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Área Temática: Saúde Humana

Linha de Pesquisa: Promoção, Prevenção e Reabilitação da Saúde.

RYL, A.P67; BERTUSSI, D.S68; MEDEIROS, R.M69; BRUSTOLIN, A.M70; NARZETTI, R. A71; SPADA, A.F72 Introdução: Ferida é qualquer interrupção na continuidade de um tecido corpóreo em maior ou menor

extensão causada por um trauma ou afecção clínica, podendo ser aguda e de fácil cicatrização ou crônica quando o processo cicatricial ultrapassa seis semanas (MALAGUTTI, 2014). A úlcera venosa corresponde a 75% das causas de úlceras crônicas dos membros inferiores, sendo sua prevalência maior em idosos, sendo o estágio mais avançado em doença venosa crônica devido a disfunção da bomba muscular da panturrilha. Elas surgem pela dificuldade de oxigenação tecidual decorrente da incompetência das válvulas do sistema venoso superficial e/ou profundo (OLIVEIRA et.al, 2012). A quantidade de secreção na lesão varia, podendo ser leve, moderada e grande, o paciente pode sentir dor ou não e também esta manifestação ser de diferentes intensidades. O diagnóstico da úlcera é realizado por avalição clínica e com exames laboratoriais complementares. Sendo o melhor método a terapia compressiva. A ultrassonografia doppler é usada para determinar o índice sistólico entre tornozelo e o braço (MALAGUTTI, 2014). O exame físico é muito importante pois o Enfermeiro avalia os membros, sua coloração, dimensão da lesão, dor, presença de pulso, edema. O enfermeiro também precisa entender e saber se o paciente possui doenças como diabetes e hipertensão pois essas dificultam o processo de cicatrização (SILVA et.al, 2015). Os hábitos de vida também contribuem, pacientes fumantes tem maior dificuldade para fechar feridas. O processo de cicatrização divide em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelagem e a cicatrização se divide em primeira, segunda e terceira intenção. A cicatrização de primeira intenção se apresenta como incisão limpa em que as bordas estão aproximadas, existe pouca perda de tecido, pouco ou nenhum. A de segunda se caracteriza por permanecer aberta onde existe uma perda significante de tecido, resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de tecido de granulação, com epitelização visível, há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo de contração e a de terceira é aquela em que a ferida fica aberta por um tempo determinado, ela ficará aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois fechará (MALAGUTTI, 2014). O enfermeiro é fundamental no atendimento do paciente com feridas crônicas, por ser o responsável pela escolha da conduta no tratamento da lesão, junto ao paciente e familiar. O conhecimento técnico e cientifico é importante, sendo competência do enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, prescrever e orientar o tratamento, realizar o curativo, bem como o desbridamento, quando

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Ana Paula Ryl. Discente do décimo período do curso em graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- Campus de Erechim.

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Daliane da Silva Bertussi. Enfermeira e Docente do curso de Graduação em Enfermagem da URI Campus de Erechim. Especialista em Gestão Hospitalar (ESP), MBA em Auditoria de Enfermagem (IAHCS), Unidade de Terapia Intensiva Adulto, Pediátria e Neonatal e integrante do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva e Serviços de Saúde (NESCSS) do curso de Graduação em Enfermagem da URI Campus Erechim.

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Roseana Maria Medeiros. Coordenadora e Docente do curso de Graduação em Enfermagem da URI Campus de Erechim. Doutora em Educação (UNISINOS), Mestre em Educação (UFRGS), integrante do Grupo de Estudos em temáticas de Gênero; Mulheres; Educação; Saúde e Trabalho e integrante do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva e Serviços de Saúde (NESCSS) do curso de Graduação em Enfermagem da URI Campus Erechim.

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Angela Maria Brustolin. Docente da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- Campus de Erechim, Mestre em ciências da Saúde/Unochapecó. Integrante do Grupo de Estudos em Temáticas de gênero; mulheres; etnia; saúde educação e trabalho da graduação de enfermagem da URI /Campus de Erechim.

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Rafael Antonio Narzetti. Discente do décimo período do curso em graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- Campus de Erechim.

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Alan Fernando Spada. Discente do décimo período do curso em graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- Campus de Erechim.

57 necessário. Assim, é necessária a atualização dos conhecimentos sobre feridas para melhorar a qualidade

do tratamento e sua eficiência e além de ser o profissional cria vínculo com o paciente facilitando no atendimento (REIS et.al, 2012). A presente pesquisa surgiu a partir da percepção da acadêmica nas diversas visitas desenvolvidas no campo de estágio e fez com a mesma fosse à busca de pacientes portadores de ulceras venosas recorrentes para buscar a resolução do problema que era porque os pacientes que já foram portadores de úlceras venosas eram acometidos novamente por esta lesão tem como objetivo compreender os fatores que influenciavam o ressurgimento de úlceras venosas e demonstrar a importância do acompanhamento do enfermeiro para o processo de cura nas feridas crônicas. Metodologia: O presente trabalho é um relato de experiência da acadêmica do 10º nível da Graduação em Enfermagem no estágio supervisionado de Saúde Coletiva, tendo uma abordagem qualitativa, sendo realizado no campo de estágio no período de 09 de Setembro á 14 de Outubro de 2016, na área de Atenção Básica de um município de médio porte da região Norte do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada com 01 paciente portador de úlcera venosa, por meio da aplicação de questionário com perguntas, realização diária do curativo e acompanhamento. Para o desenvolvimento do questionário foi utilizado a Teoria de Enfermagem de Hildegard Elizabeth Peplau, que se baseia na criação do vínculo entre cuidador e paciente o que permite o surgimento de confiança e a troca de informações entre eles, garantindo assim, um resultado melhor (GEORGE, 2000). Resultados e Discussões: Durante a realização dos curativos e o acompanhamento diário do curativo na úlcera venosa que localizava-se na face anterior do membro inferior esquerdo, observou-se: no primeiro dia uma lesão com grande quantidade de exsudato, sem presença de tecido de granulação, com tecido de fibrina e de necrose, bordas irregulares, de média extensão. A área que circundava esta lesão apresentava pele hiperemiada e aquecida. Ainda, o paciente referiu sentir dor forte na mesma. O paciente tem história de diabetes, faz uso de medicação, mantem hábitos de vida saudável com prática de exercícios físicos diários, realizando caminhadas pela manhã todos os dias, possui uma alimentação incorreta, foi fumante por 9 anos, no momento não faz uso do cigarro a alguns anos. No auto cuidado observa-se déficit, na parte da higiene, porém, tem ótima receptividade ao receber as informações o que valoriza e contribui para a recuperação. Durante os dias seguintes da realização do curativo foram observados: bordas começaram a ser hidratadas quando o tecido de necrose foi removido com a aplicação de colagenase, surgimento e crescimento de tecido de granulação, com a aplicação inicial de saf gel e posterior aplicação de triglicerídeos de cadeia média. É importante salientar aqui que todo esse processo foi possibilitado por ser realizado a avaliação do Enfermeiro que é uma profissional capacitado e tem conhecimento científico para avaliar a cicatrização e aplicar os produtos conforme suas indicações, possibilitando assim a curabilidade da lesão. A pele que circundava a lesão estava desidratada com presença de escamação e nesta região foi aplicado triglicerídeos de cadeia média o que hidratou a pele e com isso, não ocorreram a abertura de novas lesões. Também, pode-se relatar que o paciente auxiliou neste processo a partir das orientações fornecidas diariamente como: diminuir a ingestão de açúcares e elevar o membro sempre que possível para auxiliar no retorno venosa e melhorar a circulação do local. Conclusão: O acompanhamento do enfermeiro na realização de curativos de úlceras venosas é essencial, pois permite a avaliação correta diária e ainda possibilita a identificação dos fatores que levam ao ressurgimento deste tipo de lesão, o que permite a educação em saúde de modo direcionado aos fatores identificados, colaborando para o não ressurgimento das lesões. Vale ressaltar, que o profissional enfermeiro é fundamental na promoção, prevenção e reabilitação da saúde, pois este, educada, esclarece as dúvidas e atende de forma humanizada, respeitando as crenças e valores de cada usuário.

Palavras- chave: Cicatrização; Úlcera venosa; Enfermagem. Referências:

BELCHER, J, R; FICH, L J. B. Hildegard E. Peplau. In: GEORGE, J B.. Teorias de enfermagem: Os Fundamentos à Prática Profissional. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Cap. 4. p. 45-57. Tradução: Ana Maria Vasconcellos Thorell.

MALAGUTTI. W. Feridas conceitos e atualidades. Editora Martinari. São Paulo-SP, 2014

OLIVEIRA. B,G,R,B et.al. Caracterização dos pacientes com úlcera venosa acompanhados no Ambulatório de Reparo de Ferida. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 jan/mar;14(1):156-63

REIS. D.B. et al. Cuidados às pessoas com úlcera venosa: percepção dos enfermeiros da estratégia de saúde da família. Revista Mineira de Enfermagem. Uberaba, MG, 2012.

SILVA. D, C et.al. Experiências construídas no processo de viver com a úlcera venosa. Cogitare Enferm. 2015 Jan/Mar; 20(1):13-9.

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