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Proposta de Princípios Orientadores de Design em Motion Graphics para Mobile T

4.7 Exemplos de aplicação dos POD propostos

Propostos os POD de produção de MG para Mobile TV impõe-se agora a necessidade de ilustrar funcionalmente a aplicação de alguns destes princípios. Alerta-se, no entanto, para a impossibilidade de aplicar nos seguintes exemplos, todos os POD anteriormente propostos. Tal deve-se ao facto de nem todas as sequências de MG aglutinarem em si todos os problemas levantados pela aplicação ao contexto Mobile. Como tal, os exemplos apresentados de seguida servem apenas para ilustrar a real aplicabilidade dos POD propostos e as diferenças que, com a aplicação dos mesmos, se produzem por

comparação com MG transpostos directamente da TV tradicional para a Mobile TV, sem cuidados ou práticas específicas.

Por último, sugere-se que se tenha em consideração que a criatividade pessoal dos Motion Designers será sempre um factor que dará origem a resultados diferenciados, mesmo que aplicando-se os mesmos POD a uma sequência de MG. Assim sendo, apesar de terem sido aplicados alguns dos POD propostos na presente dissertação, os resultados visuais e de animação poderão variar consoante quem os aplica.

Neste contexto, aplicam-se, a seguir, alguns dos POD propostos na anterior unidade temática desta dissertação, a duas sequências de MG distintas, ou seja, um Sting do canal RTP2 e um Bumper do canal AXN.

4.7.1

Sting de identidade da RTP 2

O Sting de Identidade da RTP 2 foi sujeito a alterações e POD que poderão ser visualizados nos ficheiros em formato .3gp, entregues em suporte digital, com os seguintes nomes99:

:::::::: Sting Sting Sting Sting originaloriginaloriginal: : : : “RTP2_original sem POD.3gp” original :::::::: Sting Sting Sting Sting com alterações e PODcom alterações e PODcom alterações e POD: : : : “RTP2 com POD.3gp” com alterações e POD

Figura 92 Figura 92 Figura 92

Figura 92:::: Sting de Identidade da RTP sem alterações e sem POD

Figura Figura Figura

Figura 93939393:::: Sting de Identidade da RTP com alterações e alguns POD aplicados

As duas anteriores figuras mostram as duas variantes do Sting da RTP2. A versão original reduzida para a resolução QCIF e a versão alterada segundo alguns dos POD propostos nesta dissertação. De seguida descrevem-se as diferenças e alterações aplicadas sobre esta sequência de MG.

99 Os ficheiros podem ser consultados nas seguintes pastas de arquivo digital: “Experiências de vídeo na Dissertação / Exemplos de aplicação dos

:::::::: ReduziuReduziu----se o número de elementos gráficosReduziuReduziuse o número de elementos gráficosse o número de elementos gráficos se o número de elementos gráficos

Uma vez que a versão original era composta por imensas barras verticais animadas, com a redução para uma resolução QCIF esses elementos ficam muito pequenos e confusos. Como forma de colmatar estas diferenças, na versão alterada, optou-se por reduzir drasticamente o número de barras verticais por forma a simplificar um pouco mais a composição visual e a libertar espaço para se aumentar o tamanho e legibilidade, quer das poucas barras que se mantiveram, quer dos restantes elementos gráficos (POD - “Utilizar uma pequena quantidade de elementos”), como se pode verificar na figura 94:

Figura Figura Figura

Figura 94949494::::Comparação entre o número de elementos gráficos presentes na versão original e na versão alterada ::

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:: SequencializaramSequencializaram----se SequencializaramSequencializaramse se mais as animações e animaramse mais as animações e animarammais as animações e animarammais as animações e animaram----se menos elementosse menos elementosse menos elementos se menos elementos

Em vez de se animarem muitos elementos e todos ao mesmo tempo, como acontece no Sting original, na versão alterada optou-se por um estilo de animação mais sequencial e com menos elementos movimentados (POD – “Evitar a interpolação visual e espacial de muitos elementos ao mesmo tempo”):

1) Primeiro aparecem as barras verticais;

2) Aparece o logótipo;

3) Desaparecem as barras e o logótipo revelando o Slogan da RTP2;

4) Reaparecem as barras verticais ocultando o Slogan;

5) Desaparecem as barras verticais revelando o logótipo da RTP2.

Esta opção, para além de permitir que seja salvaguardada a leitura e legibilidade dos elementos mais importantes (logótipo e Slogan), atenua os efeitos nefastos da compressão que tendem a degradar a qualidade e fluidez da imagem quando há maior profusão de elementos animados ao mesmo tempo. Repare-se que, enquanto na versão original o Slogan e o logótipo surgem juntos, tendo de partilhar o mesmo espaço e o mesmo momento, na versão com alterações surgem separados e em momentos diferentes, como se pode até verificar comparando-se as figuras 92 e 93. Esta sequencialidade acrescida permitiu que se aumentasse o tamanho de ambos salvaguardando-se assim a sua legibilidade num tamanho de ecrã mais pequeno.

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:: EvitouEvitou----se a animação total do enquadramentoEvitouEvitou se a animação total do enquadramentose a animação total do enquadramentose a animação total do enquadramento

Ao contrário do que acontece na versão original, onde as barras verticais animadas começam por surgir animadas e ocupando a totalidade do enquadramento da sequência, na versão alterada a animação só ocorre dentro de uma determinada área, que não é igual à totalidade do enquadramento (POD – “Evitar a animação total do enquadramento”), tal como se pode verificar nas figuras 92 e 93.

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:: AumentouAumentou----se a tipografia e utilizouAumentouAumentou se a tipografia e utilizouse a tipografia e utilizouse a tipografia e utilizou----se uma versão condense uma versão condense uma versão condense uma versão condensadasadasadasada

Uma vez que os elementos tipográficos, incluindo o próprio logótipo da RTP 2, são elementos gráficos hierarquicamente mais importantes do que os restantes, por conterem uma mensagem que se pretende veicular, o tamanho destes foi aumentado (POD – “Tipografia vs Tamanho e configuração formal”).

Figura 95 Figura 95 Figura 95

Figura 95::::Comparação da legibilidade entre a tipografia da versão original e a tipografia da versão alterada Como se pode verificar na figura 95, na versão original o Slogan não tem legibilidade. Na versão alterada o slogan está num tamanho muito maior e é por isso legível.

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:: UtilizouUtilizou----se na tipografia uma fonte condensadaUtilizouUtilizou se na tipografia uma fonte condensadase na tipografia uma fonte condensadase na tipografia uma fonte condensada

Na versão original o slogan utiliza a variante extendida de uma fonte. Na versão alterada, para se optimizar o espaço disponível, foi utilizada uma fonte condensada que permitiu a ampliação do slogan para um corpo de texto muito maior e sem ser necessário a utilização da largura total do

enquadramento (POD – “Tipografia vs Espaço reduzido de ecrã”). ::

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:: ReduziuReduziu----se a duração da sequênciaReduziuReduziu se a duração da sequênciase a duração da sequênciase a duração da sequência

Outra alteração introduzida entre a versão original e a versão alterada foi a redução da duração. Uma vez que a duração das baterias de telemóvel é ainda algo limitada e os MG são conteúdo secundário por comparação por exemplo com um programa de televisão, convém que gastem o menos tempo de emissão possível. Pois também os programas, por comparação com os da TV tradicional, têm uma duração mais limitada. No caso deste Sting, enquanto a versão original tem uma duração de aproximadamente 8 segundos, a versão alterada dura apenas 6 (POD – “Duração reduzida”).

4.7.2

Bumper de promoção de séries AXN

O Bumper do AXN foi sujeito a alterações e POD que poderão ser visualizados nos ficheiros em formato .3gp, entregues em suporte digital, com os seguintes nomes100:

:::::::: Bumper Bumper Bumper Bumper originaloriginaloriginal: : : : “AXN_original sem POD.3gp” original

:::::::: Bumper Bumper Bumper Bumper com alterações e PODcom alterações e PODcom alterações e POD: : : : “AXN com POD.3gp” com alterações e POD

100 Os ficheiros podem ser consultados nas seguintes pastas de arquivo digital: “Experiências de vídeo na Dissertação / Exemplos de aplicação

Figura 96 Figura 96Figura 96

Figura 96:::: Bumper do AXN sem alterações e sem POD

Figura Figura Figura

Figura 979797::::97 Bumper do AXN com alterações e alguns POD aplicados

As duas anteriores figuras mostram as duas variantes do Bumper. A versão original reduzida para a resolução QCIF e a versão alterada segundo alguns dos POD propostos nesta dissertação. De seguida descrevem-se as diferenças e alterações aplicadas sobre esta sequência de MG.

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:: EliminaramEliminaram----se aEliminaramEliminaramse ase alguns dos grafismos mais pequenosse alguns dos grafismos mais pequenoslguns dos grafismos mais pequenoslguns dos grafismos mais pequenos

Alguns dos grafismos que, com a redução de escala da versão original, se tornam muito pequenos (setas da primeira frame da figura 98), não foram utilizados na versão alterada.

Figura Figura Figura

Figura 98989898:::: Marcação dos elementos gráficos eliminados e dos ampliados

Optou-se por usar poucos elementos gráficos (POD - “Não utilizar elementos muito pequenos”) e aumentá-los na sua escala, como é o caso das três setas pretas e vermelhas, presentes na segunda frame da figura 98.

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:: AnimaramAnimaram----se AnimaramAnimaram se se se menos elementos gráficos ao mesmo tempomenos elementos gráficos ao mesmo tempomenos elementos gráficos ao mesmo tempomenos elementos gráficos ao mesmo tempo

Enquanto que na versão original quase todos os elementos gráficos estão animados, incluindo os mais pequenos, na versão alterada, apenas o texto e o vídeo que se encontram integrados na composição, possuem movimento. Os restantes elementos só se movimentam na transição da ilustração de um ecrã para o outro (POD – “Evitar a interpolação visual e espacial de muitos elementos ao mesmo tempo”).

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:: SimplificaramSimplificaram----se os fundosSimplificaramSimplificaramse os fundosse os fundosse os fundos

Os fundos passaram por um processo de simplificação, tal como se pode verificar nas figuras 96 e 97. Uma vez que na versão original os fundos possuem formas que são relativamente elaboradas, e que, numa escala pequena, acabam por criar ruído visual, que interfere com a leitura dos elementos mais importantes (texto), optou-se na versão alterada por utilizar fundos brancos com alguns elementos gráficos maiores do que os utilizados no Bumper original (POD - “Tipografia vs Fundos complexos”). ::

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:: SubstituiuSubstituiu----se a fonte por uma versão condensadaSubstituiuSubstituiuse a fonte por uma versão condensadase a fonte por uma versão condensadase a fonte por uma versão condensada

Tal como no Sting da RTP2, também neste Bumper se utilizou uma tipografia condensada. Apesar de, no caso da versão original do Bumper a maior parte da tipografia (excluindo o logótipo e a tipografia presente no último ecrã da figura 100) se manter legível aquando da produção da versão alterada foi mesmo necessário recorrer a uma versão condensada da tipografia para que esta coubesse na composição e fosse legível, tal como se pode ver na figura 99. Se tal recurso não fosse usado a tipografia teria de ser mais pequena no seu corpo e estática. Não haveria, neste caso, espaço para se movimentar sem se sobrepor aos restantes elementos (POD - “Tipografia vs Espaço reduzido de ecrã”).

Figura Figura Figura

Figura 99999999:::: Ilustração da substituição de uma tipografia regular por uma condensada ::

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:: AAumentaramAAumentaramumentaramumentaram----se alguns elementos tipográficosse alguns elementos tipográficosse alguns elementos tipográficosse alguns elementos tipográficos

Como se pode ver na figura 100, foi necessário ampliar o logótipo e alguns elementos tipográficos pois, com a redução de escala do Bumper original, estes dois elementos perdem a sua legibilidade (POD - “Tipografia vs Tamanho e configuração formal).

Figura Figura Figura

Figura 100100100::::100 Ampliação do tamanho de alguma tipografia e do logótipo ::

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:: TornaramTornaram----se as animações e transições mais lentasTornaramTornaramse as animações e transições mais lentasse as animações e transições mais lentasse as animações e transições mais lentas

Na versão original do Bumper os movimentos dos elementos gráficos e as transições entre ecrãs são extremamente rápidas. Como se verificou ao longo da presente dissertação, este tipo de solução não é a mais aconselhável devido aos efeitos nefastos, que, pela compressão, se produzem na fluidez e qualidade do vídeo. Como forma de ultrapassar este problema, na versão alterada tornaram-se as

animações e transições entre ecrãs muito mais lentas do que as da versão original (POD – “Evitar movimentos rápidos”).

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:: ReduziuReduziu----se a duração da sequênciaReduziuReduziuse a duração da sequênciase a duração da sequênciase a duração da sequência

Tal como no Sting da RTP2 e pelas mesmas razões, também a versão alterada foi reduzida na sua duração. Enquanto a versão original tem uma duração de aproximadamente 12 segundos, a versão alterada foi reduzida para 9,5 segundos (POD – “Duração reduzida”).

Uma vez concretizado o principal objectivo desta dissertação, ou seja, a constituição de uma proposta de POD de MG para Mobile TV, e a verificação da sua aplicabilidade, apresenta-se no seguinte capítulo uma conclusão geral da investigação realizada e uma análise crítica dos resultados obtidos,

identificando-se, por um lado, limitações e dificuldades encontradas, e por outro, as forças e fraquezas deste trabalho de investigação. Apontam-se ainda pistas de investigação futura.

CAP.

05

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|| CONCLUSÃO

5.1 Considerações gerais

Pelo facto de ter surgido um novo contexto de aplicação dos MG, ou seja, a Mobile TV, foi necessário compreender se a diferença de suporte trouxe novas variáveis e limitações a serem consideradas pelos Motion Designers, um dos objectivos inicialmente colocados à presente dissertação.

Assim, iniciou-se uma pesquisa no sentido de mapear as condicionantes tecnológicas dos terminais móveis e das redes de suporte ao serviço de Mobile TV, que influenciam a produção específica de MG para Mobile TV, e a forma como essas mesmas condicionantes obrigam a uma alteração das práticas e soluções empregues pelos Motion Designers, nas suas produções específicas, por comparação com as produções tradicionais.

De uma forma geral, verificou-se que os tamanhos e resoluções reduzidas dos ecrãs; a proliferação de diferenças nas resoluções de ecrãs nos aparelhos; factores ambientais como os contextos de utilização do serviço de Mobile TV; a duração limitada das baterias; e a ainda necessária compressão do sinal de vídeo para a transmissão eficaz de dados via redes 3G, são condicionantes que devem ser conhecidas e tidas em conta pelos Motion Designers na produção específica de MG para Mobile TV. Poder-se-á então dizer que estas condicionantes e os POD propostos nesta dissertação poderão conduzir a soluções, em termos de animação e em termos formais, mais simplificadas e modestas. Contudo, considera-se que essa tendência para a simplificação significará uma maior eficácia de comunicação por comparação com a transposição de MG, sem cuidados adicionais, da TV tradicional para a Mobile TV.

Se as condicionantes identificadas e as soluções apontadas não forem tidas em consideração, pelos Motion Designers, há um enorme risco de as suas produções chegarem até ao telespectador Mobile com ruído visual, cortes e sem um grau de legibilidade aceitável e suficientemente resistente às condições ambientais onde o serviço é acedido. Isso significará a perda da eficácia da comunicação e uma experiência de visualização frustrante. Se, no entanto, os POD aqui propostos forem levados em consideração pelos Motion Designers, apesar de conduzirem a produções, quiçá, mais modestas, potenciar-se-á a eficácia de comunicação e uma experiência de visualização mais confortável.

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