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ASPECTOS BIOMECÂNICOS DAS PRÓTESES UNITÁRIAS SUPORTADAS POR IMPLANTES

SCHULTE; COFFEY

ainda neste ano avaliaram a capacidade de retenção de nove tipos de pilares de um fabricante. Três amostras pilar / implante de cada sistema testado foram fixadas em um cilindro de resina acrílica autopolimerizável. Os parafusos foram apertados aos implantes com um torque de 30N.cm utilizando um dispositivo de torque digital (DTG-12; John Charillon & Son). O torque de remoção foi realizado dez minutos após o aperto inicial; 20 minutos depois foi reapertado novamente e 24 horas depois. Este procedimento foi repetido em todos os sistemas exceto em parafusos de retenção donde foram aplicados 10N.cm de torque. Todos os parafusos foram de titânio à exceção de um parafuso de retenção de ouro. Os resultados mostraram não existir diferenças estatisticamente significantes nos valores de torque de remoção com relação ao tempo ou número de reapertos. O torque de remoção foi menor que o torque de aperto em todos os sistemas testados (média de 25.45%). Os parafusos de retenção foram menos retentivos quando comparados com os parafusos do pilar.

BINON17

, em 1998, avaliou a efetividade da técnica para prevenir

afrouxamento do parafuso preconizada por CAVAZOS e BELL33. Nesta técnica, são realizados entalhes na superfície interna do canal de acesso do parafuso, injetado material de moldagem e condensado com bolinhas de algodão, o torque do parafuso é aplicado de forma manual. Para a realização do experimento foi padronizada a técnica e comparada com um grupo controle onde os parafusos foram apertados com um torquímetro a 20N.cm como recomendado pelo fabricante e nenhum material de moldagem foi introduzido no canal de acesso. Cinco amostras de cada grupo com pilar UCLA padronizado (8mm de altura por 8mm de largura) foram testadas aplicando-es cargas cíclicas com o mesmo protocolo previamente publicado por Binon20. A carga foi aplicada até a falha do parafuso ocorrer, considerando-se como falha a mobilidade do pilar. Os resultados mostraram que esta técnica parece não diminuir o micromovimento do parafuso, já

que no grupo teste as falhas encontradas foram entre 136.645 a 2.067.355 ciclos enquanto que no grupo controle as falhas foram em uma média de 2.447.214 ciclos. Porém, encontrando-se uma técnica viável para obturar o canal de acesso do parafuso. O autor acredita que devido às características de elasticidade dos materiais de moldagens, não é possível a diminuição da vibração ou movimento lateral do complexo pilar / implante, não permitindo a melhora da resistência ao afrouxamento do parafuso quando comparada com a técnica convencional.

BYRNE et al29

, em 1998, compararam o encaixe marginal e a adaptação de pilares pré-fabricados usinados, com pilares fundidos e polidos em laboratório. Nestes avaliaram: adaptação marginal entre o pilar e o implante; e a adaptação entre a parte inferior da cabeça do parafuso de ouro e a base do parafuso do pilar. Seis combinações de pilares e implantes foram estudados: (1) pilar ceraone / implante Nobel Biocare; (2) pilares STR 3i / implantes 3i; (3) pilares UCLA fundidos 3i / implantes 3i; (4) pilares UCLA fundido / implantes Nobel Biocare; (5) pilares UCLA pré-fabricados / implantes 3i; e (6) pilares UCLA pré-fabricados / implantes 3i. Para a padronização do enceramento das infra estruturas metálicas, um implante (Nobel Biocare) foi fixado com resina acrílica autopolimerizável em um manequim, na área correspondente a um incisivo central, e os pilares que seriam fundidos e que receberiam cerâmica, foram preparados e submetidos a processo de fundição e ciclos de queima da cerâmica simulados. Todos os conjuntos foram apertados com um torque de 32N.cm, a exceção dos grupos 3 e 4 que foram unidos com um torque de 20N.cm. Os parafusos utilizados em todas as amostras foram de ouro. Após a fundição, acabamento e polimento das amostras foram examinadas em um microscópio (Mitutoyo). As amostras foram limpas e levadas ao microscópio para serem medidas em duas áreas de encaixe e adaptação interna em um aumento de 100 X. As medidas obtidas nos grupos 1, 2, 5, e 6 (pilares pré fabricados) foram comparadas com as medidas obtidas nos grupos 3 e 4 (pilares fundidos), nas duas áreas de medidas. Os resultados encontrados mostraram:

- Fenda externa: Os grupos 1, 3, e 4 tiveram médias de 74 a 86µm, sendo estas as maiores discrepâncias, enquanto que as menores discrepâncias foram encontradas no grupo 2 com 36µm.Discrepância horizontal: O grupo 1 mostrou a maior discrepância horizontal externa –66µm; todas as outras discrepâncias foram semelhantes e de menor magnitude, sendo que o grupo 2 teve a menor média.

- Superfície externa do implantes ao primeiro contato: A maior distância horizontal (129µm) da extremidade do implante até o primeiro contato com o pilar foi para o grupo 4; o grupo 1 obteve média de 100µm, os outros mostraram discrepâncias que variaram de 40 a 80µm.

- Acabamento externo do pilar: Os pilares fundidos de plástico (grupos 3 e 4) mostraram os maiores valores 68 e 66µm respectivamente, enquanto que os pilares pré fabricados mostraram médias de 15 a 35µm.

- Contato: As maiores médias de contato ocorreram para os conjuntos com componentes pré-fabricados (grupos 1, 2, 5, e 6), com valores médios de 308 a 374 µm; enquanto que os grupos 3 e 4 tiveram médias de 205 a 202µm.

Os autores concluíram que pilares pré-fabricados incluindo aqueles que são fundidos diretamente e são sujeitos a queima da cerâmica, são superiores em adaptação, àqueles que são totalmente fundidos e com acabamento no laboratório.

Neste mesmo ano, KANO60 avaliou a adaptação na interface pilar / cilindro de ouro utilizando-se componentes do mesmo sistema, e combinações de componentes de diferentes sistemas. Seis conjuntos de implantes compatíveis foram utilizados: 3i, Lifecore, Conexão, Implamed, Nobelbiocare, e NAPIO. Cada implante foi montado em um bloco de resina acrílica autopolimerizá vel, onde foi conectado um pilar convencional “standard” com um torque de 20N.cm. Sobre este, foram fixados os cilindros de ouro dos diferentes sistemas com a aplicação de um torque de 10N.cm. Cada conjunto foi levado a um microscópio comparador com cabeçotes micrométricos digitais (Mitutoyo TM – modelo 5050), onde foi avaliada a interface em oito sítios diferentes. Os resultados da análise intra – sistema, mostraram que não houve diferenças estatisticamente significantes em

relação ao desajuste, um desajuste médio de 7,85 ìm foi encontrado. O melhor ajuste foi encontrado nos sistemas Nobelbiocare e Implamed e o pior nos sistemas Lifecore e 3i. Os resultados das análises entre sistemas encontrados sugeriram que nem todas as combinações podem ser consideradas compatíveis.