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BIGOLIN, Thaísa Follador ; BROCK, Felipe; VEDOVATTO, Andressa

INTRODUÇÃO: A taxa de mortalidade por neoplasias vem crescendo na população. A

prevalência e elevação do número de indivíduos que buscam uma alternativa para o tratamento aumentou nos últimos anos. Na área da saúde, o avanço tecnológico propiciou na terapia intravenosa, o uso de materiais como o cateter venoso central de inserção periférica (PICC), sendo este, um dispositivo intravenoso inserido por meio de uma veia superficial da extremidade e que prossegue, através de uma agulha introdutora e com a ajuda do fluxo sanguíneo, até o terço médio distal da veia cava superior ou da veia cava inferior, quando inserido pela veia safena, adquirindo características de um cateter central (JESUS; SECOLI, 2007).

Devido a necessidade de instalação de acessos vasculares seguros e com duração prolongada, visto que as medicações quimioterápicas utilizadas são potencialmente causadoras de danos ao sistema vascular venoso em que ele está inserido e são administrados por longos períodos, fazendo com que os pacientes se desloquem a unidade frequentemente e a cada vez necessite de nova punção para administração de terapêutica endovenosa.

No Brasil, a técnica de passagem do PICC começou a ser utilizado na década de 1990, desde então, tem sido utilizado em unidades de neonatologia, pediatria, terapia intensiva, oncologia e cuidados domiciliares por apresentar baixos índices de infecção e de complicações tanto no ato da inserção, como durante a sua manutenção e retirada, sendo utilizado para administração de fármacos por via venosa, em especial, a medicações irritantes ou vesicantes, infusão de soluções hiperosmolares e hemoderivados, coleta de amostras sanguíneas e medida de pressão venosa central (JESUS; SECOLI, 2007). No entanto, este dispositivo intravenoso é inserido por meio de uma veia superficial da extremidade e que prossegue, através de uma agulha introdutora e com ajudo do fluxo, sanguíneo, até o terço médio distal da veia cava superior ou da veia cava inferior (JESUS; SECOLI, 2007).

Segundo a Intravenous Nurses Society (INS), é de atribuição dos profissionais Enfermeiros e Médicos a realização de tal procedimento, desde que os mesmos estejam capacitados através de cursos e treinamentos por meio de conteúdos teórico-práticos. A atribuição de competência técnica e legal para o profissional Enfermeiro em realizar este procedimento, está amparada pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº. 258/2001. OBJETIVOS: O trabalho foi realizado com o objetivo de descrever a localização da ponta distal do PICC; bem como, analisar os motivos que levaram a retirada do PICC e compará-la com o sítio venoso escolhido; com o intuito de verificar se o protocolo de indicação do PICC aos pacientes que iniciam tratamento com quimioterápicos vesicantes, implantado no setor, traz segurança aos pacientes. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo com abordagem quantitativa. Os dados utilizados neste estudo foram coletados por meio de registros existentes em uma unidade de oncologia de um hospital de grande porte localizado no sul do Brasil. Os dados analisados foram todos os encontrados no período de junho de 2014 a maio de 2015, totalizando 253 controles de indicadores e 162 registros de controle do PICC. Para análises foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), número 22, versão gratuita. RESULTADOS: No presente estudo a média de idade encontrada foi de 58,8 ± 13,1 anos, sendo que a mínima 26 e a máxima 86. O maior número de pacientes, com 95 casos, era do sexo feminino (59%). Quanto ao diagnóstico, o tumor que prevaleceu foi o câncer de mama, com 44 casos (28%), seguido de linfoma, com 29 (19%) e esôfago com 22 (14%).

Relativo ao local de inserção do cateter, foram introduzidos através da veia cubital mediana esquerda, optadas em 37 pacientes (24%), em relação a cubital mediana direita 20%. Considerando o posicionamento da ponta distal do cateter, 50% dos casos, localizavam-se no quarto espaço intercostal e 21% encontravam-se no terceiro espaço intercostal.

Diante das complicações, o extravasamento é uma situação extremamente grave na administração de quimioterápicos, por causar reações cutâneas, em 11% dos dias ocorreram extravasamentos (n=27),

84 sendo que destes, os quimioterápicos vesicantes ocorreram em 22%, os não irritantes ou vesicantes 37% e

os irritantes foram os com maior frequência, com 41%.

O número de tentativas de punção foi em média 2,03 ± 1,5, sendo que 53% (n=75) das com sucesso ocorriam na primeira tentativa e 20 % (n=29) na segunda. Quanto a localização da ponta distal, evidenciada por RX, 50% (n=78) apresentou-se no 4º espaço intercostal, 21% (n=32) no 3º e 12% (n=18) no 5º. A retirada do cateter foi na maioria dos casos, 53% por término do tratamento ou óbito e 24%, chamando a atenção que 5 pacientes (4%) retiraram deliberadamente o seu acesso.

Quanto aos outros motivos de retirada, 13% (n=16) ocorreram por apresentarem algum tipo de complicação, sendo que destes, as principais complicações foram infecção com 7% (n=8) e 6% (n=7) por exteriorização involuntária. Analisando as remoções do PICC por complicações, 31% (n=5) ocorreram em veias jugulares, 18% (n=13) em cubitais medianas, 18% (n=3) nas cefálicas e 14% (n=6) nas basílicas. Cabe ressaltar que a veia jugular direita foi a com maior índice de retirada por complicação, totalizando 28%. DISCUSSÃO: De acordo com Baiocco e Silva (2010), a veia basílica é a mais indicada para o PICC por uma série de benefícios, como a melhor migração do cateter, resultado similar ao encontrado neste estudo. Estudos apontam que cateteres inseridos em membros inferiores proporcionam menores taxas de infecção em relação ao PICC e necessitam de maior tempo para desenvolver complicações quando comparados aos cateteres inseridos em outros sítios. Segundo Stocco JG; Crozeta k; Labrocini LM; et al (2011), as complicações relacionadas ao uso deste dispositivo incluem lesões cutâneas ou infecção no local da inserção, retorno venoso prejudicado, trombose venosa, exteriorização. A incidência de intercorrências encontradas na literatura varia entre 5 e 26% no PICC, sendo considerado uma porcentagem baixa comparada com as de cateter periférico, que chega a 65%. As infecções oscilam entre 2 e 3%, e podem ocorrer devido à contaminação microbiana do cateter ou na hora da infusão (JESUS; SECOLI, 2007).

CONCLUSÃO: Diante do exposto, pode-se concluir que a veia basílica é a mais indicada para PICC, pois

apresentou menor incidência de complicações, tornando-o seu emprego em tratamentos quimioterápicos e o protocolo da unidade estudada eficiente por ser um dispositivo seguro e muito utilizado, onde o acesso venoso dos pacientes é limitado e difícil. De modo a garantir a qualidade do procedimento, sensibilização, envolvimento e a valorização da equipe com o cuidado e bem-estar do paciente submetido o PICC. Na visão tecnológica, contribuem para a reflexão sobre a prática e a diminuição das perdas do dispositivo.

Palavras chave: Saúde; Enfermagem; Oncologia.

REFERÊNCIAS: BAIOCCO, G Graziella Gasparotto; SILVA, Jefferson Luis Braga da Silva. A

utilização do cateter central de inserção periférica (CCIP) no ambiente hospitalar. Revista Latino-

Americana/Enfermagem. São Paulo: v. 18, n.6, p.01-07, Nov./Dez, 2010. BRASIL. As Complicações

Acerca do Cateter Venoso Central de Inserção Periférica que Acarretam em Interrupção do Tratamento em Recém-Nascidos e suas Respectivas Intervenções. Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI): São Paulo, 2014.

JESUS, Valéria Corrêa de; SECOLI, Silva Regina. Complicações Acerca do Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC). Ciência, Cuidado e Saúde: São Paulo, v.6, n.6, p. 252-260, Abr./Jun, 2007.

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HIPERURICEMIA INDUZIDA POR FRUTOSE NA GESTAÇÃO DE RATAS

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