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Figura 58– Imagem termográfica após a exposição ao vapor de água – BRI face D.

Corroborando os resultados anteriormente observados nos sistemas de revestimento com o uso de blocos cerâmicos com faces ranhuradas expostos a água quente, e de acordo com Cortizo et al. (2008), as imagens termográficas geradas na exposição dos sistemas ao vapor de água mostraram que há presença de água e/ou umidade capazes de gerar uma variação térmica nos pontos onde apresentam maior concentração, as quais podem provocar variações na integridade e desempenho dos sistemas, bem como manifestações patológicas a médio e longo prazo.

As variações térmicas medidas são apresentadas nas Figuras 67 e 68 de modo comparativo entre os sistemas analisados neste estudo, verificando-se que os sistemas que não têm camada de impermeabilização responderam de modo numericamente melhor ao sistema que tinha camada de impermeabilizante, pois quanto maior a amplitude térmica medida, como no caso do BRI, menor é a inercia

térmica do sistema, e maior será sua condutividade e transmissão de calor, sendo essas capacidades potencializadas na presença de água no interior dos poros do sistema (ALVES et al., 1999; CORTIZO et al., 2008; PEDRA, 2011).

Por meio de análise estatística verificou-se que os ganhos térmicos nos sistemas com camada impermeabilizante responderam de modo semelhante aos com camadas de chapisco e emboço, comprovando que não houve eficácia entre a existência de camada impermeável, pois pode-se comprovar a presença de água/ umidade no interior do sistema, conforme Figuras 67 e 68.

Na análise das imagens termográficas com o uso de blocos cerâmicos com faces lisas, os padrões de localização nas faces verticais das maiores faixas de variações térmicas se mantiveram muito semelhante ao já analisado nos blocos com os blocos de faces ranhuradas.

Nas análises com blocos de faces lisas com o uso do emboço (BLE), as variações das temperaturas médias no sistema medidas antes da exposição ao vapor de água foram de 17,3 e 19,4˚C, e após a exposição de 23,3 e 31,5 ˚C. Se as amplitudes térmicas forem analisadas por meio da comparação entre a variação das temperaturas mínimas antes e depois da exposição ao vapor, ΔT=6,0 ˚C, e a variação entre as temperaturas máximas medidas antes e depois da exposição seria de ΔT=12,1 ˚C.

Caso esses valores da variação das medias máximas e mínimas seja comparado ao mesmo sistema quando exposto a água quente, os valores encontrados são sensivelmente inferiores, pois a variação entre as mínimas temperaturas medidas antes e depois a exposição a água quente é de ΔT=0,5 ˚C, bem como a variação entre as temperaturas máximas medidas, que também foi de ΔT=0,5 ˚C. As Figuras 67 e 68 apresenta os comparativos desses valores em relação aos demais sistemas analisados.

Nas Figuras 59 e 60 observou-se as variações de temperatura medidas nas faces C e D do sistema BLE antes e depois da exposição ao vapor de água, bem como a localização das faixas de variação, pois no sistema exposto à água quente as maiores variações puderam ser percebidas nas faixas próximas a laje de concreto armado, nas análises com vapor as faixas foram mais claramente observadas a partir da segunda fiada.

Figura 59– Imagem termográfica antes da exposição ao vapor de água – BLE faces

C e D.

Figura 60– Imagem termográfica após a exposição ao vapor de água – BLE faces C

e D.

No caso da exposição dos sistemas de revestimentos com o uso de bloco cerâmicos de faces lisas e placa cerâmica sobre em camada de chapisco (BLC), os padrões das zonas de variação térmica, bem como a amplitude das temperaturas antes e depois da exposição ao vapor de água, as temperaturas médias nas faces do sistema variaram entre 17,1 e 19,1˚C, e após a exposição passaram a ser de 22,6 e 31,4 ˚C. A comparação dos resultados obtidos com o vapor aos obtidos com a exposição à água quente, as temperaturas antes da análise foram muito próximas, tendo sido medido uma variação de 17,3 e 19,7˚C, e após a exposição a água passaram a ser de 18,0 e 20,2 ˚C. No caso da exposição ao vapor de água o ganho térmico absoluto foi de 1,2 ˚C, enquanto que, na exposição ao vapor, o ganho térmico do sistema foi de 17,8 ˚C.

Ao comparar-se os resultados encontrados em ambos os ensaios, a variação térmica medida entre as temperaturas mínimas quando exposto ao vapor de água foi ΔT=5,5 ˚C, e a variação entre as temperaturas máximas foi de ΔT=12,3 ˚C, com os resultados medidos para o seu par com o uso de blocos cerâmicos de face ranhurada com ΔT=4,5 ˚C nas temperaturas mínimas, e ΔT=16,3 ˚C para as temperaturas máximas, demonstrando assim que o sistema com chapisco e bloco liso teve maior variação de suas temperaturas mínimas, bem como menor variação entre as temperaturas máximas ao longo do período de exposição ao vapor do que o sistema com BRC, conforme Figuras 67 e 68. Esse fenômeno pode ter sido determinado pela diferença de concentração da umidade ao longo das faces do sistema, e considerando-se a camada irregular de chapisco, bem como a diferença da uniformidade da camada de argamassa colante pode gerar variações no padrão de distribuição da umidade, retrações hidráulicas e demais manifestações patológicas capazes de influenciar no desempenho do sistema de revestimento vertical.

As Figuras 61 e 62 apresentam a variação da temperatura medido na face C com BLC, sendo possível a observação das posições das zonas de variação térmicas, tendo-se em vista que na Figura 61 a temperatura entre o bloco cerâmico e a argamassa de assentamento de 0,3 ˚C, e pouco diferenciação no gradiente de cores produzido na termografia. Na Figura 62 a variação da temperatura entre os materiais passou a ser de até 2,4 ˚C.

Figura 62– Imagem termográfica após a exposição ao vapor de água – BLC face C.

O sistema com o uso de bloco cerâmico de faces lisas e placa cerâmica aplicada diretamente sobre a superfície do bloco (BLD), apresentou o pior desempenho higroscópico quando exposto à coluna de água, sendo esses resultados ratificados pelas análises de exposição à água quente e ao vapor de água.

Quando exposto ao vapor de água foram identificados os mesmos padrões observados nos demais, com um gradiente térmico superior aos demais modelos analisados, bem como o seu par correspondente com blocos cerâmicos de faces ranhuradas.

A faixa de temperatura medida antes da exposição ao vapor foi de 17,5 a 19,7˚C, a qual após a exposição foi medida entre 26,4 e 43,5 ˚C. Esse sistema apresentou a maior temperatura máxima medida quando exposto ao vapor de água. De acordo com a Figura 62, teve uma diferença entre a temperatura da argamassa de assentamento da segunda fiada e do bloco cerâmico de até 4,3 ˚C, verificando-se a presença de umidade junto ao material argamassado.

Ao comparar-se a variação de temperatura entre as temperaturas mínimas antes e após à exposição a água quente, a variação foi de ΔT=8,9 ˚C, enquanto para as temperaturas máximas foi de ΔT=23,8 ˚C, desse modo observou-se que o ganho térmico medido absoluto do sistema foi de 32,7 ˚C, sendo esse valor 21,6% superior ao medido no sistema com bloco de faces ranhuradas, o BRD, conforme valores mostrados nas Figuras 67 e 68.

As Figuras 63 e 64 apresentam a variação da temperatura da face B antes e depois a exposição ao vapor de água, verificou-se a presença de água nas camadas

mais altas da argamassa de assentamento, devido à migração da umidade das camadas mais próximas a laje de concreto armado, e a sua permanência ali ao longo do período, a qual poderá representar risco para o aparecimento de manifestações patológicas de médio e longo prazo, capazes de provocar alterações físicas do material que irá revestir a face externa.