(1996) citado por Ercole (2003), Deganutti et al (2000) são compostos por um tanque digestor anaeróbio que contém o
FILTRO ANAERÓBIO
ALTERNATIVAS VARIÁVEIS
FILTRO ANAERÓBIO
1- Imagens / Fotos
2- Componentes Fossa séptica e filtro anaeróbio com britas 2.2- Materiais constituintes
Reservatórios em concreto, alvenaria ou material plástico (Polietileno / Fibra de vidro), reservatório anaeróbio em concreto, alvenaria ou plástico, com britas.
3- Área necessária para
implantação 0,2 – 0,4 m²/hab 4- Número de domicílios
atendidos 1 ou mais
5- Complexidade construtiva Baixa a média. Dificuldade na execução do filtro anaeróbio 6- Operação e manutenção
Limpeza do lodo da fossa séptica a cada 24 (vinte e quatro) meses, em volume igual a 2/3 (dois terços) da capacidade total da fossa. Troca da brita do filtro
7- Custo de implantação1 R$ 80,00 a R$ 200,00 / habitante 8- Custo de operação Até R$ 30,00 / habitante.ano
9- Produção de odores Pode ocorrer se o tanque não for adequadamente manejado 10- Presença de insetos e vermes Pode ocorrer se não houver limpeza periódica.
11- Eficiência na remoção de DBO 70 – 95% 12- Grau de aceitação da
tecnologia Baixo
13- Riscos à saúde
Patogênicos se não houver controle rigoroso do dejeto.
Vírus grande; Bactérias grande; Protozoários baixo; Vermes baixo
14- Geração de emprego e renda Sim
15- Acesso à tecnologia Fácil, se não utilizar sistema industrializado
Fonte ERCOLE (2003) / BATALHA E GASI (1988) / EDIFIQUE (2006)
Observações
1 Considerando custo para 1 habitação unifamiliar com 5 moradores.
Valores atualizados para o ano de 2014.
QUADRO 3. 17- Quadro do fluxo da água, energia, materiais e etapas da participação para o Sistema Tanque
Séptico com Filtro Anaeróbio.
Fluxo da água Geração Tanque séptico Filtro Anaeróbio reuso da água ou infiltração Fluxo da energia Sistema por gravidade
Fluxo dos materiais Tubos PVC Tanque séptico em alvenaria ou plástico Filtro anaeróbio em alvenaria ou plástico tubos PVC brita
Etapas da participação
1- Escolha de separação ou não das águas
2- Escolha por uso de sistema hídrico ou não hídrico
3- Escolha do sistema de tratamento de efluentes adequado às condições locais e sociais
4- Escolha do local de instalação do sistema
5- Escolha dos materiais a serem utilizados para construção 6- Escolha do tipo de mão-de-obra a ser utilizada
7- Escolha da forma de reuso da água efluente 8- Escolha da forma de reuso do lodo efluente
Para análise da sustentabilidade do sistema tanque séptico com filtro anaeróbio deve ser considerado os aspectos ambientais, sociais, econômicos, políticos e culturais. Para a dimensão ambiental considerou-se os materiais a serem utilizados na construção, qualidade da água efluente e possibilidade de reuso.
O sistema tanque séptico com filtro anaeróbio tem sua sustentabilidade ambiental beneficiada, pois possibilita o reuso da água efluente do sistema. O efluente pode ser armazenado em um tanque para posteriormente ser reutilizado ou infiltrado no solo. Essa solução pode ser adotada em locais em que o nível do lençol freático é elevado.
Ao analisarmos os materiais para construção, o filtro anaeróbio pode ser construído com diferentes materiais e tecnologias. Ao realizarmos a construção com sistema convencional (alvenaria), há facilidade em encontrar os materiais, favorecendo sua aquisição e acesso. A construção do sistema com esses materiais beneficia a mão-de-obra, pois demanda maior quantidade de pessoas para trabalhar, porém devem ser avaliadas a condições de trabalho, para que a saúde do profissional não seja prejudicada.
Ao adquirir materiais de empresas terceirizadas (pré-fabricação), reduz-se o volume de trabalho a ser executado no local, favorecendo algumas condições de trabalho (menor esforço profissional e maior velocidade da obra). Porém deve-se buscar a aquisição desses materiais de regiões próximas, para desenvolver o comércio local e regional, e evitar deslocamentos, impactando na emissão de poluentes e queima de combustíveis fósseis.
É preciso quantificar os impactos que essa atividade industrializada apresenta sobre o sistema, além de verificar o grau de emissão de poluentes para o meio ambiente. O uso de reservatório em materiais não renováveis, como reservatórios plásticos, prejudica a sustentabilidade ambiental, uma vez que, após sua vida útil, não é possível reciclar o material e gera-se um novo resíduo que precisa de destinação. Além de utilizar material de fonte não renovável (petróleo) para sua fabricação.
É necessário verificar os impactos que esses materiais causam no meio ambiente e nas pessoas. Para ilustrar um exemplo de cálculo das emissões atmosféricas de reservatórios fabricados com diferentes materiais, o Apêndice A apresenta um modelo de
cálculo das emissões de CO2 para tanques construídos em alvenaria, pré-moldado de concreto e plástico (polietileno).
A sustentabilidade ambiental pode ser beneficiada com uso de técnicas e materiais inovadores, que facilitem a montagem e causem menores impactos ao meio ambiente, com uso de materiais locais e renováveis.
A área necessária para implantação também impacta na sustentabilidade ambiental e econômica, pois quanto maior a unidade de tratamento, maior impacto sobre uso e ocupação do solo. Esse sistema não demanda área elevada para implantação, pois após o efluente sair do tanque séptico é direcionado ao filtro anaeróbio, e ao sair do filtro, pode ser reutilizado, o que pode viabilizar sua instalação em pequenos lotes. Os sistemas não devem ficar próximos à residência para evitar maus odores.
Uma das desvantagens desse sistema é seu maior grau de tratamento da água efluente (70 a 95% de remoção da DBO) e permite seu reuso de forma segura ao usuário final. A operação e manutenção do sistema é simplificada. A manutenção é realizada no tanque séptico e no tanque anaeróbio, com a troca do material filtrante (brita).
Com relação à dimensão social da sustentabilidade, este sistema deve se adaptar às necessidades do usuário. Essa questão da sustentabilidade é beneficiada se durante a construção do sistema para que o profissional tenha condições adequadas de trabalho (respeito ao profissional, não utilizar trabalho infantil ou compulsório, entre outros) e que promova o conhecimento de uma nova técnica para possibilitar sua replicação, com a aprendizagem de um novo trabalho beneficiando a geração de emprego e renda de forma mais sustentável.
A forma de construção desse sistema é de fácil acesso aos usuários. Isso pode permitir a formação de novos profissionais e o desenvolvimento local social. A operação e manutenção do sistema não devem expor os usuários à contaminação. Esse sistema pode ter boas condições de segurança, desde que o acesso ao efluente seja dificultado (sistema hermeticamente fechado). É preciso realizar limpezas periódicas para evitar a proliferação de vermes, insetos e maus odores.
A sustentabilidade social desse sistema também é favorecida no acesso ao conhecimento, sendo uma técnica disseminada e com regulamentação normativa (ABNT NBR 13969). Devido a este fato, esse sistema tem elevado grau de aceitação e também devido à facilidade de construção, área necessária para implantação e soluções mais simplificadas de operação e manutenção. Essa questão também se relaciona com a dimensão cultural.
A dimensão econômica impacta, primeiramente, nos custos de implantação e operação do sistema. Esse sistema apresenta custos mais elevados de construção. Porém os custos de operação e manutenção.
A escolha e definição dos materiais a serem utilizados impactam diretamente nesses custos de construção e operação. É preciso viabilizar soluções que reduzam os impactos financeiros, principalmente para a população de baixa renda. Deve-se incentivar o uso de materiais locais e renováveis. O sistema também não faz uso de energia elétrica ou outro tipo de energia não renovável para operação.
Como observado anteriormente, a tecnologia de construção e operação desse sistema está disponível e de fácil acesso, o que permite a aprendizagem de um novo trabalho, que pode acarretar na geração de emprego e renda e desenvolvimento das localidades.
Em se tratando do efluente, a quantidade de água necessária para o sistema é menor que se comparado com sistemas não separadores, assim como o volume de lodo gerado. Porém o sistema permite o reuso da água efluente, que pode ser infiltrada ou utilizada na irrigação de cultivos, exceto hortaliças.
A dimensão política deve estar presente nas diversas fases do processo de escolha, construção uso e operação do sistema, para garantir sua sustentabilidade. É preciso que o usuário seja participativo em todas as fases e possibilitar o acesso ao conhecimento e faça escolhas adequadas às suas necessidades e contexto local e social, com constante questionamento dos detalhes que presentes em cada etapa. O acesso ao conhecimento desse sistema é facilitado, com informações disponíveis nos meios eletrônicos e normativos.
Na etapa de definição dos materiais a serem utilizados na construção deve-se buscar acesso ao conhecimento de materiais que causem menor impacto ao meio ambiente, se possível, com parcerias e cooperação para desenvolvimento de ações mais sustentáveis. Deve-se desenvolver a negociação coletiva dos materiais para redução de custos do sistema.
Buscar o consenso nas decisões é importante, que devem ser coletivas e beneficiar a maioria, com a busca de uma cidadania ativa. O processo de escolha desse sistema deve ser participativo para sua maior sustentabilidade política. Devem-se coletar informações para monitoramento e avaliação do sistema.
A última dimensão é a dimensão cultural. Esse sistema beneficia essa dimensão, pois adequa é uma técnica tradicional, com facilidade de acesso às informações e aceitabilidade. É preciso respeitar os hábitos e culturas locais, pois o sistema deve-se adequar e adaptar ao contexto local.
Apresentada a análise da sustentabilidade do sistema tanque séptico com filtro anaeróbio, o próximo item apresenta o sistema tanque séptico com filtro aeróbio.
3.5.2.1.1.6 Análise da Sustentabilidade do Sistema Tanque Séptico com Filtro Aeróbio Para análise da sustentabilidade do sistema será apresentado o quadro de comparação para escolha de alternativa de tratamento de efluente sanitário residencial do sistema (Quadro 3.18), o Quadro 3.19 com os fluxos da água, energia, materiais e participação para o sistema e análise da sustentabilidade do sistema.
QUADRO 3. 18- Quadro de comparação para escolha de sistema local de tratamento de efluente sanitário
residencial para sistema de tratamento de águas negras, por sistemas hídricos combinado com tanque séptico: