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TÓPICO 1 - IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS DA

2.1 FAMÍLIA

A família é uma instituição social que tem sua estrutura variada de acordo com o tempo e o espaço. As famílias patriarcais do Brasil colonial, por exemplo, são diferentes das famílias contemporâneas. A família é o primeiro grupo social do qual fazemos parte e no qual somos socializados.

A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Ela consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue, casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas, em geral, em uma mesma casa por um período de tempo indefinido. A família é considerada uma unidade social básica e universal. Básica, porque dela depende a existência da sociedade; e universal por ser encontrada em todas as sociedades humanas, de uma forma ou de outra. O estereótipo da família de nossa cultura é constituído pelo marido, esposa e filhos. Considerando-se outras culturas, há muitas variações na estrutura familiar (DIAS, 2005, p. 210).

As variações encontradas nas instituições familiares dizem respeito aos seguintes aspectos: número de casamentos, forma de casamento, tipo de família (OLIVEIRA, 1999).

Com relação ao número de casamentos temos a monogamia e a poligamia. Nos grupos sociais de base monogâmica, cada integrante do casal possui apenas um cônjuge, independentemente se o casamento admita divórcio ou não. É o caso do Brasil, mas que permite, pelas leis, o casamento após o divórcio. A poligamia permite o casamento com mais de um cônjuge ao mesmo tempo, como é o caso das religiões muçulmanas.

A poligamia pode ser de dois tipos, a poliandria, que é a união de uma mulher com mais de um homem, permitido entre os esquimós e tribos do Tibete, por exemplo; e a poliginia, quando um homem casa com mais de uma mulher, como entre povos árabes ou algumas religiões e tribos africanas.

Quanto às formas de casamento, existem a endogamia e a exogamia. A endogamia é o casamento permitido apenas entre pessoas de um mesmo grupo, como da mesma tribo ou casta. É o caso do casamento entre membros da mesma casta na Índia antiga, que veremos mais adiante neste tópico. A exogamia é o

DICAS

O link <http://www.lcqribeiro.pro.br/wp-content/uploads/2011/03/O-que-%C3%A9-uma-instituicao-social-Berger-e-Berger1.pdf> direciona a um excelente texto intitulado “O que é uma instituição social?”, escrito por Brigitte Berger e Peter Berger. Acesso em: 14 maio 2012.

casamento comum da sociedade moderna, que permite a união de casais de diferentes locais, religiões ou classes.

Conforme Dias (2005):

• Exogamia – é o nome que se dá ao casamento entre indivíduos que pertencem a grupos distintos. Por exemplo, em nossa sociedade, as pessoas são proibidas de casar com parentes de sangue próximos - irmão ou irmã etc. A escolha deve ser feita fora do grupo de parentesco.

• Endogamia – é o tipo de casamento em que os indivíduos são obrigados a escolher os cônjuges dentro do grupo a que pertencem. Na África do Sul, vigorou durante muito tempo a endogamia racial; o branco só podia casar com um branco e o negro com outro negro.

O tipo de família classifica-se em família nuclear ou conjugal e família consanguínea ou extensa. O primeiro tipo reduz-se à vivência do lar, como mãe, pai e filhos, ou mesmo mãe e filho, entre outros arranjos. E a família consanguínea é a extensão, formada pela maioria de parentes de sangue, como pais, filhos, netos, cônjuges. Neste caso, o marido passa a viver com a família da esposa ou vice-versa, e o que determina o núcleo familiar é o grupo de irmãos, que passam a agregar seus cônjuges.

Há uma enorme variação na forma com que ocorrem os casamentos. Na sociedade brasileira predomina a livre escolha entre parceiros baseada no amor. Embora para a maioria dos brasileiros essa pareça ser a forma mais natural, essa precondição para o casamento, na realidade, nem sempre é aceita universalmente.

O casamento por amor é bastante recente; e ele só se consolidou gradativamente, graças ao incremento da industrialização. Anos atrás predominavam os casamentos arranjados – em que as famílias é que determinavam quem devia casar com quem. Com a industrialização e o rápido processo de urbanização, o amor tornou-se funcional à medida que ajuda as pessoas a cortar os laços de união com suas famílias, dando ao novo casal o suporte afetivo e emocional que os cônjuges recebiam antes de seus parentes.

Em sociedades tradicionais, o amor é desencorajado como prerrequisito para o casamento, pois pode romper com os laços de parentesco existentes. É o que acontece, por exemplo, no Iraque, onde se busca o parceiro dentro do grupo de parentesco, e os pares são formados para fortalecer as relações familiares. (DIAS, 2005, p. 212).

Estes tipos de casamento, formas de família e funções interessam à sociologia em seus estudos das estruturas sociais. Observou-se que a função padrão da família nos grupos sociais é a reprodução e assistência inicial à criança. No entanto, apesar disso, as estruturas familiares e as funções da família mudam muito conforme os grupos sociais.

Entre as diversas funções que pode ter, a instituição familiar apresenta as seguintes:

• Regulamentação do comportamento sexual – as oportunidades de satisfação dos impulsos sexuais variam conforme os grupos sociais. Há, por exemplo, grupos que permitem as relações anteriores ao casamento, enquanto outros proíbem este tipo de situação.

• Reposição de membros da sociedade de uma geração a outra por meio da reprodução – a procriação é, por excelência, a função principal da família na sociedade. Crianças que não convivem com este núcleo podem ter dificuldades de sobrevivência.

• Cuidado e proteção às crianças, aos enfermos e idosos – o cuidado nos momentos em que as funções do corpo estão dificultadas por alguma condição em geral é realizado pelos membros da família.

• Socialização das crianças – a família é o primeiro grupo social no qual a criança está inserida, desde o seu nascimento inclusive, e é deste grupo que ela recebe os primeiros padrões de condutas e valores, ou seja, a primeira educação. • Fixar a posição e estabelecer o status, transmitido por meio da herança social

– o indivíduo ao nascer recebe o status social de seu núcleo familiar, inclusive financeiro, o que determina suas primeiras relações com o mundo.

• Segurança econômica, afeto e proteção – a família tem como função inicial manter seus integrantes, além de desenvolver relações afetivas as quais, por exemplo, geram a dependência das crianças com relação aos pais.

Estas são as funções que podem ser identificadas na instituição social familiar, cuja responsabilidade recebem e por meio das quais buscam suprir as necessidades humanas com relação a estes grupos.

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