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B - ARCABOUÇO AMBIENTAL DO PROGERIRH II – FINANCIAMENTO ADICIONAL

FICHA AMBIENTAL

Barragem Umari e Adutora de Madalena Principais componentes do projeto proposto

Estado: Ceará

Obra: Barragem Umari e Adutora de Madalena.

Situação atual da população a ser beneficiada: A população da sede municipal de Madalena (4.488 habitantes) e dos distritos Lagoa do Mato (2.821 habitantes) e Macaoca (971 habitantes) utiliza, na sua maior parte, água de pequenos açudes e poços, sem garantia de qualidade ou quantidade de água. Características do empreendimento proposto: Barragem em maciço de terra homogênea no riacho Barrigas (município de Madalena, 7 km a montante da sede municipal), com altura máxima de 21,8 m e extensão de 600 m. Uma barragem auxiliar em terra complementa o barramento. Destina-se a usos múltiplos, sendo o principal deles o abastecimento público da sede municipal de Madalena e dos distritos de Lagoa do Mato e Macaoca (ambos no município de Itatira). Outros usos previstos: perenização de trecho do riacho, consumo humano da população ribeirinha, dessedentação animal e desenvolvimento da pesca. Também integram o empreendimento uma captação flutuante para 34,4 l/s, Estação de Tratamento de Água e duas adutoras de água tratada, uma de 6 km e 150 mm, para Madalena; outra de 37 km e 150 mm, para Lagoa do Mato e Macaoca.

População a ser atendida: 15.240 pessoas (2033), habitantes da sede municipal de Madalena e dos distritos.

Indicadores Ambientais Específicos

Altura da barragem (máxima) 21,80 metros. Volume total do reservatório 35,04 hm3. Deflúvio médio anual afluente do rio barrado 43,55 hm3. Tempo médio de detenção do reservatório 9,5 meses.

Vida útil do reservatório 50 anos, segundo o RTP. Vazão regularizada com 90% de garantia 0,390 m3/s.

Interferências com outros usos consuntivos ou

não consuntivos da água Existe lançamento de esgotos brutos da cidade de Itatira e dos povoados Lagoa do Mato, Cachoeira, Bandeira e Morro Branco, a montante do reservatório.

Tendência à eutrofização Existe o risco, considerando o tempo de detenção e o lançamento de cargas orgânicas a montante. Tendência à salinização Pequeno risco, considerando os tipos de solos

presentes na bacia hidráulica e na área de drenagem e o tempo médio de detenção inferior a 1 ano.

Área superficial do reservatório 738,28 ha.

Unidades de conservação ambiental vizinhas ou

afetadas * Não há.

Áreas de interesse ambiental vizinhas ou

afetadas ** Não há.

Patrimônio histórico, cultural ou arqueológico

vizinho ou afetado Há necessidade de fazer investigação, antes do início e durante execução das obras.

Áreas ou populações indígenas vizinhas ou

afetadas Não há.

Necessidade de reassentamento 140 famílias.

para o futuro reservatório. Projetos associados: abastecimento, irrigação,

piscicultura, outros. A barragem permitirá o desenvolvimento de outros projetos, pois apenas 10% da vazão regularizada estarão comprometidos com o abastecimento público.

Perda de infra-estrutura existente Haverá necessidade de relocação de um cemitério público na localidade de Salgadinho. Serão relocados trechos de estradas vicinais e de rede elétrica de baixa tensão, três escolas de 1º grau e um posto de saúde.

Doenças de veiculação hídrica ou endemias

presentes na região (indicar fonte pesquisada) Casos de hepatite viral e diarréias. Perdas de meios de sobrevivência estoques

pesqueiros, terras para agropecuária, depósitos de argila

Pequena parte (10%) das terras inundadas são solos aluvionais aptos para agricultura.

*unidades de conservação definidas conforme Lei 9.985 / 2000.

**áreas de preservação permanente definidas na Lei 4.771 / 65, Medida Provisória 2.166-67 / 2001 e Resolução CONAMA no 303/2002; áreas com cobertura vegetal natural preservada; áreas de ocorrência de mata atlântica; áreas de proteção de mananciais destinados ao abastecimento público; jardim botânico; horto florestal; áreas previstas por lei estadual ou municipal para destinações específicas de proteção ambiental (incluir as leis de criação das áreas de proteção).

Atendimento às Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial OP 4.01 – Avaliação Ambiental

Foi elaborado pela Secretaria dos Recursos Hídricos - SRH o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA referente à construção da barragem Umari. O EIA/RIMA foi realizado tendo por base o Termo de Referência elaborado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE (órgão estadual licenciador) incluindo também as diretrizes operacionais do Banco Mundial.

O EIA/RIMA foi encaminhado para análise e parecer técnico da SEMACE e, comprovada a viabilidade ambiental do empreendimento, foi aprovado no Conselho Estadual de Meio Ambiente - COEMA.

A SRH, por meio de seu Núcleo de Controle Ambiental – NUCAM, promoveu Audiência Pública para apresentação e discussão do EIA/RIMA com a população afetada (beneficiada e/ou impactada) pela barragem. A expectativa das comunidades locais é muito boa, principalmente pela solução de abastecimento d’água da sede municipal, bem como a garantia de oferta d’água para outros usos, como a dessedentação animal, irrigação difusa, aqüicultura, recreação e lazer.

Entre as medidas mitigadoras identificadas, serão implementados os planos: Plano de Desmatamento Racional da Bacia Hidráulica, Plano de Proteção da Fauna, Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Áreas de Empréstimos, Bota-foras e Canteiros de Obras), Plano de Limpeza e Relocação da Infra-Estrutura Existente na Bacia Hidráulica, Plano de Reassentamento da População, Plano de Educação Ambiental, Plano de Peixamento do Reservatório, Plano de Identificação e Resgate do Patrimônio Arqueológico e Paleontológico, Plano de Administração da Área de Preservação Permanente - APP, Faixa de Proteção do Reservatório, Planos de Monitoramento das Águas.

Adicionalmente foi realizada a presente Avaliação Ambiental com análise do EIA/RIMA e inspeção de campo.

OP 4.04 Habitats Naturais

Durante a elaboração dos estudos ambientais para o licenciamento da obra foi efetuado um diagnóstico do ambiente natural na área de intervenção direta e indireta. Os resultados desse diagnóstico mostraram que não haverá alteração em áreas de habitas naturais preservados, principalmente devido ao fato de que os locais afetados pela execução das obras já foram bastante alteradas pelas atividades antrópicas.

Na implantação do Açude está prevista a implantação da Faixa de Proteção de 100 metros no Entorno do reservatório de acordo com a legislação brasileira. Esta faixa deverá ser cercada e programa de revegetação ser implantado.

OP 4.10 - Povos Indígenas

Nos municípios de Madalena e Itatira, onde se situam as possíveis intervenções diretas ou impactos indiretos das obras da barragem Umari e da adutora de Madalena, não existem terras indígenas nem a presença de grupos reivindicando reconhecimento como remanescentes indígenas.

OP 4.11 - Recursos Físico-Culturais

O EIA/RIMA efetuado incluiu pesquisas de campo e consulta aos órgãos oficiais encarregados da preservação do patrimônio natural, artístico e cultural. Os municípios de Madalena e Itatira, onde se situam as possíveis intervenções diretas ou impactos indiretos das obras da barragem Umari e da adutora, não contam com bens culturais tombados ou listados para tombo pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou pela Secretaria Estadual de Cultura. Também não há registro de evidências paleontológicas nesses municípios.

Porém, no município de Madalena e em municípios vizinhos existem ocorrências arqueológicas identificadas por pesquisadores. Por isso, e porque em escavações próximas a cursos d’água daquela região sempre existe a possibilidade de serem encontrados materiais ou evidências de interesse histórico, arqueológico ou paleontológico, serão adotadas medidas recomendadas nas Diretrizes Ambientais do PROGERIRH (Programa de Avaliação e Salvamento do Patrimônio Arqueológico). Para esse fim, deverão ser engajados no acompanhamento das escavações profissionais das áreas de arqueologia e paleontologia, devidamente habilitados, os quais deverão contar com a autorização do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (materiais históricos e arqueológicos) e do DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral (paleontológicos).

OP 4.12 - Reassentamento Involuntário

Durante a fase de construção do açude, a SRH implantará com a comunidade afetada/beneficiada o Comitê de Apoio ao Reassentamento e Proteção Ambiental – CARPA, colegiado que conta com a participação de representantes de proprietários, moradores, poder público Estadual e Municipal, Igreja, ONG’s, Ministério Público, no sentido de acompanhar e colaborar na solução dos problemas na fase de construção da obra. Uma das questões principais a serem tratadas e acompanhadas é o reassentamento involuntário das 140 famílias desalojadas para construção das obras e formação do reservatório e de sua área de proteção. Para orientar esse processo, a SRH elaborou um Plano de Reassentamento, com a participação das famílias afetadas, que resultou na definição das ações a serem desencadeadas.

Em decorrência do tempo já transcorrido desde sua conclusão (abril de 2004), na preparação do Financiamento Adicional, o cadastro e o Plano de Reassentamento foram atualizados e constam de Documento específico.

OP 4.37 - Segurança de Barragens

como parte do Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial. Cumprindo recomendações do Banco, a Secretaria de Recursos Hídricos - SRH/CE já havia constituído o “Painel de Inspeção e Segurança de Barragens”, composto por três técnicos de elevado nível de conhecimento em barragens, para atuar em um programa anterior, o PROURB. A atuação do Painel foi marcante no PROURB, e o mesmo Comitê de especialistas foi mantido para acompanhamento dos estudos e das obras de barragens do PROGERIRH e do PROAGUA.

O projeto da barragem Umari teve o acompanhamento e orientação do Painel de Inspeção e Segurança de Barragens, em cumprimento a essa salvaguarda do Banco Mundial, e foi aprovado na 40º Reunião do Painel, em agosto de 2002.

Cumprimento da Legislação Ambiental

Situação do Licenciamento Ambiental: O projeto já recebeu Licença Prévia – LP, emitida pela SEMACE – Superintendência Estadual de Meio Ambiente, e espera receber a Licença de Instalação no início de março/2008.

Situação da Outorga: A emissão da outorga será feita pela SRH/CE, também a proponente da obra, portanto não haverá dificuldade para sua obtenção.

Fontes de informação:

• Relatório Geral dos Estudos Básicos da Barragem Umari (Consórcio Montgomery Watson – ENGESOFT), dezembro de 2002;

• Plano de Reassentamento da População Afetada pela Implantação da Barragem Umari (Consórcio Montgomery Watson – ENGESOFT), abril de 2004;

• Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Projeto da Barragem Umari (Consórcio Montgomery Watson – ENGESOFT), abril de 2004;

• Relatório Geral do Projeto Executivo da Barragem Umari (Consórcio Montgomery Watson – ENGESOFT), dezembro de 2002;

• Viabilidade Econômica e Financeira da Barragem Umari / Adutora de Madalena (Consórcio Montgomery Watson – ENGESOFT), dezembro de 2005;

• PROGERIRH – Relatório de Avaliação Ambiental Regional (SRH/CE, 1999); • Vistoria de campo realizada em fevereiro de 2008.

Parecer Conclusivo

A barragem Umari e a adutora de Madalena, associada à barragem, atendem os critérios de elegibilidade do PROGERIRH, no que concerne às questões ambientais, e poderá ser considerado elegível para o primeiro ano do Financiamento Adicional, desde que sejam atendidas as seguintes condições:

• Promover a remoção, a limpeza e higienização adequada da área do cemitério existente na localidade de Salgadinho.

• Promover a limpeza da infra-estrutura existente na bacia hidráulica, com cuidados específicos particularmente no que se refere ao Posto de Saúde José Carlos Maciel, com esterilização e aterramento de sua fossa séptica.

• Implantar monitoramento das águas afluentes e armazenadas do reservatório, de modo a definir regras operativas que promovam a renovação eficaz das águas e atenuem o risco de salinização.

• Priorizar a inserção das principais áreas urbanas do município de Itatira, compreendendo a sede municipal e as localidades de Lagoa do Mato e Cachoeira, em

programas do governo estadual ou federal para viabilizar a implantação de sistema de esgotamento sanitário, de modo a minimizar o risco de eutrofização das águas do reservatório.

• Adotar, como referência obrigatória na licitação das obras, as “Diretrizes Ambientais para Projeto e Construção de Barragens e Operação de Reservatórios”, publicadas pelo Ministério da Integração e Banco Mundial.

• Implementar os programas ambientais definidos no Estudo de Impacto Ambiental da Barragem Umari, citados na Ficha Ambiental, em cronograma compatível com a implantação das obras.

• Implementar os programas ambientais definidos na Parte B deste Documento - Relatório de Avaliação Ambiental do Financiamento Adicional especialmente:

 Programa de Educação Ambiental e Gestão Participativa

 Programa de identificação e Resgate de Patrimônio Histórico, Arqueológico e Paleontológico

Será necessário dispor da Licença Ambiental de Instalação e da Licença para Implantação de Obra Hídrica antes que o empreendimento possa receber qualquer liberação de recursos financeiros, mas os procedimentos formais iniciados e a presente avaliação indicam a viabilidade ambiental da obra.

1. Situação Atual da Área a ser Atendida

A barragem Umari será implantada no leito do riacho Barrigas, ficando sua bacia hidráulica integralmente contida no território do município de Madalena, no Estado do Ceará. A barragem fechará o boqueirão existente na região denominada Salgadinho, 7,0 km a montante da sede do município de Madalena.

A barragem Umari e seu reservatório servirão para múltiplos usos, dentre os quais citam-se o abastecimento de água à cidade de Madalena e dos povoados de Lagoa do Mato e São José da Macaoca; a perenização do vale do riacho Barrigas a jusante do barramento e o desenvolvimento da pesca no lago a ser formado. De forma complementar, destacam-se o abastecimento da população ribeirinha de jusante, a dessedentação animal e a irrigação difusa, bem como o desenvolvimento da recreação e lazer no reservatório, como fontes de benefícios adicionais para a região.

As figuras 1 e 2, apresentadas a seguir, mostram a localização da barragem Umari e da adutora de Madalena (para atendimento de Madalena, Lagoa do Mato e Macaoca).

2. Descrição do Empreendimento Proposto

O empreendimento é composto por uma barragem e um sistema de abastecimento de água associado. As principais características da barragem Umari estão apresentadas a seguir.

IDENTIFICAÇÃO

Denominação Barragem Umari

Município Madalena

Curso d’Água Barrado Riacho Barrigas

Área da Bacia Hidrográfica 975,0 km²

Precipitação Média Anual 858,5 mm

RESERVATÓRIO

Área da Bacia Hidráulica 738,28 ha.

Volume Acumulado 35,04 hm3

Volume Afluente Médio Anual 43,55 hm³

Vazão Regularizada (90%) 0,390 m³/s

Nível de Água Max. Normal 310,00 m

Nível de Água Max. Maximorum (TR=1.000 anos): 313,61 m BARRAGEM PRINCIPAL

Tipo Terra Homogênea

Altura Máxima 21,82 m

Largura do Coroamento 6,0 m

Extensão pelo Coroamento 598,8 m

SANGRADOURO

Tipo Canal Escavado em Rocha

Largura 60,0 m

Cota de Sangria 310,0 m

Vazão Máx. Prevista (Tr = 1.000 anos) 932 m3/s Lâmina Máx. Prevista (TR=1.000 anos) 3,61 m

Borda Livre 2,38 m

O Sistema Adutor de Madalena/Macaoca/Lagoa do Mato tem como objetivo garantir o abastecimento de água da sede municipal de Madalena, bem como dos povoados de São José de Macaoca e Lagoa do Mato, no município de Itatira, pelos próximos 30 anos, tendo como fonte hídrica o reservatório da barragem Umari.

No dimensionamento do projeto da adutora foi considerada uma população beneficiada de 15.241 habitantes, tendo como horizonte o ano de 2033. A captação deverá ser feita diretamente do lago formado pela futura barragem Umari. Para tanto será construído um canal de aproximação na margem esquerda onde será instalado um flutuante. A cota mínima considerada para dimensionamento da captação foi a cota de volume morto (304,0m), enquanto que a cota máxima foi a de 313,61 (cota da cheia de projeto).

A estação de tratamento de água ficará ao lado da ombreira esquerda da barragem. A partir da ETA, o caminhamento das duas adutoras – uma para Madalena e outra para Macaoca e Lagoa do Mato - acompanhará por cerca de 1,5 km uma estrada carroçável que se desenvolve tangenciando a área da bacia hidráulica da futura barragem, até chegar à faixa de domínio da rodovia federal BR-020. A partir desse ponto, as duas linhas seguem pela faixa de domínio da BR-020, uma em direção a Madalena (sentido sudoeste) e outra até o povoado de São José da Macaoca (sentido nordeste). Nesse povoado, um pequeno ramal deriva a vazão destinada ao abastecimento desse núcleo urbano, enquanto que a adutora segue para a esquerda, ao longo da estrada de acesso ao distrito de Lagoa do Mato (Figura 2).

O sistema de captação será composto por dois conjuntos moto-bombas submersíveis de eixo vertical (1+1 reserva), instalados sobre plataforma flutuante, com potência das bombas de 40 CV. A vazão total de captação será de 34,43 l/s ou 123,95 m3/h.

A estação de tratamento a ser implantada adotará a tecnologia de Flotação por Ar Dissolvido seguida da Filtração Direta descendente, sendo composta por duas unidades compactas em plástico reforçado com fibra de vidro, com diâmetro de 3.500mm. A ETA constará de uma câmara de amortecimento com misturador hidráulico interno; módulos de pré-tratamento e tratamento, dotados com floculadores mecanizados e flotofiltros; sistema de saturação/pressurização; sistema de descarte do lodo flotado; sistema de lavagem dos flotofiltros; sistema de recuperação de água de lavagem e sistema de automação.

Depois de tratada a água será armazenada num reservatório em concreto armado com duas câmaras e um poço de sucção comum às três unidades de bombeamento (bombeamento para lavagem de filtros, bombeamento para Madalena e bombeamento para Lagoa do Mato/Macaoca). O reservatório terá capacidade de acumulação de 1.050 m³.

A partir do reservatório da ETA a água será aduzida através de duas adutoras de água tratada, sendo uma para Madalena, com extensão de 5.680 m e diâmetro de 150 mm e a outra para Lagoa do Mato com extensão de 37.040 m e diâmetro de 150 mm, até os reservatórios projetados nesses núcleos urbanos. A localidade de São José da Macaoca será abastecida por

intermédio de uma derivação da adutora de Lagoa do Mato. O referido ramal com extensão de 467m apresenta diâmetro da tubulação de 50mm.

A estação elevatória de água tratada é composta por bombeamentos independentes para Lagoa do Mato/Macaoca e Madalena, bem como para lavagem dos filtros. Cada bombeamento será dotado com dois conjuntos motobombas (1+1 reserva). As bombas da elevatória de Lagoa do Mato/Macaoca terão as seguintes características: vazão de 13,95 l/s, altura manométrica de 213,71m e potência de 75 Cv. As bombas da elevatória de Madalena, por sua vez, terão as seguintes características: vazão de 20,48 l/s, altura manométrica de 56,64m e potência de 30 Cv.

Complementando o sistema de reservação, será construído um reservatório elevado em cada núcleo urbano, cujas capacidades de acumulação serão de 100,0m3 para o de Madalena, 50,0m3 para o de Lagoa do Mato e 75,0m3 para o de São José da Macaoca, garantindo assim a reservação necessária para o final de plano.

3. Análise Ambiental do Sistema Proposto

3.1 Aspectos do ambiente afetado

• Solos presentes na região

Na área da bacia de drenagem do futuro reservatório, observa-se o predomínio da associação de solos composta por Bruno Não Cálcicos, Litólicos e Planossolos Solódicos, que respondem por cerca de 55,0% da área da bacia hidrográfica. Em segundo lugar aparece a associação formada por solos Litólicos Eutróficos, Bruno Não Cálcicos e Planossolos Solódicos, ocupando cerca de 25,0%, seguido pela ocorrência dos solos Podzólicos Vermelho-Amarelo Eutróficos, com cerca de 15,0% e pela associação de Litólicos e Podzólicos Vermelho-Amarelo Eutróficos, com 5,0%.

Na área de inundação, os solos de maior expressão são os Bruno Não Cálcicos em associação com Litólicos Eutróficos e Planossolos Solódicos. Numa escala relativamente reduzida aparecem os solos Aluviais associados à planície fluvial do riacho Barrigas e tributários. Em termos de potencial agrícola, cerca de 90,0% dos solos que serão submersos são impróprios para o uso com irrigação, estando os solos com potencial para desenvolvimento hidroagrícola restrito apenas aos Aluviões.

A ocupação dos solos foi caracterizada na área coberta pela pesquisa cadastral realizada, compreendendo a região da bacia hidráulica e mais uma área de entorno - 103 imóveis rurais, abrangendo uma área total de 8.575,0 ha, no ano agrícola de 2002. Da análise dos resultados dessa pesquisa, as seguintes observações podem ser ressaltadas:

 A superfície total cultivada na área da pesquisa é de 1.247,22ha, representando apenas 14,5% da área total pesquisada, demonstrando as dificuldades da área em termos de aproveitamento agrícola;

 O nível tecnológico da agricultura praticada na área pesquisada é baixo, sendo o uso de defensivos agrícolas adotado por apenas 22,3% das propriedades.

 A irrigação é praticada em 20,4% das propriedades pesquisadas, sendo o método mais utilizado a aspersão convencional, aparecendo em menor escala o uso do gotejamento e da inundação. Em relação a equipamentos agrícolas, apenas cinco propriedades (4,9% do total) possuem trator, enquanto que o cultivador movido à tração animal pode ser encontrado em 71,8% dos imóveis.

• Cobertura Vegetal

Na área da bacia hidráulica, a mata ciliar apresenta-se bastante fragmentada, predominando áreas antropizadas, sendo observada a substituição da vegetação nativa por campos de macegas e capoeiras de caatinga de porte arbustivo, cultivos agrícolas de subsistência e capineiras, principalmente, ao longo dos riachos Barrigas, Umari e Treme. Nessa área observa-se o predomínio da caatinga de porte arbustivo denso (cerca de 80,0% da área), a qual apresenta maiores níveis de degradação ao longo da planície fluvial do riacho Barrigas e de seus tributários. Observa-se ao longo desses cursos d’água e em alguns trechos de terras altas

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