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Familiarização de professores e alunos com respeito ao processo de Avaliação

CAPÍTULO 3 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

3.3 A avaliação institucional na ótica dos gestores, coordenadores, professores e alunos

3.3.2 Familiarização de professores e alunos com respeito ao processo de Avaliação

Neste item se irá apresentar e analisar as respostas dos professores e alunos com respeito à AI realizada pelo IESPDF.

Para tanto, inicialmente, foi solicitado que identificassem os instrumentos de avaliação utilizados na AI.

As respostas dos professores demonstraram que 62% reconhecem o formulário, 34% reconhecem a pesquisa de opinião e 4% não têm conhecimento de qualquer uma delas. Quanto aos alunos, 56% reconhecem o formulário, 39% reconhecem a pesquisa de opinião e 5% não têm conhecimento de técnicas e procedimentos usados na AI do IESPDF.

Observa-se, aqui, que alunos e professores estão mais familiarizados com o formulário aplicado e as pesquisas de opinião, pois esses instrumentos são comumente disponibilizados no site da instituição, ou são enviados para a comunidade acadêmica por e-mail, ou por outra forma coletiva de contato.

Visando confirmar o conhecimento de professores e alunos sobre a AI praticada pelo IESPDF foi indagado também, o período do ano em que esta é realizada.

QUADRO 4 – Período de realização da AI na IESPDF, segundo professores e alunos

Respostas Período

Professores Alunos

No primeiro semestre 4% 0%

No segundo semestre 35% 50%

No primeiro e segundo semestres 26% 22%

No recesso escolar 0% 5%

Não sei 35% 18%

Brancos 0% 5%

Total 100% 100%

Os alunos majoritariamente entendem que a AI acontece no segundo semestre de cada ano, enquanto os professores distribuem-se, na proporção 35%/26%, em crer que ela acontece no segundo semestre ou no primeiro e segundo semestres anuais, como um processo contínuo, cabendo o registro da grande quantidade (35%) de professores que não sabem quando ela ocorre.

Com respeito ao ano de início da AI pelo IESPDF, as manifestações obtidas são apresentadas a seguir.

QUADRO 5 - Início da AI na IESPDF, conforme professores e alunos Respostas Ano de início Professores Alunos 1999 0% 0% 2000 15% 0% 2001 13% 0% 2002 15% 28% Não sei 61% 67% Brancos 0% 5% Total 100% 100%

O que se pode inferir dessas respostas é que o processo de AI naquela instituição não foi bem divulgado, pois a maioria de alunos (67%) e de professores (61%), não sabe o ano em que ela foi implementada, sendo que número significativo de alunos e professores afirmam que ela aconteceu, pela primeira vez em 2002, fato que não condiz com a realidade, pois o primeiro relatório de AI da IESPDF data de 2000, e esse documento, que tem precisas informações sobre os princípios, diretrizes, parâmetros avaliados, indicadores adotados, dificuldades encontradas, foi amplamente divulgado para a comunidade acadêmica, valendo ser ressaltado que o histórico das Ais realizadas está presente no site da instituição, porém foi pouco consultado por professores e alunos..

Uma das questões mais relevantes do questionário aplicado a professores e alunos se refere aos tópicos objeto da AI, obtendo-se as respostas a seguir relacionadas.

Ora, é perfeitamente compreensível que se faça o juízo que se a avaliação é um processo o qual necessita ter claros os parâmetros avaliados, ela quando a comunidade não os

conhece, perde um pouco o sentido de ferramenta poderosa para as necessárias mudanças na educação superior, visando a melhoria na qualidade e maior aproximação com a sociedade contemporânea.

QUADRO 6 – Aspectos cobertos pela AI, na opinião de professores e alunos Respostas

Aspectos cobertos pela AI

Professores Alunos A turma 15% 10% O professor 88% 89% A coordenação do curso 61% 79% A direção geral 26% 14% A biblioteca 38% 20% Outros 0% 14%

Nota: a questão admitia mais de uma resposta, daí a proporção total ser maior que 100%.

A quase totalidade dos professores e alunos acredita que o principal alvo da avaliação é o desempenho dos docentes. Como o docente é considerado a figura central do processo de ensino-aprendizagem, se não a única, é natural que se pense que ele é o foco da avaliação. Em seguida é mencionada a gestão pedagógica do curso, na figura do coordenador, tanto por professores quanto por alunos, com maior ênfase pelos alunos. Uma explicação plausível para a diferença na percepção de professores e alunos da posição ocupara pelo Coordenador e Direção Geral no “ranking” da avaliação, pode ser atribuída ao fato dos professores terem uma noção mãos clara das atribuições das duas instâncias e, conseqüentemente, quais erros e acertos podem ser imputados a uns e aos outros. Já para os alunos a referência administrativa maior é a Coordenação do Curso, pouco conhecendo das atribuições da Direção Geral.

Segue, na ordem de importância da avaliação a Biblioteca, certamente um dos recursos mais importantes de uma instituição de ensino.

No entendimento de professores e alunos a avaliação das turmas ocupa uma posição marginal na AI.

Nessa questão, o que se viu foi a concordância entre alunos e professores de que avaliado primordialmente é o professor e a coordenação do curso, depois a biblioteca, a direção, a turma e outros aspectos, não se focalizando a abrangência e o alcance de um processo de avaliação institucional dessa natureza. Faz-se a ressalva que apenas 02 alunos colocaram que “tudo é avaliado” e um acrescentou que é submetida a avaliação a “estrutura geral”.

Em contrapartida, dois professores acrescentaram que as “instalações são avaliadas”, um colocou que “na prática só existe avaliação dos alunos sobre os professores e coordenação. Os professores, a coordenação e os funcionários não são ouvidos. Eles também não costumam ter retorno sobre os resultados”, enquanto outro complementou “não sei quais são os itens de avaliação. Só recebo um documento com a minha ‘nota’ de avaliação, na função docente. Nunca vi a avaliação de turma, coordenação, direção, biblioteca, laboratório e outros”.

Como forma de avaliar o instrumental usado na AI, foi indagado se professores e alunos tiveram dificuldade em responder às questões nele arroladas.

QUADRO 7 – Dificuldades em responder ao formulário da AI, segundo professores e alunos Respostas Dificuldade no preenchimento Professores Alunos Sim 15% 6% Não 58% 83% Brancos 27% 11% Total 100% 100%

As respostas a esta questão são surpreendentes sob diversos aspectos. Um primeiro deles é o da quase totalidade dos alunos responderem não encontrar dificuldade em responde às questões da AI, enquanto apenas pouco mais da metade dos professores relatarem que não encontram dificuldades. Coerentemente, apenas 6% dos alunos acusaram dificuldade no preenchimento dos instrumentos, contra 15%, mais que o dobro, dos professores. As respostas em branco podem ser associadas a professores e alunos que não respondem às questões da AI. Novamente, seriam os professores os mais omissos, num percentual acima do dobro dos alunos. A indagação que fica é se essa omissão se deve ao desinteresse pela atividade ou se o formulário dos professores apresenta maior grau de dificuldade de preenchimento.

Os professores que fizeram referência a dificuldades apontaram-nas: “em três anos de IESPDF nunca recebi informação e/ou orientação para isto”;. “nem sei onde se encontra esta avaliação”; “às vezes o link cai”.

Importante também foi avaliar o grau de conhecimento de professores e alunos sobre quem avaliava os resultados da AI.

QUADRO 8 – Quem interpreta e/ou analisa os resultados da AI, na opinião de professores e alunos

Respostas Intérprete ou analista dos resultados da AI

Professores Alunos

Direção 42% 10%

Setor específico para isso 23% 23%

Comissão de professores e alunos 0% 7%

Colegiado 5% 7%

Não sei 30% 47%

Brancos 0% 6%

Total 100% 100%

Diante disso é possível afirmar-se que os alunos não sabem e os professores acreditam, mormente, que é a direção geram quem interpreta e/ou analisa os resultados da avaliação institucional do IESPDF, tendo a expressão “não sei” votação expressiva.

Considerável que ambos, professores e alunos, acreditam numa mesma proporção que existe um setor específico para analisar a AI.

Os alunos vêem como possível que essa análise seja procedida por um colegiado ou por uma comissão de alunos e professores. Os professores, pela resposta, demonstram terem conhecimento que não existe essa tal de comissão de professores e alunos para interpretar os resultados da AI no IESPDF.

Dessa maneira, resta demonstrado, que apenas um quarto dos professores tem conhecimento sobre a sistemática a avaliação, apesar da Comissão Permanente de Avaliação – CPA ter sido designada, pela Direção Geral, já no primeiro ano de existência da proposta de

AI apresentada ao MEC pela IESPDF, em 1998, embora a comunidade acadêmica tenha dado mostras de desconhecê-la, embora o histórico da AI institucional esteja disponível no site da IESPDF, no documento “2005 será o ano da avaliação na IESPDF”, o qual informa claramente que:

a preocupação da IESPDF com a avaliação institucional existe desde a apresentação da proposta de criação desta Instituição ao MEC, em maio de 1996. No documento Projeto de Instituição de Ensino de Alto Padrão, o capítulo 5-Estratégias para assegurar a qualidade dos cursos, já prevê no item 5.1.4. a criação de uma Comissão Permanente de Avaliação - CPA. Uma Comissão Permanente foi designada pela Direção Geral em 1998. Desde então, a Direção Geral tem dado todo apoio aos membros da CPA. Nas avaliações realizadas em 2000, 2001 e 2002, a Direção Geral envolveu os representantes de turma na aplicação dos instrumentos de avaliação, com a finalidade de demonstrar que os alunos são considerados parceiros da IESPDF na busca de excelência.

Nas avaliações realizadas em 2003 e 2004, como o instrumento foi disponibilizado no formato eletrônico, os representantes foram envolvidos no sentido de atuarem na sensibilização de suas turmas para os processos de avaliação. Em todos os casos, foram feitas reuniões com os representantes de turma para discorrer sobre o papel da avaliação, sobre a importância da isenção nas respostas aos instrumentos e sobre os procedimentos adotados.

Se o principal propósito da AI é melhorar o desempenho da Instituição e, principalmente, as condições de ensino e aprendizagem é fundamental que os resultados da avaliação sejam veiculadas aos professores e alunos. Inicialmente foi indagado se as informações resultantes da AI são disponibilizadas aos professores e alunos, obtendo-se as respostas contidas no quadro a seguir.

QUADRO 9 – Disponibilização dos resultados da AI aos professores e alunos Respostas

Ocorre disponibilização dos resultados da

AI para alunos e professores Professores Alunos

Sim 24% 11%

Não 19% 39%

As vezes 19% 11%

Brancos 0% 3%

Total 100% 100%

A maioria dos alunos afirma que as informações resultantes não são disponibilizadas para a comunidade acadêmica pela Direção e a maioria dos professores responde que não sabe se elas o são.

As incidências de “sim”, nas proporções mostradas no quadro cima apresentado, deixam ver que o processo de retorno das informações não está sendo encaminhado como deveria, e isso dificulta muito para que a AI possa alcançar os resultados propostos no plano original da instituição e esperados.

Instados a informar como tomaram conhecimento dos resultados da AI, os professores apontaram os seguintes veículos.

QUADRO 10 – Veículos para disponibilzação dos resultados da AI aos professores e alunos Respostas

Veículos

Professores Alunos

Jornal "Na prática" 19% 61%

Pelo site da IESPDF 10% 39%

Pelo auto-falante 0% 0%

Mural das salas 0% 0%

E-mail 10% 0%

Brancos 61% 0%

Total 100% 100%

O Jornal “Na prática” e o site da IESPDF são os dois principais veículos de divulgação dos resultados da AI.

Nesse quesito, os alunos têm no jornal “Na prática” um importante meio de comunicação institucional, assim como no site da IESPDF; enquanto os professores demonstraram querer abster-se (61%) de responder a essa questão, sendo que o restante recebeu essa comunicação pelo mesmo jornal, pelo site ou por e-mail. Há que ser destacado que dois veículos: auto-falante e mural da sala de aula sequer foram mencionados por quaisquer dos respondentes.

A grande questão que a resposta dos professores suscita a esta indagação diz respeito as fato de mais da metade deles praticamente se omitir em admitir ter acesso aos resultados da AI. Essa omissão seria compreensível se esses professores integrassem o grupo dos mal avaliados afinal muitos tendem a querer ignorar as más notícias. Mas não é o caso. Vale lembrar que os professores respondentes ao questionário são justamente os que receberam as melhores avaliações.

Na tentativa de “avaliar a avaliação” foi indagado em que medida professores e alunos consideram que os resultados da AI refletem as opiniões da comunidade acadêmica; convém que seja acrescentado que o sentido da pergunta traduziu, no corpo da pesquisa, se os resultados da avaliação confirmam ou não o que alunos e professores pensam da instituição, o que provocou as manifestações de opinião contidas no quadro a seguir.

QUADRO 11 – Resultados refletindo as expectativas da comunidade acadêmica Respostas Refletem as expectativas Professores Alunos Totalmente 0% 0% Em parte 27% 39% Nenhuma 8% 11%

Não consigo avaliar 42% 14%

Brancos 23% 36%

Total 100% 100%

Em presença das respostas a tal questionamento, constata-se que os alunos e os professores tomaram conhecimento do resultado da avaliação, porém ele não reflete totalmente, para nenhum deles, as opiniões da comunidade acadêmica. Cerca de 40% dos alunos e 27% dos professores consideram que eles refletem em parte. Se somadas as respostas de professores e alunos que informaram verifica-se que elas, em princípio, têm um significado muito semelhante à consideração de que os resultados da AI não estão sendo os esperados pela comunidade acadêmica da IESPDF, de onde se conclui que mais da metade dos que se manifestaram não conseguem estabelecer uma relação entre a sua opinião sobre a instituição e os resultados da AI.

Como pergunta final e mais relevante, foi indagado se professores e alunos constataram mudanças significativas na gestão e prática pedagógica da instituição como decorrência dos resultados da AI.

QUADRO 12 – Mudanças significativas na gestão e prática pedagógica em decorrência da AI Respostas Ocorrência de mudanças Professores Alunos Sim 15% 19% Não 54% 25% Um pouco 8% 31% Não sei 23% 14% Brancos 0% 11%

Total 100% 100% Nenhum dos respondentes, nem alunos, nem professores, visualiza mudanças

significativas depois da aplicação da Avaliação institucional na IESPDF. Alguns alunos entendem que elas acontecem “um pouco” e poucos alunos (19%) e alguns professores (15%) acreditam que elas aconteçam.

Mais da metade dos professores foi taxativa em responder que não houve nenhuma mudança em decorrência dos resultados da AI; menos de um quarto consideram que houve mudanças ou algumas delas ocorreram e um quarto restante expressou seu desconhecimento.

Já os alunos observaram um maior volume de mudanças. Ao contrário dos professores, metade constatou mudanças em algumas delas, apenas 25% não observou mudanças e outros 25% não sabem informar, diferença de opinião com os professores, pouco expressiva.

Instados a manifestarem as principais ocorrências atribuíveis à AI, foram colhidos os seguintes depoimentos.

Dos alunos

• Mudanças no corpo docente, expressos nas observações: saída de professores que não atendem às necessidades do aluno; mudança de professor; retirada de professores – alguns - citados como ruins; depois da última avaliação alguns professores foram demitidos; inclusão de professores melhor qualificados no corpo docente; essas avaliações muitas vezes fazem com que professores tenham a chance de observar em que precisam mudar o seu trabalho; há aperfeiçoamento de professores e quase sempre vêem com os alunos o que eles gostariam que mudassem;

• Mudanças curriculares, expressas as observações: melhor adaptação do currículo de matérias em relação à realidade do mercado de trabalho; houve alteração curricular, não sei se em decorrência da avaliação;

• Melhoria da infra-estrutura, expressa nas observações: melhoria da estrutura de equipamentos dos laboratórios; maior disposição de materiais, salas e laboratórios, mas, não obstante, tal processo ainda tem muito que melhorar; melhoria da estrutura física da instituição; diminuição do preço na reprografia.

Dos professores

• Mudança no corpo docente, expressas nas observações: apesar de não saber de nenhum caso, a informação recebida na semana pedagógica é a de que os professores que recebem três resultados de avaliação com nota menor que três são demitidos; as avaliações só servem para dar material de onde se possam pinçar pontos que reforçam posições pré-estabelecidas pela direção e para servir de desculpa na hora de demitir alguns professores, mas ela não é determinante de nada, nos pontos que interessam embasa decisões já tomadas, nos que não interessam é desconsiderada;

• Maior atenção à orientação pedagógica dos professores; • Mudança curricular;

• Melhoria dos laboratórios;

• Desconhecimento dos resultados (nunca tomei conhecimento de resultados de avaliação institucional, apenas o que é encaminhado para mim, com a minha avaliação);

• A mudança no NPJ – Núcleo de Práticas Jurídicas (Direito) ocorrida à partir do começo de 2005;

• A mudança no PAC2 - Programa de Atividades Acadêmicas (Direito) ocorrida à partir do ano de 2005.

Da análise desses depoimentos, pode-se inferir que a AI na IESPDF teve um alcance menor do que o projeto original. Pontos positivos existiram, conforme colocado, embora não se tenham consolidado como resultante do processo de avaliação institucional.

Percebeu-se que o princípio da não-premiação ou punição não foi acatado, como ficou facilmente identificável nos relatos, a AI tem provocado tensão frente ao receio de punição e não tem sido um instrumento para o desenvolvimento constante da qualidade dos serviços prestados pelo IESPDF, além de não ter estimulado o direito à expressão, à participação consciente, caráter social a ser cultivado e construído.

Percebe-se que os princípios a serem pesquisados em um processo de auto-avaliação institucional precisariam ser debatidos e construídos com a participação efetiva dos atores do tecido social da instituição campo da pesquisa, mediando e negociando se o princípio da não- premiação ou punição deve ser considerado.

No tocante à legitimidade técnica, acredita-se ser importante observar-se atentamente os riscos do quantitativismo, do utilitarismo e do imediatismo, características puramente empresariais que muitas vezes nada têm a ver com a natureza de uma instituição acadêmica, que devem ser afastadas mediante um processo de avaliação emancipadora.

Dessa maneira, o processo de auto-avaliação institucional, por ter caráter pedagógico precisaria promover e incentivar uma cultura avaliativa que fosse construtiva, participativa, permanente, comprometida com os objetivos do projeto avaliativo e não deveria se prender a necessidades de mudanças pontuais, pois as transformações deveriam ocorrer no todo, desde

os recursos humanos, à infra-estrutura, à estrutura curricular, à dimensão pedagógica, administrativa etc.

Considerando, ainda que, segundo o documento básico da proposta do PAIUB (1993, p.06):

outra característica fundamental do processo de avaliação de uma instituição acadêmica é a intensa participação dos seus membros, tanto nos procedimentos e implementação, como na utilização dos resultados, traduzidos em medidas voltadas ao aperfeiçoamento da instituição.

Vê-se que são necessários valores e princípios definidos pelo corpo acadêmico para que exista a possibilidade da instituição se contrapor ao modelo de avaliação institucional regulador, até agora percebido por alunos e professores da IESPDF, que apenas se fundamenta em indicadores de rendimentos, avaliação com critério punitivo e de controle, com processos baseados em uma ética competitiva, de caráter retroativo e pontual.

Em decorrência dessas asserções, é incontestável que o processo de avaliação institucional tem evoluído na IESPDF, talvez não como planejado originalmente e que existe maior concordância entre a visão dos gestores e coordenadores com os documentos oficiais e técnicos do que a visão dos alunos e professores em relação a esses mesmos documentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É preciso que se reflita sobre a dimensão da Avaliação Institucional, sobre a sua real significação; nessa envergadura, DIAS SOBRINHO (1996) trata dos diversos objetivos da avaliação, destacando que as estruturas formais e representativas da Universidade devem cuidar para que:

a avaliação, com suas distintas formas, alimente a instituição com a visibilidade dos indicadores quantitativos e com a perspicácia de análises qualitativas que orientem a universidade em suas tomadas de decisão quanto ao ordenamento dos grandes programas e políticas prioritárias, ao seguro e forte desenvolvimento das atividades acadêmicas e quanto à adequada e eficaz distribuição e administração dos recursos.

Assim conduzida, a Avaliação Institucional, dependendo do seu uso, contexto e referencial, pode apenas reproduzir, ampliar e aprofundar a dimensão avaliativa presente nas avaliações externas, de controle e regulação, que têm no Estado o principal referencial e perde o sentido maior de ser mecanismo de transformação, de melhoria da qualidade dos serviços prestados pela IES.

O processo de AI na IESPDF sob exame, inspirado no modelo do PAIUB, teve início em 2000, contando-se até o presente, com cinco edições. Ao longo desses anos, o escopo e os parâmetros foram modificados, ocorrendo uma progressiva ampliação dos seus itens e abrangência. Afinal, seria até temerário iniciar um processo de complexidade da AI pretendendo englobar os itens passíveis de avaliação.

A avaliação do aluno pelo professor remonta às origens da educação escolar. Uma inovação introduzida pela AI foi a avaliação do professor pelo aluno. Nos anos iniciais da AI praticada pela IESPDF este foi o principal foco, fazendo com que a avaliação do professor pelo aluno passasse a ser a marca da AI, mesmo depois que a abrangência do processo avaliativo incorporou outros segmentos e itens, secundarizando a figura do professor.

Ciente da importância da mobilização de toda a comunidade acadêmica para o êxito da AI a Direção Geral da IESPDF e a CPA, responsável pela coordenação do processo,