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ASPECTOS BIOMECÂNICOS DAS PRÓTESES UNITÁRIAS SUPORTADAS POR IMPLANTES

FAULKNER; WOLFAARDT; CHAN

,(1999) determinaram se o Periotest têm potencial para detectar clinicamente o afrouxamento do parafuso do pilar nas restaurações de próteses sobre implantes, determinando-se dessa forma a efetividade do periotest em detectar mudanças na rigidez da união, no estudo também foram comparadas medidas subjetivas realizadas por três clínicos experientes. Foi desenhado um dispositivo especial, onde foram fixados rigidamente quatro implantes aos quais foram unidos pilares com um torque de 10N.cm. Após calibração do instrumento uma serie de torque de 20, 32, e 45N.cm foram aplicados, sendo posteriormente afrouxados. Os resultados mostraram que o Periotest foi encontrado ser mais sensível do que a detecção manual para avaliação do afrouxamento do parafuso do pilar; entretanto o instrumento não foi sensível ou suficiente para indicar deterioração do afrouxamento do parafuso antes da perda da pré-carga.

Com o objetivo de avaliar comparativamente o grau de micro infiltração de fluídos, na interface implante / pilar GROSS, ABRAMOVICH, WEISS48, neste mesmo ano, avaliaram cinco sistemas de implantes comercialmente disponíveis. Três conjuntos pilar / implante de cada um dos sistemas Spline, ITI, Nobelpharma (ceraone), Steri-Oss, e 3i, foram utilizados, sendo que para o experimento torques de aperto de 10N.cm, 20N.cm, e o torque recomendado pelos fabricantes foram aplicados. Os conjuntos implante / pilar, foram imerso em uma serie de tubos de silicone, contendo corantes de baixo peso molecular, os quais foram imersos em água destilada a uma pressão de ar constante, para evitar a passagem passiva dos fluidos através da interface. Leituras foram realizadas em intervalos de 5, 20, e 80 minutos desde o tempo de ativação da pressão inicial. Antes de cada leitura, os constituintes do tubo primário foram misturados para assegurar a distribuição homogênea do corante e transferidos para um micro tubo secundário de 0,6ml, para a realização das leituras em um espectofotômetro. Os resultados mostraram

um aumento gradual na microiinfiltração com o passar do tempo, para todas as amostras observadas. Como as três amostras iniciais do sistema Steri-Oss mostraram médias e desvios padrão consideravelmente mais altos que os outros sistemas, o número de amostras foi aumentado para sete, sendo que ainda assim foram encontrados valores médios de microinfiltração notavelmente mais altos. Quando as amostras foram comparadas quanto ao torque aplicado, foi encontrada uma interação entre o valor de torque e o grau de micro-infiltração, sendo que esta diminuiu significativamente na medida que o torque aumentou de 10N.cm para 20N.cm, até o torque recomendado pelos fabricantes. Diferenças estatisticamente significantes foram e ncontradas entre os sistemas testados.

GROSS et al47, (1999) avaliaram o torque de aperto gerado de forma manual por nove clínicos experientes em prótese sobre implantes utilizando cinco diferentes sistemas de implantes. Na metodologia empregada, uma condição clínica foi simulada sobre um manequim odontológico no qual foi fixado um implante na área de um primeiro molar maxilar direito. Neste, os clínicos foram orientados a aplicar cinco vezes o torque que normalmente usam sob condições clínicas (torque habitual); e cinco vezes o máximo torque que eles poderiam aplicar (torque máximo), utilizando a chave de cada sistema; sendo que entre cada torque aplicado um descanso mínimo de 30 segundos foi permitido. Para as leituras do torque gerado por cada clínico, o implante foi conectado a um torquímetro (Tohnichi / Japan), que foi fixado no manequim. Os resultados mostraram uma variabilidade no torque produzido por cada clínico e entre os diferentes clínicos; sendo que no torque habitual foram encontradas médias de 7,0 a 14,6N.cm o que significa uma média de porcentagem de 29 a 55% do torque recomendado pelos fabricantes. Quando o torque máximo foi aplicado foram encontrados valores entre 9,4 a 19,9N.cm, uma média de porcentagem de 32 a 76% do torque recomendado pelos fabricantes, em nenhum dos testes os clínicos atingiram os níveis de torque recomendados pelos fabricantes, sendo demonstrada uma alta inconsistência na geração do torque nos diferentes sistemas testados

KEITH et al61

, ainda neste ano, avaliaram a magnitude da discrepância marginal da interface prótese / implante, em restaurações parafusadas e cimentadas, utilizando implantes ITI (Straumann). 20 implantes 4,1 x 10mm foram divididos em dois grupos. Um ao qual foram conectados pilares de 5,5mm parafusados com 35N.cm, e outro ao qual foram conectados pilares octagonais e aplicado o mesmo torque. Coroas metâlocerâmicas, com um protocolo laboratorial padronizado, foram fabricadas em ambos grupos. As amostras do grupo cimentado foram divididas em dois, e fixadas utilizando agentes de cimentação diferentes; ionômero de vidro, e cimento fosfato de zinco. A manipulação dos cimentos foi realizada seguindo as instruções dos fabricantes, sendo as coroas assentadas com pressão digital inicialmente, seguida da aplicação de uma carga constante de 10kg, durante dez minutos. As amostras foram armazenadas a 37o em 100% de umidade por 24 horas, e levadas a uma máquina de ensaio universal, onde foi aplicada uma força de separação até a falha do cimento, após este procedimento, as coroas foram recimentadas. No grupo parafusado as coroas foram fixadas ao pilar utilizando um parafuso oclusal de titânio de 4mm, com uma força de torque de 15N.cm. Inspeção da discrepância marginal na interface coroa / implante foi realizada utilizando um aumento de 50 X, com um estereomicroscopio em quatro áreas marcadas ao redor da circunferência do implante. Seus resultados mostraram que a menor discrepância marginal foi encontrada no grupo parafusado (2,6µm antes da fundição do cilindro de ouro, 6,0µm após a fundição e 8,8µm após acabamento da coroa). O grupo cimentado teve uma maior média de discrepância marginal sendo de 32µm antes da fundição, 54µm após a fundição; e de 57,4µm e 67,4µm após da cimentação, com ionômero de vidro e fosfato de zinco respectivamente; sendo estas diferenças, estatisticamente significantes entre os cimentos.