Capítulo IV. Opções Metodológicas
6. Métodos previstos para tratamento e análise de dados
6.2. Ferramentas de análise de dados qualitativos
6.2.1. QDA Miner 4
Apesar de inicialmente ter sido selecionada para efetuar a análise dos dados qualitativos a ferramenta WebQDA, e dado que não é uma ferramenta de acesso livre, não foi possível ser utilizada. Assim, e existindo outras ferramentas idênticas de acesso livre, optou-se por selecionar o QDA Miner 4.
Este software de análise de dados qualitativos foi desenvolvido pela Provalis Research, em 2004 e a última versão disponível, a 4, saiu em 2011, sendo que em novembro de 2012 foi lançada a versão Lite, livre embora com menos funcionalidades. É um software bastante utilizado em diversos tipos de mercado, nomeadamente, investigadores, instituições governamentais e jornalistas, sendo que os dados podem ser também de diversas fontes, como os média, redes sociais, Websites, entrevistas ou questionários com respostas abertas.
De acordo com o manual de utilizador do QDA Miner 4 (Provalis Research, 2011), este software permite a importação de documentos de texto simples, RTF, HTML, PDF, EXCEL, MS Access e CSV. Permite importar dados de outros softwares de análise, como o
Atlas.ti, o HyperResearch e o Etnograph, ou mesmo de ferramentas de transcrição, como o Transana e o Transcriber, assim com de ficheiros .RIS (Reference Information System).
O código utilizado é intuitivo e organizado em sistema de árvore. Permite adicionar comentários a segmentos de código, pastas ou ao projeto inteiro. Utiliza uma ferramenta de pesquiza de texto Booleana rápida para fazer a recolha e codificação de segmentos de texto. Permite apresentar os dados da análise frequência através de gráficos de barras, circulares e tag clouds. A exportação de tabelas de dados poe ser feita para documentos XLS, Tab Delimited, CSV e Word. Assim como também exporta os gráficos dos dados para formatos de imagem como BMP, PNG, JPG e WMF. A interface do programa pode ser instalada em Inglês, Francês e Espanhol.
Simples de usar, permite a análise de dados em texto e imagens, recolhendo e revendo os documentos. Uma outra vantagem é que suporta projetos complexos com
141 grandes quantidades de documentos possuindo ferramentas exploratórias que identificam padrões em código e ligações entre os códigos designados e outras propriedades numéricas e categóricas. Um outro funcionalidade a sublinhar é o facto de manter todos os documentos, esquemas de código e anotações numa série de ficheiros “project”, que consistem em múltiplas pastas. Assim sendo, a pasta é a unidade básica de análise do projeto. Por normal representa um individuo, uma organização ou um grupo e pode conter diversos documentos, bem como dados numéricos, datas ou variáveis booleanas (utilizados para especificar as propriedades associadas com uma pasta). O volume de dados a analisar por pasta está limitado a um máximo de 4 a 8 gigabytes.
Uma vez que este projeto requer a análise de diversos posts com respostas de diversos estudantes, torna-se necessário criar uma pasta para cada post, com as contribuições individuais de cada estudante fazendo parte dos diversos documentos nela arquivados.
6.2.2. Tratamento de dados qualitativos
O tratamento de dados qualitativos neste estudo irá incidir na análise das publicações em Fóruns do Moodle e nos Grupos do Facebook. Como foi referido no capítulo 2 na parte da Fundamentação Teórica, os Fóruns de Discussão possibilitam a comunicação assíncrona e podem promover, a colaboração, o pensamento crítico, a resolução de problemas e a construção e conhecimento.
No quadro da revisão da literatura sobre a temática da análise qualitativa de discussões esta temática (cf. Capítulo 2) optou-se por definir um formato para análise qualitativa das discussões em fóruns online terá como base estrutural os dois modelos apresentados nesse capítulo, tendo-se optado por efetuar uma adaptação das categorias de análise que permitem a codificação dos discursos. Assim, serão aplicadas as seguintes categorias de análise ao Fóruns de Discussão (cf. Fig. 6.3):
142 Tabela 6.2 - Categorias para análise qualitativa a ser aplicadas no estudo
CATEGORIA SUBCATEGORIAS POSITIVAS SUBCATEGORIAS NEGATIVAS
P ± Problemas e dificuldades técnicas
P+
PE+
Exposição e resolução claras de problemas a nível da compreensão e/ou resolução das atividades propostas Exposição do problema de forma positiva
P-
PE-
Exposição e resolução confusas ou ambíguas de problemas a nível da compreensão e/ou resolução das atividades propostas Exposição do problema de forma negativa AC ± Crítica, partilha e comparação de informação AC+ AT+ AD+ AP+
Avaliação crítica da própria opinião ou da opinião dos outros Entrega de trabalhos Partilha de documentos Demostração de emoções positivas AC- AA- AF-
Rejeição de ideias sem justificação ou fundamento Afirmação não fundamentada Demonstração de emoções negativas N± Negociação e debate de ideias NA+ NC+ NP+ NL+
Argumentos com base na experiência
Argumentos com base em conhecimentos previamente adquiridos
Novo problema relacionado com a informação
Ligação de ideias e/ou noções NU- NP- NT- NV- ND- NC- NF- Tentativas de impor conhecimento exterior irrelevante Demonstrar preconceitos ou suposições
Declarações falsas ou triviais Aceitar a primeira solução como verdadeira
Derrubar novas ideias sem fundamento
Cópia ou plágio
Declarações válidas mas não relacionadas com o contexto ou sem oferecer interpretação T± Teste e modificação,
novos conceitos, nova informação, novas soluções TR+ TE+ TN+ TI+ TC+ Referência a material existente na plataforma Utilização de material exterior relevante Novas soluções para problema
Aceitar novos conceitos Criar novos dados a partir da informação dada
TR- Repetir informação sem fazer inferências ou oferecer interpretação C± Declaração de aceitação e aplicação de conhecimento recém-construído CP+ CJ+ CD+ CU+ CA+
Dar provas, exemplos Justificar soluções ou julgamentos Discutir vantagens e desvantagens da solução Discutir a utilidade do novo conhecimento
Alargar a discussão, ver de um ponto de vista mais abrangente CI- CJ- CV- CD- CS- CL- Questões ou exemplos irrelevantes ou obscuros Fazer julgamentos ou soluções sem explicação ou justificação Dar várias soluções sem sugerir a melhor
Discutir vagamente Dar sugestões impraticáveis Limitar a discussão a fragmentos ou partes das intervenções G R A U D E C O N H E C I M E N T O
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CAPÍTULO IV
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