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Guilherme Pellizzari55 Samuel Salvi Romero56 Roseana Maria Medeiros57 Adriana Brhem Cantele58

Introdução:

O envelhecimento humano é uma realidade mundial, assim como brasileira. Martins et.al. (2008) afirmam que o envelhecimento pode acarretar dependência ou até mesmo a perda do controle da sua própria vida. Se definirmos envelhecimento como a perda ou a redução das habilidades de adaptação ao meio, então a idade biológica e funcional torna-se a mais adequada forma de ver o envelhecimento e suas adaptações.

Relacionar as ações de enfermagem com o cliente e a sociedade é significativo, ao considerarmos as influências dos valores negativos ou positivos que são atribuídos a diferentes grupos que compõem a sociedade. Ao considerarmos o grupo idoso, podemos identificar que os mesmos são colocados às margens do convívio social (BRUM, TOCANTINS e SILVA, 2005).

Embora a família seja a responsável por oferecer a maioria dos cuidados aos idosos, é importante destacar que a estrutura familiar tem sofrido mudanças significativas. Há uma tendência de termos, no futuro, muitos idosos morando sozinhos, com famílias cada vez mais nucleares ou com poucos membros (PAVARINI, et. al., 2005).

A hospitalização representa, para muitos idosos, um momento de fragilidade e de medo, pois além do sofrimento e sensação desagradável, e da insegurança que a doença ocasiona, esse paciente irá necessitar da atenção de um conjunto de trabalhadores da saúde para intervir neste processo. A equipe de saúde, ao atender o idoso, deve estar atenta a uma série de alterações físicas, psicológicas e sociais que normalmente ocorrem nesses pacientes, e que justificam um cuidado diferenciado. (MARTINS, et. al, 2008).

Para o idoso, pelo fato de estar em um ambiente desconhecido, onde normalmente ele tem sua autonomia perdida e pode passar por um período de dependência de outras pessoas para desempenhar suas atividades de vida diária, o familiar se torna uma peça fundamental e indispensável, um elo entre a sua vida no hospital e sua identidade, além de fornecer um alento, tomada de decisões, já que para ele esse momento pode representar um período de solidão.

A equipe de saúde tem um importante papel com o idoso hospitalizado, tanto para garantir o equilíbrio das suas funções orgânicas e emocionais, como para auxiliar o mesmo no enfrentamento e aceitação da hospitalização. Em relação a enfermagem esta tem um papel de suma importância considerando que a essência do seu trabalho e prestar cuidados contínuos.(CALDAS e TEIXEIRA, 2012).

Com a realização deste estudo, pretende-se desvendar aspectos e soluções para este problema que hoje em dia é pertinente, sendo que requer a integração entre as várias áreas do conhecimento, mas dando destaque para a enfermagem, visando assim, possibilidades que possam surgir indicações que contribuam para incentivar o quão importante é a participação de um familiar junto à hospitalização do cliente.

A Teoria de Enfermagem que fundamenta este projeto é a Teoria do Relacionamento Interpessoal na Enfermagem de Hildegar Elizabeth Peplau. (BRAGA E SILVA, 2011)

55 Discente do Décimo Semestre do Curso de Enfermagem URI- Erechim. 56

Enfermeiro. Professor do Curso de Enfermagem da URI- Erechim. Samuel@uri.edu.com

57

Enfermeira. Professora do Curso de Enfermagem da URI- Erechim. adrianacantele@uricer.com.br

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Objetivo:

Apresentar relato de experiência vivenciada pelo acadêmico do Curso de Enfermagem, a fim de oportunizar orientações para equipe de referência acerca da assistência aos idosos domiciliados sem acompanhamento familiar.

Desenvolvimento:

O presente estudo tem como propósito relatar a aplicação do Projeto de Intervenção Profissional (PIP), ao paciente idoso hospitalizado sem acompanhamento, visando uma abordagem humanizada, prevendo a integralidade da assistência, e uma visão ampla para o direcionamento e escolha das ações a serem oportunizadas.

O Projeto de Intervenção Profissional (PIP) foi aplicado durante o estágio supervisionado IB, no setor Unidade de Internação A, do Hospital de Caridade de Erechim, na cidade de Erechim, com o objetivo de contribuir para a assistência e cuidados ofertados aos pacientes idosos hospitalizados sem assistência familiar. Após a autorização do enfermeiro gerencial e da enfermeira responsável pela unidade, foi realizado a entrevista com idosos que estavam hospitalizados sem a assistência familiar, totalizando 5 pacientes. Sendo fundamentado na Teoria de Enfermagem de Peplau, o PIP foi desenvolvido em decorrência da vivência de cinco idosos, visando o compartilhamento de experiência e o entendimento do planejamento para o autocuidado. Foi proporcionado, durante o período de aplicação do PIP, aproximação e maior vinculo com funcionários através de uma conversa informal, elucidando possíveis duvidas dos mesmos acerca da hospitalização de idosos sem referencia familiar. Os dados foram acolhidos através de entrevista informal com a enfermeira do setor. Ainda, os dados foram apresentados através da observação e avaliação dos pacientes.

Resultados:

A partir dos dados levantados percebeu-se a presença de idosos que não possuíam a presença de familiares, sendo quatro do sexo feminino e apenas um do sexo masculino. Antes da aplicação do projeto optou-se por uma conversa com a enfermeira do setor para que a mesma oportunizasse a autorização do mesmo. Os objetivos do projeto foram expostos para toda equipe assistencial, denotando a importância dos técnicos em enfermagem neste processo de cuidado integral á saúde do idoso em âmbito hospitalar.

A partir dos relatos dos longevos, observou-se que as circunstancias que levam a hospitalização sem a referencia familiar é de que: seus filhos trabalham fora; cuidam dos netos; a perda de filhos e/ou possuem filhos casados e que residem em outra cidade.Durante a entrevista relataram que os familiares são pessoas importantes, e que sem a presença deles, se sentem sózinhos, inseguros, preocupados, com medo de tomar decisões durante o período de hospitalização.

Foi realizado um acolhimento humanizado ao idoso hospitalizado sem referencia familiar, para que posteriormente pudesse ser elaborado um plano de intervenção para auxilio no período de internato, fundamentado em orientações coletivas, premissas para a busca pela integralidade, equidade e humanização em saúde, assim como cidadania e sustentabilidade na temática.

Após a conversa com os idosos, foi promovida uma reflexão com todos os profissionais envolvidos no cuidado destes pacientes que se faziam presentes no setor, esperando a colaboração no que diz respeito ao atendimento focado nos longevos.

Considerações Finais:

Percebe-se a importância de uma assistência com qualidade no ambiente hospitalar, visando o bem estar do paciente prevendo uma atenção inclusiva, permitindo fazer com que os idosos sintam-se seguros e com suas duvidas esclarecidas. Portanto aponta-se a necessidade de realizar trabalhos educativos com esses funcionários, para que estes também estejam cientes da importância de um bom atendimento.

Palavras chave: Enfermagem, Hospitalização, Idoso.

Referências

BRAGA, Cristiane Giffoni; SILVA, José Vitor da (org.). Teoria do Relacionamento Interpessoal – Hildegard Elizabeth Peplau. In: Teorias de Enfermagem, 1. Ed. São Paulo: Iátria, 2011. Cap. 9, p. 207-224. BRUM, Ana Karine Ramos; TOCANTINS, Florence Romijn; SILVA, Teresinha de Jesus do Espírito Santo da. O enfermeiro como instrumento de ação no cuidar do idoso.Rev. Latino-Am. Enfermagem,

50 Ribeirão Preto, v. 13, n. 6, Dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo> acesso em 20 de

agosto de 2015.

CALDAS CP e TEIXEIRA PC. O idoso hospitalizado sob o olhar da teoria de enfermagem humanística.

Ciência Cuida da Saúde. 2012. Disponível em:

http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/21657/11515acesso em 20 de agosto de 2015.

PAVARINI, Sofia Cristina Iost; MENDIONDO, Marisa Silvana Zazzetta de; BARBAM, Elizabeth Joan; VAROTO, Vania Aparecida Gurian; FILIZOLA, Carmen Lúcia Alves. A arte de cuidar do idoso: Gerontologia como profissão. Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis, v. 14, n. 3, Set. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo> acesso em 10 de agosto de 2015.

MARTINS JJ et al. A percepção da equipe de saúde e do idoso hospitalizado em relação ao cuidado humanizado.Arquivo Catarinense de medicina.2008. Disponível em:

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O TRABALHO EM EQUIPE DE PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM EM