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6   DESCRIÇÃO DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL DA CANA-DE-AÇÚCAR NO

6.4   Oportunidades e Ameaças no Sag Cana 77

Nesta análise, usa-se a ferramenta “PEST ou STEP analysis”, bastante consagrada na literatura de planejamento estratégico. Ela considera os principais fatores incontroláveis em um sistema produtivo, que variam, trazendo oportunidades e ameaças. São estes fatores dos ambientes: político-legal; econômico-natural; sócio-cultural e tecnológico (NEVES, 2004; CAMPOMAR e IKEDA, 2006; JAIN, 2000; JOHNSON & SCHOLES, 1997); estando resumidos no Quadro 14.

Político-legal Econômico natural Sócio-cultural Tecnológico O P O R T U N I D A D E S

- Metas de redução de emissões de GEE e crescimento do mercado de redução de emissões;

- Desenvolvimento e internalização do mercado dos biocombustíveis em países em desenvolvimento, com o avanço de novos projetos em áreas degradadas; - Incentivos fiscais em diversos países para produção de biocombustíveis;

- Adição mandatória de combustível etanol nos outros países, substituindo o MTBE usado na gasolina e para cumprir agenda ambiental;

- Redução de subsídios e barreiras tarifárias externas (França);

- Acordos de preferência tarifária (Caribe e África);

- Aumento na adição de etanol na gasolina (mais de 25% anidro);

- Isonomia tributária entre os Estados Brasileiros

- Juros domésticos compatíveis com juros internacionais

- Reforma trabalhista e do Judiciário - Depreciação da taxa de câmbio - Proibição da queimada (Protocolo Agroambiental) gerando mais energia nas usinas.

- Melhoria da atuação da agência reguladora de energia elétrica (ANEEL) - Incentivo à co-geração de energia (investimento em linhas de transmissão usina – SIN)

- Defensivos (exportação)

- Crescimento de populações e enriquecimento (China e Índia) aumentando o consumo; - Instabilidade no preço do petróleo;

- Dependência da produção de etanol em outros países (milho nos EUA, beterraba na Europa, cana-de-açúcar na Índia, Tailândia e Austrália); - Emergência de novos produtores de açúcar e etanol (Caribe, África e Ásia);

- Redução de fluxos de investimento externo direto (IED) em usinas;

- Crescimento da frota flex fuel (aumento da renda da população);

- Exportação da tecnologia e usinas com o investimento no etanol e açúcar fora do Brasil; - Crescimento do consumo industrial de açúcar (produtos/ alimentos que usam açúcar);

- Concentração industrial nas Usinas, com fusões e aquisições de pequenas unidades

descapitalizadas;

- Foco na competência central (indústria de açúcar, etanol e energia), com descentralização da produção de cana, distribuindo renda; - Profissionalização do setor (práticas de governança corporativa, abertura de capital das Usinas);

- Cana precisa de rotação de cultura, gerando aumento na produção de alimentos nas áreas de renovação;

- Disponibilidade de terras para expansão do setor no Brasil;

- Balanço energético e de carbono positivo perante outras culturas em outros países; - Interiorização do desenvolvimento no Brasil, com o avanço dos novos projetos para novas áreas de pecuária.

- Revisão do Modelo CONSECANA: inclusão na fórmula o teor de fibras e uso de insumos - Ampliação e melhoria da infra-estrutura (alcooldutos e hidrovias)

- Migração das pessoas para grandes cidades (China) demandando alimentos prontos e combustíveis;

- Mudança comportamental mundial com tendência do consumo de produtos industrializados;

- Consciência do aquecimento global; - Pressão internacional contra o avanço do biocombustível em áreas de produção de alimentos (levando a importação de combustível do Brasil ao invés de produzir o próprio);

- Comunicação internacional: etanol de cana como “o combustível sustentável”;

- Capacitação da mão-de-obra nas usinas; - Defesa de sistemas agroindustriais sustentáveis (como da cana);

- Melhoria da Imagem do emprego da cana na colheita;

- Melhoria da Imagem da ocupação de terra e quebra da idéia da competição com alimentos;

- Combate a Imagem da "monocultura"; - Aceitação dos OGM’s.

- Consórcio para CCT e Condomínios de Mão de Obra,

- Uso de satélites, mapas de solo e agricultura de precisão (GPS);

- Inovação nas colheitadeiras para terrenos acidentados (maior alcance da mecanização da colheita);

- Modificação genética (convencional e OGM’s) da cana para resistência a seca e pragas, consumo menor de fertilizantes; - Uso intensivo de biofertilizantes (vinhaça). -Utilização da palha na co-geração de energia;

- Geração ou ampliação do uso da cana (biobutanol, hidrólise - etanol a partir do bagaço)

- Melhoria das tecnologias de fermentação e engenharia da levedura para produção de novos produtos (bioplásticos, diesel de cana);

- Integração usina de biodiesel e açúcar e etanol;

- Novas tecnologias aprimorando a eficiência dos automóveis flex-fuel; - Foco em eficiência energética (carros híbridos, redução do peso dos automóveis) permitindo o uso de energia renovável (etanol, biodiesel, biomassa).

- Inovação na tecnologia de motores de veículos pesados (caminhões) e motos.

A M E A Ç A S - Descontinuidade de programas de incentivos fiscais no longo prazo (rupturas)

- Lobby do petróleo, da indústria de alimentos, das ONG’s e dos produtores americanos de milho contra o etanol de cana;

- Inexistência de consenso do padrão de um certificado socioambiental para o etanol (no mercado mundial); - Barreiras sócio-ambientais para importação

- Alta carga tributária do país; - Ambiente legal lento e tendencioso (quebra de contratos, lentidão na justiça, burocracia, etc);

- Dificuldades de fiscalização de irregularidades;

- Proibição da queimada (redução de áreas);

- Legislação ambiental e social extremamente rígida;

- Falta de estoques reguladores (para evitar flutuações de preços).

- Alta volatilidade dos preços das commodities e da cotação do dólar;

- Processo inflacionário em produtos alimentícios;

- Custo dos insumos (fertilizantes importados principalmente);

- Falta de capacidade de crédito para expansão (máquinas e equipamentos) do setor;

- Concentração da venda de etanol a poucos grandes mercados (EUA, UE, Japão) ou empresas (ex. BP, Shell, Petrobrás, Morgan Stanley);

- Resistência externa quanto ao uso do etanol; - Aumento de doenças ou pragas na cana; - Mudanças climáticas trazendo redução das áreas disponíveis;

- Competição da indústria de açúcar e etanol com outras indústrias pela direito de uso de sub- produtos (resíduos agrícolas).

- Infra-estrutura deficiente para escoamento da produção de novas fronteiras agrícolas. - Presença de Canais (Postos, Distribuidoras adaptação)

- Alta migração de pessoas para países desenvolvidos;

- Crescimento das ONGs, com propósitos destrutivos (bioterrorismo);

- Exigência de certificação socioambiental extremamente rígida;

- Alto custo da certificação;

- Excesso de mão-de-obra ociosa devido à mecanização.

- Nacionalismo/ Xenofobismo ao etanol brasileiro e de cana-de-açúcar

- Produtos substitutos ao açúcar ou etanol; - Ganhos tecnológicos na eficiência dos concorrentes da cana (milho, beterraba e trigo);

- Novas tecnologias geradoras de energia mais competitivas (solar, eólica, hidrogênio, nuclear);

- Crescimento da frota à diesel, gás natural e híbridos;

- Crescimento na frota de veículos híbridos (elétricos);

Fonte: Neves e Conejero, 2007.