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4. TERRITÓRIO INOVATIVO PARA DESENVOLVIMENTO DO APL! 58!

4.1 Etapa de Pesquisa! 58!

4.1.2 Existência e Maturidade do Território! 61!

período, o que dificulta a percepção do real cenário.

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4.1.2 Existência e Maturidade do Território

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A primeira ação da análise dos dados das pesquisas da disciplina de Estratégias de Inovação em Design, como apresentado a seguir:

Com um território semelhante a Portugal, é o décimo nono estado brasileiro em tamanho, ocupando aproximadamente apenas 1% do território nacional. Entretanto, seu PIB está entre os 10 maiores do país, apresentando ainda crescimentos anuais nos últimos 5 anos, maiores que a média brasileira (IPEA, 2013).

Pernambuco, obviamente, ambiciona galgar um posicionamento importante na economia nacional e mundial, como um ambiente de forte desenvolvimento econômico e que entende a inovação como importante caminho para tal. Essa ambição é claramente observada nos planos estratégicos de longo prazo surgidos nos últimos anos, tanto do governo quanto da academia e da iniciativa privada.

Após levantarmos os dados sobre o perfil local (artefatos, cenário economico, atores, etc) analisamos, sob a óptica das teorias apresentadas neste trabalho, o cenário “Pernambuco”, para de algum modo podermos efetivar um plano de ação.

Iniciamos a construção pela análise da produção no estado, do levantamento de dados oficiais e de publicações. A partir dos dados, percebemos uma forte organização produtiva em clusters especializados, ou os distritos industriais (diversificado), ambos espalhados por toda a extensão do estado, porém com uma maior concentração na região da zona da mata e do Litoral.

Foram apontados a existência dos seguintes pólos do estado: Pólos de Vitivinicultura e o Pólo Gesseiro (Sertão do estado); o Pólo de Confecções e o Pólo Moveleiro de Gravatá (Agreste); Pólo Petroquímico, Pólo Farmacoquímico, Pólo Naval, Metal-Mecânica, o Pólo Turistico do Litoral Sul, e Pólo de Cachaça, (Zona da Mata/Litoral); o Parqtel (Parque tecnológico eletro-eletrônico), o Pólo Médico e o

Pólo de TICs (Recife). Existem ainda importantes distritos industriais em Pernambuco nas cidade de Caruaru, no Complexo Industrial Portuario do Litoral Sul e o nascente Pólo de Goiania ancorado na futura instalação de uma fábrica da FIAT.

Vale ressaltar, todavia, que observamos a existência de indústrias de todo porte fora desses pólos e distritos (como as Baterias Moura em Belo Jardim, a Cachaçaria Pitu em Vitória de Santo Antão, Frangos Mauriceia em Nazaré da Mata, Owens-Illinois em Recife e Vitória, etc), do mesmo modo que percebemos a forte presença de uma indústria criativa, espalhada por todo o estado, porém geograficamente concentrada na Região Metropolitana do Recife.

Para podermos pesquisar a existência do processo de significação pernambucano na economia do estado, eliminamos da nossa amostra os setores em que o processo de significação apresentam pequeno ou nenhum valor competitivo (como as indústrias de transformação, Metal-Mecânica, Pólo Médico, etc) e as unidades produtivas em que o processos estratégicos não ocorrem no estado, como as empresas com sede externa e que não tem setores de P&D e/ou que funcionam apenas como mais uma planta produtiva, ou suporte de marketing e vendas. Deste modo, restou na pesquisa as empresas com estratégias projetuais locais das áreas de Bens de Consumo, Valor de Moda, Bebidas&Alimentos, Experiência Turística Local, TICs e Indústria Criativa.

A partir deste ponto, dividido em grupos responsáveis por clusters diferentes, os alunos da graduação em Design entraram na pesquisa primeiramente compreendendo a produção dos seus setores, assim, foram feito grupos para o as áreas de vitivinicultura, de confecções, o Porto Digital (ICT’s Tech Park), moveleiro, turismo do litoral sul, de cachaça e de leite e derivados, ficando a indústria criativa espalhada indiretamente nos grupos citados.

Assim, ao avaliar os ativos estratégicos da produção local, pudemos constatar que em maior ou menor grau, nenhum dos setores apresenta-se de forma realmente competitiva, isto é, não apresentam recursos estratégicos, valiosos e/ou raros e/ou inimitáveis e/ou inigualáveis. Pelo contrário, a competitividade da produção do estado encontra-se atualmente baseada principalmente em preço do artefato ou da

prestação do serviço, sendo exceção os que entendem o valor simbólico como ativo; contudo, não encontramos durante a pesquisa exemplo do que poderíamos chamar de Inovação Design-Driven (apenas alguns exemplos nas indústrias criativas, que apresentam inovações de significado, mas sem assets capazes de transformar em real ganho de valor).

Em seguida foram primeiramente mapeadas as estuturas de poder e influência de cada setor através da apresentação de Mapas de nós, e posteriormente foram mapeados possíveis intérpretes sociais, culturais e tecnológicos.

Para a construção destes mapas, foram utilizados levantamentos bibliográficos, entrevistas e pesquisas etnográficas in loco, com objetivo de observar e sintetizar de maneira gráfica os complexos sistemas relacionais existentes. Buscou-se na análise desses mapas a existência ou não do que poderíamos chamar de Design-Discoures e Buzz (Território Inovativo).

Dessa forma, não identificamos a existência do Território Inovativo, ou seja, a discussão/pesquisa coletiva de grupos heterôgeneos sobre dados aspecto social para a emergência da inovação design-drive e nem claras iniciativas de incentivo ao contato F2F. Percebemos que o principal padrão relacional é o de pequenas elites de similares de cada setor em que o principal incentivo relacional não é o de fortelecimento da competitividade dos recursos estratégicos, mas sim de concentração de poder político. O único caso que foge deste padrão de elite de poder é o setor de TIC, representado principalmente pelo Porto Digital, por ser mais horizontalizado e concentrado no Recife o que facilita a comunicação F2F e o BUZZ tecnológico; todavia não podemos considerá-lo um Território Inovativo, pois o mesmo é bastante homogêneo na figura dos intérpretes tecnológicos.

A última etapa da pesquisa se concentrou no levantamento dos planos estratégicos que pretendem impactar positivamente a economia Pernambucana. Com o intuito de verificar se os mesmo poderiam auxiliar na criação e no desenvolvimento futuro de um Território Inovativo, foram também listada outras iniciativas que poderiam auxiliar nesta meta.

Os maiores planos observados foram: Plano Brasil Criativo (Governo Federal), Ciências Sem Fronteiras (Governo Federal), Plano estratégico de Longo Prazo -Pernambuco 2035 (Governo Estadual), Marco Pernambucano (Governo Estadual), Porto Mídia (Porto Digital),

Outras iniciativas listadas: Abril pro Rock, Coquetel Molotov, Recife Moda & Música, Porto Musical, Fenearte, TedX, Movimento Hot Spot, Werkbund, CampusParty, SODET, Manguezal, IXdA South America, EXPOLAB, ARIES.

Nesta análise, encontramos grande dificuldade pela pouca especificidade de plano de ações, pela dificuldade de encontrar dados de impacto dos mesmos e principalmente pelo caráter orgânico dos planos e iniciativas, pois ainda que tenham objetivos claros (fomento de cada setor), estão em processos contínuos de construção e modificação, dificultando a interpretação dos mesmos. Assim, nesta etapa não pudemos concluir diretamente se o que há planejado deverá ou não auxiliar na construção de ambientes para emergências projetuais inovadoras, mas podemos perceber um caráter de incentivo à inovação, bem como as visões apresentadas neste trabalho poderiam auxiliar neste caminho.

Ao fazermos o estudo de caso do estado de Pernambuco, território brasileiro que deseja se desenvolver economicamente através da inovação, pudemos analisar a situação atual e os planos de desenvolvimento sob esta óptica. Concluímos, então, que não foi observada no estado a existência de um ambiente que possa ser considerado Território Inovativo, no entanto, também não podemos concluir se os projetos que objetivam um impacto estratégico poderiam fazer surgir esse ambiente. (MARTINS; CASTILLO,2013)

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4.2 Etapa de Análise

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Objetivo: Analisar o território de acordo com os Atores e Intérpretes.

Como: Para esta etapa foi escolhida como ferramenta para facilitar a visualização dos dados a contrução de mapas de nós

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