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Questões de concurso comentadas

27. FGV – TJ/SC – Técnico Judiciário 2018

Prof. Erick Alves e Prof. Sérgio Machado Bens Públicos Direito Administrativo p/ SENADO

c) ERRADA. De fato, a concessão de direito real de uso de bem público pode ser outorgada por prazo indeterminado. O erro é que, na qualidade de direito real, e não pessoal, ela pode ser transmitida por ato inter vivos ou causa mortis.

d) ERRADA. O art. 3º, I da Lei 11.284/2006 (Lei de concessão de florestas públicas) define florestas públicas como

“florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta”. Como a Lei se refere às entidades da administração indireta sem fazer distinção entre as pessoas de direito público ou privado, a doutrina entende que são bens públicos as florestas localizadas nos terrenos de quaisquer entidades, inclusive as de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista).

e) CERTA. O Poder Público deve respeitar o direito de reunião, mas pode impedi-lo em nome da segurança da coletividade ou da preservação do bem de uso comum. Ex: para assegurar o direito de ir e vir das pessoas, o Poder Público pode impedir uma manifestação em local e hora de grande movimento, definindo outro local ou outro horário para que ela aconteça.

Gabarito: alternativa “e”

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28.(ESAF – ANAC 2016)

Acerca dos bens públicos, analise as afirmativas abaixo classificando-as em verdadeiras (V) ou falsas (F) para, ao final, selecionar a opção que contenha a sequência correta.

( ) Somente são bens públicos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público.

( ) Os bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública não são bens públicos, embora possam estar sujeitos a regras próprias do regime jurídico dos bens públicos quando estiverem sendo utilizados na prestação de um serviço público.

( ) A inalienabilidade dos bens públicos não é absoluta.

( ) Embora os bens públicos sejam impenhoráveis, é possível, em hipóteses constitucionalmente previstas, ocorrer o sequestro de valores necessários à satisfação de dívidas constantes de precatórios judiciais.

a) V, V, V, F b) V, V, V, V c) F, F, V, V d) V, V, F, F e) V, V, F, V

Comentários: Vamos analisar cada alternativa:

I) VERDADEIRA. Segundo o art. 98 do Código Civil, “são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.

II) VERDADEIRA. Os bens das entidades administrativas de direito privado, a exemplo das empresas públicas e das sociedades de economia mista, são considerados bens privados. Não obstante, se estiverem sendo diretamente empregados na prestação de um serviço público, passam a se submeter ao regime jurídico dos bens públicos, significando que, nesse caso, serão protegidos pelas características da inalienabilidade relativa, da impenhorabilidade, da imprescritibilidade e da não onerabilidade.

III) VERDADEIRA. A inalienabilidade dos bens públicos é relativa, pois eles podem ser alienados caso não estejam sendo diretamente empregados em alguma finalidade pública, ou seja, quando estejam desafetados.

IV) VERDADEIRA. A impenhorabilidade impede que os bens públicos sejam objeto de penhora para satisfazer as dívidas do Poder Público perante terreiros. Essas dívidas, segundo o art. 100 da CF, devem ser pagas mediante o sistema de precatórios, no qual são destinadas dotações no orçamento público para a satisfação das obrigações, devendo ainda ser observada a ordem cronológica de apresentação. Não obstante, nas hipóteses de não observância da ordem de pagamento dos precatórios ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, a Constituição (art. 100, §6º) admite que o Poder Judiciário autorize, a requerimento do credor, o sequestro da quantia respectiva:

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de

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precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

Obviamente, esse sequestro deverá incidir sobre bens públicos, de modo a satisfazer a obrigação do Poder Público com o credor.

Gabarito: alternativa “b”

29.(ESAF – SUSEP 2006)

O chamado domínio eminente, como expressão da soberania nacional, é o poder político, pelo qual o Estado submete à sua vontade

a) os bens públicos de uso comum.

b) os denominados bens dominiais.

c) todos os bens próprios do Estado.

d) todas as coisas de seu território.

e) todas as coisas de interesse público.

Comentários: O chamado domínio eminente, como expressão da soberania nacional, é o poder político pelo qual o Estado submete à sua vontade “todas as coisas de seu território”. Esse domínio, como ressaltado, é de natureza política, e não alcança apenas bens, mas também as pessoas. Refere-se ao poder que o Estado possui para regulamentar todos os temas, áreas, atividades e demais coisas que estão sobre o seu território. Não se confunde, todavia, com o direito de propriedade. O fato de o Poder Público regulamentar, por exemplo, o funcionamento de restaurantes, não faz com que todos os restaurantes localizados em seu território sejam bens públicos. Em outras palavras, o domínio eminente não se confunde com o domínio patrimonial do Estado, também chamado de domínio público, que diz respeito à prerrogativa que o Poder Público detém de controlar, proteger e regulamentar todos os tipos de bens públicos, incluindo aqueles que não são de sua propriedade direta (como os bens de uso comum). Em suma:

ü Domínio eminente: incide sobre todas as coisas de seu território.

ü Domínio público: incide sobre bens públicos.

Gabarito: alternativa “d”

30. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013)

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) conduz a Política Nacional de Gestão do Patrimônio da União (PNGPU) desde a constituição do Grupo de Trabalho Interministerial sobre Gestão do Patrimônio da União – GTI (Decreto Presidencial de 11/9/2003) no qual foram estabelecidos os princípios e diretrizes da política de gestão do patrimônio imobiliário e fundiário da União. A Lei n. 9.636, de 15/05/1998 dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União, altera dispositivos dos Decretos-Leis nos 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2o do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências. Assinale a opção incorreta.

a) Caberá ao Poder Executivo organizar e manter sistema unificado de informações sobre os bens de que trata a Lei n. 9.636, que conterá as informações relevantes relativas a cada imóvel.

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b) A alienação de bens imóveis da União não depende de autorização, mediante ato do Presidente da República, desde que haja parecer da SPU quanto à sua oportunidade e conveniência.

c) A venda de bens imóveis da União será feita mediante concorrência ou leilão público.

d) No caso de venda por leilão público, o arrematante pagará, no ato do pregão, sinal correspondente a, no mínimo, 10% (dez por cento) do valor da arrematação, complementando o preço no prazo e nas condições previstas no edital, sob pena de perder, em favor da União, o valor correspondente ao sinal e, em favor do leiloeiro, se for o caso, a respectiva comissão.

e) O preço mínimo de venda de imóveis da União será fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecido em avaliação de precisão feita pela SPU, cuja validade será de seis meses.

Comentários:

Vamos analisar cada alternativa com base na Lei 9.636/1998. Essa lei, como informa o enunciado, regula a administração dos bens imóveis da União.

a) CERTA, nos termos do art. 3º da Lei:

Art. 3o-A Caberá ao Poder Executivo organizar e manter sistema unificado de informações sobre os bens de que trata esta Lei, que conterá, além de outras informações relativas a cada imóvel:

I - a localização e a área;

II - a respectiva matrícula no registro de imóveis competente;

III - o tipo de uso;

IV - a indicação da pessoa física ou jurídica à qual, por qualquer instrumento, o imóvel tenha sido destinado; e V - o valor atualizado, se disponível.

Parágrafo único. As informações do sistema de que trata o caput deste artigo deverão ser disponibilizadas na internet, sem prejuízo de outras formas de divulgação.

b) ERRADA. Nos termos do art. 23 da Lei 9.636/1998, a alienação de bens imóveis dependerá de autorização do Presidente da República (que poderá ser delegada ao Ministro da Fazenda, permitida, ainda, a subdelegação) e será sempre precedida de parecer da SPU quanto à oportunidade e conveniência do ato. Vejamos:

Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante ato do Presidente da República, e será sempre precedida de parecer da SPU quanto à sua oportunidade e conveniência.

§ 1o A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à preservação ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de propriedade.

§ 2o A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a subdelegação.

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c) CERTA, nos termos do art. 24, caput da Lei 9.636/1998:

Art. 24. A venda de bens imóveis da União será feita mediante concorrência ou leilão público, observadas as seguintes condições:

I - na venda por leilão público, a publicação do edital observará as mesmas disposições legais aplicáveis à concorrência pública;

II - os licitantes apresentarão propostas ou lances distintos para cada imóvel;

III - a caução de participação, quando realizada licitação na modalidade de concorrência, corresponderá a 10%

(dez por cento) do valor de avaliação;

IV - no caso de leilão público, o arrematante pagará, no ato do pregão, sinal correspondente a, no mínimo, 10% (dez por cento) do valor da arrematação, complementando o preço no prazo e nas condições previstas no edital, sob pena de perder, em favor da União, o valor correspondente ao sinal e, em favor do leiloeiro, se for o caso, a respectiva comissão;

V - o leilão público será realizado por leiloeiro oficial ou por servidor especialmente designado;

VI - quando o leilão público for realizado por leiloeiro oficial, a respectiva comissão será, na forma do regulamento, de até 5% (cinco por cento) do valor da arrematação e será paga pelo arrematante, juntamente com o sinal;

VII - o preço mínimo de venda será fixado com base no valor de mercado do imóvel, estabelecido em avaliação de precisão feita pela SPU, cuja validade será de seis meses;

VIII - demais condições previstas no regulamento e no edital de licitação.

d) CERTA. Trata-se da literalidade do art. 24, IV acima transcrito.

e) CERTA, nos termos do art. 24, VII acima transcrito.

Gabarito: alternativa “b”

31. (ESAF – SUSEP 2010)

Sobre o tema "bens públicos", é correto afirmar:

a) bens dominicais precisam ser desafetados antes de serem alienados.

b) o uso comum dos bens públicos pode ser oneroso, caso assim determine lei da pessoa jurídica à qual o bem pertença.

c) prédios públicos abandonados que venham a ser ocupados por membros de movimentos sociais estão sujeitos a usucapião.

d) em casos de reparação de dano causado por dolo de agente público, apenas os bens de uso especial e dominicais podem ser penhorados.

e) bibliotecas são exemplos claros de bens de uso comum do povo.

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Comentário:

Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Os bens dominicais não precisam ser desafetados porque são justamente aqueles bens que não possuem uma destinação pública específica, ou seja, já são, por definição, bens desafetados e, por isso, podem ser alienados, desde que observados os demais requisitos legais (interesse público, avaliação prévia, licitação etc.).

b) CERTA. O uso de bens públicos, em regra, é gratuito, mas nada impede que sejam impostas certas limitações com vistas ao atendimento do interesse público, a exemplo da cobrança de tarifas (uso oneroso). É o que ocorre, por exemplo, nas rodovias objeto de concessão ao setor privado em que há a cobrança de pedágio dos usuários.

c) ERRADA. Os bens públicos, inclusive os dominicais (ex: prédio público abandonado) são imprescritíveis, o que os torna insuscetíveis de usucapião.

d) ERRADA. Os bens públicos, de qualquer natureza (uso comum, especial ou dominicais) são impenhoráveis. O processo de execução contra a Fazenda Pública, em regra, segue o rito dos precatórios.

e) ERRADA. As bibliotecas são exemplos claros de bens de uso especial, afinal constituem estruturas das quais se vale o Estado para prestar serviços ou desenvolver uma atividade pública. Outros exemplos de bens de uso especial são: museus, teatros públicos, mercados públicos, cemitérios públicos etc.

Gabarito: alternativa “b”

32. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013) Quanto aos Bens Públicos, é correto afirmar:

a) sob o aspecto jurídico, há duas modalidades de bens públicos: os do domínio público do Estado e os do domínio privado do Estado.

b) da imprescritibilidade exsurge a impossibilidade de oneração dos bens públicos.

c) no caso de uso privativo estável, como é o caso da permissão, a precariedade do uso encontra-se já na origem do ato de outorga.

d) na permissão de uso, a utilização do bem não é conferida com vistas à utilidade pública, mas no interesse privado do utente.

e) no uso compartilhado, há a utilização de um bem público pelos membros da coletividade sem que haja discriminação entre os usuários, nem consentimento estatal específico para esse fim.

Comentário:

Vamos analisar cada alternativa.

a) CERTA. A classificação dos bens públicos definida no Código Civil toma como critério a utilização conferida ao bem. São apresentadas, conforme examinado, três categorias: bens de uso comum, bens de uso especial e bens dominicais. Maria Sylvia Di Pietro afirma que, não obstante “a classificação do Código Civil abranja três modalidades de bens, quanto ao regime jurídico existem apenas duas”. A autora apresenta, em seguida, a divisão dos bens públicos em razão do regime jurídico adotado, dividindo-os em bens de domínio público – que compreenderia os bens com alguma destinação pública específica, quais sejam, os bens de uso comum e os de uso especial – e os bens do domínio privado, categoria que abarcaria somente os bens dominicais, ou seja, aqueles sem destinação pública específica.

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b) ERRADA. Da imprescritibilidade resulta a impossibilidade dos bens públicos serem objeto de usucapião. Por sua vez, a impossibilidade de oneração decorre da não onerabilidade, e significa que os bens públicos não podem se sujeitar à incidência de direitos reais de garantia, como a hipoteca e o penhor.

c) ERRADA. A permissão de uso de bem público é um ato administrativo precário, ou seja, revogável a qualquer tempo. Portanto, não é correto afirmar que se trata de um uso privativo estável.

d) ERRADA. Todo ato administrativo deve sempre ser praticado com vistas ao atendimento do interesse público.

Com a permissão de uso não é diferente. Ainda que o ato venha a atender algum interesse privativo do particular, não poderia ser praticado em prejuízo do interesse público. Até mesmo na autorização de uso, que se diferencia da permissão justamente pela maior presença do interesse do particular, o interesse público deve existir, sob pena de nulidade do ato.

e) ERRADA. Quanto à forma de uso, levando em conta a generalidade do uso ou a sua privatividade, Carvalho Filho classifica os bens públicos em: uso comum e uso especial.

O uso comum é a destinação de um bem público pelos membros da coletividade sem que haja discriminação entre os usuários, nem consentimento estatal ou cobrança de tarifas para esse fim. Além dos bens de uso comum do povo (ex: praias, ruas, mares etc.), os bens de uso especial também possibilitam o uso comum quando a utilização é processada em conformidade com os fins normais a que se destinam. Por exemplo, as repartições públicas, o edifício dos Tribunais do Judiciário, os prédios de autarquias sujeitam-se, como regra, ao uso comum, porque as pessoas podem ingressar livremente nesses locais, sem necessidade de qualquer autorização especial ou cobrança de tarifas.

Já o uso especial é a forma de utilização de bens públicos em que o indivíduo se sujeita a regras específicas e consentimento estatal, ou, ainda, se submete à incidência da obrigação de pagar pelo uso. Tanto os bens de uso comum como os bens de uso especial podem estar sujeitos a uso especial. O pagamento de pedágios em rodovias é um exemplo de uso especial de bem de uso comum do povo. Já o pagamento de ingresso para visitar um museu público é um exemplo de bem de uso especial sujeito a uso especial. Ressalte-se que o uso especial também se caracteriza quando o bem público é objeto de uso privativo por algum administrado.

Dentro do uso especial, o autor inclui ainda o uso compartilhado, assim considerado aquele em que pessoas públicas ou privadas, prestadoras de serviços públicos, precisam utilizar-se de espaços integrantes de áreas públicas ou privadas, de propriedade de pessoas diversas. É o caso, por exemplo, do uso de certas áreas para instalação de torres de energia ou de comunicações ou para a instalação de gás canalizado por meio de dutos instalados no subsolo.

Voltando ao item, vê-se que a banca troca os conceitos, chamando de uso compartilhado o que seria uso comum, daí o erro.

Gabarito: alternativa “a”

33. (ESAF – Ministério da Fazenda 2013)

Considerando o uso de espaços integrantes de áreas da propriedade de pessoas diversas com a finalidade de instalação de serviços de gás canalizado por meio de dutos implantados no subsolo, assinale a opção correta.

a) Uso envolvendo pessoas particulares: resolve-se por meio de convênios, motivo pelo qual o proprietário da área ajusta a cobrança de preços para referida utilização.

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b) Uso de área integrante do domínio público: o uso não depende de autorização do ente público sob cujo domínio se encontra o bem, embora enseje remuneração pelo uso em virtude da prevalência do interesse público.

c) Uso de área non aedificandi pertencente a particular: o prestador não pode usá-la livremente e o proprietário tem direito à remuneração ou indenização em caso de prejuízo advindo de dano à propriedade.

d) Uso de área privada, além da faixa non aedificandi, o uso é regulado pelo direito público e por isso não depende de autorização do proprietário, embora a empresa prestadora do serviço deva pagar remuneração pelo uso sendo vedada a cessão gratuita.

e) Uso de área pública sujeita à operação por pessoa privada: o uso deve resultar de contrato entre as partes sendo cabível a remuneração pelo uso do solo ou do subsolo.

Comentário:

Essa questão foi retirada do livro do Carvalho Filho. Versa sobre o uso compartilhado de bens, que consiste na prestação de serviços públicos mediante o uso, por pessoas de direito público ou privado, de áreas pertencentes a pessoas diversas, também públicas ou privadas, de que é exemplo o uso de terreno para a instalação de torres de transmissão de energia. Vamos analisar cada alternativa com base nos ensinamentos do autor:

a) ERRADA. O convênio é instrumento de direito público. No caso de uso envolvendo pessoas particulares (ex:

concessionária de telefonia deseja instalar uma antena transmissora em terreno de propriedade particular), o caso é regulado pelo direito privado e depende de autorização do proprietário da área, devendo a empresa prestadora do serviço negociar eventual remuneração ou firmar com ele pacto de cessão gratuita de uso.

b) ERRADA. No caso de uso de área integrante do domínio público (ex: concessionária de telefonia deseja instalar uma antena transmissora em terreno pertencente ao Município), o uso depende de autorização do ente público sob cujo domínio se encontra o bem e, como regra, não há ensejo para remuneração pelo uso, em virtude da prevalência do interesse público.

c) ERRADA. No caso de uso de área non aedificandi (área em que não é permitido construir, edificar) pertencente a particular, o prestador pode usá-la livremente, uma vez que a limitação é meramente administrativa; como o uso não afeta o proprietário, não tem esse direito à remuneração ou indenização, salvo em caso de prejuízo advindo de dano à propriedade. É o que ocorre, por exemplo, em faixas reservadas nas beiras de estradas e vias públicas.

d) ERRADA. No caso de uso de área privada além da faixa non aedificandi, o uso é regulado pelo direito privado e depende de autorização do proprietário, devendo a empresa prestadora do serviço negociar eventual remuneração pelo uso ou firmar com ele pacto de cessão gratuita de uso.

e) CERTA. Segundo Carvalho Filho, no caso de “uso de área pública sujeita à operação por pessoa privada em virtude de contrato de concessão ou permissão [de serviço público], o uso deve resultar de ajuste pluripessoal [contrato], envolvendo o concedente, o concessionário e o prestador de serviço, e, conquanto não haja regulação expressa para tais situações, é possível fixar-se remuneração pelo uso do solo ou do subsolo”.

Gabarito: alternativa “e”

34.(ESAF – AFRFB 2014)

Quanto às formas de aquisição dos Bens Públicos, é correto afirmar:

a) aluvião é uma das formas de efetivação da acessão.

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b) a legislação atual manteve as enfiteuses já existentes no antigo Código Civil, por meio das quais o credor obtém o direito de adquirir os bens praceados.

c) a arrematação exige a posse do bem por determinado período e a boa-fé.

d) o contrato é uma forma de aquisição originária da propriedade.

e) os bens desapropriados repassados a terceiros, no caso da reforma agrária, não mais possuem natureza de bens públicos, mesmo que não se dê a transferência.

Comentários:

a) CERTA. A acessão é forma de aquisição de bens prevista no Código Civil, pela qual passa a pertencer ao proprietário tudo o que aderir à propriedade, revelando um acréscimo a esse direito. A acessão pode efetivar-se, por exemplo, pela formação de ilhas, por aluvião (aumento da área das margens por ação das águas) ou pela construção de obras ou plantações.

b) ERRADA. De fato, a legislação atual manteve as enfiteuses já existentes no antigo Código Civil. Assim, se alguma pessoa de direito público for enfiteuta de bem privado, poderá efetuar o resgate junto ao senhorio direto e passar a ser proprietária do bem. O erro do item é que o direito do credor adquirir os bens praceados se dá por meio da adjudicação, e não da enfiteuse.

c) ERRADA. Arrematação é o meio de aquisição de bens através da alienação de bem penhorado, em processo de execução, em praça ou leilão judicial. A aquisição de bens públicos por usucapião é que exige a posse do bem por determinado período e a boa-fé.

d) ERRADA. O contrato é forma de aquisição derivada, pois existe um proprietário anterior que transmite o bem ao poder público, mediante o ajuste de certas condições por eles estabelecidas no contrato (como o preço da venda, por exemplo).

e) ERRADA. Os bens desapropriados transformam-se em bens públicos tão logo ingressem no patrimônio do Estado. Caso esses bens venham a ser posteriormente repassados a terceiros, como no caso da reforma agrária, eles permanecem como bens públicos enquanto não se dá a transferência. Em outras palavras, se não ocorrer a transferência, os bens continuam a ser bens públicos, daí o erro do item.

Gabarito: alternativa “a”

35. (ESAF – CGU 2006)

As terras devolutas da União incluem-se entre os seus bens a) afetados.

b) aforados.

c) de uso comum.

d) de uso especial.

e) dominicais.

Comentários:

Terras devolutas são as áreas que, integrando o patrimônio das pessoas federativas, não são utilizadas para quaisquer finalidades públicas específicas. Em outras palavras, trata-se de áreas sem utilização, nas quais não se