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2.3 AUDITORIA DE RECURSOS HUMANOS

2.3.9 Férias

A legislação assegura a todos os trabalhadores um período de folga ou descanso denominado férias. Após cada 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado tem direito ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. O período aquisitivo é computado da data em que o empregado é admitido até que ele complete um ano de serviço. A legislação não prevê a concessão das férias antes de completados o período aquisitivo, a não ser em caso de férias coletivas, isto porque a finalidade das férias é a preservação do bem-estar físico e mental dos trabalhadores após um longo período de trabalho.

O período de férias do empregado é fixado pela legislação, sendo consideradas a jornada de trabalho semanal para a qual ele foi contratado e a proporção das faltas injustificadas ao serviço, ocorridas durante o período aquisitivo. Durante o período de férias o empregado não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido.

2.3.9.1 Direito e duração das férias

Todo empregado terá o direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração, computando-se este período inclusive como tempo de serviço. As férias terão duração de 30 dias corridos, reduzidos na proporção do número de faltas injustificadas.

O prazo de concessão de férias será concedido pelo empregador subsequente à data de aquisição do direito e conforme os seus interesses. Somente em casos especiais as férias serão concedidas em dois períodos, dos quais nenhum poderá ser inferior a 10 dias.

De acordo com o artigo 130 da CLT, as férias serão de 30 dias quando o empregado, durante o período aquisitivo, não tiver mais de 5 faltas injustificadas. Serão de 24 dias para os empregados que tiverem de 6 a 14 faltas. De 18 dias para quem tiver de 15 a 23 faltas. De 12 dias no caso de 24 a 32 faltas, e se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas, não terá direito a férias no período aquisitivo em questão.

2.3.9.2 Perda do direito de férias

De acordo com o artigo 133 da CLT:

Art. 133 Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

I – deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subsequentes à sua saída;

II – permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias;

III – deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e

IV – tiver percebido da Previdência Social prestações de acidentes de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos.

Um novo período aquisitivo inicia-se quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas no artigo 133, retornar ao serviço.

2.3.9.3 Época de férias

A época da concessão de férias corresponderá ao melhor período de interesse do empregador, salvo as exceções. Segundo o palestrante e consultor da LEFISC, Alexandre Jaenisch Corrêa, existem duas hipóteses em que as férias são marcadas em época certa dentro do período concessivo:

a) para os membros de uma família que trabalham no mesmo estabelecimento ou empresa, pois terão o direito de gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço;

b) para o empregado estudante, menor de 18 anos, que terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

As férias deverão ser concedidas por ato do empregador, em um só período, durante o período concessivo. Apenas em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos. É proibido ao empregador fracionar o período de férias dos empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos.

O início das férias não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repouso semanal, conforme Precedente Normativo do TST nº 100.

2.3.9.4 Abono pecuniário

De acordo com o artigo 143 da CLT:

Art. 143 É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.

§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.

§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial.

A concessão das férias deverá ser comunicada ao empregado, por escrito com antecedência mínima de 30 dias, mediante aviso de férias. O pagamento das mesmas, e se for o caso do abono pecuniário, deverá ser feito até dois dias antes do início das mesmas. O empregado dará quitação do pagamento com indicação do início e do término das férias.

2.3.9.5 Abono de 1/3 constitucional

Conforme o artigo 7º inciso XVII da Constituição Federal, o trabalhador tem direito ao “gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal”,

O empregado tem a faculdade de converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário, o qual deverá ser requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo, exceto aos empregados sob regime de tempo parcial. Aplica-se o pagamento deste dispositivo também sobre as férias indenizadas, nas rescisões de contrato de trabalho.

2.3.9.6 Acumulação do período de férias em dobro

Sempre que as férias forem concedidas após o prazo legal (período concessivo), o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. Ressalte-se que o período de gozo das férias é normal, somente a remuneração é paga em dobro.