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Apresentação e Análise dos Resultados

FACTORES COGNITIVOS INTENSÃO

EMPREENDEDORA PASSADA X S( ) Teste de Hipótese Atento as Oportunidades de Negócio Não (N=193) 0,09(0,97) Z=-2,248 P=0,025** Sim (N=137) -0,12(1,03) Experiência e Conhecimentos

Adquiridos Não (N=193)Sim (N=137) -0,09(1,01)0,09(1,03) P=0,239nsZ=-1,177

Precisão / Resolução de Problemas com Rigor

Não (N=193) -0,19(0,94) t=-2,838 P=0,005* Sim (N=137) 0,10(0,93) Percepção Optimista do Sucesso Não (N=193) -0,08(1,07) t=-1,593 P=0,112ns Sim (N=137) 0,10(0,93)

Influência do Estado Afectivo Não (N=193) 0,07(0,95) t=1,313 P=0,190ns Sim (N=137) -0,07(1,05)

ns – não significativo; ** significativo a 5%; * significativo a 1%.

4.1.4.22 Comparação da intenção empreendedora futura com os obstáculos

Através da análise da Figura 4.26, podemos verificar que os TDT sem negócio próprio e sem intenção empreendedora futura apresentam maiores scores nos factores “estabilidade financeira e profissional” e “falta de expectativas e prestígio”, ao contrário, os TDT sem negócio próprio mas com intenção empreendedora futura têm valores mais elevados nos factores “emprego garantido” e “intemporalidade”.

INTENÇÃO EMPREENDEDORA FUTURA

SIM NÃO S C O R E M É D IO D O S O B S T Á C U L O S 0,20 0,10 0,00 -0,10 -0,20 -0,30 INTEMPORALIDADE EMPREGO GARANTIDO

FALTA DE EXPECTATIVAS E PRESTIGIO ESTABILIDADE FINANCEIRA E PROFISSIONAL

Figura 4.26 – Gráfico dos scores médios dos obstáculos com a

Pela observação do quadro 4.64 e aplicando o teste de Mann-Whitney e o teste T-

Student para amostras independentes, verificamos que o factor “emprego garantido” obtive

associação significativa com os TDT que têm intenção empreendedora no futuro e os factores “estabilidade financeira e profissional” e “falta de expectativas e prestígio” com os TDT que não têm intenção empreendedora no futuro.

Quadro 4.64 – Comparação dos scores médios dos obstáculos com a intenção empreendedora futura.

OBSTÁCULOS INTENÇÃO EMPREENDEDORA FUTURA X S( ) Teste de Hipótese Estabilidade Financeira e Profissional Não (N=193) 0,20(0,99) Z=-4,326 P<0,001* Sim (N=138) -0,28(0,95)

Falta de Expectativas e Prestígio Não (N=193) 0,17(0,93) Z=-4,127 P<0,001*

Sim (N=138) -0,24(1,04)

Emprego Garantido Não (N=193) -0,08(0,99) Z=-1,953

P=0,051#

Sim (N=138) 0,11(1,01)

Intemporalidade Não (N=193) -0,06(1,02) t=1,370

P=0,175 ns Sim (N=138) 0,09(0,97)

ns – não significativo; significativo a 1%.; # significativo marginalmente (10%).

4.1.4.23 Síntese e discussão dos resultados

Após a exposição dos resultados no que concerne à intenção ou não de pensar em criar uma empresa em relação às variáveis independentes do nosso estudo, podemos verificar que só alguns factores é que são significativos. Assim, interessa-nos neste subcapítulo abordar de forma sintética estes resultados enquadrando-os com os estudos já efectuados.

Pela interpretação do Quadro 4.65 podemos verificar que só alguns factores é que são significativos, e desta forma estão mais associados à intenção empreendedora futura nos TDT.

Relativamente à variável “idade”, verificou-se que são os TDT mais jovens que mais intenção têm em criar uma empresa, podendo concluir-se que estes resultados não se distanciam da literatura consultada, pois a maioria dos autores considera que não é em idades precoces que se cria uma empresa (Mayer & Goldstein, 1961; Shapero, 1971; Cooper, 1973). Quanto à variável “habilitações académicas” constatou-se que os TDT com mestrado e intenção empreendedora futura obtiveram scores mais elevados, o que confirma a teoria consultada, uma vez que quanto maior fôr o nível de formação maior é a influência positiva

2003; Ferrante, 2005; Hisrich & Peters, 2004).

No que diz respeito às variáveis sócio-profissionais, constatamos que os factores “grupo profissional” (PTM), “tipo de instituição” (privada), “vínculo” (prestação de serviços) e “nº de anos de experiência profissional” (menos de 6 anos) obtiveram valores significativos nos TDT com intenção empreendedora futura, o que nos remete para a ideia de que são os PTM com menos de seis anos de experiência profissional que estão a trabalhar no sector privado e cuja situação de vínculo é insegura/instável estão mais associados significativamente aos que têm intenção de criar uma empresa, o que se confirma na literatura consultada (Ferreira et al., 2008).

Quanto às características sócio-económicas evidenciaram-se os dois factores “antecedentes familiares” e “vantagem em criar uma empresa na actualidade” como significativos com os TDT que têm intenção de criar uma empresa, o que reflecte os estudos já efectuados anteriormente, pois consideram que os indivíduos que possuem familiares empresários têm uma maior propensão para o empreendedorismo (Hisrich, 1990; Crant, 1996; Mathews & Moser, 1996; Rubio et al., 1999; Ferreira et al., 2008). Relativamente à “vantagem em criar actualmente uma empresa” os TDT que já tiveram intenção de criar uma empresa são os que obtiveram scores mais elevados, assim sobressai a visão optimista do futuro, característica que os estudos confirmam existir nos empreendedores (Palich & Bagby, 1992, citado em Morales, 2004; Shepperd et al., 1996).

No que concerne aos factores motivacionais apenas o factor “auto-realização” obteve associação significativa nos TDT que têm intenção de criar uma empresa no futuro. A literatura consultada confirma a presença destas características em quem pretende empreender (McClelland, 1961; Baird, 1972; Torrance, 1972; Kourilsky, 1980; Bygrave, 1989; Hirisch & Peters, 2004; Leitão & Cruz, 2006; Ferreira et al., 2008).

Verifica-se que os factores “criatividade e inovação” e “auto-controle” e “autonomia” foram os mais significativos nos TDT que têm intenção de criar uma empresa no futuro relativamente aos TDT que não a têm, o que vem confirmado na literatura consultada (McClelland, 1961; Brockhaus, 1980; Hirisch & Peters, 2004; Ferreira et al., 2008). No entanto, por outro lado, foram os TDT com intenção empreendedora futura que obtiveram um baixo score no factor “auto-estima/auto-confiança”, o que poderá ser explicado pelo facto destes indivíduos terem idade reduzida e pouca experiência profissional,

pois segundo diversos autores consultados este factor faz parte das características que um empreendedor deverá ter (Hirisch & Peters, 2004; Ferreira et al., 2008).

No que diz respeito aos factores cognitivos, apenas se evidenciaram scores mais elevados nos TDT que têm intenção de criar uma empresa no futuro nos factores “experiência e conhecimentos adquiridos”, “percepção optimista do sucesso” e “precisão/resolução de problemas com rigor” estando assim de acordo com os estudos efectuados (Longen, 1997; Palich & Bagby, 1992, citado em Morales, 2004; Shepperd et al., 1996). No entanto, só o factor “precisão/resolução de problemas com rigor” é que obteve significância estatística nos TDT com intenção futura empreendedora (Busenitz, 1992; Krueger, 1993; Krueger & Dickson, 1994; Mitchell et al., 1994; Markman et al, 2005; Fernández et al., 2009). Já os factores “atento às oportunidades de negócio externas” e “influência do estado afectivo” nos TDT que têm intenção empreendedora no futuro apresentaram scores mais baixos, o que contraria os estudos consultados (Shapero, 1981; Shaver & Scott, 1991; Reitan, 1997; Baron, 2004).

Relativamente aos obstáculos verificamos que apenas o factor “emprego garantido” obteve significância com os TDT que têm intenção de vir a criar uma empresa, o que nos remete para o facto de que o único motivo que impede estes TDT de terem uma empresa é o facto de terem ou virem a ter “emprego garantido”. Verifica-se por outro lado, que foi nos TDT que não tiveram intenção de criar uma empresa que se obtiveram valores significativos em relação aos obstáculos “prefere estabilidade financeira e profissional” e “falta de expectativas e prestígio”. Estes resultados confirmam os estudos já efectuados (Rodrigues et

al., 2008; Fernández et al., 2006; Cromie, 1987; Sharir & Lerner, 2006).

E por fim, e a título de resumo (Quadro 4.65), apresentamos as variáveis que estão associadas à intenção empreendedora futura.

FACTORES / CARACTERÍSTICAS VARIÁVEIS ASSOCIADAS À INTENÇÃO