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O Ministério da Integração Nacional (MI), por intermédio da Secretaria de Políticas Regionais (SRD), elaborou, no âmbito do PPA 2004-2007, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Seu principal objetivo é reduzir as desigualdades de nível de vida entre as regiões brasileiras, através da ativação dos potenciais de desenvolvimento de cada região, orientando os programas e ações federais no território nacional. A PNDR foi instituída pelo Decreto nº 6.047, de 22 de Fevereiro de 2007.

Objetivos específicos da PNDR: i) dotar as regiões das condições necessárias de infra- estrutura, crédito e tecnologia; ii) promover a inserção social produtiva da população, a capacitação dos recursos humanos e a melhoria da qualidade de vida; iii) fortalecer as organizações sócio-produtivas regionais, ampliando a participação social; e iv) estimular a exploração das potencialidades sub-regionais que advêm da diversidade sócio-econômica, ambiental e cultural do país.

São duas as estratégias adotadas para consecução destes objetivos: a) estimular e apoiar processos e oportunidades de desenvolvimento regional, em múltiplas escalas (macrorregionais e sub-regionais); e b) articular ações que, no seu conjunto, promovam uma melhor distribuição da ação pública e investimentos no território nacional, com foco particular nos territórios selecionados e de ação prioritária.

Os principais planos e programas elaborados no contexto da PNDR são: Plano Amazônia Sustentável (PAS); Plano de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PDCO); Plano de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE); Plano Estratégico de Desenvolvimento do Semi-Árido (PDSA); e Plano de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Mesorregião dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. O governo também elaborou os seguintes programas: Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais (PROMESO); Promoção e Inserção Econômica de Sub-regiões (PROMOVER); Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido (CONVIVER); Organização Produtiva de Comunidades Pobres (PRODUZIR); Arranjos Produtivos Locais (APL); e Desenvolvimento Social da Faixa de Fronteira. Será realizada breve análise do PDNE e do PSDA, apenas para demonstrar as principais diretrizes dos atuais programas nacionais, cujo objetivo é impulsionar a dinâmica da região Nordeste.

 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE): oferece um

diagnóstico dos principais problemas que afligem a região; procura entender as tendências econômicas, sociais, demográficas e espaciais em curso; e apresenta uma proposta de estratégia de atuação para reorientar a atual trajetória de crescimento. A região foi divida em oito sub-regiões (área de atuação da ADENE: Meio-Norte, Sertão Norte, Ribeira do São Francisco, Sertão Sul, Litorânea Norte, Litorânea Leste, Litorânea Sul e Cerrados) para facilitar a elaboração e aplicação de políticas (definição de agendas sub-regionais de desenvolvimento).

Macro-objetivos estratégicos: 1) desenvolvimento e integração social (serviços básicos de saúde, educação, habitação, aumento da renda e do trabalho); 2) aumento das vantagens competitivas do Nordeste (modernização econômica, aumento da eficiência do sistema produtivo e elevação da produtividade, incorporando novas tecnologias e melhorando a qualidade dos recursos humanos e dos processos gerenciais); 3) integração competitiva (intensificação do comércio inter-regional e internacional, com ampliação das exportações); 4) expansão da base produtiva do Nordeste; 5) redução da defasagem do Nordeste na economia nacional (aumento de sua participação no PIB nacional); e 6) integração cooperativa das sub-regiões.

A estratégia de desenvolvimento do Nordeste se estrutura em torno de três eixos estratégicos, aos quais estão relacionados projetos que devem impulsionar a dinâmica regional:

- Distribuição dos ativos sociais: difusão do conhecimento (ampliação e melhoria do ensino médio e interiorização do ensino superior); redistribuição de terra e água; ampliação do acesso aos serviços sociais básicos; e fortalecimento da sociedade;

- Construção da competitividade sistêmica: capacitação da mão-de-obra; inovação e capacitação tecnológica; ampliação e modernização da infra-estrutura e logística regional (duplicação da BR-101; ampliação da Ferrovia Norte-Sul; construção da Ferrovia Transnordestina; modernização e ampliação de portos; rede integrada de gasodutos; Hidrovia do São Francisco; ampliação do sistema elétrico; revitalização da Bacia do São Francisco; e integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional); promoção das exportações; adensamento das cadeias produtivas (fruticultura irrigada; aqüicultura, piscicultura e carcinocultura; grãos; ovinocaprinocultura; couro e calçados; petróleo e gás natural; indústria de fármacos e hemoderivados; indústria minero-

metalúrgica e metal-mecânica; têxtil e confecções; turismo; logística; serviços avançados, de maior valor agregado; software; e biomassa); desenvolvimento e apoio a arranjos produtivos locais; e

- Gestão ambiental: regular e controlar as atividades econômicas de modo a assegurar a utilização sustentável dos recursos naturais e a recuperação de áreas degradadas.

A PDNE representa um esforço conjunto do MI e da ADENE, que destacam os principais desafios do plano: a criação da nova SUDENE, a implantação do projeto São Francisco e da Ferrovia Transnordestina.

 Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido (PDSA):

instrumento de apoio a PNDR, cujo objetivo é o crescimento econômico regional sustentável, com inclusão social e redução das desigualdades entre o Nordeste Semi-Árido e o restante do país (desdobramento do PDNE). É um plano estratégico porque as ações que pretende articular incidem sobre focos espaciais expressivos, os quais poderão desencadear efeitos e impactos capazes de se difundir por amplos espaços da região, provocando grandes transformações. Possui três eixos estratégicos (espacial7, social e econômico), que dão base para a seleção e configuração das áreas de atuação do plano.

Os objetivos específicos do PDSA são: i) reorganizar, fortalecer, criar novas frentes de expansão econômica e elevar a importância da economia do Semi-Árido, no contexto regional; ii) promover o manejo controlado dos recursos hídricos; iii) apoiar a realização de estudos destinados a aprimorar o conhecimento da situação dos processos de desertificação e de secas observados na região; iv) promover atividades rurais-urbanas, para a geração de atividades econômicas sustentáveis; v) apoiar a expansão da agricultura familiar, segundo as orientações estabelecidas pela política de reestruturação fundiária; vi) fortalecer os mecanismos de participação e organização da comunidade, tendo em vista o fortalecimento da cidadania; vii) apoiar a criação de institucionalidades e mecanismos de gestão regional, sub- regional e local; viii) contribuir para a erradicação da pobreza na região das áreas afetadas pela seca; e ix) estimular atividades produtivas de escala diferenciada.

7 O Semi-Árido foi dividido em nove sub-regiões, considerando as particularidades físicas de seu território, a

natureza e o peso das relações sociais entre seus atores , bem como as articulações dessa região com as demais regiões do país: Sertão do Piauí; Sertão do Araripe; Sertão do Apodi; Sertão da Borborema; Ribeira do Médio São Francisco; Ribeira do Sub-médio São Francisco; Ribeira do Baixo São Francisco; Sertão de Canudos; e Sertão de Contas.

Os principais projetos, considerados essenciais para o aumento da articulação interna e externa da região, bem como de sua competitividade, são: revitalização da Bacia do São Francisco; integração das Bacias Hidrográficas; Hidrovia do São Francisco; Ferrovia Transnordestina; agricultura irrigada (agronegócio e revitalização de perímetros públicos); energia alternativa (biodisel, gás natural e outras fontes não-fósseis de energia); mineração; e refinaria da Petrobrás.

As fontes previstas para o financiamento da PNDR e de seus planos estratégicos elaborados para a região Nordeste são: i) recursos orçamentários; ii) Fundos Constitucionais de Financiamento (FNE); iii) Fundos de Desenvolvimento Regional (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e outros que venham a ser criados); iv) outros fundos especialmente constituídos pelo Governo Federal com a finalidade de reduzir as desigualdades regionais; v) recursos de agentes financeiros oficiais; e vi) incentivos e benefícios fiscais.