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CAPÍTULO I Avaliação Educacional no Brasil

1.1 A reforma do Ensino Médio e o ENEM

1.1.2 O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)

As políticas públicas de avaliação da educação tiveram grande desenvolvimento nos últimos anos. Na década de noventa, foi necessária a concepção de um instrumento de avaliação que pudesse mensurar o impacto e o alcance da implementação das políticas curriculares nas escolas do ensino médio.

À medida que se consolida o ensino fundamental, muitos jovens buscam novos caminhos, fazendo crescer a matrícula no ensino médio. De acordo com Castro e Tiezzi (2005) cresce a matrícula no ensino médio, aumenta a oferta de vagas no setor público, diminui o número de jovens frequentando o período noturno, é estabelecido um novo currículo, uma nova estrutura organizacional reordena o ensino médio propedêutico e a educação profissional e, por fim, um novo sistema de avaliação, o ENEM, passa a induzir o processo de reforma.

O ENEM instituído no ano de 1998, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação, consta, até o momento, de um exame anual, individual e de caráter voluntário, com o objetivo principal de possibilitar a todos os que dele participam uma referência para a autoavaliação, a partir das competências e habilidades que compõem a matriz de referência que estrutura o exame. Como mecanismo de avaliação dos indivíduos ao final de sua escolaridade básica, o ENEM busca traduzir, por meio da redação e da prova objetiva, os princípios e diretrizes da reforma do ensino médio.

O ENEM é baseado no exame nacional americano o SAT (Scholastic Aptitude Test) que avalia as competências necessárias do estudante para o acesso ao ensino superior. O SAT 5 é um teste de admissão reconhecido mundialmente, ele testa o conhecimento da leitura, escrita e Matemática. É um exame padronizado, desenvolvido nos Estados Unidos e aplicado a estudantes do ensino médio, que tem o objetivo de selecionar alunos para o ingresso nas universidades do país. Atualmente, o exame é aplicado até sete vezes no ano (em caso de nota baixa, o aluno tenta novamente, ficando com a nota mais alta) e o resultado é enviado para a universidade que deseja cursar. No entanto, a pontuação do SAT é apenas um dos fatores que as universidades

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consideram ao fazer suas decisões de admissão, pois o boletim de todo o ensino médio também é considerado pelas universidades. Estudantes de outros países também podem prestá-lo, caso estejam interessados em ingressar em universidades que aceitam os resultados do SAT.

De acordo com Vianna (2003) o SAT é um instrumento que mede as habilidades que são desenvolvidas ao longo do tempo, fixando-se em habilidades verbais e numéricas, pois tais habilidades são desenvolvidas no decorrer da interação do estudante com o meio. Ainda, segundo o autor, a parte verbal do teste tem sido bastante diversificada, abrangendo diferentes áreas (social, política e científica), enquanto a parte numérica concentra-se mais em raciocínio lógico e percepção de relações matemáticas.

Embora o ENEM tenha sido baseado no SAT, as características comuns entre o exame e o teste são: ambos oferecem as mesmas oportunidades de acesso a estudantes de todas as origens6 e utilizam a Teoria de Resposta ao Item (TRI) como metodologia de avaliação, uma vez que o SAT é um exame de conteúdo combinado com testes psicológicos e o ENEM apenas um exame de conteúdo.

O ENEM segue as orientações da reforma do ensino médio e contempla as diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais para esse nível, ao demonstrar, por meio de uma prova, como é possível trabalhar os diferentes conteúdos numa perspectiva interdisciplinar, privilegiando a aprendizagem a partir da solução de problemas apresentados em temas que fazem parte do cotidiano dos alunos.

Em seu primeiro ano de aplicação, pouco mais de 100 mil jovens egressos do ensino médio, constituído, na maior parte, por alunos de escolas particulares das regiões sul e sudeste, buscaram, por intermédio do ENEM, aferir a formação recebida em suas escolas (BRASIL, 2002).

A expansão gradativa do ensino médio fez com que as equipes idealizadoras do ENEM buscassem um método para aumentar a participação dos alunos das escolas públicas, pois na interpretação dos técnicos do poder público, somente com o aumento da participação desses estudantes, possibilitaria o mapeamento da situação real da escola brasileira, no que se refere, aos aspectos estruturais, físicos e pedagógicos (BRASIL, 2002).

6 Informação retirada do site:

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O Exame Nacional do Ensino Médio cresceu substancialmente a partir de 2001, quando tornou-se gratuito para estudantes egressos de escolas públicas, além de ser ampliado para um número cada vez maior de municípios, com o objetivo de facilitar o acesso de todos os alunos que estão concluindo o ensino médio no país. Isso pode ser percebido na décima primeira edição, em 2008, quando o exame atingiu a marca de 2 920 560 alunos avaliados. Esse aumento deve-se à credibilidade e ao reconhecimento adquiridos nesses anos pela qualidade de sua prova e pelo modo de como é feita a abordagem dos resultados obtidos pelos jovens que o realizam visando tanto o seguimento de seus estudos como a inserção no mundo do trabalho (BRASIL, 20087).

O aumento do número de alunos avaliados no ENEM deve-se também à criação pelo Governo Federal do Programa Universidade para Todos (ProUni). O ProUni 8, criado em 2004, é um programa do Ministério da Educação que concede bolsas integrais ou parciais em instituições de ensino superior a estudantes de baixa renda e sem diploma de nível superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica. Com os resultados do ENEM, os estudantes egressos do ensino médio, podem obter bolsas de estudos em instituições de ensino superior privada, tendo em vista que a bolsa é para pagamento das mensalidades, o que ocorre só nas instituições privadas.

Segundo Castro e Tiezzi (2005)

O ENEM tem possibilitado uma compreensão mais palpável dos eixos estruturadores da reforma do ensino médio: interdisciplinaridade, contextualização e resolução de problemas. Tem permitido que professores e especialistas em educação visualizem o desempenho desejado dos jovens de forma clara, tal como é exigido em cada uma de suas questões [...]. O ENEM é um poderoso instrumento indutor de mudanças, na medida em que expressa no que é avaliado aquilo que deveria ter sido ensinado. (CASTRO; TIEZZI, 2005, p. 133)

Nessa mesma direção, Hilário (2008) afirmou que o ENEM é um indutor de novos currículos para o ensino médio e, que o maior mérito do exame foi ter induzido a cultura da cobrança de ações das pessoas responsáveis pela implementação de políticas públicas para a melhoria da qualidade do ensino neste nível de instrução.

No que se refere à estrutura conceitual de avaliação, o ENEM vem se aprimorando desde sua primeira aplicação em 1998, tendo como referência principal a articulação entre o conceito de

7 Até a data do presente estudo, consta no site do INEP) o relatório pedagógico dos anos de 2001 a 2008. Não foram

divulgadas as informações sobre o relatório pedagógico de 2010.

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educação básica e o de cidadania. Em março de 2009 o Ministério da Educação anunciou a reformulação do ENEM, que foi publicado pela portaria n. 109, de 27 de maio de 2009 (BRASIL, 2009). Nesse documento, no artigo 1°, o exame é visto ―como procedimento de avaliação do desempenho escolar e acadêmico dos participantes, para aferir o desenvolvimento das competências e habilidades fundamentais ao exercício da cidadania‖.

Até o momento, o ENEM mantém as mesmas características iniciais, isto é: ser um exame voluntário em que estudantes concluintes do ensino médio e indivíduos que concluíram o ensino em anos anteriores podem realizar a prova. A novidade é que a prova passou a se constituir em certificação de conclusão do ensino médio, o que torna o ENEM também uma oportunidade para cidadãos que não possuíam diploma desse nível de ensino desde que na data de realização da prova tenham 18 anos, no mínimo, e atingido a pontuação exigida para conseguir o certificado.

Tal pontuação9 é definida pelas instituições certificadoras (secretarias estaduais de educação ou institutos federais de educação, ciência e tecnologia) que aderiram a essa modalidade, nos termos da Portaria MEC nº10, de 20 de maio de 2012 e da Portaria INEP nº 144, de 24 de maio de 2012. No ENEM de 2009 a nota mínima exigida para certificação em cada uma das quatro áreas do conhecimento (Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias) foi de 400 pontos e na redação tormou-se necessário que o participante tivesse, no mínimo, 500 pontos. Já no ENEM de 2012 o candidato deveria atingir no mínimo 450 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do exame e 500 pontos, no mínimo, na prova de redação.

A partir de 2009, as médias obtidas pelos candidatos no exame passaram a ser usadas no vestibular das instituições federais de ensino e de instituições privadas que aderissem ao sistema e também em processos seletivos de cursos profissionalizantes pós-médios. As universidades possuem autonomia e podem optar entre quatro possibilidades de utilização do novo exame como processo seletivo: (a) como fase única, com o sistema de seleção unificada; (b) como primeira fase; (c) combinado com o vestibular da instituição e (d) como fase única para as vagas remanescentes do vestibular.

Algumas universidades já utilizaram as notas dos estudantes obtidas no ENEM combinados com seus vestibulares antes da proposta do novo exame. Cavalcante, Oliveira, Reali e Tancrede (2006) afirmaram que, em 2006, cerca de 460 instituições de ensino superior

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aceitaram em seus processos seletivos as notas obtidas do ENEM, sendo a instituição que determinava os critérios de aproveitamento. Segundo os autores, entre os critérios adotados destacam-se acréscimos de pontos à nota dos candidatos, substituição da primeira fase do vestibular pela nota do ENEM ou a substituição do processo seletivo pela nota obtida no exame. Por exemplo, a FUVEST (Fundação Universitária para o Vestibular), que seleciona estudantes às vagas da USP (Universidade de São Paulo) utilizou as notas do ENEM em sua primeira fase. A PUC (Pontífica Universidade Católica) do Rio de Janeiro reservou 40% de suas vagas para estudantes com bom desempenho no exame (CAVALCANTE et al., 2006).

Cortelazzo (2003) no seu artigo sobre a utilização do ENEM pelas universidades estaduais paulistas ressaltou que a decisão de aproveitar a nota do exame como um dos componentes de acesso às universidades estaduais paulistas levou em consideração o caráter individual do ENEM; a possibilidade de abrangência da totalidade dos egressos do ensino médio; a diminuição da autoexclusão imposta por muitos estudantes aos vestibulares mais concorridos; e o aproveitamento das notas desse exame pelas universidades pode interferir na elaboração de instrumentos de avaliação mais coerentes, que não se limitam somente à finalidade imediata da classificação por desempenho em determinados conteúdos do ensino médio.

A aceitação da nota do ENEM para acesso à instituição superior pode influenciar diretamente o aumento da nota de corte dos cursos de graduação das instituições. Segundo Vianna (2003), aumentando muito a nota de corte, corre-se o risco de tornar o acesso ao ensino supeior ainda mais elitista. O autor acredita que isso pode influenciar o princípio de isonomia (de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza 10), pois se dois estudantes participam de um mesmo processo seletivo para ingresso no ensino superior, um é favorecido,

aquele que fez o ENEM, e o outro que não fez o exame, é preterido, mesmo que com bons resultados.

Para apoiar ainda mais os estudantes que se submetem ao ENEM, o Ministério da Educação instituiu o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O Sisu, criado em 2010, é um sistema informatizado, desenvolvido pelo Ministério da Educação que seleciona candidatos às vagas em cursos de graduação disponibilizadas pelas instituições públicas de educação superior participantes. O Sistema utiliza a nota do ENEM como fase única de seu processo seletivo. Para o candidato participar do Sisu é preciso ter feito a prova do ENEM, com nota diferente de zero na

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redação. A adesão ao sistema é voluntária, só participa quem realizar a inscrição na internet. O Sisu realiza dois processos seletivos por ano, um no início do primeiro semestre e outro no início do segundo semestre. No ENEM realizado no segundo semestre de 2011, participaram 1 757 399 candidatos. Segundo os dados divulgados no site do INEP, o número de inscritos superou em 62% as inscrições realizadas no primeiro semestre de 2011.

Com a criação do Sisu, houve um aumento no número de inscritos nas instituições públicas de ensino superior. Por exemplo, Santos, Janete (2011) afirmou que a utilização das notas do ENEM como fase única do processo seletivo (por meio do Sisu) na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) tem aumentado o número de candidatos aos seus cursos. De acordo com a autora, o número de inscritos na universidade em 2010 foi bem expressivo se comparado com o processo do vestibular que a instituição promovia. Em 2009 foram 7 419 inscritos, já no ano de 2010 foram 85 792. O crescimento de inscrição foi de 1 156,38%. Ainda, segundo essa autora o aumento no número de inscrições mostra que a intenção democratizante desse novo modelo do ENEM, de ser um processo seletivo, atingiu o objetivo pretendido no âmbito da UFRB. É importante ressaltar, que esse estudo não considerou os efeitos desse processo na IES após a matrícula do estudante, o desempenho ao longo do curso e a taxa de permanência do mesmo.

Outro exemplo da utilização do Sisu como fase única do processo seletivo é indicado por Schendel e Gonçalves (2011) numa pesquisa sobre a mobilidade estudantil na Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Segundo os autores, o novo ENEM aumentou a mobilidade estudantil no Brasil de 0,04% em 2007 para 25% em 2009. No ano de 2008 a universidade apresentou uma mobilidade estudantil de 1% (estudantes que vieram de outros estados) e 99% das vagas foram preenchidas por estudantes de Rio Grande do Sul. Já no ano de 2010, a mobilidade estudantil foi de 19,4%, sendo que o Rio Grande do Sul representa ainda a maior percela de estudantes. Os autores ressaltam ainda, sobre os dados do ano de 2010, a taxa de estudantes que cursam Engenharia nos campus da Unipampa: 39% destes alunos são oriundos das próprias cidades que alocam os cursos, 34% de outras cidades do estado e 27% de outras cidades barsileiras. É possível observar nesse estudo que há uma maior mobilidade estudantil dentro do estado do Rio Grande do Sul.

Um dos benefícios do Sisu, é permitir que os estudantes se candidatem a vagas em todo o país. Em contrapartida, podem surgir vagas ociosas diante da ―quebra‖ das barreiras geográficas,

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pois os estudantes podem não comparecer no ato da matrícula, gerando dessa forma vagas não preenchidas.

Sobre esse aspecto, Andriola (2011) acredita que as vagas das várias instituições federais de ensino superior podem promover maior mobilidade regional dos candidatos aprovados no ENEM, mas afirma que a mobilidade acadêmica idealizada para os estudantes da graduação deverá estar pautada em ações de assistência estudantil.

Em relação à estrutura da prova, entre 1998 e 2008, as provas eram compostas por 63 questões interdisciplinares e uma redação, e era aplicada em um único dia, sendo estruturadas de acordo com uma matriz de 21 habilidades. A partir de 2009, as provas do ENEM passaram a ser aplicadas em dois dias e compostas por uma redação e 180 questões, interdisciplinares e contextualizadas, divididas nas seguintes áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Atualmente, as provas são estruturadas a partir de uma matriz de 120 habilidades divididas entre as quatro áreas do conhecimento citadas acima. Essa nova estrutura da prova, parece ter tornado o exame muito cansativo para quem irá realiazá-lo. Por exemplo, no ano de 2009, no segundo dia de prova os estudantes tinham cinco horas e meia para fazer a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Redação e Matemática e suas Tecnologias, isto é, 90 questões e mais uma redação. Se alguém conseguiu fazer uma redação em apenas uma hora, lhe sobrou apenas três minutos por questão. Se o ENEM procura valorizar o pensamento crítico, surge, então, uma indagação: Que tipo de pensamento crítico o estudante poderá utilizar para responder uma questão em três minutos? Diante desse fato, é necessário repensar essa nova estrutura de provas do ENEM, em relação a quantidade de questões e tempo para respondê-las, de forma que o desempenho dos estudantes no exame não seja prejudicado.

Além das provas objetivas e da redação, as políticas de avaliação utilizam-se de outros instrumentos, entre os quais se destaca o questionário socioeconômico. O instrumento é composto de 20 perguntas que indagam sobre dados de identificação pessoal, condição familiar, trajetória escolar e vida profissional. Os estudantes que participam do ENEM preenchem esse questionário no ato da inscrição pela internet.

Enquanto outras políticas não têm custo para o aluno, dos participantes do ENEM é cobrada uma taxa de inscrição, mas os estudantes concluintes do ensino médio em escolas públicas podem se inscrever gratuitamente; também são isentos de pagar a taxa os estudantes

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carentes da rede privada e os estudantes que tenham finalizado o ensino médio em anos anteriores, desde que declarem situação de carência.

No que se refere à divulgação das inscrições para o ENEM, o Ministério da Educação, desde 2008, contrata os serviços de uma agência que divulga o exame por meio de mídia exterior, banners e televisão via internet. O edital é divulgado no site do INEP (portal.inep.gov.br/enem).

Embora o exame seja composto por diversas áreas do conhecimento (física, química, geografia, biologia, entre outras) o foco de interesse do presente estudo é a Matemática e por isso na área do conhecimento: Matemática e suas Tecnologias, segundo o novo modelo do ENEM, são aferidas sete competências e 30 habilidades11:

Competência 1: Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais. Competência 2: Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da

realidade e agir sobre ela.

Competência 3: Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a

solução de problemas do cotidiano.

Competência 4: Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a

solução de problemas do cotidiano.

Competência 5: Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou

técnico-científicas, usando representações algébricas.

Competência 6: Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de

gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.

Competência 7: Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e

sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.

Um exemplo a respeito da competência 5 (Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas) é tratada na questão 149 da prova de 2010.

11 Informações retiradas da Matriz de Referencia para o ENEM, disponível no site

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Figura 1- Questão 149 da prova do ENEM do ano de 2010.

Para resolver essa questão, o estudante precisa desenvolver no mínimo uma das seguintes habilidades de acordo com a Matriz de Referência para o ENEM 200912:

 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.  Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.

 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.

Além disso, a Matriz de Referência para o ENEM estabelece os cinco grupos de conhecimentos matemáticos que devem ser abordados nos itens da área de ―Matemática e suas tecnologias‖:

 Conhecimentos Numéricos;  Conhecimentos Geométricos;

12 Especificamente, nessa questão é necessário que o estudante identifique representações algébricas que expressem a

25  Conhecimentos de Estatística e Probabilidade;  Conhecimentos Algébricos;

 Conhecimentos Algébricos/Geométricos.

Tais conhecimentos serão discutidos no próximo capítulo, na seção ―Algumas considerações na área de Matemática e relações com solução de problemas‖.

As competências descritas na Matriz de Referência para o ENEM estão baseadas na definição de competências proposta por Perrenoud, para quem a competência é a ―capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos visando agir em uma situação complexa‖ (PERRENOUD,

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