. O Setor de pesquisa e documentação utiliza para organizar as suas informações uma tabela de temporalidade que engloba toda a documentação do museu, inclusive a documentação

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de exposições.249

Quanto à documentação sobre exposições, os documentos, geralmente são enviados pelo setor de produção e design, e organizados em pastas identificadas pelo título da exposição. Os documentos existentes nestas pastas não têm uma numeração que identifique item por item, mas geralmente contêm livros de assinatura de visitantes e documentos impressos.

A atuação do setor de design na exposição ocorre da seguinte forma:

é fornecido [ ao setor] o conceito, textos de apresentação, edição de obras e respectivos dados e imagens para a elaboração de: expografia (posicionamento das obras, espaçamentos, agrupamentos; posicionamento dos painéis, sinalização, iluminação, circulação), mobiliário expositivo (bancos, vitrines, bases, tablados), sinalização (etiquetas de identificação de obras, textos de parede), peças gráficas (identidade visual, folder, catálogo, textos de parede, vídeos, banner, convite virtual, convite impresso), divulgação (redes sociais, site). Depois da elaboração do projeto, é acompanhada a execução do mesmo, na área expositiva.250

Com o término da exposição, os registros gerados sobre a atividade podem ser “Plantas em AutoCad e PDF, e arquivos de sinalização em Adobe Illustrator, Adobe InDesign e PDF”. Os documentos produzidos pelos setores do museu ficam em “em um servidor acessível por rede a todo o museu e o material impresso arquivado no setor de pesquisa para arquivamento”.251

Segundo informações recebidas por e-mail, o setor de Design do museu produziria, então, o projeto museográfico da exposição. Contudo, nas pastas analisadas nesta instituição, não foram encontrados documentos com formatação de projeto, mesmo sendo uma das exposições produzidas em 2016.

Quanto ao sistema de gestão da informação, a ser adotado pelo Setor de Pesquisa e Documentação, será o BNWEB, desenvolvido pela empresa Contemporary, o qual permitirá cruzar dados existentes no arquivo na biblioteca do museu, o qual não será aplicado ao setor de responsável pelo acervo Museológico. Com a necessidade de “atualizar a forma de gestão e recuperação do acervo”252

, em 2012, iniciou-se a

249 Informações fornecidas por e-mail em 20 mai. 2017 (MAGALDI, Monique. Documentação de

exposições no Setor de Pesquisa e Documentação. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <moniquemagaldi@unb.br> 20 mar. 2017).

250 (MAGALDI, Monique. Setor Design – MAM/RJ. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por

<moniquemagaldi@unb.br> 10 jan. 2017).

251 (MAGALDI, Monique. Setor Design – MAM/RJ. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por

<moniquemagaldi@unb.br> 10 jan. 2017).