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Antes_carga Depois_carga

GRÁFICO 6.13: Representação gráfica das médias expressas em ìm da

desadaptação dos sistemas estudados antes e depois ensaio de fadiga.

O comportamento do parafuso na estabilidade da união, também tem sido amplamente estudado e reportado na literatura1, 8, 12, 15, 17, 20, 22, 23, 26, 30, 35, 40, 46, 53, 63, 66, 67, 79, 86, 104, 106, 108

. Dessa forma, a capacidade de manutenção da pré-

carga no parafuso depois de um torque aplicado tem sido uma preocupação, no sentido da mesma influenciar na estabilidade da união.

BREEDING et al 26, não encontraram uma diminuição estatisticamente significante no torque necessário para afrouxar os parafusos dos pilares de três sistemas de implantes (Minimatic, Calciteck, e Bio-vent). Contrariamente a isto, HAACK et al 50 utilizando um dispositivo de torque digital para realização do torque e do destorque, encontraram uma diminuição na tensão de torque de 20 a 30% em parafusos de ouro e de titânio.

Também, SEQUIER; PSOTER; TAYLOR100 encontraram uma diminuição entre 13 e 22% quando compararam a tensão de torque e de destorque, em implantes do sistema ITI tipo cone Morse e um sistema octogonal, com superfície anodizada e convencional. Destes grupos, o de conexão octogonal com superfície convencional teve um aumento da tensão de torque de 6%. Acreditando os autores que esse aumento fosse devido a uma maior área de superfície de contato entre o implante / pilar do sistema octogonal.

SCHULTE e COFFEY98 avaliaram a capacidade de nove sistemas de

retenção de parafusos de titânio em diferentes períodos de tempo (10 e 20 minutos e 24 horas), e não encontraram influência do tempo na relação torque e do destorque, porém encontraram uma diminuição média de 3N.cm (20%) quando compararam o torque com o destorque.

Igualmente no trabalho de TAVAREZ et al107 foi encontrada uma diminuição estatisticamente significante na relação do torque e o destorque de quatro tipos de parafusos da marca 3i. Sendo que essa diminuição foi em média de 15,77% nos parafusos UCLA de titânio, de 30,61% nos parafusos UCLA de ouro, de 12,8% nos parafusos esteticone e de 14,07% nos parafusos de retenção de ouro.

WEISS; KOZAK; GROSS 114 observaram a relação de torque e destorque de sete sistemas de implantes diferentes, encontrando variação de 1 a 20%, de perda da tensão quando foi realizado o destorque imediato e uma diminuição progressiva da tensão após 200 registros de torque e destorque em todos os

sistemas (4,5 a 36%); assim mesmo NORTON86 encontrou valores destorque

entre 80 e 85% quando foram aplicados torque de 20 a 40N.cm em sistemas com conexão cônica interna.

Um comportamento similar aos trabalhos mencionados foi observado na relação do torque de 30N.cm aplicado nos cinco grupos estudados neste estudo e o destorque inicial realizado, como mostram os resultados apresentados nas

tabelas 5.3.1; 5.3.8; 5.3.9; 5.3.10. Médias de diminuição de torque entre 5% (1,5N.cm) e 19,67% (5,9N.cm) foram encontradas. Sendo que no grupo I e IV que utilizaram implantes de hexágono externo e pilar UCLA, uma redução de torque de 18,33 % e 19,67% (5,5, 5,9N.cm), respectivamente, foi encontrada; o grupo II que utilizou implantes de hexágono interno e um pilar pré-fabricado uma redução de 5% (1,5N.cm); no grupo III com um implante de octágono interno e um pilar pré- fabricado uma redução de 14,67% (4,4N.cm); e o grupo V que utilizou implantes de hexágono externo e pilar ceraone uma redução de 10,67% (3,2N.cm) (Gráfico 6.3).

Um outro aspecto que poderia influenciar a produção do torque aplicado nos parafusos de retenção dos diferentes sistemas de implantes é a forma e os dispositivos utilizados para aplicação de um torque determinado. Assim, diferenças são encontradas quando o torque é aplicado de forma manual45, 47, 92, 106, 108

, ou quando é aplicado por dispositivos mecânicos45, 83, 101, 102, 107. Neste trabalho, utilizou-se um dispositivo de medição de torque aferido com uma precisão de ±2%.

O efeito de repetidos torques também foi sugerido como causa da diminuição do torque. Perda da pré-carga entre 4.5 % a 36% nos primeiros 15 ciclos de aperto e afrouxamento foi encontrada por WEISS; KOZAK; GROSS114. Contrário a isto TZNAKIS; et al111 encontraram um aumento de 16,3% na pré- carga produzida em parafusos de retenção de ouro depois de 20 ciclos de aperto e afrouxamento; isto segundo os autores devido a uma diminuição gradual das forças friccionais na união das roscas do parafuso, o que provoca o fenômeno de assentamento.

Ensaios de fadiga são relatados na literatura para simular a função de uso clínico dos diferentes tipos de conexões nos sistemas de implantes, e determinar a estabilidade da interface. Embora seja difícil a comparação dos resultados devido a que a grande maioria de estudos utiliza metodologias diferentes na aplicação

dessas cargas. Variações nas forças aplicadas, número de ciclos, freqüência, lugar de aplicação das cargas, forma de aplicação, entre outras são encontradas8, 12, 15, 17, 20, 22, 23, 26, 35, 40, 46, 53, 62, 69, 104.

A partir dos resultados obtidos com o ensaio de fadiga pode-se afirmar que existe uma forte correlação entre a diminuição do torque e as cargas aplicadas, já que em todos os grupos avaliados as cargas diminuíram significativamente o torque de afrouxamento. Ao se analisar esta diminuição, observou-se que no caso dos pilares UCLA houve a maior diminuição de torque. Sendo que não houve diferenças estatisticamente significantes entre o grupo cimentado e o grupo parafusado (63,33 e 68,33%) (Gráfico 6.14). Neles, encontrou-se também que quatro corpos de provas, (dois em cada grupo) ao final do ensaio (500.000 ciclos) o parafuso tinha afrouxamento total (Anexo 11). É importante observar que o comportamento do grupo parafusado teve um comportamento similar ao grupo cimentado. Acreditamos que esta situação seja conseqüência de que quando cimentada a coroa, esta forma um corpo único com o pilar UCLA, como acontece quando é fundida a coroa diretamente sobre o pilar. O mesmo não aconteceu quando se teve um sistema segmentado, como no caso dos pilares ceraone.

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V

% Antes_carga

D e p o i s _ c a r g a

GRÁFICO 6.14: Representação gráfica das médias expressas em percentagens

de redução de torque dos sistemas estudados antes e depois o ensaio de fadiga.

Neste sentido, utilizando os mesmo tipo de pilares e as mesmas

especificações da carga, BINON; MCHUGH 22 encontraram que quando as

amostras foram apert adas a 20N.cm, um corpo de prova falhou em 183.770 ciclos, e outros cinco pilares falharam entre 384.215 e 409.170 ciclos, com uma média para o afrouxamento de 357.162 ciclos. Quando os parafusos foram reapertados a 30N.cm, uma média de cinco milhões de ciclos, foi necessário para o

afrouxamento dos mesmos. Em um outro estudo BINON22 encontrou médias de

falhas do parafuso entre 134.895 a 9.337.080 ciclos, nos mesmo tipo de pilares, quando aplicado um torque de 30N.cm; sendo que houve uma correlação entre a desadaptação hexagonal e o afrouxamento do parafuso.

GRATTON; AQUILINO; STANFORD46 determinaram em pilares tipo UCLA

onde foram aplicados torque de aperto de 16, 32, e 48N.cm, e submetidos a cargas de 100.000 ciclos, micromovimentos médios da união implante / pilar de