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3. FRONTEIRAS E DETERMINANTES DE EFICIÊNCIA

3.3. FATORES DETERMINANTES DAS EFICIÊNCIAS TÉCNICA E

3.3.1. Fatores estruturais

Esses fatores estão relacionados com características técnicas da produção citrícola e das propriedades rurais e são utilizados com bastante frequência em estudos empíricos sobre eficiência na produção agropecuária. Os fatores estruturais determinantes das eficiências técnica e econômica apresentados nesta subseção são: tamanho da propriedade, adoção de tecnologia de irrigação, características do solo, incidência de doenças no pomar, adensamento do pomar e idade do pomar.

Tamanho da propriedade

A relação entre tamanho da propriedade rural e eficiência é um tema recorrente na literatura (CHRISTENSEN, GREENE, 1973; COELLI; BATTESE, 1996; NGWENYA et al., 1997; SHARMA et al., 1999; ASSUNÇÃO; GHATAK, 2003; ALVAREZ; ARIAS, 2004; HELFAND; LEVINE, 2004; KARAGIANNIS; SARRIS, 2005; GOMES; FERREIRA FILHO, 2007; MOSHEIN; KNOX LOVELL, 2009; MANJUNATHA et al., 2013). Por um lado, grandes propriedades rurais podem obter vantagens na compra dos insumos, venda do produto e maior acesso a recursos financeiros, bem como aproveitar- se de possíveis retornos crescentes de escala permitidos pela tecnologia de produção. Por outro lado, a partir de determinado tamanho da propriedade, é razoável esperar a existência de retornos decrescentes de escala. Além disso, em grandes propriedades é cada vez mais comum a separação da gestão e da posse/propriedade da terra (existência de administradores), levando à possibilidade de ocorrerem problemas de informação e monitoramento (problema do agente-principal) que podem configurar-se em ineficiência. As pequenas propriedades, por sua vez, possuem maior facilidade para mitigar os problemas de informação e monitoramento.

Na literatura empírica, existem tanto evidências de relação positiva entre tamanho e eficiência, como também evidências de relação negativa entre essas variáveis. Coelli e Battese (1996) encontraram uma relação positiva e estatisticamente significativa entre o tamanho de propriedades rurais da Índia e a eficiência técnica das mesmas. O estudo de Sharma et al. (1999) constatou que o tamanho da propriedade rural possui impacto positivo e significativo sobre as eficiências técnica, alocativa e econômica na produção de suínos no Havaí, Estados Unidos. O principal argumento para tal resultado é o de que

96 as grandes propriedades são mais intensivas no uso do fator capital e empregam menor número de trabalhadores por unidade de produção, o que, diante do alto nível dos salários daquele país, é importante para determinar a eficiência econômica. Ademais, verificou- se que as grandes propriedades pagam, em média, preços mais baixos pela ração dos animais, o que indica a existência economias de escala pecuniárias. Por sua vez, o estudo de Reig-Matínez e Picazo-Tadeo (2004) mostrou que tanto as pequenas como também as grandes propriedades citrícolas da região de Valência na Espanha eram eficientes em lucros, apontando para o fato de o tamanho não ter sido um determinante da eficiência econômica.

Alvarez e Arias (2004) desenvolveram um modelo teórico que inclui o índice de eficiência técnica da firma como uma das variáveis de sua função de oferta. O modelo assume que firmas mais eficientes compram mais fatores de produção variáveis, utilizam os fatores de forma mais adequada e, como consequência, produzem níveis de produto maiores do que firmas menos eficientes. Ou seja, nesse modelo teórico a eficiência técnica é um condicionante do tamanho da produção. Para testar esse modelo, os autores utilizaram dados de produtores de leite da Espanha e identificaram a existência de relação positiva e estatisticamente significativa entre o índice de eficiência técnica e o nível de produção das propriedades rurais.

Helfand e Levine (2004) utilizaram dados do Censo Agropecuário de 1996 para analisar a eficiência técnica na produção agropecuária do Centro-Oeste. Os autores adotaram um modelo DEA para estimar os índices de eficiência técnica das propriedades e depois regressaram tais índices com um conjunto de variáveis explicativas, sendo uma delas a área das propriedades. Encontrou-se uma relação não linear entre o tamanho e a eficiência técnica das propriedades, sendo que essa relação apresentou o formato de U.48 Propriedades com área entre 20-50 hectares apresentaram altos níveis de eficiência. Para propriedades entre a faixa de 200-2000 hectares, a eficiência técnica apresentou comportamento de declínio conforme aumentava o tamanho da propriedade. Por exemplo, uma propriedade típica com menos de 200 hectares seria tecnicamente mais eficiente do que uma propriedade típica com 1000 a 2000 hectares. Para propriedades com mais de 2000 hectares, a eficiência apresentou tendência de aumento conforme o tamanho das propriedades aumentava. A principal conclusão do estudo é que as grandes propriedades (com mais do que 2000 hectares) possuem melhor acesso aos mercados de

48 Supondo que o índice de eficiência esteja no eixo vertical (y) e o tamanho da propriedade no eixo horizontal (x) de um plano bidimensional.

97 fatores de produção e produto e a serviços de assistência técnica, além de possuírem menor restrição ao crédito e adotarem tecnologias mais intensivas em capital. Daí se explicaria o diferencial de eficiência em favor destas.49

Moshein e Knox Lovell (2009) estimaram funções de custo e calcularam índices de eficiência técnica, alocativa e de custos para uma amostra de propriedades leiteiras dos EUA. Os autores verificaram a existência de curvas de custo médio em formato de L, com coeficientes de elasticidade de escala positivos e significativos para todas as firmas da amostra. Esse resultado indica que as grandes propriedades obtêm economias de escala consideráveis quando comparadas às pequenas e médias. Encontrou-se também relação positiva e significativa entre o tamanho das propriedades e os índices de eficiência técnica, alocativa e de custos das mesmas. Concluiu-se que esses seriam os principais fatores explicativos para a tendência de aumento do tamanho médio das propriedades leiteiras norte-americanas verificada em anos anteriores ao estudo.

Manjunatha et al. (2013), em estudo sobre eficiência técnica e de lucros na agricultura da Índia, identificaram que, apesar de apresentarem lucro médio menor, as propriedades de pequeno porte utilizam melhor os fatores de produção e, portanto, são tecnicamente mais eficientes dos que as grandes propriedades. O diferencial para o lucro maior das grandes propriedades seria então explicado pela maior eficiência alocativa e pelo maior preço de venda do produto final.

Na citricultura paulista, a relação entre tamanho e eficiência também tem sido motivo de debate. Neves (2010) afirma que a atividade é caracterizada por economias de escala, o que explicaria possíveis diferenciais de competitividade em favor das grandes propriedades (eficiência de escala). A própria estratégia de aumento da integração vertical para trás adotada pela indústria processadora estaria fundamentada nesse argumento, uma vez que as propriedades de posse da indústria são, majoritariamente, de grande porte. No entanto, inexistem análises técnicas e econômicas embasadas em consistentes métodos científicos que comprovem tal relação. Historicamente, sempre coexistiram pequenas e grandes propriedades na citricultura paulista (PAULILLO, 2007), o que pode fomentar a hipótese de que, na verdade, são outros os fatores explicativos para a recente saída dos pequenos e médios citricultores da atividade. Fatores como difícil acesso a recursos financeiros e dificuldades na comercialização da laranja (preços baixos mediante

49 É natural que se os verdadeiros diferenciais de eficiência são melhor acesso a mercados, assistência técnica e uso de tecnologias mais intensivas, pequenas propriedades podem ser tão eficientes quanto as grandes, desde que também tenham acesso aos mercados, serviços e tecnologias que as grandes possuem.

98 discriminação de preços, por exemplo) podem gerar restrições aos pequenos e médios citricultores, impedindo-os de adotarem novas tecnologias de produção, não necessariamente dependentes de grande escala, e forçando-os a sair da atividade. Assim, os fatores explicativos para a saída das pequenas e médias propriedades podem não estar diretamente relacionados com os retornos de escala ou com a ineficiência técnica destas. Desta forma, no presente estudo não há uma hipótese clara a respeito da relação entre tamanho e eficiência. Se, por um lado, espera-se que as grandes propriedades sejam mais eficientes em lucro, por outro lado, não se espera encontrar diferenças significativas nos índices de eficiência técnica e de custo entre pequenas e grandes propriedades. A lógica que fundamenta essa hipótese é a de que grandes propriedades possuem vantagens no relacionamento com a indústria compradora de laranja (as subseções 3.3.2 e 3.3.4 discutem fatores gerenciais e institucionais, como por exemplo, adoção e enforcement de contratos de venda), conseguindo preços e condições melhores na venda do produto. No entanto, não há evidências fortes o suficiente para pressupor que a citricultura paulista seja caracteriza por retornos crescentes e/ou economias de escala. Logo, a existência de maior eficiência de escala das grandes propriedades é ainda um pressuposto não necessariamente verdadeiro.

Adoção de tecnologia de irrigação

A irrigação é uma importante tecnologia para aumentar a produção, melhorar a qualidade do produto e reduzir riscos associados aos fatores climáticos. Propriedades rurais que adotam irrigação se tornam menos dependentes das condições pluviométricas da região (DILLON, 2011; CUNHA et al., 2013). Por exemplo, em períodos de estiagem, a irrigação pode reduzir consideravelmente as perdas de produção. Ademais, a utilização da tecnologia de irrigação tende a aumentar a fertilidade do solo e, consequentemente, a produtividade do fator terra (WADUD, 2003). Todos os fatores mencionados tendem a se refletir em maior eficiência na produção rural das propriedades que adotam a tecnologia de irrigação.

Dentre os estudos empíricos que analisaram a relação entre irrigação e produção, Battese e Coelli (1995) encontraram uma relação positiva entre a proporção de terras irrigadas e o valor da produção agropecuária em propriedades rurais da Índia. Wadud e White (2000), em estudo com produtores de arroz de Bangladesh, encontraram uma elasticidade da produção com relação à irrigação de 0,2445. Ou seja, um aumento de 1% no uso de irrigação tende a aumentar o produto das propriedades analisadas em 0,2445%, mantendo-se constante o uso dos outros fatores.

99 Vicente (2004) utilizou dados agregados do Censo Agropecuário 1996 para estimar índices de eficiência técnica, alocativa e de custos na produção agropecuária dos Estados brasileiros. O autor identificou impacto positivo e estatisticamente significativo da irrigação sobre a eficiência técnica estimada para os Estados, comprovando a hipótese de que, dada a dotação dos fatores de produção, o uso de irrigação resulta em maior produção rural nos Estados brasileiros. Por sua vez, Nyariki (2011) constatou que as propriedades rurais do Kenya que adotam tecnologia de irrigação possuem índices de eficiência técnica bastante superiores do que aquelas propriedades que não adotam essa tecnologia de produção.

Apesar das evidências teóricas e empíricas sobre a importância da irrigação para aumentar a produção e a produtividade dos fatores, a adoção desta tecnologia pode aumentar também os custos de produção. Se o produtor não fizer o manejo correto da tecnologia de forma a obter ganhos de produtividade que suplantem o aumento nos custos, pode-se até reduzir a eficiência econômica da propriedade rural. Além disso, dadas as crescentes preocupações com a sustentabilidade ambiental e com o uso de recursos naturais, deve-se obter o máximo de eficiência possível no uso da água. Assim, o uso de irrigação só é justificado se, de fato, resultar em maior eficiência técnica na produção rural.

A adoção da tecnologia de irrigação aumentou consideravelmente na citricultura paulista a partir da década de 2000 (NEVES, 2010). Alguns estudos indicam que sistemas de produção com irrigação proporcionam maior produção de laranja por hectare do que sistemas de produção não irrigados (PAULILLO et al., 2007; NEVES, 2010; GTAAC, 2013). Grizotto et al. (2011) constataram que o uso da tecnologia de irrigação impacta positivamente na produtividade do pomar e na qualidade das frutas. No presente estudo, espera-se encontrar relação positiva entre a adoção de tecnologia de irrigação e a eficiência técnica das propriedades rurais. Com relação às eficiências de custos e de lucros, a relação também tende a ser positiva, porém com menor intensidade do que no caso da eficiência técnica.

Fertilidade do solo

A fertilidade do solo é um importante fator explicativo para a eficiência técnica de propriedades rurais. Propriedades rurais localizadas em regiões que possuem solos com maior índice de fertilidade possuem maior probabilidade de operarem próximas à fronteira de eficiência técnica (WADUD; WHITE, 2000; COELLI; RAHMAN; THIRTLE, 2002; BINAM et al., 2004; LATRUFFE et al., 2004; VICENTE, 2004), visto

100 que solos mais férteis demandam menores volumes de fertilizantes, além de resultarem em maior produção por hectare. Por sua vez, propriedades com solos pouco férteis ou com alto nível de degradação do solo encontram fortes restrições para operar de forma tecnicamente eficiente (WADUD, 2003). Essas propriedades precisam utilizar grandes volumes de fertilizantes químicos e corretivos para corrigir as deficiências do solo.

Wadud (2003), em estudo com produtores de arroz de Bangladesh, verificou que a degradação do solo afeta negativamente e de maneira significativa tanto a eficiência técnica, como também as eficiências alocativa e de custos das propriedades rurais. O autor concluiu que políticas agrícolas orientadas para a recuperação do solo podem encontrar resultados ótimos no médio e longo prazo. Vicente (2004) verificou que as características do solo exercem influência significativa nas eficiências técnica e de custos da produção agropecuária no Brasil, portanto, essas características devem ser levadas em consideração para a formulação de políticas públicas.

No presente estudo, espera-se uma relação positiva (negativa) entre a fertilidade (degradação) do solo e os índices de eficiência técnica e econômica das propriedades rurais.

Incidência de doenças no pomar

A propagação de pragas e doenças nos pomares pode ser considerada uma das grandes ameaças para a competitividade da citricultura do Estado de São Paulo no médio e longo prazo. Dentre as principais doenças que afetam os pomares paulistas, podem-se mencionar: cancro cítrico, Clorose Variegada dos Citros (CVC), pinta preta e greening (PAULILLO, 2006; FIGUEIREDO, 2008; FUNDECITRUS, 2013). De uma forma geral, todas as doenças mencionadas resultam em perdas no produto médio por planta, além de aumentarem os custos de produção em decorrência da necessidade de maior uso de defensivos agrícolas (FARIAS et al., 2003; NEVES; LOPES, 2005). Apesar da existência de renomadas instituições de pesquisa que têm contribuído significativamente para o controle dessas doenças, dados do Fundecitrus (2013) mostram que a incidência é alta nos pomares paulistas.50

Os problemas fitossanitários acima mencionados podem, em algumas situações, levar os citricultores à erradicação de talhões para que o problema seja totalmente solucionado. Nestes casos, há perdas consideráveis de produção associadas a aumentos

50 Dados do Fundecitrus (2013) permitem verificar o percentual de talhões contaminados com cada uma das doenças nas diferentes regiões do cinturão citrícola. O capítulo 2 deste trabalho apresenta esses dados, bem como as características de cada uma das doenças aqui mencionadas.

101 no custo total de produção. Ou seja, cria-se um cenário econômico péssimo para o citricultor. Além disso, os altos custos com defensivos para prevenir e/ou controlar as doenças podem inviabilizar o uso adequado de outros fatores variáveis (fertilizantes e corretivos de solo), reduzindo a eficiência técnica das propriedades. Como a propagação de doenças pode ser bastante prejudicial ao pomar no curto prazo, os citricultores deixam de utilizar outros fatores variáveis para aplicar defensivos (PAULILLO, 2006).

Neste contexto, é natural esperar que as propriedades rurais com altos índices de incidência de doenças sejam tecnicamente e economicamente menos eficientes do que propriedades com índices de incidência mais baixos.

Adensamento do pomar

Segundo Paulillo (2006), uma das técnicas adotadas pelos citricultores com o objetivo de aumentar a produtividade dos fatores na produção de laranja é o adensamento dos pomares. Essa técnica de produção, que também vem sendo adotada em outras culturas agrícolas permanentes, consiste em aumentar o número de pés plantados por área, ou, analogamente, em reduzir o espaçamento entre as plantas.

Dados da Conab/CATI/IEA (2013) indicam que há forte tendência de adensamento nos pomares novos do cinturão citrícola paulista. Enquanto para os pomares em produção observa-se uma média de 367 pés de laranja por hectare, para os pomares novos (que ainda não entraram em produção) verifica-se uma média de 616 pés por hectare. Em algumas propriedades mais intensivas em tecnologia, esse número pode chegar em 800 pés por hectare.

A prática do adensamento possibilita o melhor aproveitamento do fator terra, elevando a produtividade deste fator de produção. Além disso, o plantio adensado ainda pode levar a reduções de custos, à medida que há maior aproveitamento dos fatores matéria-prima e capital, ou seja, é mais bem aproveitada a aplicação de herbicidas, defensivos, adubos e corretivos e empregam-se melhor os equipamentos e maquinário, que, num pomar adensado, percorrem uma área relativamente menor com o mesmo número de pés de laranja (PAULILLO, 2006). Grizotto et al. (2011) constataram, por meio de experimento em pomares de laranja com diferentes características, que o uso da tecnologia de adensamento aumenta consideravelmente o produto médio do fator terra (toneladas de laranja produzidas por hectare) e a qualidade das frutas (teor de sólidos solúveis e rendimento em suco).

102 Assim, pode-se estabelecer a hipótese de que a prática de adensamento influencia positivamente as eficiências técnica e econômica das propriedades citrícolas do Estado de São Paulo.

Idade dos pomares

Figueiredo et al. (2009) utilizaram dados agregados da produção de laranja no Estado de São Paulo para estimar a produtividade parcial (toneladas por hectare) dos pomares em função da idade dos mesmos. Por meio de métodos econométricos, os autores verificaram que, a partir dos três anos o pomar começa a produzir, apresentando ganhos de produtividade a cada ano subsequente até atingir o ponto de máximo aos 13 anos. A partir daí a produtividade passa a decrescer. Os maiores valores de produtividade parcial do pomar se deram entre os 8 e 13 anos, sendo esses, respectivamente, 2,29; 2,70; 2,72; 2,81; 2,84 e 2,87 caixas por pé de laranja. De fato, essa é uma característica do ciclo biológico da planta.

Os resultados encontrados por Figueiredo et al. (2009) mostram que há diferenças significativas de rendimento produtivo em função da idade dos pomares, o que, por sua vez, pode influenciar diretamente os índices de eficiência das propriedades rurais em uma análise cross-section. Por exemplo, propriedades rurais que tenham um maior número de talhões com idade concentrada na fase de alta produtividade parcial (8 a 13 anos) tendem a obter maior eficiência técnica do que aquelas que possuem pomares muito novos e/ou muito velhos. Dada essa característica biológica da planta, os citricultores devem se atentar para o planejamento das renovações no pomar, evitando, por exemplo, que uma grande parcela dos talhões entre em idade de baixa produção ao mesmo tempo, o que pode, em última instância, comprometer a viabilidade do negócio.

Souza Filho e Paulillo (2005) verificaram que propriedades com maior número de pomares em idade produtiva eram mais eficientes em lucro do que aquelas com maior número de pomares novos (entrando em produção). Nesse estudo, tem-se, como hipótese, que propriedades citrícolas com maior número de talhões na faixa dos 7 aos 14 anos são tecnicamente mais eficientes do que aquelas com talhões concentrados em outras faixas de idade produtiva.