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3.8 A Pesquisa-Ação-Participativa

4.2.1 Fase I – Momento Analético Inicial: Despertar e Fortalecimento das Capacidades de

Atividade 1 – Demonstração didática audiovisual: entendimento do contexto e motivação para mudá-lo

Esta primeira atividade do Primeiro EPS buscou trabalhar mais especificamente dois dos três fatores descritos por Antonovsky13,14 como fundamentais para direcionar a Promoção da Saúde e o sentido pessoal e comunitário para as experiências de vida positivas e para a saúde: o componente de compreensão (desvelamento e apropriação dos porquês e de como se conforma o contexto de injustiça em que vivem) e o componente de significado (ver sentido e motivar-se em buscar as possibilidades de mudança deste contexto).

Para isso, em cada uma das 19 comunidades rurais do município foi programado um encontro, sendo a forma de realização acordada com os ACS durante reunião mensal dos mesmos (abril de 2017) e, por telefone, com lideranças das comunidades onde não há cobertura da ESF rural. Foram levadas em consideração as informações sobre a dinâmica laboral/social nas comunidades para definir os dias, horários e locais dos encontros. Desta forma, para facilitar e estimular a participação dos camponeses, foram definidos dias de atendimento da ESF, dias de missa/culto ou dias de semana após o horário de trabalho, conforme as características de cada comunidade. A realização ocorreu em locais considerados como pontos de encontro pelos camponeses em suas comunidades.

Os camponeses foram informados da realização e convidados a participar deste primeiro encontro por meio de comunicação direta realizada tanto pelos ACS e lideranças das comunidades quanto pelo pesquisador. Para isto, o pesquisador utilizou os contatos telefônicos registrados nos 81 questionários aplicados nas 19 comunidades rurais de Lavras durante os trabalhos de campo do mestrado50. Foram convidados os

camponeses contatados nas ligações e foi requisitado que estes convidassem seus familiares, vizinhos e conhecidos da comunidade.

Para o desenvolvimento da atividade foi utilizado o método da Demonstração Didática que, segundo a metodologia CaC, “trata-se de um tipo de instrumento que

serve para demonstrar, de maneira visual e prática, um processo negativo ou positivo. A demonstração deve ser sempre acompanhada de uma explicação e do debate entre os presentes”10

.

Neste trabalho foi apresentado, como meio de visualização e estímulo ao debate sobre as influências e consequências do modelo do agronegócio no contexto local e sobre as possibilidades agroecológicas, o documentário curta-metragem „O Uso INSeguro dos Agrotóxicos‟88

. Esta ferramenta audiovisual, desenvolvida por meio do Projeto “O uso (in)seguro de agrotóxicos: imagens e depoimentos de agricultores familiares”, aprovado e financiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (PRP – Unicamp) por meio do Fundo de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepex), foi produzida para popularizar e facilitar diálogos sobre os resultados e conclusões da dissertação de mestrado „O agricultor familiar e o uso (in)seguro de agrotóxicos no município de Lavras, MG‟50

. O documentário aborda, em sua primeira parte, a desconstrução do paradigma do “uso seguro” de agrotóxicos e do modelo do agronegócio para o contexto das propriedades e comunidades camponesas (tendo camponeses e camponesas de Lavras como personagens, apresentando sua realidade de inviabilidade de utilização segura e dos impactos causados pelos agrotóxicos); e, na segunda parte, as viabilidades e benefícios da agroecologia (tendo uma família camponesa do município de Claraval – MG como personagens, apresentando tanto seu passado de adoecimento, pobreza e separação familiar devido à desestruturação geral causada em seu modo de vida e produção pelo modelo do agronegócio, quanto seu presente de melhorias e bem estar devido à transição para a agroecologia).

Logo após a exibição audiovisual todos os presentes foram formalmente convidados a integrar o Encontro de Promoção da Saúde de sua comunidade. No

âmbito dos EPS desta primeira atividade foram realizadas rodas de diálogo sobre os temas apresentados pelo documentário. Os debates foram estimulados, pelo pesquisador e equipe de pesquisa, por meio de perguntas, explicações (elaboradas conforme o momento, desenrolar e a pertinência da discussão) e, principalmente, escuta que buscaram proporcionar espaço e ambiente para que os participantes expressassem suas percepções e experiências sobre a existência e amplitude de um modelo de produção dominante que causa danos sanitários, sociais, familiares, econômicos e culturais em suas comunidades. Os debates e perguntas buscaram, ainda, levantar as prioridades, aspirações, necessidades, vontades, intenções e/ou desejos dos camponeses em relação à possibilidade de mudança para uma forma de produção mais saudável, rentável e justa.

Não foi necessário realizar seleção dos integrantes dos EPS, pois a intenção da atividade foi despertar e fortalecer as capacidades de compreensão e de significação de todos os camponeses presentes no encontro. A variação do número de participantes em cada comunidade não dificultou o desenvolvimento da atividade, uma vez que o formato de discussão aberta e a forma de coleta de dados (ver tópico 4.4) foram de simples execução.

Atividade 2 – Primeiro passo da Experiência de Banes: mapeamento dos recursos de saúde

Esta segunda atividade buscou, mais diretamente, trabalhar (dentro do processo de despertar e fortalecer) a capacidade de manejo dos camponeses que já integravam o Primeiro EPS desde a Atividade 1. Este componente salutogênico foi descrito por Antonovsky13,14 como o entendimento e a crença dos moradores de uma determinada comunidade de que os recursos necessários para lidar com situações de dificuldade, injustiça e/ou mudança social-sanitária estão presentes, disponíveis e acessíveis para utilização dentro da própria pessoa e de sua comunidade. Neste sentido, como método central de promoção dos diálogos e debates e de produção de

dados (falas do sujeito camponês) desta segunda atividade do Primeiro EPS, foi realizado o mapeamento dos recursos de saúde presentes nas comunidades rurais de Lavras. Como estes recursos podem estar localizados em distintas esferas da estrutura que conforma o cotidiano individual e comunitário dos camponeses, o processo de mapeamento dialogado foi realizado considerando-se o agrupamento dos recursos nas seguintes categorias89:

 Recursos Agroecológicos: práticas agroecológicas aplicadas nas atividades de cultivo das propriedades camponesas e características pessoais dos camponeses que indiquem a propensão para o desenvolvimento das funções de Promotores(as) e Facilitadores(as) Agroecológicos(as) da metodologia social CaC;

 Recursos Sociais: características familiares e comunitárias positivas;

 Recursos Físicos e Naturais: estruturas físicas e naturais favoráveis das comunidades;

 Recursos Institucionais: instituições reconhecidas pelos camponeses como parceiras e que atuam por melhorias nas condições de vida das comunidades;

 Recursos Culturais: práticas locais e tradicionais de saúde, arte, culinária, etc..

Para o levantamento dos Recursos Agroecológicos foi utilizada uma adaptação da ferramenta da CaC conhecida como Experiência de Banes10. Desenvolvida na cidade de Banes (província de Holguín) por camponeses integrantes da ANAP de Cuba, esta ferramenta consiste na realização de um levantamento participativo das práticas agroecológicas aplicadas nas propriedades das comunidades envolvidas no processo de transição de modelos de produção.

O procedimento original se dá da seguinte forma10

1. Em um cartaz relacionam-se as práticas agroecológicas, enumerando cada uma delas;

2. Entrega-se a cada produtor um lápis e um papel onde devem escrever seu nome e sobrenome;

3. Em seguida, o facilitador explica em que consiste o procedimento;

4. Cada agricultor deve escrever no papel as práticas agroecológicas que utiliza em sua propriedade. Explica-se e debate-se com os participantes cada uma das práticas enumeradas;

5. No final recolhem-se os papéis e se realiza a análise estatística.

Apesar de ter sido desenvolvida para diagnosticar o nível de implementação agroecológico e para acelerar o processo social de transição já iniciado entre os camponeses cubanos associados à ANAP, a capacidade da Experiência de Banes para identificar quais são os conhecimentos e práticas existentes em cada unidade produtiva; para direcionar os intercâmbios de conhecimentos; e para identificar quais são os camponeses que mais conhecem e aplicam práticas agroecológicas dentro das comunidades pôde também ser aplicada no levantamento de outros recursos disponíveis que poderão vir a ser utilizados no processo de transição agroecológico- sanitário nas comunidades de Lavras (momento posterior ao recorte desta Pesquisa- Ação-Participativa).

Para isso foram feitas adaptações na Experiência de Banes para aplicação neste trabalho, tais como: a ampliação da capacidade de captação de dados do instrumento para o levantamento das características pessoais dos camponeses que possam contribuir no processo futuro de definição dos Promotores(as) e Facilitadores(as) Agroecológicos(as); e a estruturação do instrumento na forma de questionário de fácil entendimento e preenchimento pelos participantes. Esta estruturação se fez necessária devido ao contexto de baixa escolaridade formal encontrado na zona rural do município50, o que poderia levar à perda de dados por dificuldade de leitura e escrita caso a Experiência de Banes fosse aplicada em seu formato original.

Dessa forma, dando sequência ao Primeiro EPS, foi utilizado um questionário de autopreenchimento (Apêndice 1) onde cada página continha apenas duas perguntas, em letras grandes, sobre as práticas agroecológicas que poderiam ou

não estar disponíveis nas propriedades e sobre as características pessoais dos camponeses relacionadas à realização das funções de Promotores(as) e Facilitadores(as) Agroecológicos(as). Para a definição das perguntas sobre práticas agroecológicas, foram escolhidas técnicas utilizadas em diferentes municípios da região onde se encontra Lavras (e que, por isso, apresentam semelhanças produtivas, climáticas, de conhecimento tradicional, etc.) descritas pela dissertação de mestrado „Estado da arte em agroecologia e suas relações com experiências no sul de Minas Gerais‟90

e também cartilhas diversas sobre práticas e técnicas agroecológicas91-93. Já para a definição das perguntas sobre características pessoais relacionadas a Promotores(as) e Facilitadores(as) Agroecológicos(as) foram utilizadas as descrições das funções e das características desejáveis apresentadas no livro Revolução Agroecológica10, da ANAP.

Para a aplicação, a mesma página do questionário que estava sendo aplicada/preenchida foi projetada em local visível por meio de um projetor de imagens. O pesquisador utilizou a projeção tanto para explicar e sanar dúvidas sobre cada uma das práticas e características descritas nas perguntas quanto para indicar as possíveis opções de escolha e marcação pelos camponeses. Estas opções foram “Sim”, que foi representada por um sinal gráfico afirmativo (dedo polegar voltado para cima), e “Não” que apresentou ao seu lado um sinal gráfico negativo (dedo polegar voltado para baixo). Para garantir a orientação em relação à página que estava sendo projetada e explicada pelo pesquisador e a página de preenchimento em que estavam os camponeses, o questionário apresentava uma figura de identificação, diferente a cada página, impressa no topo da mesma. Assim foi possível orientar a aplicação, explicando, por exemplo, que a página 2, onde estava impressa uma estrela, seria explicada e preenchida naquele momento (Apêndice 1).

Com relação aos Recursos Sociais, Físicos, Naturais, Institucionais e Culturais foi realizada, logo após a aplicação do questionário, uma entrevista coletiva, onde o pesquisador realizou perguntas aos integrantes dos EPS sobre as características familiares, sociais, físicas e naturais positivas, sobre as instituições

parceiras, e sobre as práticas culturais e tradicionais presentes nas comunidades. Os recursos que compõem estas categorias não foram levantados/dialogados por meio de questionário devido à diversidade e imprevisibilidade de respostas que poderiam ser dadas em cada comunidade.

Atividade 3 – Intercâmbio camponês: visita para troca de entendimentos, motivações e técnicas

Apesar de terem sido inicialmente promovidos e visibilizados nas duas atividades que conformaram o Primeiro EPS, as capacidades de compreensão, manejo e significação dos camponeses de Lavras – fundamentais para que assumam o protagonismo e a disposição para mudar de forma ampla, por meio da transição agroecológica, o modelo de produção e dominação que afeta sua saúde e vida – ainda careciam de um exemplo prático para acentuar seu despertar e fortalecimento frente ao ofuscamento causado pelo contexto de dependência destes camponeses em relação à lógica, profissionais, técnicas e insumos do agronegócio.

É nesse sentido que esta Atividade 3, que conforma o Primeiro MPSOC, buscou potencializar os componentes que conformam o Senso de Coerência de camponeses das comunidades rurais de Lavras. Para isto foi apresentado à estes sujeitos um exemplo prático dos benefícios e viabilidades do modelo de produção agroecológico em uma propriedade camponesa onde os insumos externos não são necessários e o equilíbrio produção-ambiente é capaz de resgatar os meios naturais, a cultura e a dignidade local, ao mesmo tempo em que gera boa produtividade e lucratividade. Este tipo de atividade deu origem ao ditado popular cubano que se tornou o lema da CaC naquele País: “Quando o camponês vê, ele acredita”10.

A atividade de potencialização consistiu, portanto, em realizar, uma visita de troca de saberes de representantes das comunidades rurais de Lavras a uma família de camponeses que fez a transição de modelos de produção. A propriedade familiar onde foi realizada esta visita é a da família do município de Claraval, que já havia sido

apresentada indiretamente aos camponeses por meio do documentário curta- metragem88 exibido na Atividade 1 do EPS anterior.

A escolha dessa família de camponeses se deu, tanto para a produção do documentário quanto para o desenvolvimento desta atividade de visita/potencialização dos componentes salutogênicos, pela representatividade de sua história de transição do modelo de produção do agronegócio para o modelo agroecológico. Após anos de “incentivos” de representantes comerciais, bancos, governos locais e agentes públicos de extensão rural para que insistissem no monocultivo de café convencional, a família se viu mergulhada em um contexto de constante prejuízo com a lavoura (os rendimentos com a venda das sacas não cobriam os gastos com agrotóxicos e fertilizantes químicos); de pobreza (sem renda para alimentação adequada e vivendo em uma casa sem condições de habitação); e de adoecimentos constantes e de dispersão familiar (os filhos haviam migrado para área urbana e assumido empregos assalariados, abandonado a vida no campo pela falta de perspectiva). No entanto, com a vinda de um novo técnico da Emater para o município, que priorizava a agroecologia como foco de sua atuação profissional e utilizava técnicas participativas para levantar os interesses, saberes e as potencialidades dos pequenos agricultores locais, a família decidiu iniciar a mudança de modelo de produção, realizando uma transição agroecológica gradual. A família diversificou a produção e adotou técnicas, conceitos e princípios agroecológicos tanto para os novos cultivos quanto para a produção de café, conseguindo, em pouco tempo, sanar os problemas de saúde, de alimentação e obter boa lucratividade com a produção. Uma nova casa foi construída com a renda da nova forma de cultivo e os filhos retornaram para viver e trabalhar na propriedade88.

A visita dos camponeses a esta propriedade, incluindo, desta forma, os momentos de aprendizado geral e de troca de saberes com a família camponesa agroecológica e com o técnico agroecológico da Emater de Claraval, buscou, coletivamente, com estes “parceiros externos” à Pesquisa-Ação-Participativa, potencializar tanto os entendimentos sobre a injustiça e inviabilidade do modelo capitalista internalizado em seu contexto, suas produções e modo de vida, quanto as

motivações e técnicas para a mudança para o modelo agroecológico. É importante ressaltar que a viabilização desta terceira atividade também foi alcançada de maneira coletiva e também contou com a colaboração de “parceiros externos” à Pesquisa-Ação- Participativa.

Como não havia disponibilidade de recursos econômicos para fretar um ônibus para a viagem de ida e volta de Lavras a Claraval (674 Km) e para pagar os gastos com alimentação de todos os envolvidos ao longo de um dia inteiro de viagem e atividades – de forma a não gerar mais ônus econômico aos camponeses e demais participantes do que a própria adequação de suas rotinas e disponibilização de seu dia de trabalho para participar da visita – foi utilizada uma plataforma online de

crowdfunding como estratégia de pagamento dos custos da viagem.

Nessa modalidade de arrecadação coletiva por meio da internet, sites especializados disponibilizam a criação de uma página pelo próprio proponente (por meio de preenchimento simples de campos específicos) para a descrição/promoção de uma campanha de arrecadação. O site também se responsabiliza pelos trâmites financeiros tanto de recebimento da contribuição (realizada como uma compra regular pela internet, utilizando cartão de crédito ou por meio da emissão e pagamento de um boleto) de cada interessado em apoiar a viabilização do trabalho proposto; quanto de repasse do valor arrecadado ao proponente quando do final do prazo da campanha (mediante o desconto de uma porcentagem da arrecadação, variável para cada site). Já a divulgação da campanha fica sob responsabilidade do proponente, tendo sido a campanha criada para a realização desta atividade divulgada maiormente nas redes sociais do pesquisador. Intitulada, então, de „Troca de Saberes Agroecológicos: a viagem!‟, o texto formulado para a promoção da campanha (incluindo o detalhamento da aplicação dos recursos), ainda disponível para visualização (mesmo que já encerrada) na plataforma do site de crowdfunding94, foi o seguinte:

"Quando o agricultor vê, ele acredita!" Este é o lema da metodologia social de disseminação da Agroecologia chamada "de Camponês a Camponês". Esta metodologia, que tem os próprios agricultores familiares como protagonistas do processo de Transição Agroecológica, está sendo

implementada nas 19 comunidades rurais do município de Lavras - MG por meio do projeto de doutorado do Farmacêutico Sanitarista Pedro Abreu (Pós- Graduação em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp).

Dentre as etapas que compõe esse projeto está planejada uma importante viagem de agricultores representantes das 19 comunidades rurais de Lavras, além dos Agentes Comunitários de Saúde que atendem a zona rural do município, até a propriedade de uma família de agricultores da cidade de Claraval - MG. Esta família, que há poucos anos não acreditava ser possível produzir sem agrotóxicos, hoje produz café, hortaliças e frutas sem usar nem uma gota de veneno. A história e benefícios familiares, econômicos e sanitários da mudança de modelo de produção desta família pode ser conhecida no Documentário curta metragem "O Uso INSeguro dos Agrotóxicos", disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HVdZV4JaKAs&t=1s.

A visita dos agricultores de Lavras a esta propriedade, portanto, permitirá tanto a troca de experiências e saberes sobre a injustiça e inviabilidade do modelo de produção do agronegócio para os pequenos agricultores quanto sobre as possibilidades, viabilidades e benefícios da mudança para o modelo agroecológico.

E para viabilizar esta visita, criamos esse espaço de financiamento coletivo. Já que não foi possível obter os recursos necessários para a realização dessa viagem por meios institucionais, acreditamos em você (que acredita na Agroecologia, que acredita na força da Troca de Saberes para processos de transição agroecológica e que acredita nos trabalhos que vêm sendo realizado pelo pesquisador Pedro Abreu e seu orientador Dr. Herling Alonzo para a superação do contexto de dependência de agrotóxicos no País) para colaborar com qualquer valor que possa transformar em realidade esta etapa fundamental da ampla Transição Agroecológica que ocorrerá em Lavras por meio da metodologia "de Camponês a Camponês"!

Desde já agradecemos sua contribuição e/ou sua divulgação entre seus amigos e redes que acreditam em um mundo sem venenos!

___________

Descrição dos gastos que conformam o valor proposto94:

- Aluguel de ônibus de 50 lugares (337Km cada trecho de viagem): R$3.000,00 - Almoço totalmente orgânico para 50 pessoas (produzido com alimentos cultivados e preparados pela própria família de agricultores de Claraval: R$1.000,00 (R$20,00 por pessoa)

- Gasto com lanche nas paradas de ida e volta da viagem (a viagem leva em torno de 6 horas cada trecho): RS1.000,00 (R$10,00 por pessoa em cada trecho)

- Dinheiro de reserva para qualquer imprevisto que possa ocorrer na viagem: R$280,00

- Taxa de 12% cobrada pelo site de crowdfunding: R$720,00 [Grifos do autor].

Ao final do prazo da campanha, 71 contribuições foram realizadas, totalizando a arrecadação de R$6.090,00 (101,5% do valor proposto pela campanha).

Os primeiros convidados para participar da visita foram os ACS da ESF rural, durante a reunião mensal dos mesmos (junho/2017). Em seguida, foram selecionados e

convidados, por meio de contato telefônico, os representantes camponeses das comunidades rurais do município. A seleção foi feita por conveniência e o pesquisador levou em consideração critérios de orientação, ou seja, não hierarquizados e flexíveis frente à realidade e ao cotidiano dos camponeses. Tais critérios foram: “pontuação” na Experiência de Banes (aplicada na Atividade 1 do Primeiro EPS) na sessão