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5.3 Ceará

5.3.1 FDI – Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará

O Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – FDI (Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Industrial - PROVIN) foi criado pela Lei nº 10.367, de 07 de Dezembro de 1979 (alterada pela Lei nº 13.377, de 29 de Setembro de 2003) e regulamentado pelo Decreto nº 27.040, de 09 de maio de 2003. O FDI institui financiamento para apoiar a política seletiva de atração de investimentos, cujo objetivo é atrair empreendimentos considerados essenciais para a formação e o adensamento de cadeias produtivas estratégicas para o desenvolvimento do Estado. As condições do FDI diferem segundo o segmento, a finalidade9 e a localização da empresa industrial.

Os segmentos industriais prioritariamente atendidos pelo FDI são: indústrias estruturantes (indústrias de base, de bens de capital e automotivas); bens de consumo final e seus componentes (especialmente aquelas que fornecem às cadeias produtivas locais); indústrias de alta tecnologia ou empresas de base tecnológica; indústrias de reciclagem; e agroindústrias.

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Finalidade dos projetos: implantação com investimento inicial de, no mínimo, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil Reais), geração de 50 (cinqüenta) ou mais empregos diretos e integrar as cadeias produtivas prioritárias do Estado; ampliação deve aumentar em pelo menos 50% (cinqüenta por cento) a produção média dos últimos 2 (dois) anos e investimentos de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil Reais) ou mais; diversificação deve incorporar à empresa um novo grupo de produtos e investimentos de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil Reais) ou mais.

Através do FDI são assegurados incentivos de implantação, relocalização, ampliação e modernização ou recuperação e diversificação, sob a forma de incentivos fiscais e financeiros; subscrição de ações; participações societárias; empréstimos, inclusive com subsídios sobre o principal e encargos financeiros; prestações de garantias; aquisição de debêntures; e subsídios de tarifas de água e esgoto.

O FDI é operado pelo Banco do Estado do Ceará S.A. (BEC), segundo critérios propostos pela SDE e aprovados pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial (CEDIN).

O percentual de financiamento, tendo por base o ICMS próprio gerado pela empresa beneficiária, na forma prevista na legislação de regência do fundo, não poderá ultrapassar 75% (setenta e cinco por cento), com retorno do principal e encargos de até 25% (vinte e cinco por cento), estabelecidos os seguintes critérios10:

1) Benefício mínimo: 25% (vinte e cinco por cento).

2) O beneficio adicional é definido em função da pontuação que a empresa adquirir, onde cada ponto corresponderá a 1% ponto percentual de benefício.

A pontuação será definida por:

Quadro 5.2 –Ceará – Metodologia para cálculo do benefício I – Volume do Investimento

Discriminação: Pontos

Acima de R$ 20 Milhões 13 De R$ 10 Milhões até R$ 20 Milhões 11 De R$ 6 Milhões até R$ 10 Milhões 07 De R$ 2 Milhões até R$ R$ 6 Milhões 04 De R$ 120 Mil até R$ 2 Milhões 02 Nenhuma das opções acima 00

II – Setores e Cadeias Produtivas

Discriminação: Pontos

Estruturante 08

Base Tecnológica e Reciclagem de Resíduos 06 Bens de Consumo Final 05 Bens Intermediários, insumos e Componentes 04 Agroindústria e Indústria de Minerais Não-Metálicos 03 Nenhuma das opções acima 00

III – Geração de Emprego

Discriminação: Pontos

Acima de 350 empregos diretos 12

(continua)

10 O setor de turismo tem um sistema de pontuação específico. Maiores detalhes no Decreto nº 27.040, de 09 de

Quadro 5.2 – Ceará – Metodologia para cálculo do benefício

De 250 a 350 empregos diretos 10 De 150a 250 empregos diretos 09 De 100 a 150 empregos diretos 08 De 50 a 100 empregos diretos 06 Nenhuma das opções acima 00

IV – Impacto sobre a Demanda por Matérias-primas, Insumos (inclusive energia elétrica) e Serviços Locais

Discriminação: Pontos

Acima de 40% do custo total 07 De 30% a 40% do custo total 06 De 20% a 30% do custo total 05 De 10% a 20% do custo total 04 De 5% a 10% do custo total 03 Nenhuma das opções acima 00

V – Localização Geográfica

Discriminação: Pontos

Complexo Industrial do Porto de Pecém 06 Cidades Médias (Sobral, Limoeiro, Morada Nova, Russas, Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Iguatu) 05

Interior 04

Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) para Empresas Cearenses de Base Tecnológica (EBTs) 03 RMF, exceto capital 02

Capital 00

VI – Responsabilidade Social, Cultural e Ambiental

Discriminação: Pontos

Responsabilidade Social 04 1) P&D (*) 01 2) Educação, Saúde e Segurança Alimentar 01 3) Cultura (**) 01 4) Inclusão Digital (***) 01 5) Gestão Ambiental 01 6) Adesão aos Programas Sociais do Governo 01

(*) Para cada 1% do ICMS a recolher investido em P&D será concedido um ponto percentual no ranking da pontuação, limitado, no máximo a dois pontos.

(**) Investimentos em aparelhos culturais, em patrimônio material e imaterial, tecnologia aplicada à cultura, investimentos fonográficos, audiovisuais, musicais, acervos e outros.

(***) Adoção de uma ilha digital, incluindo montagem e manutenção. OBS: A empresa não pode acumular pontuação superior a 04 no quesito VI.

A pontuação da empresa é dada pelo somatório dos quesitos I a VI e pode chegar a 50 (cinqüenta) pontos. O prazo do benefício obedecerá aos seguintes critérios:

Quadro 5.3 – Ceará – Prazo do benefício

Pontuação Prazo

De 35 a 50 pontos 10 anos De 25 a 34 pontos 08 anos De 0 a 24 pontos 05 anos

Existe a possibilidade de aumento do prazo do benefício em até 50% (cinqüenta por cento) do prazo original. Este aumento será definido pela ampliação do volume de investimento e do emprego no período do prazo original, onde cada ponto percentual de aumento equivale a 01 (um) ponto percentual de extensão do prazo até o limite de 50% (cinqüenta por cento). As variações percentuais de investimento e emprego serão calculadas em função dos valores apresentados no protocolo de intenção submetido a SDE.

Quadro 5.4 – Ceará – Retorno do principal e encargos

Pontuação Retorno

De 30 a 50 pontos 25% De 20 a 29 pontos 15% De 0 a 19 pontos 10%

Para um projeto localizado num raio de 30, 60 ou 80 km do centro do cluster preferencial de cada indústria, o prazo de vigência do benefício será de 15, 13 e 10 anos respectivamente. A retirada dos benefícios será gradual. No ano do vencimento do prazo dos benefícios, a empresa receberá apenas 75% (setenta e cinco por cento) do benefício original. Nos 02 (dois) seguintes, os incentivos se reduzem a, respectivamente, 50% (cinqüenta por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) dos benefícios iniciais. A empresa receberá 01 (um) ano adicional de incentivos se conseguir 02 (duas) certificações internacionais.

O empréstimo terá um prazo de carência de 03 (três) anos, a partir do qual inicia-se o pagamento do retorno. Seu desembolso é mensal, com desconto de 3,5% (três e meio por cento), sendo 0,5% (cinco décimos por cento) para o agente financeiro e 3% (três por cento) para o Estado.

Encargos financeiros: Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou outra taxa que venha a substituí-la por decisão da autoridade monetária competente e, no caso em que ocorra atraso, serão acrescidos 0,3% (três décimos por cento) por dia de atraso até o limite máximo de 2% (dois por cento), desde que a parcela em atraso seja paga em até 60 (sessenta) dias contados do seu vencimento. Após 60 (sessenta) dias de atraso serão cobrados juros moratórios de 12% a.a. (doze por cento ao ano) e juros de mora de 1% (um por cento) sobre o débito em atraso.

As garantias dos empréstimos podem ser fidejussórias ou reais, para segurança das operações, a critério do CEDIN.

No âmbito do FDI foram criados dois programas:

i) Programa de Desenvolvimento no Comércio Internacional e das Atividades Portuárias e Aeroportuárias do Ceará (PDCI): financiamento à empresas importadoras de

produtos amparados pelo programa, desde que tenham como destinatário estabelecimento localizado no Estado, sob a forma de empréstimos de execução periódica e subsídios do valor principal e dos encargos financeiros. Os empréstimos serão equivalentes a 60% (sessenta por cento) do valor devido do ICMS, determinado mensalmente e incidente sobre as operações realizadas com os produtos amparados pelo programa. As empresas beneficiárias terão um desconto de 5% (cinco por cento) dos recursos efetivamente desembolsados pelo FDI/PDCI, sendo 0,5% (cinco décimos por cento) em favor do agente financeiro, como remuneração pelos serviços prestados, e 4,5% (quatro e meio por cento) como receita do Estado, devendo ser repassado à Conta do Tesouro Estadual até o segundo dia útil após o desconto; e

ii) Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas (PROCAP): financiamento

às empresas beneficiadoras industriais do setor têxtil importadoras de insumos e matérias- primas do exterior, desde que tenham como destinatário estabelecimento localizado no Estado, na forma de empréstimos de execução periódica e subsídios relativos ao valor do principal e encargos financeiros. Os empréstimos serão equivalentes a até 75% (setenta e cinco por cento) do valor devido do ICMS incidente na importação do exterior de insumos e matérias-primas para as empresas enquadradas no programa e terão prazo máximo de até 10 (dez) anos. Os descontos serão de 3,5% (três e meio por cento).

Os encargos financeiros, as garantias e o prazo de carência para ambos os programas, são os mesmos aplicados para as demais operações contratadas pelo FDI e um atraso de 30 (trinta) dias ou mais das operações implicará na rescisão do contrato, sendo declarado vencido seu saldo devedor.

5.3.2 PRODECIPEC – Programa de Desenvolvimento do Complexo Industrial e