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Expansão da Fronteira Agrícola e os Principais Grupos 63

6   DESCRIÇÃO DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL DA CANA-DE-AÇÚCAR NO

6.1   Expansão da Fronteira Agrícola e os Principais Grupos 63

O Quadro 13Erro! Fonte de referência não encontrada. traz o ranking geral dos grupos de açúcar e etanol.

Ranking

Exame Ranking Grupo Empresa/Sede Vendas Valor (R$ milhões) 1 9 Copersucar Copersucar(2)(6)(7); São Paulo,SP 5 643,10

2 52 Cosan Cosan(3)(6)(7); Piracicaba,SP

1 580,9 227 Da Barra(1)(7); Barra Bonita,SP

3 112

Grupo Santelisa Vale

Santa Elisa(2)(6)(7); Sertãozinho,SP

1265,7 185 Usina Vale do Rosário(3)(6)(7); Morro Agudo,SP

4 76 Nova América Usina Nova América(2)(6)(7) Tarumã,SP 1 230,40 5 81 Grupo Carlos Lyra Usina Caeté(2)(6); Maceió,AL 1 150,00

6 215 Zilor Açucareira Zillo Lorenzetti(2)(6); Lençóis Paulista,SP

963,8 217

Barra Grande(2)(6); Lençóis Paulista,SP Açucareira Quatá, (3) (6); Lençóis Paulista, SP

7 109 Grupo Tércio Wanderley Usina Coruripe(2)(7); Coruripe,AL 795,9 8 118 Grupo Pedra Agroindustrial Usina da Pedra(2)(6)(7); Serrana,SP 720,6

9 183 Grupo Tavares de Melo Tavares de Melo(3)(6); Rio Brilhante,MS

720,4 333 Agroarte Empresa Agrícola(3)(6); Recife,PE

10 126 Açucareira Corona Usina Bonfim(3)(7); Guariba,SP 702,8 11 135 Grupo Santa Teresinha USAÇÚCAR(2)(6); Maringá,PR 677,2 12 145 LDC Bioenergia LDC Bioenergia(2)(6); São Paulo,SP 626,5

13 150 Guarani Guarani(3)(6)(7); Olímpia,SP 599,4 14 155 Grupo Empresarial Colombo Usina Colombo(2)(6); Ariranha,SP 580,4

15 169 Virgolino de Oliveira Virgolino de Oliveira(2)(6)(7); Ariranha,SP 535,9 16 174 Grupo João Lyra Laginha(1)(7); Maceió,AL 520 17 176 Grupo Cerradinho Usina Cerradinho(2); Catanduva, DP 512,6 18 180 Grupo Itamarati Usinas Itamarati(3)(6)(7); Nova Olímpia,MT 507,4

19 187 Grupo São Martinho Usina São Martinho(2)(6)(7); Pradópolis,SP 479,7

20 197 Equipav

Equipav Açúcar e Etanol (Promissão,SP)

Biopav (Brejo Alegre, SP) 459,3

Fonte: Adaptado a partir de Anuário Exame 2007 – 20085.

1. Vendas estimadas pela revista.

2. Vendas informadas por meio de questionário. 5

3. Vendas extraídas da demonstração contábil.

4. Vendas em moeda constante. 5. Controle acionário em maio/2007. 6. Informações ajustadas calculadas pela revista.

7. Data do balanço diferente de 31/12/2006. NI – Não informado. NA – Não aplicável.

Obs.: as empresas cujas demonstrações não foram encerradas em dezembro tiveram o valor de suas vendas, o patrimônio e outros indicadores ajustados para o nível de preços de dezembro de 2006.

Quadro 13 - Açúcar e Etanol: Ranking das maiores grupos do Setor Sucroalcooleiro em 2007/08.

Nesse sentido, há uma limitação de terras agriculturáveis disponíveis no Mundo e o trade-off entre a produção de alimentos e energia. Os países desenvolvidos estão em desvantagem porque a maioria da suas terras já foi explorada em fins agrícolas e por isso uma competição pelo recurso passa a ser inevitável.

Segundo estudo divulgado pela Conab, a cana hoje ocupa 7,8 milhões de hectares. É uma área pequena quando comparada com as utilizadas para outras atividades rurais, como criação extensiva de gado (211 milhões de ha) e lavoura de alimentos (63 milhões de ha) (CONAB, 2008).

Na safra mais recente, a de 2007/2008, a área plantada com cana-de-açúcar aumentou 653.700 hectares, um crescimento de 12% em comparação com a safra anterior. Desses, 140 mil hectares correspondem a terras onde antes se cultivavam grãos, como milho e soja (no total, a cana ocupou 0,4% da área total cultivada com grãos). De todo o crescimento de área plantada da última safra, 65% ocorreu em terras antes dedicadas à pecuária (pastagens). O avanço dos canaviais reduziu a área de pastagens do País em cerca de 0,2%. A produção maior foi alcançada com uma expansão de apenas 1,1% na área plantada (CONAB, 2008).

Mais da metade da expansão do cultivo da cana-de-açúcar da safra 2007/2008 ocorreu no Estado de São Paulo. O Estado responde por 53,8% das novas áreas plantadas. Mas as maiores taxas de crescimento foram encontradas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Ou seja, esses três Estados são as novas fronteiras da cana-de-açúcar (CONAB, 2008).

Nesse sentido, conforme dados da UNICA (2008), no Brasil, os investimentos na construção de novas usinas são de US$ 33 bilhões no período de 2008 a 2012. Hoje, existem 336 usinas em funcionamento e 76 em processo de construção. Desde 2005, 84 novas usinas entraram em produção na região Centro-Sul do País, incluindo as novas usinas que iniciam suas atividades nesta safra (UNICA, 2008).

O cronograma de investimento mostra que 19 unidades entraram em operação na safra de 2007/2008, 38 tinham seu início previsto em 2008/2009, 30 em 2009/2010 e 08 em 2010/11. A atual crise econômica mundial joga uma série de incertezas sobre a realização desse planejamento.

No entanto, a expectativa de aumento da participação do capital externo no setor é crescente. Na safra 2007/08, os estrangeiros detinham 22 unidades produtivas, o que equivale a 36 milhões de toneladas de cana, ou 7% das usinas existentes. Para safra 2012/13, eles devem ter 31 unidades produtivas (12% do total), o que representa 83 milhões de toneladas de cana (UNICA, 2008).

Há também a possibilidade de se usar o processo da hidrólise para obtenção de etanol, que permite a produção a partir de qualquer fonte de celulose. No caso de milho e cana-de- açúcar, o processo de hidrólise será completado pelo uso de resíduos, como folhas, palha, e bagaço (de cana-de-açúcar). Hoje em dia, alguns dos subprodutos são sub-aproveitados ou até mesmo descartados. Esse processo industrial ainda está em sua fase de desenvolvimento (UNICA, 2008).

Essa tecnologia aumentaria em muito a produção de etanol utilizando-se a mesma quantidade de terras agrícolas. Em 2005, a produção de etanol convencional no Brasil era de 85 litros/tonelada de cana-de-açúcar ou 6.000 litros/ha. Em 2015, a produção convencional será 100 litros/tonelada ou 8.200 litros/ha, e a produção através de hidrólise será de 14 litros/tonelada e 1.100 litros/ha. Para 2025, a expectativa é que se possa obter 109 litros/tonelada ou 10.400 litros/ha com o processo tradicional mais 37 litros/tonelada ou 3.500 litros/ha com a hidrólise (LEAL, 2006).

Além disso, alguns países, como o Brasil, têm o costume de aproveitar resíduos da lavoura como fonte de energia (bagaço e palha) e biofertilizantes (vinhaça). Esse processo de uso de resíduos agrícolas acarreta em uma redução no custo de produção dos biocombustíveis e incremento de produtividade.