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Hábitos alimentares dos inquiridos e adequação nutricional

alimentos 1 7 4,18 1,65 Facilidade transporte 7 3,67 2,

5.2. Hábitos alimentares dos inquiridos e adequação nutricional

Verificou-se que 63,8% a 64,5% dos jovens tomavam o pequeno-almoço durante a semana, e que essa frequência aumentava durante o fim de semana, para 81% ao sábado e 84,4% ao domingo. Durante a semana verificou-se um padrão diário de refeições irregular, com muitos jovens a omitir o almoço, o meio da manhã e o lanche da tarde, ao fim de semana, essa situação melhorava com a maioria dos jovens inquiridos a fazer, pelo menos, quatro refeições (pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar).

Adesão ao Padrão Alimentar Mediterrânico em jovens no Algarve 2012

desequilíbrio, sobretudo no que dizia respeito à elevada ingestão de proteínas, sobretudo de proteínas de origem animal; de lípidos, em particular lípidos com teor elevado em ácidos gordos saturados e de açúcares. Da análise da ingestão energética e nutricional pelas idades dos jovens, obtiveram-se correlações estatisticamente significativas para os açúcares e para o sódio cujo consumo aumentava com a idade dos inquiridos.

A ingestão de ácidos gordos ómega 6, de ácidos gordos trans, de colesterol e de sódio, estava acima dos valores recomendados para o sexo e idades dos jovens inquiridos, a ingestão de vitamina D estava abaixo dos valores recomendados.

O sexo masculino apresentou uma ingestão energética e nutricional mais elevada para todos os nutrimentos comparativamente com o sexo feminino, tendo-se encontrado, para alguns deles, diferenças estatisticamente significativas: energia (p=0,006), proteína (p=0,014), hidratos de carbono (p=0,030), lípidos totais (p=0,048), ácidos gordos polinsaturados (p=0,028), colesterol (p=0,021), açúcares (p=0,033), sódio (p=0,015), ácidos gordos Ω6 (p=0,033) e ferro (p=0,020).

Lacticínios:

O tipo de leite mais consumido foi o leite meio-gordo. As frequências de consumo mais referidas para os iogurtes, foram duas a quatro vezes por semana, uma vez por dia e duas a três vezes por dia, com 18,5%, 21,8% e 15,6%, respetivamente.

Carnes:

O consumo de carne frango apresentou predominantemente frequências de consumo semanais, sendo que 38,2% dos jovens consumia frango, uma vez por semana, e 26,9%, duas a quatro vezes por semana, no total constituíam 65,1% das frequências de consumo. As carnes de vaca, porco e cabrito apresentaram frequências semelhantes ao consumo da carne de frango, no que diz respeito às frequências de uma vez por semana e de duas a quatro

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vezes por semana, ambas com 26,4%.

Pão/Cereais/Arroz e massas:

O pão branco apresentou frequências de consumo superiores ao pão de mistura.

O consumo de arroz e massas era frequente na opção de duas a quatro vezes por semana, o consumo de arroz foi referido por 39,8% dos jovens, já para a massa esta opção foi referida por 36,5% dos jovens.

Quanto ao consumo de cereais de pequeno-almoço, 28,1% dos jovens inquiridos referiram que os consumiam com uma frequência de uma vez por dia, e 9,1% reportaram consumos de duas a três vezes por dia.

Sopa:

O consumo diário de sopa de legumes apresentou uma percentagem de 11,2%, para a frequência, de uma vez por dia, e de 6,2% para a frequência de duas a três vezes por dia.

Outros produtos alimentares:

O consumo semanal de snacks de chocolate, pizza e hambúrguer foi reportado no total por 69,7% dos adolescentes.

Bebidas:

O consumo de cerveja e de bebidas brancas foi reportado, para a opção de uma vez por semana, por 2,6% e 3,6% dos inquiridos, respetivamente.

5.3. Adesão ao Padrão Alimentar Mediterrânico

A adesão ao Padrão Alimentar Mediterrânico dos jovens algarvios, de acordo com os níveis de adesão estabelecidos pelo Mediterranean Diet Quality Index

for children and adolescents (KIDMED), foi de 52,5% para o nível “alta adesão”,

Adesão ao Padrão Alimentar Mediterrânico em jovens no Algarve 2012

A relação entre as categorias de IMC, os percentis do perímetro da cintura e os níveis de adesão ao KIDMED, não apresentou relações estatisticamente significativas.

A relação entre as variáveis sexo e idade e a adesão ao KIDMED não foi estatisticamente significativa, com os seguintes valores de significância:

χ

2

(2) = 1,433, p=0,487;

χ

2 (2) = 11,658, p=0,306, respetivamente.

Da análise entre a relação dos níveis de adesão ao KIDMED e as variáveis sociodemográficas, como o nível de escolaridade, o estado civil, a profissão e a nacionalidade dos pais dos jovens inquiridos, não se observaram associações estatisticamente significativas, quer para a mãe quer para o pai. Os mesmos resultados foram observados para a relação entre níveis de adesão ao KIDMED e o tempo de permanência no Algarve, dos pais dos jovens inquiridos oriundos de outras regiões do país ou do estrangeiro.

Quanto ao nível de adesão ao KIDMED e a localização sociodemográfica das escolas (meio rural e meio urbano), verificou-se que a relação entre os níveis de adesão e a localização das escolas era estatisticamente significativa,

χ

2 (2) = 8,652; p=0,013, com as escolas localizadas em meio urbano a apresentarem uma proporção mais elevada de “alta adesão” maior do que a esperada.

A escolaridade dos pais, em função da localização das escolas também evidenciou diferenças estatisticamente significativas entre os estudantes de escolas do meio urbano e do meio rural relativamente ao nível de escolaridade da mãe (

χ

2 (4) =22,535, p<0,0001) e do pai (

χ

2 (4)=9,493, p=0,04). Estes resultados mostram que poderá haver uma relação entre o nível de escolaridade dos pais e adesão ao KIDMED.

Os jovens com um nível de adesão mais baixo ao KIDMED apresentaram consumos mais elevados para muitos dos nutrimentos analisados, e para alguns deles com diferenças estatisticamente significativas quando

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comparados com os inquiridos que se situaram nos níveis de adesão “intermédio” e “alto”: fibra alimentar (p=0,042), fibra insolúvel (p=0,012), fibra solúvel (p=0,003), vitaminas totais (p=0,032), magnésio (p=0,037), potássio (p=0,006) e água (p=0,002). O KIDMED, embora seja um índice muito usado para a avaliar a adesão ao PAM, parece ser uma ferramenta pouco sensível para a análise da adequação energética e nutricional dos hábitos alimentares dos jovens.