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Ficha de levantamento

No documento Estudo experimental da pedra de xisto (páginas 41-50)

2. Caracterização das construções de xisto existentes no concelho de Peso da Régua

2.4. Ficha de levantamento

Como forma de facilitar o levantamento e a caracterização das construções de pedra de xisto, foi elaborada uma ficha de levantamento capaz de incluir e de abranger as características e os aspetos construtivos deste tipo de construção.

Uma ficha de levantamento é um documento técnico que se pretende que seja simultaneamente abrangente, em termos de informação e expedito em termos de aplicação em campo. O equilíbrio entre estas duas virtudes nem sempre é uma tarefa simples de se alcançar.

Deste modo, a elaboração da ficha de levantamento foi baseada em fichas com propósitos semelhantes já elaboradas em outros trabalhos de investigação, tais como [10,17–18]. A elaboração desta ficha de levantamento resultou de um processo progressivo, isto é, enquanto foi sendo elaborada, também foi sendo testada de forma a melhor enquadrar os aspetos técnicos e construtivos referentes às construções de xisto, tornando-se assim um documento mais abrangente.

A ficha foi estruturada em blocos de diferentes categorias. De seguida serão identificados e descritos sucintamente a relevância de cada um desses blocos.

O primeiro bloco foi designado de (1) Localização. Neste campo da ficha, devem ser registadas as informações relativas à localização do edifício, nomeadamente a identificação da rua, da freguesia, do concelho e das coordenadas GPS. Estes dados são

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importantes, caso se pretenda revisitar o local. A Figura 2.3 mostra então o bloco de (1) Localização.

Figura 2.3 – Primeiro bloco da ficha de levantamento – Localização

O segundo bloco da ficha de levantamento, (2) Propriedade, Figura 2.4, reserva um espaço para se registar os dados relativos à identificação e ao contacto do proprietário, e ao ano de construção do edifício em fase de levantamento ou em estudo. O último dado referido, foi inserido neste bloco porque é uma informação que só se consegue obter mediante consulta ao proprietário do edifício. Por vezes, existe a data de construção identificada numa parte do edifício como, por exemplo, esse registo existir numa pedra.

Figura 2.4 – Segundo bloco da ficha de levantamento – Propriedade

O terceiro bloco, (3) Utilização do edifício, Figura 2.5, diz respeito ao tipo de utilização do edifício, bem como ao número de pisos que constituem o mesmo. Os tipos de utilização previstos são habitação unifamiliar e multifamiliar, comércio, arrumos, garagem ou outro.

Figura 2.5 – Terceiro bloco da ficha de levantamento – Utilização do Edifício Seguidamente, o quarto bloco, (4) Cobertura, Figura 2.6, é focado nas características da cobertura do edifício. O tipo de cobertura, o número de águas, o tipo de estrutura e o tipo de revestimento exterior da cobertura são itens de características previstas neste bloco. Reservou-se ainda um espaço designado de observações de forma a permitir

17 contemplar outro tipo de informação específica do edifício e que não foi prevista ou permitir registar alguma particularidade técnica digna de referência.

Figura 2.6 – Quarto bloco da ficha de levantamento – Cobertura

O quinto bloco, (5) Pavimentos, Figura 2.7, é referente a informações relativas aos pavimentos do edifício, em particular, ao tipo de estrutura desses pavimentos. Também se reservou ainda um espaço para observações e pelas mesmas razões referidas anteriormente.

Figura 2.7 – Quinto bloco da ficha de levantamento – Pavimentos

O sexto bloco, (6) Paredes Exteriores, Figura 2.8, é relativo às paredes exteriores. Por se considerar este elemento construtivo muito importante no contexto deste trabalho de investigação que é focado no material xisto, optou-se por dividir este bloco em três sub- blocos, nomeadamente, (6.1) Características das Paredes, (6.2) Vãos de Janelas e (6.3) Cunhais.

No primeiro sub-bloco, (6.1) Características das Paredes, Figura 2.8, consta itens relativos à espessura, à altura, à área total, à disposição das pedras, ao tipo de juntas e ao tipo de revestimento das paredes. Reserva ainda espaço para se registar as dimensões mais representativas das pedras de xisto constituintes das paredes e espaço para se registar as patologias observadas nas paredes antigas de alvenaria de pedra de xisto.

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Figura 2.8 – Primeira subcategoria do sexto bloco da ficha de levantamento – Paredes Exteriores

Ainda dentro do sexto bloco, existe o sub-bloco (6.2) Vão de Janelas e de Portas, Figura 2.9. Nesta parte pretende-se registar informação relativa às aberturas nas paredes exteriores, em concreto, às dimensões das aberturas e ao tipo de material nas padieiras, nas ombreiras e no peitoril das mesmas.

Como neste trabalho de investigação se pretende também contemplar as questões relativas ao conforto térmico, também se introduziu itens relativos à orientação das aberturas, ao tipo de caixilharia e ao tipo de proteção dos envidraçados. Tal como nos blocos anteriores, também se contemplou na ficha um espaço para observações.

Figura 2.9 – Segunda subcategoria do sexto bloco da ficha de levantamento – Paredes Exteriores

Para concluir o sexto bloco, existe o sub-bloco (6.3) Cunhais, Figura 2.10. Este contém a informação relativa à solução construtiva adotada nos cunhais. Pretende-se registar o tipo de material, as dimensões das pedras e a disposição dessas pedras.

19 Figura 2.10 – Terceira Subcategoria do sexto bloco da ficha de levantamento – Paredes

Exteriores

Por sua vez, o sétimo bloco, (7) Paredes Interiores, Figura 2.11, e à semelhança do bloco anterior, permite registar algumas características das paredes interiores do edifício. Contém por isso itens relativos ao tipo de parede, à espessura, à altura, à área, à disposição das pedras, ao tipo de junta e ao tipo de revestimento da parede.

Tal como foi referido anteriormente, as paredes de alvenaria de pedra de xisto são o elemento construtivo a destacar neste trabalho de investigação. Caso as paredes interiores não sejam de xisto, o que se prevê ser um cenário muito provável de acontecer, a caracterização das mesmas parece ser importante na medida em que elas podem de alguma maneira interagir estruturalmente com as paredes de xisto.

Figura 2.11 – Sétimo bloco da ficha de levantamento – Paredes Interiores

O oitavo bloco, (8) Estado Geral de Conservação, Figura 2.12 contém itens considerados importantes para permitir avaliar o estado de conservação do edifico. Para este efeito, considerou-se cinco possíveis estados de conservação que são: ruína, muito degradado, médio, bom e excelente. Também consta um espaço neste bloco para se registar a data de eventuais intervenções de reabilitação realizadas durante o tempo de vida do edifício.

Como a classificação relativa ao estado de conservação do edifício poderá ser um pouco subjetiva e, por isso, possa gerar dúvidas, mais à frente será feita uma descrição mais

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detalhada dos possíveis critérios considerados na avaliação do estado de conservação dos edifícios de pedra de xisto.

Figura 2.12 – Oitavo bloco da ficha de levantamento – Estado Geral de Conservação Por último, no bloco 9, (9) Comentários, Figura 2.13, reservou-se um espaço na ficha de levantamento para se escrever comentários ou informações adicionais que possam complementar toda a informação prevista nos outros blocos da ficha, como por exemplo, identificação de fotografias deste edifício ou indicação se ocorreu recolha de amostras de pedra de xisto ou de material de enchimento das juntas das paredes de alvenaria de pedra de xisto.

Figura 2.13 – Nono bloco da ficha de levantamento – Comentários

O agregado dos blocos anteriormente descritos, formam a ficha de levantamento que se apresenta em seguida. Nas Figuras 2.14 e 2.15 e 2.16, apresenta-se então a ficha integral de levantamento de edifícios de xisto, elaborada e proposta neste trabalho de investigação. Essa ficha apresenta-se em três figuras de forma a ser possível garantir uma leitura adequada.

21 Figura 2.14 – Ficha de levantamento – Página 1

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23 Figura 2.16 – Ficha de levantamento – Página 3

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No documento Estudo experimental da pedra de xisto (páginas 41-50)