• Nenhum resultado encontrado

Permissão de uso de bem público é o contrato administrativo pelo qual o poder público confere a pessoa determinada o uso privativo do bem, de forma remunerada ou a título gratuito

Fique atento!!

15) Permissão de uso de bem público é o contrato administrativo pelo qual o poder público confere a pessoa determinada o uso privativo do bem, de forma remunerada ou a título gratuito

Comentário:

O único erro do item é dizer que a permissão de uso de bem público é um contrato administrativo quando, na verdade, é um ato administrativo.

Gabarito: Errado 16) Para a utilização de espaço de prédio de autarquia para o funcionamento de restaurante que atenda aos servidores públicos, é obrigatória a realização de licitação e a autorização de uso de bem público.

Comentário:

A instalação de um restaurante exige grandes investimentos por parte do particular, tanto para a instalação em si como para a manutenção do negócio. Afinal, é necessário adquirir equipamentos, mobiliários, contratar funcionários, firmar contratos com fornecedores etc. Dessa forma, o particular precisa de segurança jurídica para tocar o negócio; ele não pode ficar sujeito a ser “despejado” do prédio público a qualquer momento, sob pena de não fazer valer o investimento feito. Em outras palavras, o instrumento jurídico que outorga o uso privativo do bem público não pode ser precário, revogável a qualquer tempo pela Administração. Daí, portanto, a aplicabilidade ao caso da concessão de uso, e não da autorização. A concessão, ao contrário da autorização e também da permissão de uso, é firmada por meio de contrato e por prazo certo, conferindo a necessária segurança jurídica ao usuário do bem. Ademais, por ser formalizada mediante contrato, a concessão de uso deve ser precedida de licitação e só pode ser rescindida nas hipóteses legais, sendo assegurado ao particular o direito a indenização pelos eventuais prejuízos, desde que ele não tenha dado causa ao fim do ajuste.

Gabarito: Errado 17) A autorização de uso é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a administração consente, a título precário, que o particular utilize bem público, mas que não pode ser concedida de modo privativo.

Comentário:

De fato, a autorização de uso é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a administração consente, a título precário, que o particular utilize bem público. O erro é que a autorização pode sim ser concedida de modo privativo. Aliás, a autorização, assim como a permissão e a concessão de uso, é justamente um instrumento jurídico, de direito público, utilizado para outorgar a uma pessoa ou grupo de pessoas determinadas o uso privativo de bem público. Assim, por exemplo, quando a Administração autoriza o fechamento de uma rua para a realização de um festejo, está permitindo que o bem público de uso comum seja utilizado privativamente por aquele grupo restrito de pessoas que participarão da festa.

Gabarito: Errado

Prof. Erick Alves e Prof. Sérgio Machado Bens Públicos Direito Administrativo p/ SENADO

Concessão de direito real de uso

A concessão de direito real de uso é o contrato por meio do qual a Administração transfere ao particular o uso remunerado ou gratuito de terrenos públicos, ou do respectivo espaço aéreo, como direito real resolúvel, por prazo certo ou indeterminado, para que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais ou qualquer outra exploração de interesse social31.

O instituto se assemelha, em certos pontos, à concessão de uso simples, mas com ela não se confunde.

A concessão de direito real de uso representa um direito relacionado diretamente ao bem (e não a uma pessoa determinada). Ou seja, o direito adere ao bem e o acompanha seja quem for que o possua, independentemente das características pessoais do possuidor. Dessa forma, como se trata de direito real (e não de direito pessoal), a concessão de direito real de uso é transferível por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária, a título gratuito ou remunerado, como os demais direitos reais sobre coisas alheias. Assim, por exemplo, a pessoa pode vender o seu direito de uso do bem a outrem, ou arrolar esse direito em seu testamento, para ficar de herança a seus sucessores.

Diversamente, a concessão de uso simples confere ao particular apenas um direito pessoal e, por isso, não pode ser transferida a terceiro sem previsão contratual e anuência expressa da Administração, sob pena de rescisão do contrato (Lei 8.666/93, art. 78, VI).

Além da natureza de direito real, diferencia-se a concessão de direito real de uso da simples concessão de uso também em razão da possibilidade de ser fixada por prazo indeterminado, o que não é admitido para esta última, que deve necessariamente ser firmada por prazo certo.

Ademais, os fins da concessão de direito real de uso são previamente fixados no Decreto-Lei 271/1967.

Destina-se o uso à urbanização, à edificação, à industrialização, ao cultivo ou a qualquer outro que traduza interesse social. Na concessão de uso comum nem sempre estarão presentes esses fins.

A concessão de direito real de uso confere ao particular um direito real resolúvel, isto é, um direito que se extingue na hipótese de ocorrerem determinadas situações previstas na lei ou no contrato. Por exemplo, o art. 7º,

§3º do Decreto-Lei 271/1967 estabelece que a concessão extingue-se caso “o concessionário dê ao imóvel destinação diversa da estabelecida no contrato ou termo, ou descumpra cláusula resolutória do ajuste, perdendo, neste caso, as benfeitorias de qualquer natureza”. Desse modo, o Poder Público se garante quanto à fiel execução do contrato, assegurando o uso a que o terreno é destinado e evitando prejudiciais especulações imobiliárias.

Nos termos da Lei 8.666/1993, a concessão de direito real de uso deve ser precedida de licitação, em regra na modalidade concorrência (art. 23, §3º32). O tipo de licitação, isto é, o critério de julgamento deve ser o de maior lance ou oferta (art. 45, §1º, IV33). Atente que nos demais tipos de outorga que exigem licitação (permissão e concessão de uso) não há previsão de modalidade ou tipo de julgamento específicos.

31 Este conceito está no art. 7º do Decreto-Lei 271/1967.

32 § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

33 IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

Prof. Erick Alves e Prof. Sérgio Machado Bens Públicos Direito Administrativo p/ SENADO

A licitação é dispensada quando o uso destinar-se a outro órgão ou entidade da Administração Pública ou para a concessão de direito real de uso de imóveis inseridos em programas de regularização fundiária (Lei 8.666/93, art. 17).

Exemplo dessa figura é a concessão de direito real de uso de terrenos públicos quando o Município deseja incentivar a edificação em determinada área. Ou a concessão do uso de área estadual quando o Estado pretende implantar região industrial para desenvolver a economia em seu território.

Cessão de uso

Cessão de uso é aquela em que o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por outros órgãos ou entidades públicas ou mesmo por particulares.

O fundamento básico da cessão de uso é a colaboração entre entidades públicas, ou entre estas e entidades privadas, com o objetivo de atender a interesses coletivos.

A cessão deve ser autorizada por decreto do Presidente da República, competência que poderá ser delegada ao Ministro da Economia, sendo permitida, ainda, a subdelegação. A formalização da cessão de uso se efetiva por meio de termo ou contrato, no qual se especificam as condições em que o uso se exercerá. Ressalte-se que o uso é Ressalte-sempre gratuito.

Podem ser cessionários os Estados, os Municípios, entidades educacionais, culturais ou de finalidades sociais bem como os particulares (pessoas físicas ou jurídicas), nesta última hipótese, quando se tratar de aproveitamento econômico de interesse nacional.

Concessão de direito real de uso

Formalizada por contrato

Tem por objeto terrenos públicos e respectivo espaço aéreo

Destina-se à urbanização, à edificação, à industrialização, ao cultivo ou a qualquer outro que traduza interesse social.

Direito real, e não pessoal (pode ser transferido a terceiros) Pode ser por prazo certo ou por prazo indeterminado Em regra, exige licitaçãona modalidade concorrência

Prof. Erick Alves e Prof. Sérgio Machado Bens Públicos Direito Administrativo p/ SENADO

A cessão de uso não exige licitação e se faz sempre por prazo determinado, conforme estabelece o art. 18,

§3º da Lei 9.636/199834. Ademais, conforme afirma Maria Sylvia Di Pietro, só pode ter por objeto bens dominicais.

Carvalho Filho ensina que o usual na Administração é a cessão de uso entre órgãos da mesma esfera. Por exemplo: o Tribunal de Justiça cede o uso de determinada sala do prédio do foro para uso de órgão de inspetoria do Tribunal de Contas do mesmo Estado. Ou o Secretário de Justiça cede o uso de uma de suas dependências para órgão da Secretaria de Saúde.

A cessão de uso, entretanto, pode efetivar-se também entre órgãos de diferentes esferas. Exemplo: o Estado cede grupo de salas situado em prédio de uma de suas Secretarias para a União instalar um órgão do Ministério da Fazenda.

Quanto à cessão de uso a particulares, a doutrina assevera que deve ser restrita a entidades privadas sem fins lucrativos, com finalidades sociais (afinal, a cessão de uso é sempre gratuita). É o caso, por exemplo, da cessão de uso de sala desocupada em prédio público para a instalação de uma associação de servidores.

34 § 3o A cessão será autorizada em ato do Presidente da República e se formalizará mediante termo ou contrato, do qual constarão expressamente as condições estabelecidas, entre as quais a finalidade da sua realização e o prazo para seu cumprimento, e tornar-se-á nula, independentemente de ato especial, se ao imóvel, no todo ou em parte, vier a ser dada aplicação diversa da prevista no ato autorizativo e conseqüente termo ou contrato.