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4.4. Estado nutricional dos adolescentes

4.4.2. Excesso de peso e obesidade

Para o estudo das prevalências de pré-obesidade e de obesidade, utilizou-se a variável IMC através da análise quantitativa numérica, com os valores reais obtidos, e a sua categorização, de acordo os critérios da International Obesity

Task Force (IOFT), de acordo com as curvas de classificação de magreza, pré-

obesidade e obesidade de Cole T. J e colaboradores (2000 a; 2000 b). O IMC médio dos inquiridos foi de 21,02 ± 3,81 Kg/m2, como se pode observar no quadro 12.

Adesão ao Padrão Alimentar Mediterrânico em jovens no Algarve 2012

Quadro 12 – Dados relativos à variável contínua IMC

Frequência (n) Mínimo Máximo Média (ẋ) Desvio padrão IMC (Kg/m2) 276 13,93 34,84 21,02 3,81

No quadro 13, apresenta-se a análise do IMC por categorias, onde se pode verificar que 24,3% dos estudantes se encontrava na categoria de pré- obesidade e 5,1% estava na categoria de obesidade, pelo que pode afirmar-se que 29,4% do total dos casos observados apresentava excesso de peso. De realçar que 66,7% dos estudantes se encontrava na categoria de normoponderal (Cole, T. J. et al., 2000 a), e 4,0% apresentavam baixo peso, de acordo com a classificação de Cole T. J. e colaboradores para a definição de magreza em crianças e adolescentes (Cole, T. J. Fregal, K. M., Nicholls, D. & Jackson, A. A., 2000 b).

Quadro 13 – Dados relativos à variável IMC por categorias

Categorias de IMC Frequência (n) Frequência relativa (%) Pré-obesidade 67 24,3

Obesidade 14 5,1

Normoponderal 184 66,7

Baixo peso 11 4,0

Total 276 100

Se observarmos a distribuição do IMC por categorias e por idades, verificamos (quadro 14) que à medida que a idade aumenta, as prevalências de pré- obesidade e de obesidade diminuem.

Quadro 14 – Dados relativos à variável IMC por categorias e idades

Idade IMC_Cole (%)

Pré-obesidade Obesidade Normoponderal Baixo peso

11 33,3 12,5 50 4,2 12 23,3 1,7 68,3 6,7 13 28,1 9,4 57,8 4,7 14 24,6 2,9 71 1,4 15 17 4,3 74,5 4,3 15 9,1 0 90,9 0 Total 24,3 5,1 66,7 4

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A distribuição das categorias de IMC, por sexo, podem ser observadas na figura 11, verificando-se uma tendência maior para a pré-obesidade e obesidade no sexo masculino, 26,6% e 5,1%, respetivamente. Para a categoria de baixo peso, 5% eram do sexo feminino e 3% do sexo masculino.

Não se verificaram, diferenças estatisticamente significativas entre sexos nas categorias de classificação do IMC (

χ

2 (1) = 8,731, p=0,392). Estes resultados

vão de encontro aos resultados apresentados por Miranda A. C. e colaboradores (2010 b) que também não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre sexos e idade.

Figura 11 – Distribuição das categorias de IMC por sexo

Os resultados observados no presente estudo, para as prevalências de pré- obesidade e de obesidade, são ligeiramente superiores aos obtidos num recente estudo epidemiológico realizado em Portugal, em jovens dos dez aos dezoito anos, por Sardinha, L. e colaboradores (2010), que na região do Algarve, obteve os seguintes resultados: 78,9% dos jovens estavam na categoria de normoponderais, 16,7% na categoria de pré-obesidade e 4,3% na categoria de obesidade. Tendência semelhante foi observada num estudo realizado na Região Autónoma da Madeira, que incluía crianças e jovens, entre os sete e os dezoito anos, e que concluiu que os adolescentes a partir dos quinze anos apresentavam prevalências mais baixas de pré-obesidade e de obesidade (Gouveia, E., Freitas, D., Maia, J., Beunen, G., Claessens, A. Marques, A. et al., 2009). 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Baixo peso Pré-obesidade Obesidade Normoponderal ou baixo peso

feminino masculino

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No presente estudo, também se verificou que as prevalências de pré- obesidade e de obesidade eram mais baixas para as idades dos catorze aos dezasseis anos. Tendência semelhante foi reportada no estudo EnKid, desenvolvido no país Basco, em Espanha, cuja amostra incluía crianças e jovens dos dois aos vinte e quatro anos, onde se observou que as prevalências de pré-obesidade e de obesidade eram mais baixas a partir dos catorze anos, para ambos os sexos (Bartrina, J. A., Serra-Majem, L., Pérez-Rodrigo,C., Ribas-Barba, L. & Delgado-Rubio, A., 2006 b). Uma vez que o estudo de Sardinha, L. e colaboradores (2010) foi desenvolvido em jovens entre os dez e os dezoito anos de idade, esse efeito poderá ser mais acentuado e justificar as diferenças encontradas com o presente estudo.

De salientar, que o sexo masculino apresentava uma tendência mais elevada para as categorias de IMC de pré-obesidade e obesidade, facto também observado no estudo de Gouveia, E. e colaboradores (2009). Um estudo desenvolvido nas Ilhas Baleares, em Espanha, em jovens dos doze aos dezassete anos, que apresentou uma prevalência de pré-obesidade e obesidade, de 27,9%, no total, também encontrou a mesma tendência, com o sexo masculino a apresentar valores de IMC mais elevados comparativamente com o sexo feminino, com significado estatístico (Bibiloni, M. M., Martinez, E. L., Juarez, M. D., Pons, A. & Tur, J. A., 2010). Outro estudo realizado na Grécia (Kosti, R. I. et al., 2007), em jovens com idades compreendidas entre os doze e os dezassete anos, cuja prevalência de pré-obesidade e obesidade totalizava uma percentagem de 38,5%, para ambos os sexos, também revelou que o sexo masculino apresentava prevalências mais elevadas de pré-obesidade e obesidade (23,6%) relativamente ao sexo feminino (14,9%). Contrariamente aos estudos atrás referidos, neste estudo observou-se que à medida que a idade aumentava a prevalência de pré-obesidade e obesidade também aumentava (Kosti, R. I. et al., 2007).

No conjunto dos resultados, a prevalência de pré-obesidade e de obesidade, nos adolescentes algarvios, apresentou um valor de 29,4%, superior ao da média nacional de 27,8%, apresentada num estudo recente desenvolvido por

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Miranda, A. C. e colaboradores (2010 b), o que não deixa de ser um facto preocupante, tendo em conta que o excesso de peso em idades jovens está associado a uma tendência acrescida para desenvolver obesidade na idade adulta, estima-se que 80% dos jovens obesos sejam adultos obesos e, com o surgimento de problemas de saúde, ainda em idades pediátricas. Estas complicações de saúde tendem a conduzir a risco de desenvolvimento de complicações metabólicas, como a hipertensão arterial, a hiperlipidemia e resistência à insulina/hiperinsulinemia que estão associados a risco acrescido de desenvolvimento de doenças cérebro e cardiovasculares na vida adulta (Cali, A. M. G. & Caprio, S., 2008; Ricco, R. C., Ricco, R. G., de Almeida, C. N. & Ramos, A. P. P., 2010; Rodriguez,G. et al., 2004 a).

4.4.3. Perímetro da cintura e quociente entre o perímetro da cintura e a